Nilda.Maciell 15/01/2024
Ainda que seja uma sátira
Criei muita expectativa sobre essa leitura, pela sinopse e até mesmo a capa, que achei super! Apesar de abordar pontos importante na causa racial, não foi o melhor do gênero.
Ainda assim a uns pontos positivos que consigo enumerar:
A escrita é muito boa;
Relação das personagens negras com seu cabelo, que passa pela histórias da resistência , o podre, aceitação, auto estima, etc;
Os desafios da construção do seu lugar de respeito, reconhecimento e valorização no espaço de trabalho por Nella;
A reflexão sobre profundidade no controle no jogo que o sistema exercer sobre a minoria que acaba cedendo (as vezes até involuntariamente) para não perde seu "lugar ao sol".
Ainda que tudo seja uma grande sátira da autora(que me fez até entender, o suspense fantasioso do papel do cosmético).
Os pontos negativos se sobressaíram para mim, a ideia da história no geral é muito boa, construção da história poderia ser melhor. Nella como protagonista achei muito fraca, não porquê no final ela sede ao sistema, mas porque faltou um vigor mesmo na personagem, uma característica marcante. A narrativa faz tanta volta ao passado, para lembrar disso ou daquilo na vida dela, que fica parecendo que algum momento presente, vai despertar, essa característica de que ela é, que ela é a resistência, ou outra coisa, mas não. Na verdade (ao meu ver) ela não cede, mas já faz parte do próprio sistema, o " confroto" dela com Hazel, nem é pra ir de contra, pois toda as vezes que ela tem a oportunidade de lutar por algo, ela fica esperando as coisas acontecerem, ela não vai a luta, ainda que ela tenha uma amiga disposta ajudar ela, as vezes parece que Malayka é mais protagonista na luta que ela, ainda que de maneira mais afoita, Mal quer que haja um "conforto" pela causa e valores que acredita.
Nella sempre diz que Hazel está um passo frente dela, mas é como se ele estivesse estagnada, esperando as coisas acontecerem apenas. Outras questões negativas pra mim foram as descontinuação de personagem, o livro retrata o dia dia da editora Wagner, impossível seria falar de poucas pessoas, mas aqueles que mereciam um espaço a mais para os leitores entende de fato quem eram, como entraram em toda essa jogada , que fim tiveram, ficou a desejar.
Gostaria de saber como ficou Malayka no final do livro.
Acho que Owin também merecida uma exploração mais de seu personagem, da relação com Nella. Ele provavelmente nunca entenderia de fato como Nella se sentia, mas tive a impressão que ele era alguém que como Malayka gostaria de está lá pra ela, ela as vezes parecia tão insatisfeita por não namora um negro, e isso gerava a não confiança em parte.
Fiquei na expectativa que poderia ter uma sequência, mas um segundo livro não me faria gostar mais desse.