Rafa 02/05/2022
Água com açúcar: fofo mas sem reviravoltas.
Uma história beeeem água com açúcar, de esquentar o coração - mas que pecou em deixar muita coisa com potencial pra trás.
Quero deixar bem claro: eu gostei do livro. Bastante, até. Toda a questão da viagem, de ser uma octagenaria em uma missão de redenção - o livro todo é sobre redenção! -, a questão ambiental, além de ter essa questão toda de "o que fiz da minha vida" e, claro: o diário. A profundidade que o diário traz é de uma doçura imensa. Foi ali que a história engatou. A tragédia sobre mãe/filho é muito forte ali, e funciona incrivelmente bem na hora de explicar os personagens. A narrativa principal é bem amarrada!
O problema é que a história meio que "para" ali. Os diários perdem relevância do nada - porque ela para de escrever e a "grande revelação" do que rolou depois dele tem, tipo, meia página só ?, o "grande momento em que a Verônica chora" tem - te juro - 1 parágrafo, a situação toda em que ela quase morre sozinha tem pouco mais de 2 parágrafos também... acontecimentos extremamente relevantes pra trama que não são aprofundados at all. Fiquei triste porque o potencial tava ali, tudo bem construído, na cara do gol... pra bater na trave.
O mesmo foi pra Terry - que é citada várias vezes como homem, e, inclusive, dá várias dicas de que "vai ver é isso mesmo" - e que, depois, simplesmente se apaixona, da 2 beijinhos e é isso. Eu passei o livro inteiro esperando uma reviravolta em que ela seria um cara trans se descobrindo ali com a Verônica pra dar um tchan secundário na história, sabe? O gancho tava ali!
Enfim. Gostei da história, foi bom pra passar o tempo e tal. Mas perdeu vários ganchos que a própria história deu ? vale a pena ler porque é fofinho rs