Gabriela Teixeira 10/08/2021
Quer o meu coração Peregrinas? Eu te dou
Como começar a falar desse livro, né? Eu sou uma das pessoas que teve o privilégio de ver essa história ganhar forma e ver ?Peregrinas? finalmente ganhando o mundo é como ver um sobrinho crescer (eu imagino, porque não tenho um de verdade ?). Conheço a Laís tem pouco mais de um ano e ainda lembro quando ela começou a desenvolver essa história e esse mundo, entrei um pouco mais tarde no processo, durante a segunda betagem, mas posso dizer: o que chega, agora, em suas mãos é um diamante lapidado. Embora a essência seja a mesma, esse texto foi trabalhado a exaustão por por um time de pessoas para que chegasse a algo que estivesse a altura do que essa história pede. E conhecendo a Laís como eu conheço hoje, eu sei que ela só chamou os melhores pra isso.
Mas vamos falar sobre a história, certo? Eu sou APAIXONADA pelo universo e pela história de ?Peregrinas?. Ainda lá no começo, quando o livro estava em uma versão um pouco diferente da atual, eu falei para Laís que esse livro tinha potencial para ser GIGANTE, conquistar muita gente, e eu ainda sinto isso.
Temos duas protagonistas, embora os povs não se limitem a elas, Jout e Gaile. Duas pessoas que vem de realidades distintas e suas personalidades são muito diferentes. De um lado temos alguém que é a própria paz de espírito, tem um nível de paciência e amor que poucas pessoas no mundo são capazes de ter; e do outro temos a energia em pessoa, que não tem papas na língua (o apelido dela já diz por si só ?) e o pavio é bem curtinho. As nuances das duas são perfeitas para carregar o protagonismo e de longe são as duas personagens que mais são moldadas e criam novas formas no decorrer da história.
E temos os demais personagens que rondam o universo delas e fazem parte de suas peregrinações. Laís mostra nesse livro com louvor o que é desenvolvimento de personagem. Assim como a gente aprende em ?A Jornada do Escritor?, as personagens devem ser uma representação daquilo que somos: pessoas com camadas, que possuem forças e fraquezas, qualidades e defeitos. Afinal é dessa forma que captamos a atenção do leitor. E é exatamente o que temos aqui, personagens em uma situação extrema onde são testados o tempo todo e muitas vezes seus defeitos são postos em evidência mostrando aquilo que eles têm de mais mais humano.
A construção de mundo é um show a parte. O fato do livro ser uma peregrinação, nossos personagens estão se embrenhando nas entranhas de Tallautumn, temos a oportunidade de conhecer vários lugares, vemos como o lugar é dividido numa espécie de cidades-estado (e aquilo que acham que é a força deles, se mostra a maior fraqueza), conhecemos as paisagens naturais e aqui vale um adendo especial, porque a escrita da Laís que vai pra um lado mais poético, mais lírico, eleva a beleza das paisagens a outro patamar, e não tem como não se encantar por esse lugar.
Esse é um livro que vai tratar de questões delicadas e não nos poupa de mostrar o quão ruim o ser humano pode ser. Tanto que temos o aviso de gatilho na sinopse, mas vale dizer: tudo foi tratado com muita responsabilidade. Porque o objetivo aqui não é chocar, mas discutir.
Como uma verdadeiro fã de fantasia posso dizer que me senti muito bem servida, porque a história apresenta tudo o que se espera de uma fantasia épica. Guerra? Temos. Sistema de magia? TEMOS! Pano pra muita teoria? AH, temos demais! Não atoa eu e os outros betas passávamos algumas horinhas discutindo várias coisas. Então se preparem, porque Laís prometeu algo no mínimo épico e entregou demais ?
Sem mais delongas, eu acreditei nesse livro desse a primeira vez que o li e sigo acreditando, porque o que chega às mãos de vocês é uma obra completa, com tudo o que um fã de fantasia espera (e não espera, né? porque a gente gosta de ser surpreendido ?). E como eu sempre gosto de dizer: a nossa literatura está em boas mãos, ela seguirá firme e forte com pessoas, como a Laís, que continuarão a fortalecê-la.