Resenhas - Os Abismos

esty 18/09/2023

Os meus abismos
esse livro me fez voltar para quando eu ainda era nova no meio da leitura e não sabia o que gostava de ler, então tudo muito nacional ou muito formatado como "antigo" me chamava a atenção. me fez lembrar dos livros que minha mãe tinha sobre um calhambeque que nunca acabei de ler e me fez pensar sobre os abismos dos meus pais e seus mortos de forma respectiva. é um livro intenso, lindo, li em dois dias e fiquei pensando sobre desde que terminei. é uma narrativa forte, nos deixa chocados, nos deixa embasbacados e nos faz desejar viver como/com/no âmago da claudia, que é a personagem que é o livro. claudia sente, vê, pressente, imagina, faz, vive e através dela nós também vivemos, eu partivularmente revivi cada segundo do casamento dos meus pais até sua caída, valeu a pena cada palavra, cada segundo lendo. recomendarei para todos que cruzarem meu caminho.

julianii 18/09/2023

Gostei mais de A cachorra e talvez tivesse dado uma nota maior para Os abismos se não fosse por isso. Gosto da escrita, a narração feita por Claudia deixa bem interessante. Esperava algo a mais porém achei bom de qualquer forma. É um livro mais cotidiano então não há grandes acontecimentos, ao mesmo tempo que a história contada se faz interessante por si só.

happymoon 17/09/2023

É bom e não é bom
Eu gostei muito de começar a ler esse livro. Gostei da construção dos personagens e dos pontos de vista peculiares que a criança que narra essa história tem, mas ao terminar sobrou apenas uma vida cotidiana bem banal, que poderia ser a minha família, a sua, de uma amiga. Não há grandes aprendizados tampouco grandes reviravoltas (mas a autora joga umas coisas no ar que te fazem esperar por grandes acontecimentos).

Recomendo a leitura? Não. Talvez seja melhor se dedicar a outro livro da autora.

mariana 17/09/2023

É um livro de escrita sensível, madura e ao mesmo tempo muito fácil de se conectar. Não è uma história de plot twist nem altas reviravoltas, mas o fato de ser narrado por uma criança e a gente conseguir entender os pensamentos de uma criança mesmo, sem estar muito "adulta", é uma sensação maravilhosa para um livro bom.
O final foi confuso? Sim! Mas acredito que eu seja burrinha demais para tal profundidade

Outra coisa é que estou tentando ler mais literatura latino americana e esse é um ótimo começo, com a visão da Colômbia ??

Renata1004 17/09/2023

Sensível. Tocante. Doloroso.
O livro é narrado por Claudia, uma criança que se percebe entre abismos por problemas de seus pais. Os relatos são dessa pequena menina que pouco sabia o que estava realmente acontecendo entre eles, e com os adultos e infortúnios a sua volta.

Se trata de uma história de imperfeições. Os personagens carregam muitas dores que refletem em suas atitudes durante a leitura. Acho que o mais doloroso foi ver Claudia descobrindo tudo isso e percebendo, a sua forma, seus pais como pessoais normais com problemas reais, traumas, desejos, infelicidades e tudo o que uma pessoa pode ou não ser. Foi-se enterrando, em partes, uma infância mágica.

A escrita é singela e incrível, achei linda! Me senti uma criança em muitas partes e lembrei das conversas ?bobas?, de histórias de conto de fadas, de tudo que é inventado para que as coisas pareçam mais belas quando somos pequenas pessoas.

Os Abismos é mais um bom livro de Pilar Quintana que leio. Eu recomendaria com certeza, mas com a permissão de se transportar para uma mente infantil que está vendo suas certezas ruírem sem nem saber o que isso significa. Ou seria apenas um mergulho no desconhecido caminho que se chama a vida adulta?

annikav.a 14/09/2023

Paulina se jogou sozinha
Esse livro parece existir num limbo; naturalmente, num abismo. A razão de ser dele, ao meu ver, é estabelecer um diálogo dúbio sobre os abismos que se instalam nas pessoas, como os traumas podem se formar ao longo dos anos, com cada situação acumulando uma erosão maior e maior num ser que, se não nasce bom, pelo menos não nasce mal. É essencialmente uma história de perda da inocência e da esperança, inseparavelmente ligada à condição de existência doente das mulheres, mães e filhas e tias e primas e vizinhas e amigas, numa sociedade profundamente patriarcal.
O final, apesar de controverso, foi o fechamento perfeito para Claudia, o "ponto de não- retorno", ela tendo empurrado a mãe ou não. Ao todo, Pilar Quintana construiu um livro para se ler com a mente aberta, sem esperar reviravoltas ou um plot em si, mas embarcando em memórias desagradáveis e "aproveitar" o clima pesado da história para pensar bastante.

Isaac 13/09/2023

Esperava mais
O início é confuso, e no final parece que você está no início. Personagens interessantes mas sem propósito, a abordagem da depressão é boa mas poderia ser melhor aproveitada se a narrativa confusa não prejudicasse a condução da história. Vindo de um livro tão bom e intrigante como A Cachorra esperava mais desse.

João 12/09/2023

Os abismos que existem na nossa relação com nossos pais
Esse é um livro extremamente tocante e simples ao narrar o cotidiano de uma família, mas principalmente focado na relação das duas Cláudias mãe e filha e das dificuldades em se colocar nos seus devidos papéis. O peso do não dito, do não feito, do não vivido.
Mas também, o quanto A Cláudia filha e narradora da história, carrega o peso não só de sua relação com a mãe, mas também da relação da mãe com a mãe dela.
E quantos de nós, até hoje, não estamos enfrentando esses mesmos fantasmas na relação com nossos pais? Fantasmas que os assombraram enquanto crianças e voltam cobrando o pedágio em nossas relações.

"Sorriu. Era um sorriso de órfão. Um de verdade. Não como a minha mãe, que, quando criança, sem ser, tinha se sentido assim"

Um livro rápido de ser lido, do cotidiano de uma família e das dificuldades de conseguir ser para os filhos aquilo que não puderam ter de seus pais.

Scheila.Lais 09/09/2023

Livro que trás a perspectiva de uma criança sobre "Os abismos" da vida adulta. Um livro com leitura envolvente, e muito triste ao mesmo tempo. Se passa na Colombia, amei a ambientação

Tai 08/09/2023

Abismos
Cláudia e Cláudia, mãe e filha e uma relação de altos e baixos (ou então de abismos), estando também nessa relação o pai Jorge

Nada mais são os abismos do que nossas quebra da inocência diante a vida

Esse é o tema da história, narrada por Cláudia (filha) de 8 anos

Confesso que não fui tocada pela história como imaginei que seria devido ao tema e nem não criei vínculos com as personagens, não será uma história memorável

Josy 04/09/2023

Sobre abismos e ipês
Este é o livro mais recente da autora colombiana Pilar Quintana. Nele, acompanhamos o olhar de Cláudia, no auge de seus oito anos, ainda ingênua pra achar que as plantas de sua casa formam uma selva, mas já capaz de perceber tantas nuances e complexidades nos adultos que a cercam.

A história se passa em Cali, na Colômbia, e é interessantíssimo ver o quanto nossa própria cultura brasileira está refletida no restante da América do Sul, os costumes, as comidas mencionadas, a rotina da família de Cláudia se assemelham a rotina de tantas pessoas que conhecemos, vemos na tv e a minha própria; Ler esse livro foi como estar conversando com uma amiga, ou lendo seu diário, em alguns momentos, parecia que estava revisitando momentos da minha própria história, porque assim como a protagonista, eu também fui uma criança solitária que na maior parte do tempo orbitava por adultos indisponíveis.

A descrição dos cenários, a beleza e a violência da natureza, dos despenhadeiros, dos abismos literais e também os metafóricos constroem uma narrativa firme e envolvente, a criança nos apresenta seu mundo e sua ótica, seus medos, as injustiças que sofre e detalha a relação com uma mãe que falha muito com ela porque está sempre envolvida e imersa em seus próprios problemas - seus abismos. O livro traz ainda discussões importantes sobre maternidade, pressão social, anseios conjugais, saúde mental e é tudo tão sutil que parece mesmo que estamos em uma conversa casual com um conhecido.

Esta foi uma leitura maravilhosa e marcante. Recomendo Os Abismos pra quem se interessa pela América latina e também pra quem busca (re) conhecer seus próprios abismos.

"Dei um passo. Eles me notaram e se viraram para mim. Minha mãe jogada na cama e meu pai com olhos de pedra. Ele andou até a porta e a fechou com força. Os gritos cessaram. Agora não se ouvia nada. Só o silêncio. Só o abismo daquele silêncio."

ludmilla_morais 02/09/2023

Sensível e do cotidiano
Um livro sensível, que conta memórias de Claudia, filha de uma mulher também chamada Cláudia, quando ela tinha uns 9 anos. Não me lembro se no livro é dito a idade, mas pelo ano escolar acredito que seja por volta dos 9 anos.

Me identifico com a Claudia filha. Preocupação com assuntos dos pais, sempre atenta aos assuntos dos adultos, e sempre esperando que aconteçam as piores coisas com sua família.

É um livro para curtir a história e que podemos captar algo no meio da história. Não é um livro de reviravoltas. Gostei da leitura. Leitura leve e fluida.

E talvez tenha sido um livro sensível pra mim porque me identifiquei com a filha Claudia.

Lu 31/08/2023

Abismos
Os terrores psicológicos femininos são muito abordados nesse romance, porém no lugar de uma mulher adulta, a autora nos trás uma menina de mais ou menos 8 anos. Ela se vê as voltas de uma série de dramas femininos, e se vê como qualquer criança que cresce em uma família disfuncional de mãos atadas tentando solucionar os problemas dos adultos a sua volta, mas se vendo toda hora diante da sua própria impotência. A menina se chama Cláudia, desde pequena ela sente-se fascinada pelas ideias de abismos,alturas,precipícios.

Uma das primeiras lembranças de Cláudia, é um sentimento de fascinação pela vista que se tinha da sacada da casa dela. Ela morava em um apartamento de classe média alta, que tinham dois andares. Ela já abre a história dizendo que desde que ela era pequena, ela já era fascinada por aquela altura, aquele cânion que já existia na sua própria casa. Conforme a história passa, em muitas outras ocasiões a menina vai ser confrontada com essas imagens de abismos.


Não é atoa que o livro se chama ?Os abismos?, essa imagem de abismo, de imensidão e principalmente de quedas aparece muito, é o principal símbolo que a autora explora na narrativa. E esses abismos acabam sendo usados como uma espécie de metáforas para as profundezas psicológicas das personagens. Principalmente das personagens femininas. A mãe de Cláudia, vive vários problemas e sempre relacionado a depressão. A menina vai ficar o tempo todo ali refém de uma mãe que não cuida dela porque está ela própria doente, e com medo de que a mãe afunde nos seus próprios abismos.

mestrefranca 28/08/2023

Da Colômbia para o mundo.
Meu primeiro contato com a autora foi muito bom. O livro é bem escrito, e a história é muito boa também. As relações dos personagens foram trabalhadas com uma maestria.... Senti o abismo mesmo! Fora que a narração é excelente, e podemos ver todo o amadurecimento da Cláudia (filha)! Muito bom.

Laris 22/08/2023

Que livro impactante do início ao fim, deixa um abismo na gente. a autora fez de uma forma tão fenomenal que apenas pelos nomes das personagens vemos a relação de mãe e filha que compõe toda a narrativa: uma mãe morta e uma mãe viva, mas ambas em uma selva que sufoca as próprias filhas.