Resenhas - A filha primitiva

Ariane.Monteiro 01/05/2024

Impactante!
A Filha Primitiva conta a história de três mulheres: avó, mãe e filha, ligadas pela dor e abandono. Impossível não sentir na pele muitas das dores e sentimentos citados no decorrer da narrativa. Uma leitura forte e tocante!

Pollyanna Reis 08/02/2022

A FILHA PRIMITIVA
?Como dar amor e sentimento de pertença a um filho quando uma mãe não se sente pertencendo a lugar nenhum??

Em ?A Filha Primitiva? conhecemos três gerações de mulheres: vó, mãe e filha. A primeira é uma mulher humilde, agarrada a uma religião e que sonha com uma vida diferente para a filha. Essa por outro lado acabou de se tornar mãe solo, é professora de literatura, ama escrever e não consegue se livrar do desejo de saber quem é seu pai.

Atormenta a mãe dia e noite, querendo saber sobre sua origem, pois se sente incompleta, sente que precisa preencher as lacunas da sua vida. Sua mãe por outro lado, não deseja voltar ao passado, pois relembrar certos momentos pode ser muito doloroso.

Nossa narradora usa a escrita como válvula de escape e percebe que a chegada da ?menina? a fez engravidar de novas palavras.

??Agora me dei conta: a chegada da menina me engravidou de novas palavras. Fico pensando que escrever é um parto infinito.?

Aqui encontramos uma estória que não romantiza a maternidade, aqui a realidade é dolorosa, crua e muito necessária. E isso de alguma forma choca o leitor, pois não estamos acostumadas a ouvir a verdade. Entendam: ?nem toda mulher sonha em ser mãe.? E mesmo sonhando, nem tudo são flores.

Ao decorrer da leitura vamos conhecendo a história delas e sofrendo com todas as dificuldades e abusos que elas sofreram. A Filha Primitiva é uma obra impactante, que choca e que toca profundamente.

Você não consegue largar depois que inicia a leitura. Uma história dolorosa, inquietante e intensa, que te prende do início ao fim.

Essa leitura me fez refletir e me despertou tantos sentimentos, literalmente uma montanha-russa de emoções. São poucas páginas, mais que deixa grandes lições.

Avassalador! Uma experiência única!

??Não sei se quero que ela pare de mamar. Dar o peito é o único carinho que sei. O que vou fazer quando ela parar de mamar? Sem o peito, sem o leite, ainda vou ser mãe da menina??

?? Finalista da 6° Edição do Prêmio Kindle de Literatura.

Andressa79 19/06/2024

Muito real, duro de ler..
Essa história conta sobre uma mulher nordestina que não cresceu na presença do pai e tem uma relação difícil com sua mãe. Além disso, ela tem uma filha que não consegue gostar porque nunca quis ser mãe?
É uma história difícil mas totalmente verossímil, apontando a realidade de muitas mulheres no Brasil.
Vale muito a pena, eu amei

TineC 21/04/2023

Intenso
Há aaanos uma leitura não me prendia a ponto de ler numa sentada.

Linguagem fluída.
Capítulos curtíssimos dão excelente ritmo.
Tema forte, real, cru.
Mostra que maternidade nem sempre é naturalmente amor.
Os antagonistas são o machismo, a pobreza, o racismo e a pedofilia.

Jackie! 01/12/2023

Nem toda a verdade é bonita!
Nossa, que narrativa pesada! Foi angustiante, quase sufocante, acompanhar a história dessas duas mulheres. Mãe e filha, presas em segredos, cercadas de dedos apontadores... Nada muito longe da realidade de nós, não é mesmo?!

Quando a mãe finalmente "abre o jogo", eu tive que parar e respirar. Nunca é fácil ler o maior pesadelo de todas as mulheres, nem posso imaginar como é viver isso.

Vi muita gente apontando o fato da filha tratar o bebê tão mal, dizendo que não havia justificativa para aquilo... E realmente não tem! Simplesmente tem gente que não nasceu para ser mãe (ou mesmo filha).

Adriana Naves 11/01/2024

Vidas atravessadas pela violência
"O fio que tece essa história, que conduz a narrativa, entrecruza a trama avó, mãe e filha."

Lendo esse livro esse livro tive a mesma sensação que senti ao ler "Olhos d'água", da Conceição Evaristo, fiquei arrasada, entristecida, mas maravilhada com a escrita da Vanessa Passos. A forma como ela tece essa história sobre maternidade e que é atravessada pela violência que atravessa a vida da mãe e da avó te faz refletir muito. Nem sei como falar do que senti lendo. Espero ler mais, e mais obras da Vanessa Passos no futuro.

Janaina 08/07/2022

3 gerações. Avó, mãe e filha. 

A busca por suas raízes, por sua ancestralidade, faz a mãe colocar a avó contra a parede, para lhe dar o que ela julga ser seu por direito - um passado -, ao mesmo tempo em que ela tenta tapar este buraco construindo suas próprias histórias.

A avó reluta, quer proporcionar um futuro diferente à mãe, mas sem precisar remexer o passado. Ele dói.

O nascimento da filha (e neta) desestrutura ainda mais aquele núcleo já tão sofrido, desencadeia a escavação do passado, desconstrói a romantização da maternidade, acelera o processo criativo e vai proporcionando a cura das feridas que permitirá o rompimento do ciclo que se mostra necessário para o efetivo alcance de um futuro diferente. 

Uma leitura rápida, densa e impactante, da qual gostei muito.

Taci.Souza 06/01/2024

Forte, cru e real!
Um livro cru em sua narrativa e impactante em sua crueza, assombroso em seus detalhes e detalhado em sua construção. Exala e reflete a realidade de muitas mulheres, inúmeras filhas primitivas que vivenciam dia após dia, o que Vanessa Passos, através de uma escrita poética e envolvente, derrama nessas páginas.

A decisão de não dar nome às personagens femininas, contribuiu de maneira efetiva para que se estabeleça uma conexão mais íntima entre livro e leitor. Podemos reconhecer nessas personagens desconhecidas, muitas avós, mães e filhas que conhecemos; enxergar nessas mulheres sem nome, o reflexo de tantas outras e de nós mesmas.

Uma exposição de dores, tristezas, sofrimentos, sacrifícios, vulnerabilidade, risco, medo, raiva, fé, arrependimento, realizações e pequenas alegrias que se colocam no entremeio das contas desse rosário de vivências.

Gabriella.Thomaz 18/04/2023

Que livro intenso!
Ele é curtinho, li em um dia, mas é de uma força inexplicável.

Conta a história de três gerações de mulheres: filha, mãe e avó. Ambas personagens sem nomes, podendo representar qualquer pessoa real, com defeitos, traumas e inseguranças. Achei isso incrível e super diferente.

O livro aborda diversos assuntos pesados de maneira crua e direta. Fala sobre a sociedade machista, o preconceito, o racismo, a desigualdade social e a maternidade, que não é nem um pouco romantizada.

A escrita da autora é diferente e única. E os capítulos curtos tornam a leitura ainda mais fluida.

História forte e cruel, que nos faz refletir. É sobre dor, abandono, descrença.

Este é um livro para ser lido e sentido. É impactante, doloroso e realista.

Paula Santos 21/10/2023

Angustiante!
Incrível como em tão poucas páginas a autora conseguiu me fazer ter tantas emoções diferentes. Esse é aquele tipo de leitura que tem momentos que você fica tão perturbada que só quer jogar o livro em algum canto longe de você pra tentar fazer a angústia e desconforto sair do seu coração, mas é impossível. Então a única saída é voltar pra leitura e acompanhar as cenas dos próximos capítulos.
A personagem principal, que não tem nome diga-se de passagem, tem uma mágoa imensa por não conhecer sua origem já que sua mãe se nega veementemente a falar sobre seu pai. Ao passar dos anos essa mágoa se transforma em ódio e agressividade para com tudo e todos. Durante a leitura parece que eu estava em uma montanha russa de emoções porque apesar de toda empatia que senti pela personagem por sua dor de não saber quem é seu pai e pelos abusos que sofreu na infância, também senti muita raiva quando a via canalizar essa raiva não só pra sua genitora como pra sua filha, que não tinha nada a ver com a história. É angustiante também ver que apesar de todos o sofrimento que a personagem passa por não ter convivido com o pai ela acaba replicando, mesmo sem querer, o mesmo destino pra sua filha que também vai crescer sem conhecer o pai.
Parece que a história da mulher preta é pobre no Brasil está fadada a solidão.
O que mais me deixou angustiada é que se parar pra pensar da pra achar aqui mesmo nas minhas relações sociais pelo menos meia dúzia de histórias parecidas com a da nossa personagem sem nome.

inasantos 09/02/2022

A própria autora fala que "o nome pode dizer muito de quem é a pessoa, pelo menos ma literatura." E que tal ler um livro em que os personagens não tem nomes?
O livro fala sobre maternidade, mas além disso fala sobre pertencimento.
Indico para mulheres que são mãe. Indico para mulheres que não são. Indico para homens que tenham a cabeça aberta a vivência uma realidade que não lhe cabe pelo simples fato de ser homem.

Emilyn moretwopages 26/01/2022

Avassalador
O livro traz de uma forma sucinta a vida de três mulheres em diferentes períodos da vida, uma na velhice a qual é repleta de histórias, outra na vida adulta tentando encontrar suas histórias e por fim a de uma criança que ainda está construindo os seus primeiros parágrafos.

A obra já se inicia com diversos trechos marcantes, chamando a atenção do leitor a todo momento para o drama vivido entre essas mulheres, apontando a problemática da sexualização da mulher preta em uma sociedade machista e racista.

Um dos pontos que mais me tocou foi referente o que a falta de uma presença masculina na vidas dessas mulheres deixou, essa falta que não conseguimos tatear, muito menos enxergar, mas que amarga e mancham os nossos corações. A falta de um gesto carinhoso, de palavras amorosas, de conselhos e aprendizados que são transpassamos entre pais e filhas.

A não romantização da materinadade também está presente na obra, desmitificando o mito em que a mulher já nasce para ser mãe, as dificuldades ao desempenhar este novo papel, principalmente quando há ao redor da grávida um grande julgamento por ser mãe solo.

Filha primitiva traz verdades silenciadas e reflexões em cada trecho, uma leitura angustiante, porém necessária sobre três mulheres que foram negligenciadas pela vida e pela própria família. A autora instrui o leitor a escrever esta história junto a elas, tornando-se uma história única e real.

Um livro avassalador e merecedor da indicação ao prêmio kindle.

Dai Solyom 25/03/2024

Eternos primitivos
Leitura rápida, porém intensa.

Ainda precisamos evoluir muito como seres humanos.

A forma que tratamos o próximo deve ser aprimorada.

Um relato de traumas e a realidade cruel que muitas mulheres enfrentam diariamente.

Carolina.Souza 17/10/2021

que escrita!
que livro! a primeira coisa que mencionarei com certeza é a escrita da Vanessa Passos. a autora consegue nos tocar em cada frase porque parece que cada palavra está posicionada no lugar certo, sabe? e isso tornou a leitura uma experiência muito boa. outro ponto é como toda a trama foi apresentada, foi bem diferente do que eu estou habituada a ler e eu amei! os diálogos que se misturam com a narrativa e ao mesmo tempo fazem parte de um todo que compõe a vida das três mulheres apresentadas. parece que toda a história foi projetada para que nos sentíssemos íntimos da protagonista e em pelo menos um momento fosse possível experienciar o mesmo que ela. e o que contribui ainda mais para isso é que a nossa personagem principal e sua filha não tem nomes.
por fim, A filha primitiva é uma leitura para quem quer viver, pelo menos um pouco, a dor e o amor da maternidade, os conflitos que a acompanham e ainda as adversidades de ser mulher, mãe, avó e filha.

JMartini 18/04/2024

Filha primitiva
Esse livro deveria ser leitura obrigatória, ele narra uma história dura mas verdadeira do que é ser mãe, e mostra que nem sempre é a maravilha que todo mundo mostra.