Ana Claudia 26/12/2021Uma história ambientada em Fortaleza que narra a trajetória da mãe, uma mulher branca e filha de uma mulher negra que não teve acesso aos estudos. Os homens com que conviveu diziam que a mulher não precisava estudar, só precisavam aprender a cuidar da casa, cozinhar e tomar conta dos filhos.
Ao engravidar e parir, a mãe se nega a revelar a paternidade para sua filha e tenta ocupar o espaço deixado pelo pai e, ao mesmo tempo, rejeita a maternidade a todo custo. Sua filha nasce e é recebida sem amor, apenas raiva e ódio porque não foi desejada.
A filha é cuidada pela avó e sente muito rancor pela vida difícil que tem com abusos e segredos.
Ao longo dessa história o leitor vai percebendo como as pessoas mudam de acordo com o mundo em que vivem quando convivem com o ódio, a raiva, a violência e a uma obrigação imposta pela sociedade que é a maternidade.
Uma história bastante realista, cruel, dolorosa e igualmente triste. As personagens não tem nomes porque pode Lm ser quaisquer mulher nesse mundo. São mulheres que, muitas vezes, estão unidas pela dor e pelo abandono. O livro é pequeno e rápido de ler. Os capítulos são curtos. Esse livro aborda temas como abuso infantil, pensamento suicida e violência. A autora nos mostra a dificuldade de ser mulher em uma sociedade machista, enquanto negra e também de ser mãe solo. Aborda também como o machismo está enraizado em nossa cultura.