Lázara 19/01/2023
?(...) desde que a humanidade inventou o voto, inventou as eleições, nenhum trabalhador... repito, nenhum trabalhador, nenhum operário, em nenhum lugar do mundo... recebeu um milhão de votos, como aconteceu com você. Se permite a opinião de alguém mais velho e mais experiente, ouça o que estou dizendo: você não tem o direito de abandonar a política. Você não tem o direito de fazer isso com a classe trabalhadora.? Assim falou Fidel Castro para Lula em 1985.
Independentemente do espectro político que você ocupa, uma coisa tem de admitir: Lula é uma força da natureza ? incontornável e inevitável. Ao lado de nomes pomposos como Vargas e Kubitschek, na galeria dos maiores líderes da nossa história, estará lá, para sempre inscrito, também um Silva, de igual grandeza.
O primeiro volume da biografia de Lula não é necessariamente minha estreia como leitora de Fernando Morais. Eu o sigo nas redes sociais e após ler muitas de suas publicações, senti que já tinha alguma familiaridade com seu estilo. Mas nunca tinha lido uma obra inteira. E certamente essa não será a última.
Morais é o jornalista que encontrou o seu modo de contar histórias: ele é sério todo o tempo, porém, quando menos se espera, ele faz uma brincadeirinha, só para saber se você está lá, de verdade. E de alguma maneira, você sabe que ele sorriu quando fez ?aquele comentário? e você sorri também. E, como um cara da velha guarda, ele tem um vocabulário vastíssimo e domina a arte de sua utilização.
Enfim, recomendadíssimo, seja você quem for. Lula é seu contemporâneo e, de algum modo, a história dele é também a sua história: não se furte de conhecê-la.