Detalhe menor

Detalhe menor Adania Shibli




Resenhas - Detalhe menor


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Ygor Gouvêa 04/10/2021

Livro intenso mas sutil. Dividido em duas partes, a primeira em terceira pessoa, próxima a um oficial israelense um ano após a Nakba, e a outra em primeira pessoa, narrada por uma palestina em busca da descoberta de uma história. Existem muitos espelhamentos entre elas, ressignificações, sempre perpassando pelo símbolo do apagamento de uma cultura, de uma história. Com poucos detalhes a autora consegue nos mostrar o estado de exceção que vive o povo palestino. Ainda sobre a transição de uma parte pra outra, é passada inicialmente a ideia de que se passam num mesmo tempo, quando na verdade a segunda parte se passa décadas depois, introduzindo uma ideia de um passado q não passa, de viver um tempo perpétuo marcado pelo trauma, pela ruptura, o que pode ser uma das grandes chaves do romance. Também é um texto verborrágico, dá detalhes de coisas que as vezes soam aleatórias, como se os narradores não soubessem bem o que relatar, o que enfocar, o quadro é sempre um pouco deslocado, como a própria história que conta, já que atingi-la não se é possível, nem mesmo é possível saber por que vias se atingiria, o que torna o texto fragmentado, por mais que seja fluido.
jota 04/10/2021minha estante
Pela sua resenha parece interessante. Anotei.




M. S. Rossetti 24/07/2022

Angustiante
Uma trama incômoda, mas necessária. Literatura palestina que deixa clara toda a tensão secular daquela região. Vale muito a pena conferir.
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Bruna 01/12/2022

Detalhe Menor
O livro aborda o conflito de Israel com a Palestina, e a história é narrada por dois personagens diferentes, um de cada lado do conflito.
Meu único motivo para dar nota 3 nesse livro é porque a autora encheu de MUITA descrição em todas as páginas e tudo ficou muito mais cansativo do que deveria.
O livro poderia ter metade do tamanho e seria uma história e tanto!

O final é muito tocante, senti muito....

Escrever sobre um conflito assim não deve ser fácil, e ler também não foi. Estranho pensar que nos habituamos a uma rotina até no meio de uma guerra que dura anos... tanto que podemos até deixarmos de nos preocupar e/ou se importar...
Bruno Oliveira 25/10/2023minha estante
Surpreendentemente o ser humano é capaz de se habituar com tudo; até uma guerra vira algo trivial, infelizmente.




Mateus Giunti 13/11/2023

Esse livro chegou até mim depois que fiquei sabendo que a homenagem que a autora palestina Adania Shibli receberia na feira do livro de Frankfurt (uma das, se não a maior do mundo) foi cancelada pelos organizadores, sob a justificativa de que não era um momento para celebrações. Em decorrência de toda a cobertura recente da guerra na região e dessa polêmica, achei válido passar este livro na frente da lista de leituras a fazer.

O livro é dividido em duas partes. Na primeira, acompanhamos em terceira pessoa um oficial militar israelense que, junto de seu grupo, em 1949, faz constantes rondas terrestres na desértica região de Neguev em busca do inimigo: remanescentes árabes da região, que atrapalhariam e colocariam em risco a missão militar de ocupação e de desenvolvimento nacional. Em determinado momento, tais soldados assassinam um grupo de beduínos e mantêm em cativeiro uma menina que, depois, sofre um estupro coletivo.

Na segunda parte, acompanhamos em primeira pessoa, agora já nos tempos atuais, a investigação de uma mulher em busca da verdade dos fatos deste episódio. Movida por uma coincidente ligação com sua data de aniversário, a personagem faz uma viagem curta, mas perigosa e arriscada, pelo território atual da Cisjordânia, passando por diversos entraves militares, postos de seguranças, medos, muros e tanques, para entender o que de fato aconteceu no passado.

Ainda que eu tenha achado a narração da primeira parte muito truncada, com orações curtas e diretas, acho que ela serve a um propósito. A segunda parte é bem mais fluida em sua forma, embora seu conteúdo permaneça denso e angustiante. Permeado por violências de muitos tipos, o livro nos mostra como o presente está repleto de passado e como existem dores transgeracionais que dificilmente vão embora. Um livro sobre mudanças e permanências; sobre exílio, identidade e resistência; sobre o extermínio do povo palestino.

Como escreveu a Editora Todavia em uma publicação recente, "a literatura estabelece pontes, não as destrói. Aproxima mundos, não os afasta". Fica aqui a indicação do meu primeiro contato com a literatura árabe, em um momento onde a tentativa de compreensão de mundos, culturas e conflitos que parecem distantes se faz ainda mais necessária.
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Toni 18/04/2024

Leituras de 2023

Detalhe menor [2016]
Adania Shibli (Palestina, 1974-)
Todavia, 2021, 112 p.
Trad. Safa Jubran

Após a Feira de Frankfurt ter tomado a vergonhosa decisão de cancelar a homenagem deste ano à autora palestina Adania Shibli, a leitura de “Detalhe menor” tornou-se premente: fazê-lo circular e dar-lhe notoriedade efetivamente não é muito, mas é o que temos à mão. Parafraseando Italo Calvino, falar de literatura pode parecer pouco frente à desordem do mundo, mas para quem fala e quem de fato ouve trata-se de uma conversa imprescindível.

Detalhe menor é um romance breve dividido em 2 partes: a 1ª delas focada na ação de um destacamento de soldados israelenses que assassina um grupo de beduínos em 1949, um ano após o Nakba (limpeza étnica que expulsou cerca de 711 mil palestinos de suas terras). Daquele ataque, apenas uma menina sobrevive, mas após ser feita prisioneira, é sistematicamente abusada pelos soldados e morta alguns dias depois. A 2ª parte do romance, situada no tempo presente, acompanha uma mulher palestina em busca da história da jovem assassinada. Movida pela coincidência daquela morte ter ocorrido na data em que viria a nascer 25 anos depois, a narradora passa a enxergá-la como um “detalhe menor” na imensa e imperdoável história do genocídio palestino — “o único caminho para se chegar à verdade, quando não a única prova conclusiva da sua existência”.

Fazendo uso de um estilo realista e prolixo, no qual cada detalhe é exposto mesmo quando gestos e objetos se repetem, Shibli constrói com isso uma narrativa que acumula as tensões de um conflito quase centenário, gerando uma prosa opressiva e sufocante que se move em câmera lenta rumo a seu desfecho inevitável. Longe de se prestar ao enfado de leitores facilmente enfadáveis, o detalhe dá tangibilidade à irrelevância e arbitrariedade dos gestos que definem destinos. Através dele, e da hipnótica condução da autora por territórios e paisagens de aldeias palestinas varridas da face da terra, pelos muros e filas de árabes em pontos de controle militar, pelos sons de bombardeios em Gaza, “Detalhe menor” transforma o “significativamente insignificante” em toda sua história.
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Ligia.Carvalho 05/12/2021

Angustiante
Detalhe menor é dividido em duas partes, onde acompanhamos dois personagens, um militar israelense e uma palestina, separados pelo tempo e por barreiras históricas, políticas, culturais, religiosas.

O pano de fundo é a guerra de 1949, no qual soldados israelenses atacam um grupo de beduínos, dizimandos a todos, com exceção de uma jovem, que é estuprada por eles.

O passado e o presente, o medo, as trincheiras e a poeira da guerra. O sofrimento e a banalidade da violência.
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carolmc_ 08/09/2021

Angustiante
Um breve relato de como funciona o apagamento de uma cultura, de um povo, da vida de pessoas comuns.
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Luzimari Corso 28/10/2023

Sinceramente, decepcionante.
Escrita da primeira parte segue o gênero jornalístico, no entanto, deixa cheio de dúvidas, não é claro, ou seja, tudo o que não se deve fazer em um artigo jornalístico.
A segunda parte, narrado em primeira pessoa, sai do nada e vai pra lugar algum..
A personagem que se diz preocupada com os pequenos detalhes, perde a chance de ficar atenta e fazer perguntas..
Quanto ao final: frustrante.
A única coisa que dá pra entender, é que as mulheres são sempre as piores vítimas, e que a cultura do estupro é banalizada em toda e qualquer parte do mundo, em todas as épocas e em qualquer situação....
Mas sobre isso, não precisava dessas páginas para saber...
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Lú Ribeiro 17/02/2022

Saber da vida do outro importa...
Não é sobre mim, ou sobre você.
É sobre o outro. A vida que se vive em outros lugares...
Do inimaginável dentro de nossas vidas atuais, mas tão comum e real em outras vidas...
Livro lindo e super sensível.
Indico???
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Valéria Cristina 09/10/2023

Valer a pena conhecer essa história
Em 1949, um ano após o Nakba, ocasião em que Israel expulsou 400 mil palestinos de suas casas, um agrupamento do exército israelense, durante uma patrulha no deserto de Neguev, dizima um grupo de beduínos, sequestra, estupra coletivamente e mata uma jovem.

25 anos depois, uma pesquisadora palestina lê uma notícia acerca desse acontecimento e percebe que ele ocorreu no dia de seu nascimento. Esse fato desperta-lhe o interesse em desvendar quem foi a jovem assassinada.

Acompanhando sua busca por respostas, conhecemos um pouco da realidade palestina atual: a dificuldade em se movimentar pelo território divido em zonas, a necessidade de ser admitida diante das barreiras militares, o perigo de ser interceptada a qualquer momento por estar em uma zona que não lhe autorizada e o medo. O medo intenso e acompanha a protagonista de forma permanente e as vezes paralisante.

Suas lembranças nos mostram as paisagens de seu país, mas, principalmente, como o território da Palestina foi alterado desde 1948 e como o povo foi praticamente encarcerado pelo O Muro da Cisjordânia, que é uma barreira física que está sendo construída pelo Estado de Israel, passando em torno e por dentro dos Territórios Palestinos.

O estilo da autora traça toda essa realidade de forma muito delicada, mas contundente. O final é aterrador.

Adania Shibli nasceu na Palestina, em 1974. Vive entre Jerusalém e Berlim. Com este Detalhe menor, foi finalista do International Booker Prize
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Ani C 12/09/2021

?No verão de 1949 ? um ano depois da Nakba, episódio catastrófico que expulsou mais de 700 mil palestinos de suas terras ?, soldados israelenses atacam um grupo de beduínos no deserto do Neguev, dizimando a todos, exceto uma adolescente, que é capturada e violentada. Anos mais tarde, uma palestina busca desvendar alguns dos detalhes que cercam o caso. Com uma prosa inquietante, este livro ressoa de maneira fervorosa a experiência da expropriação.?

Editora Todavia
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Flavinha 31/12/2021

Conflito Israel x Palestina contado na visão do palestinos. Livro super fluído mas extremamente pesado.
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Julinhafox 13/04/2022

detalhe menor
O livro é bastante interessante. A narrativa é divida em duas partes - na minha opinião, a primeira é mais envolvente e mais fluida, enquanto a segunda, apesar de interessante também, parece um pouco mais arrastada.

O texto da Adania Shibli tem muitos trechos bonitos. É simples e impactante.

Vale a leitura, não apenas pelo livro em si, mas também por vir de um universo constantemente apagado e que ainda circula pouco pelos olhares do restante do mundo.


"Os filmes mostram a vida dos imigrantes judeus europeus na Palestina, e em especial sua dedicação ao trabalho agrícola e à atividade cooperativa nos assentamentos. Um dos filmes em particular me chama a atenção. O enquadramento inicial mostra uma superfície desértica, na qual irrompem de repente alguns colonos com seus trajes curtos, e eles começam a construir uma torre e várias cabanas de madeira; o filme termina com todas as cabanas concluídas e os colonos reunidos, dançando com as mãos entrelaçadas. Tento ver o filme de novo, por isso começo a rebobiná-lo até o início, assim os colonos desfazem a roda de dança, voltam para as cabanas que acabaram de construir, desmontam-nas e carregam o material em carrinho; e, no final, saem do quadro."
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Rosina.Forteski 24/09/2022

Decepção
A sinopse é tão promissora, mas a execução é decepcionante. Hiperdescritiva, a narrativa cansa e não surpreende em nenhum ponto. As motivações também são fracas e de pouco sentido.
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