Suíte Tóquio

Suíte Tóquio Giovana Madalosso




Resenhas - Suíte Tóquio


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Kio 04/07/2023

Tentando decidir o que é pior: sequestro por amor ou traição por falta dele.

"Eu só pari a Cora. Pra ser mãe, a pessoa tem que adotar o filho depois que ele nasce."

Oficialmente fã de literatura brasileira contemporânea. Que livro gostoso! Eu realmente me surpreendi com a fluidez desse texto. Ficção do jeitinho que eu gosto, bem perto da realidade.

Essa é a leitura do mês de setembro do Leia Mulheres Paris. E como podem ver, eu não consegui me conter! O que mais gostei, e me fez ler rapidinho, foi a narrativa em primeira pessoa. O português do Brasil do jeito que a gente fala.

Uma estória bem brasileira, sobre a típica relação entre empregados domésticos, nesse caso uma babá, e a patroa. A autora conseguiu diferenciar muito bem cada uma. Fica fácil perceber as diferenças sociais e tudo. Por isso é um livro forte, daqueles que dá pano para manga de uma bela discussão.

Os capítulos são curtos, intercalados entre a babá e a patroa. Não é um texto linear, tem história dentro da estória. O final aberto é perfeito, combina muito com livro como um todo. Além disso, adorei a explicação para o título.

Sem dúvidas um dos melhores que li esse livro. Giovana Madalosso criou uma narrativa repleta de comentários perspicazes, com acidez e também doçura. A ideia em si já é genial. Passa todo um filme na cabeça. Inclusive tem umas cenas realmente cómicas a ponto de me fazer rir sozinho no metrô que nem um leso.

Deixo a dica para quem esnoba da literatura brasileira, principalmente sem conhecer. Esse romance é show!

Ano: 2020 / Páginas: 196
Idioma: português
Editora: Todavia

SINOPSE

De um lado, temos Maju, uma babá, indistinta no seu dia-a-dia do «exército branco» de outras babás que cuidam dos filhos dos patrões de classe alta. Do outro, temos Fernanda, a mãe, a empresária de sucesso. E o meio, além de Cora, a menina que Maju decide raptar e que Fernanda demora a perceber que desapareceu, temos luta de classes, crises pessoais, ternura, medo, busca de redenção e duas vozes femininas que se confrontam e se completam num romance trágico-cómico sempre em movimento.

CITAÇÕES

"Estou raptando uma criança. Tento afastar esse pensamento, mas ele persiste enquanto descemos pelo elevador, cumprimentamos o Chico, saímos pelo portão."

“Levo comigo a Cora, um maço de dinheiro e cinco próteses dentárias. Todo resto é memória, é tudo que temos, mas ao mesmo tempo não é nada. Memória é um filho que já nasce morto. E se decompõe.”

"Para compensar, transformei aquele quarto de empregada num lugar claro, descolado e dotado de amenidades como tevê e frigobar, um quarto que poderia muito bem ser a suíte de um hotel japonês. E por isso, e para me sentir menos escravocrata, batizei o cômodo de Suíte Tóquio."

"Maju, por que meus olhos são tão pequenos e eu vejo um mundo tão grande?"

"Talvez paixões sejam avalassadoras também por isso, porque se apaixonar por outro é se apaixonar por uma nova possibilidade de si mesmo"

"Não seria bom se a gente pudesse fazer isso, desligar com uma máquina desliga? Viveríamos um pouco e voltaríamos a viver quando doesse menos"
"Eu só pari a Cora. Para ser mãe, a pessoa tem que adotar um filho depois que nasce"

"Pobre só tem direito à fantasia durante o sono"

"Nó bem dado pelo capitalismo: ao realizar um desejo de compra, você é reforça a sensação de dependência do seu trabalho"

"Talvez paixões sejam avassaladoras porque apaixonar-se pelo outro é apaixonar por uma nova possibilidade de si mesmo"

“Um desejo que toda mãe já sentiu, de que o filho desapareça. Morra por alguns segundos”

“Deus é o amor com barba comprida, por fim disse”

“Ela tinha deixado a filha no cantinho da vida, e lá no cantinho da vida tinha eu”

“Quem larga um sapato não tem mais esperança de nada”

“O corpo mostrando quem é que manda. Quem já passou fome e frio sabe o poder do corpo”


“ilusão de que a vida segue uma trajetória, de que tudo vai dar certo em algum momento. De que percebendo isso, podemos inclusive tomar as rédeas para chegar mais rápido ao grand finale. Até que um dia percebo que não tenho controle de nada. Pior, que nem existe trajetória”

“Olha pra mim, mãe”

“Não acho que sejamos incompletos, somos inteiros ainda que precários”

“A típica relação mãe e filha, uma reclamando da outra, se frustrando com a outra, às vezes sentindo inveja da outra. E apesar de tudo, juntas. Os relacionamentos amorosos vão, a lua de mel com o filho homem esfria, mas mãe e filha seguem enganchadas, trocando farpas até o último suspiro, na relação mais difícil, mas talvez mais bonita de todas?”

"Um livro sobre maternidade, o lado belo e o lado compulsório, o idealizado e o real. Com humor e ternura, a autora descreve duas viagens de descoberta da verdade, seja ela interna ou externa"

“Como alguém me disse uma vez, a fome vem ao comer. Quem sabe o amor também venha ao amar”

"Até a hora que o amor também deu de faltar, porque quando eu chegava em casa no domingo era tarde, já não tinha mais feira nem peixe pra descamar juntos, já não tinha mais um dia todo para o Lauro se alegrar com cerveja e me tirar pra dançar, e assim devagar fomos ficando cada vez mais longe, como se a mesa da cozinha em que a gente jantava fosse crescendo no meio de nós, metros e metros de tampo no meio de nós, até que a gente não se ouvia mais direito, não se entendia mais como antes"

"Claro que o sexo não era de acordar os vizinhos. Ainda mais depois que Cora nasceu. Acontece com todas as mães, como sentir tesão quando você deixou de ser um indivíduo?"

"Uma hora todo mundo acaba se ajoelhando perante a própria carcaça"

"Lembro de ter planejado esses gavetões, de ter etiquetado: bonecas, instrumentos (...) Um plano talhado ao fracasso. Crianças juntam cacarecos demais, babás não têm tempo para diferenciar um quebra-cabeça de um tangram, mães menos ainda, não há nada mais distante da vida do que a idealização da vida"

"Toda vez que abrimos uma porta não temos controle do que vem na nossa direção"
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Lendo no mato 13/07/2021

Relatos do Brasil ?????
Primeiramente, que livro gostoso de ler! ? Que leitura fácil, dinâmica. E o melhor, com temas contemporâneos e tratados de maneira primorosa. Não conhecia a autora e agora estou instigado a ler mais coisas dela.

Suíte Tóquio fala da vida de duas mulheres. Mulheres vivendo debaixo do mesmo teto e completamente opostas. Uma relação tão comum em nosso cotidiano, a relação entre patroa e empregada/babá.

A patroa, Fernanda, uma produtora bem sucedida, com o casamento se esvaindo, descobrindo o amor por outra mulher e que, por último, tem uma filha, Cora de 4 anos. Já Maju, a empregada/babá, é mais um caso de uma pessoa que foi levada, até obrigada, a tentar a sorte na cidade grande e somente conseguiu trabalhos como empregada ou babá.

Até que Maju sequestra Cora!
E isso não é spoiler, isso tá no primeiro parágrafo do livro. Que gancho, não?! ?

Depois disso a gente vai descobrindo mais da vida dessas duas mulheres. É bem legal ir acompanhando e desvendando como as coisas chegaram a esse ponto. Um sequestro. Algo tão radical.

Nesse percurso, nesse relato dessas duas vidas, vamos passando por diversos temas mais do que contemporâneos como racismo estrutural e velado, diferenças entre classes sociais, banalização da escravidão moderna, novos amores, maternidade, casamento, feminismo, machismo?enfim, deve ter mais coisas que não me lembro.

A leitura de Suíte Tóquio (título que tem uma explicação SENSACIONAL) me lembrou muito O avesso da pele, do Jeferson Tenório, apesar de não focar-se tanto no racismo.

Livro muito bom.
Recomendo, e muito.
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Talita 08/08/2021

Leitura leve
É um livro de leitura leve e fluida. Como eu estava
procurando uma leitura que exigisse pouco ou quase nada de mim, esta caiu como uma luva.
Confesso que esperava mais do final, mas, ainda assim, recomendo a leitura.
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Erica.Barone 07/11/2023

O livro é bem envolvente e consegue transmitir a enorme solidão das duas narradoras, Maju e Fernanda. Ambas, de classes sociais e crenças diversas, metem os pés pelas mãos, sem saber o que estão fazendo da vida. Um livro triste, com momentos até engraçados, e final apaziguador.
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Louis, o Bardo 05/12/2022

Um dos primeiros que peguei na biblioteca
Quando comecei a desenvolver o hábito de frequentar a biblioteca, na metade desse ano, esse livro foi o 2° que peguei de lá pois, como era recém-lançado, estava em exposição, e acabei me interessando.
A forma que é contada a história, com perspectivas intercaladas entre as duas protagonistas a cada capítulo, é perceptivelmente diferente uma da outra ? o que dá um toque de realismo por se tratar de pessoas diferentes.
Adorei dar boas risadas com a forma humana e sincera que são contadas desse livro, mesmo com os acontecimentos sendo deveras assustadores.
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andrealog 13/10/2021

Tudo muito real e muito assustador
A autora nos conta uma história que vamos reconhecendo em diversos cotidianos ao nosso lado, qual o papel da mulher, mãe, profissional. Porque tantos papéis sempre nos levam ao tá faltando algo aqui, a culpa eterna das mulheres, o amor simples que só uma criança pode expressar
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Lú Ribeiro 29/03/2022

Um retrato da Sociedade moderna
Um livro que fala dessa vida caótica da Sociedade moderna. Fala de tudo aquilo que temos que lidar no dia a dia. Como trabalho, casamento, família, filhos, ansiolíticos, sexo Capitalismo, amor e etc.
Além da narrativa, bem diferenciada.
Muito bom.
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Vitoria 17/12/2021

Maju e Fernanda têm quase nada em comum. O que as aproxima é o fato de estarem ambas perdidas. E Cora, a filha de Fernanda que Maju acaba de roubar.

Durante a leitura, alternei a torcida por ambas. Me senti tocada pelos dilemas de uma e de outra. Desejei que, entre tantos abismos, cada uma construísse suas pontes.
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Lívia 15/02/2024

Viciante!
Aquele livro que você fica instigado da primeira até a última página! Eu gostei demais, achei a história muito original e cheia de detalhes muito ricos, uma escrita deliciosa!
Ao longo da narrativa você se afeiçoa cada vez mais a Cora, a criança vítima de tudo, que foi sequestrada pela babá; no início confesso que julguei horrores a Fernanda, mãe biológica, que sempre agiu com negligência na maternidade, preferindo a companhia de sua amante, do que acompanhar a filha em um evento escolar, porém, se você utilizar uma visão psicológica você nota que muito das suas atitudes são frutos de traumas familiares, bem freudiano, e infelicidade matrimonial. E Maju, a babá ?criminosa?, mesmo que errada, não deixa de ser mãe da Cora, quem ela cuidou e criou com muito amor.
O que mais me tocou profundamente foi a situação de Maju e a questão da luta de classes dentro da sua vida, em que ela tem de renunciar a um amor, a maternidade, para continuar sobrevivendo dentro do capitalismo.
Além de todo esse drama, a narrativa ainda conta com um casal de amantes sáficas, doses de religião e misticismo, e também, certa animalidade nas relações.
Uma leitura viciante pra dar ainda mais valor na literatura contemporâneo brasileira!
Melissa685 15/02/2024minha estante
Palavras perfeitas! Suas resenhas me fazem ter vontade de ler todos os livros!




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Jéssika 19/06/2022

Resenha
Resenha Suíte Tóquio

É um livro sobre maternidade, com duas protagonistas. Maju é a babá que cuida muito bem de Cora. Fernanda, a mãe, uma executiva, que vive uma paixão por outra mulher e quase não tem tempo para a filha.
De um lado, acompanhamos Maju, a babá, uma entre muitas do ?exército branco?, uma mulher humilde com o desejo de ser mãe. Do outro, Fernanda, essa sim a mãe em questão, uma mulher de negócios, mega ocupada.
Maju é a responsável por cuidar de Cora, filha de Fernanda, enquanto a segunda trabalha. Seus dias são dedicados à pequena e todas as atividades que compõem a rotina de uma criança de classe alta.
Maju sequestra Cora e tem início um roteiro de confusões e momentos engraçados.
Inicialmente, o sumiço da criança e da babá é visto como algo trivial pela mãe, uma simples viagem ao sítio ou imprevisto na rua. Mas conforme o tempo passa e as duas não retornam, despertam em Fernanda seus maiores medos e falhas, afinal sua filha e seu casamento ocupam um lugar secundário na sua vida.
O tempo escolhido para a babá Maju é o presente: ao lado dela, passamos a duração do rapto. Já para a mãe, Fernanda, o tempo é o da memória: ela nos conta uma história amorosa paralela ao casamento.
A distância socioeconômica entre as duas personagens é uma nítida crítica que a autora faz à nossa sociedade. Um exemplo é que Fernanda acredita que a suíte q fez para Maju é altamente descolada. É ela quem a nomeia de Suíte Tóquio. Mas para Maju é apenas um ?casulo?. E mais para o final Fernanda vê sua árvore de Natal guardada no armário de Maju?
No livro, podemos observar o protagonismo feminino, que são duas vozes muito distintas, diferentes na fala, nos gestos, nos gostos, nos pensamentos. E a história evolui misturando a autenticidade dessas personagens em busca de um algo a mais na vida. Nas duas histórias, vemos um período de fuga.
Um livro para rir, viajar e se emocionar. Leve e ao mesmo tempo profundo, traz críticas e reflexões importantes e poderosas.
?
"Eu só pari a Cora. Pra ser mãe, a pessoa tem que adotar o filho depois que ele nasce...? (Fernanda)

?Ela tinha deixado a Cora no cantinho da vida, e lá no cantinho da vida tinha eu?, Maju.

O livro não oferece uma solução ? algo que, na cena final, fica claro ?, mas reforça estereótipos e faz prevalecer a lei do mais forte.
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jdelisiario 01/11/2022

Suíte Tóquio
Literatura nacional de grande qualidade.

Nessa obra, encontramos principalmente as histórias de Cora, Fernanda, Cacá e Maju.

Alternando os capítulos entre Maju e Fernanda, vemos a vida de uma família se desdobrar aos nossos olhos.

Maju, a babá, humilde demais que no final das contas a gente torce para voltar em paz.

Fernanda em suas descobertas e crises. Cacá meio perdido em tudo isso.

Gostei muito! Leitura fluida, rápida e que instiga a curiosidade!

#leituraTerapia
#literaturaNacional
#desafiobookster2022
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Estante.Naiara 11/01/2022minha estante
Oun! Tive tb essas sensações!
Maju merece ser mto feliz, Fernanda tb! Até me divertir em alguns momentos, parece um monte de presepada mas tem um fundinho sério em cada atitude delas.
Amei o livro, amiga! O tipo de leitura que eu gosto!


Alice Nunes 11/01/2022minha estante
Tb ameeeei! Queria saber mais delas!




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bela 02/04/2024

Se eu soubesse que teria partes sensíveis, não teria lido. Não sei que necessidade é essa de inserir sofrimento animal.
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