Detalhe menor

Detalhe menor Adania Shibli




Resenhas - Detalhe menor


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Paulo.Vitor 09/04/2023

Duas histórias entrelaçadas.
Detalhe menor nos conta sobre duas histórias, que tem o mesmo palco geográfico e cultural, apesar que separados por algumas décadas de existência.
Creio que contar detalhadamente os acontecimentos destas duas possa acabar de alguma maneira estragando a experiência da leitura, mas basta dizer que uma influencia a outra, e o conflito, apesar de ter mudado de período ou fase, ainda faz as mesmas vítimas, agora, em contextos diferentes, mas ainda segregadas e marginalizadas.
Gostei bastante das descrições das duas histórias, sendo a descrição na primeira história mais relacionada ao ambiente natural, e a segunda mais relacionado com os cenários urbanos da mesma região.
Paguei 32 reais, e apesar do livro ser curto, vale bastante a pena, a edição tem uma capa bonita.
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zeguilhermespp 05/01/2023

Retrato angustiante da ocupação colonial na Palestina
Em Detalhe menor, a autora palestina Adania Shibli apresenta ao leitor duas histórias distintas. Em 1949, um ano após a Nakba ? nome dado pelos palestinos à criação do Estado de Israel, que expropriou suas terras e modos de vida ?, um regimento de soldados israelenses faz rondas periódicas na fronteira com o Egito, à procura de árabes ?infiltrados? (sic). Certa feita, encontram um grupo de beduínos que logo fuzilam, deixando como sobrevivente apenas uma adolescente. Essa menina é agredida e violada pelos soldados.
A primeira metade do livro, que descreve esses eventos, é lenta e tortuosa. O narrador acompanha o oficial responsável pelo regimento, um homem de cuja psique não vislumbramos nada ? um meio de não conferir humanidade ao colono, talvez? A rotina de rondas pelo deserto do Neguev é tediosa de se acompanhar, apesar de funcionar bem como uma ambientação naqueles primeiros anos do jovem Estado sionista, cioso de garantir suas terras às expensas dos povos que ali viviam.
Na segunda parte, acompanhamos uma mulher palestina que vive na Cisjordânia. A personagem, sem nome, fica obcecada com o caso da menina violada em 1949 e passa a investigar mais sobre. O forte dessa segunda metade do romance é o mergulho na consciência de uma mulher que vive atravessada pela experiência do apartheid colonial promovido por Israel nos territórios palestinos. Acompanhamos os (muitos) medos, as angústias paralisantes e os impactos estruturais que a vivência da ocupação tem na psique humana.
Apesar de uma primeira metade morosa, o livro engata quando conhecemos a protagonista palestina e permite um olhar aguçado sobre o terror promovido pelo Estado ilegítimo de Israel.
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anaartnic 26/11/2022

Um detalhe a qual todos os olhos deveriam se voltar
Este livro é chocante e angustiante, externa uma perspectiva que nem sempre estamos atentos, sobretudo pelas hegemonias econômicas do presente momento. Não é segredo para ninguém que a criação do estado de Israel trouxe conflitos para a região da Palestina que pouco a pouco perdeu o seu território.

Além destes conflitos, um detalhe menor que ninguém nota: a invisibilização da cultura dos povos palestinos. Nesta região ocorre uma espécie de apartheid social, a qual palestinos possuem seus direitos de ir e vir cerceados (precisam de cartões de autorização, inclusive)

Adania Shibli divide a história em duas partes, a primeira narrada em terceira pessoa, descrevendo a ação soldados israelenses no deserto, em uma ação que leva ao assassinato de beduínos. Existem muitos elementos nas cenas, acredito que detalhes menores, que acabam por intensificar a sensação de apreensão, e eu achei isso genial na escrita da Shibli.

A segunda parte se inicia anos depois da situação descrita no capítulo 1, a narração agora passa a ser em primeira pessoa, com uma mulher palestina. Ela se interessa por este acontecimento da primeira parte do livro, e busca informações em jornais e museus militares. A razão desta busca? Um detalhe menor que somente ela é capaz de notar: Aconteceu no mesmo dia de seu nascimento, vinte e cinco anos antes.

Eu fiquei chocada ao ler este livro, sobretudo nesta segunda parte a qual é possível ver uma mulher com uma personalidade curiosa e que se arrisca aos limites impostos, mas considera esta sua própria personalidade uma tolice. Seria uma tolice tentar viver normalmente em sua própria terra?

Este livro é daqueles que só lendo para sentir o que ele realmente significa. Recomendo demais a leitura, sobretudo porque há muitas pessoas usando a bandeira de Israel por aí sem saber o que se passa por lá e arredores.
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Rosina.Forteski 24/09/2022

Decepção
A sinopse é tão promissora, mas a execução é decepcionante. Hiperdescritiva, a narrativa cansa e não surpreende em nenhum ponto. As motivações também são fracas e de pouco sentido.
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Bi Bueno 27/12/2023

Detalhe Menor
Duas histórias unidas, mas separadas pelo tempo, nos contam um pouco sobre o horror da criação do estado de Israel.
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Leticia Borges 30/03/2023

Riqueza descritiva que chega a doer
Retrato ficcional que dá a dimensão dos horrores praticados durante a dominação do território palestino até hoje. A primeira parte é exclusivamente descritiva, partindo de um narrador em terceira pessoa que nos coloca em posição de espectador e, por consequência, de testemunha ocular e até mesmo cúmplice de um crime hediondo. Não há reflexão da parte do narrador, são apenas as ações descritas em sequência.
Na segunda parte, ainda muito descritiva, mas agora em primeira pessoa, acompanhamos uma narradora-protagonista que passa a maior parte da narrativa imersa em seus próprios conflitos internos. Senti identificação por essa mulher desde o início, pois também cismo com datas e não me passaria despercebido o fato de um crime tão brutal ter acontecido exatamente 25 anos antes do meu nascimento. Suas incoerências, seus medos e sua jornada estabelecem um laço com o leitor que é difícil superar mesmo com o fim também brutal da narrativa.
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Marta Skoober 29/01/2024

Eu li DETALHE MENOR, de Adania Shibli, depois de ler os DEZ MITOS SOBRE ISRAEL, de Ilan Pappé. O que foi certamente um diferencial em minha leitura.

Fazia muito tempo, mas muito tempo mesmo, desde que eu tivera uma leitura realmente instigante, fluída, principalmente em matéria de livro de ficção. Sim porque DETALHE MENOR é uma história de ficção (será?).

O livro curtíssimo, mas pra mim muito intenso e tenso, tem apenas dois capítulos. No primeiro deles temos a história pela perspectiva do colonizador e no segundo pelo colonizado.

Há aqui pontos que considero marcantes nenhum dos personagens têm nome, o que pra mim indica que o importante são seus papéis. No primeiro um soldado, um homem, no segundo uma mulher; no primeiro a coragem, no segundo o medo....

Chamou a minha atenção similaridades com a história de um certo país também colonizado.

20.01.2024
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Faluz 21/02/2024

Detalhe menor. - Adania Shibli -
Detalhe menor, livro que nesses dias tão intensos de discussão sobre a posição de Israel contra os palestinos da Faixa de Gaza nos coloca diante de duas narrativas sobre aspectos díspares. A primeira é de Um israelense em 1949, militar encarregado de manter as fronteiras com o Egito "limpa" de palestinos. A segunda da experiência de uma palestina nos dias atuais que procura dados sobre o incidente daquela época com a morte de uma menina.
Como se repetem as mesmas ameaças e os mesmos confrontos sem possibilidade de acordo.
A narrativa vai transcorrendo num texto curto mas que vai apresentando uma escalada de medo que se resolve abruptamente.
Avassaladoramente triste.
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Licia Maria 18/09/2023

Suave como um vulcão ?
Sair do (meu) eixo "tradicional" da literatura é sempre arrebatador.

Este é, da forma mais óbvia, um livro sobre detalhes. A narrativa carregada na descrição cria dois ritmos muito diferentes entre os capítulos. O primeiro lento, metódico e frio. O segundo rápido e ansioso.

O descritivo das cenas, as repetições... tudo que, de forma superficial, eu cheguei a achar cansativo, fazem o livro ser um sutil soco no estômago.

"Há tanto sofrimento insuportável, hoje em dia, para se enfrentar, portanto não haveria necessidade de se esforçar, buscando mais no passado"
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Moni 05/10/2023

Estranhamente diferente esse livro. Duas personagens distintas que não se sabe os nomes.
Percepções cheias de detalhes, mas ainda assim passa a sensação de que faltam mais informações.
Livro curto, leitura rápida...e um final surpreendente que deixa irritação e alívio ao mesmo tempo.
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Bárbara 03/04/2024

Gente?
O livro não prometeu Nada, mas entregou Tudo. Achei a escrita um tanto parada, mas ainda sim vc consegue ler mto bem.
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Lauracnh 03/12/2023

Detalhe menor
O livro é dividido em duas partes, sendo a primeira muito descritiva, o que acaba sendo cansativo de ler, enquanto a segunda é narrada em primeira pessoa, de uma forma mais detalhista, mas que conseguiu dar mais dinâmica à leitura. A história é um verdadeiro soco no estômago. O final, já adiantando, é frustrante e penoso, mas justamente por isso eu gostei. Foi interessante perceber a forma como um conjunto de descrição de fatos conseguiu impressionar tanto.
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Carlabknho 06/12/2023

Guerra + violência = apagamento
A obra tem como pano de fundo os conflitos Palestina x Israel. Há um recorde em um caso verídico de uma menina beduína (grupo étnico nômades que habita os desertos do Oriente Médio) que foi violentada e morta por soldados israelenses. A escrita é baseada em detalhes, considerados ?menor (es)?, mas que dizem muito acerca de situações macro, o que torna em alguns trechos a leitura arrastada.
A primeira parte é narrado por um oficial, no passado. O destaque é o crime, o joguinho de poder bizarro feito com a vítima e para a visão de ?salvadores? que os militares tem para justificar seus atos.
A segunda parte é a narrativa por uma mulher, jovem, palestina que demonstra trauma, insegurança e diversos gatilhos relacionados a ocupação militar na região. A figura militar, o barulho (relacionado a explosões), a poeira (relacionada a bombardeios), são elementos que demonstram ao leitor as angustias da personagem
.
Essa mulher não nomeada, decide investigar esse crime e conforme ela pesquisa, se desloca a zonas diferentes, usando um mapa de cada área conflitantes. Para o leitor vai ficando mais evidente as diferenças entre quem vive em Israel e quem vive na Palestina, tanto em relação a direitos, como em relação a conforto, as características de cada zona, ao apagamento de algumas localidades e a divisão social local.
O final da narrativa (pra mim não foi surpresa) só reforça que o ciclo de violência não rompido, contínuo, se recicla, principalmente sobre corpos femininos.
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