Caderno proibido

Caderno proibido Alba de Céspedes




Resenhas - Caderno proibido


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Dida 24/02/2024

Esse livro estava na lista de 2023 do Leia Mulheres Natal, mas li apenas algumas páginas e o abandonei, como fiz com alguns outros no mesmo ano.
Eu adoro livros-diários, ou diários reais de autores que gosto, então eu sabia que essa leitura seria agradável. Para minha surpresa, não foi tanto. O livro em si é incrível, a escrita da autora é fluida e ótima, mas os temas que acabam vindo a medida que lemos sobre a vida de Valéria são dolorosos, a gente se identifica e sente raiva da vida que ela leva que se assemelha a tantas de nós. Em alguns momentos você sente raiva da personagem, mas percebe depois que, assim como ela, também nós relutamos diante de ideias novas e de gente parecida conosco mas que tem coragem de fazer o que queremos e não fazemos, assim como Valéria em relação à sua filha Mirella. É terrível notar o apagamento que a personagem sofre a medida que ela nos descreve sua vida, a sensação que tive é de que ela nunca viveu plenamente sua vida, que não se conhece, que foi apenas mudando de condições que a prendiam em pequenos mundos onde ela sempre tinha que agir de acordo com quem a rodeava, e estar sempre colocando as necessidades alheias à frente das dela mesma: primeiro na condição de filha, depois de esposa e enfim, de mãe, mesmo com os filhos adultos. Ela está sempre envolta num sentimento de culpa, por menor que seja o que ela faça. A sensação de claustrofobia está sempre presente, ela nunca tem tempo ou espaço para si, está sempre se doando e sendo atropelada pelas necessidades ou julgamentos dos outros.
É um livro que sem dúvida nos faz refletir sobre nossa condição de mulheres e sobre a carga (social, psíquica, física, etc) que recai apenas sobre nós desde sempre.
Denise.Dantas 04/03/2024minha estante
O que mais me incomodava era quando o marido e os filhos riam quando ela falava de si. Ou tomavam decisões por ela, sem nem perguntarem pelo menos o que ela achava... Angustiante a leitura para nós mulheres!


Dida 09/03/2024minha estante
Sem dúvida angustiante e muito real!!!!




andrealog 10/10/2022

Os segredos de todas as mães
Quem inventou que a maternidade nos apaga? Em que momento da humanidade alguém resolveu que ao ter filhos nos tornamos mães do mundo, inclusive dos maridos, irmãos, sogros e pais? A protagonista do romance, como muitas mulheres, encontra num caderno o instrumento de sua resistência em insistir em existir como indivíduo e não apenas ? a mãe?. Adorável, tocante e instigante
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Giully 27/07/2023

Um diário é um autorretrato, sendo responsável somente pela perspectiva daquele que o produz. "caderno proibido" é um autorretrato de Valeria, uma mulher italiana no período pós-guerra, levando uma vida normal, com seu marido e dois filhos jovens, com metade de sua idade.
o diário de Valeria é uma imagem que, na época, não correspondia à imagem da mulher, sempre retratada como serviçal dos interesses alheios, cuidadora e provedora do conforto familiar, sem interesses próprios, necessidades e prioridades que não fossem as da família. Valeria, sendo uma mulher normal, possui problemas, angústias e desejos que sente não poder manifestar, pois difere do que é esperado dela tanto pelo seu núcleo próximo, quanto pela sociedade em geral. coisas que atualmente são normais, todos conhecemos, mas que mesmo assim, ainda não são tratadas com a seriedade devida.
os embates entre maternidade e mudança geracional fazem parte do cotidiano de Valeria, que contempla as diferenças da vida da filha aos 20 anos com a sua, quando tinha a mesma idade, além do comportamento do filho mais velho, conservador, que difere bastante do da irmã. tais diferenças possuem reflexos imediatos e confusos na perspectiva da mãe, que encontra-se dividida entre as tradições e as portas que se abrem, minimamente, nesse novo mundo para as mulheres.
como corresponder às expectativas insuperáveis de ser uma mulher nos anos 50, enquanto é preciso aceitar as novas perspectivas do novo tempo, acompanhar a mudança do mundo e ser o que todos precisam? tudo isso, enquanto, ao escrever um diário, descobrem-se coisas novas sobre si. como aguentar a responsabilidade pela existência de outras pessoas enquanto descobre a sua própria?
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Juliana 08/03/2024

Favoritei
Elena Ferrante realmente bebeu muito desta fonte. Fico tão triste quando um livro como esse termina :(

Valéria começou a escrever e entrou numa autodescoberta. Vivia no modo automático, sem profundos questionamentos, antes do diário. Mas com a escrita vieram as reflexões, muitas reflexões.
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Ingrid Bays 08/06/2024

Escrevo, logo existo
A escrita mantém Valéria viva, de muitas maneiras. A escrita a salva (ou a condena?) a sua realidade - que é culturalmente imposta. Valéria resiste por meio das palavras que avassalam seu caderno proibido.

Eu me senti gritando nas folhas com a Valéria.

Onde cabemos diante de tantas atribuições que nos são impostas?
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Bárbara 04/07/2023

A sufocante realidade feminina
Fiquei num sentimento dividido entre gostar ou não do livro. A descrição da vida de uma mulher sufocada pela família é muito fácil de gerar identificação, mas senti falta de algo que não sei dizer o que é. Me deixou muitas dúvidas.
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Mare25 06/06/2024

?Uma das elementares obras do século XX, da autora ítalo-cubana (que inspirou Elena Ferrante) na qual o leitor acompanha o que Valeria Cossati - mulher de classe média, 43 anos - escreve em seu diário durante seis meses de sua vida.
?Por meio desse registro ela perscruta sua vida corriqueira e enfadonha, na medida em que pondera sobre o casamento com Michelle, a relação e convivência com os pais, a maternidade, as amizades, o emprego e, especialmente, a conjuntura do mundo feminino nos anos 1950, permeada por condições históricas e impasses na sociedade.
?Ao longo da narrativa, a escritora exibe temáticas modernas, disseminando os reveses 'ainda' defrontados pela mulher para cumprir seus compromissos: filha, esposa, mãe, amiga, profissional e firmar sua identidade.
?Leitura aliciante e impetuosa que me deixou impressionada, originando um aglomerado de sentimentos concomitantes de: desagrado, fúria, ternura, aflição, remorso, mágoa, frustração, dentre outras sensações.
?Amei ler esse romance escrito numa linguagem primorosa e óbvia e muito mais no tocante à opulência da escrita de AC que ocorre, na sua essência, pela perspicácia e lisura com as quais desvelam os raciocínios da protagonista. Corrobora-se o poder da escrita, haja vista Valeria visibilizar no caderno um espaço de descoberta da própria identidade.
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Paulo Sousa 19/05/2023

Leituras de 2023
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Caderno proibido [1952]
Orig. Quaderno proibito
Alba de Céspedes (?? 1911-1997)
Cia das Letras, 2022, 288p.
Trad. Joana Angélica d?Ávila Melo
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?Era um domingo e o moço da tabacaria não queria me vender o caderno, eu lembro. Ele disse: ?É proibido?. Então fui tomada por um desejo irrefreável de tê-lo, tinha esperança de poder extravasar nele, sem culpa, meu secreto desejo de ainda ser Valeria? (Posição Kindle 3425).
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Valeria Cossati, a personagem e voz narradora de ?Caderno proibido?, decide contar seus mais profundos anseios no caderno que mantém escondido do marido Michele e dos filhos Riccardo e Mirella. Ela sabe que precisa manter o sigilo de suas notas diárias, muitas vezes escritas nas solitárias madrugadas, quando todos estão dormindo e já não podem absorver um pouco da vida da nossa infeliz narradora.
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Caderno proibido, romance epistolar da lavra da escritora italiana Alba de Céspedes, é uma obra tocante, cuja estória ambientada numa Europa pós-guerra, não deixa de ser um romance de costumes, já que a todo tempo, Valeria se debruça sobre valores, hábitos e uma gama de estereótipos amplamente aceitos e impostos sobretudo às mulheres. E é nesse ambiente que nossa narradora inicia a busca por sua própria identidade, há muito soterrada pelos labores do lar, pelas obrigações para com marido e filhos, que vão mitigando sua alegria de viver.
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Buscando meios de encontrar algum sentido para sua vida, ela encontra trabalho num escritório, onde muitas vezes prefere estar à sua própria casa e, por consequência, ela acaba por encontrar no amor de seu chefe, também um homem casado, a possibilidade de reacender em seu coração toda a juventude que julgara perdida.
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Todas as suas dúvidas, inseguranças, medos e anseios são deitados ao caderno ocultado dos demais. É ali que ela pode se descobrir das amarras familiares e culturais para conceber uma realidade onde, apesar da grande certeza do escândalo em caso de descoberto, ela concebe a insana busca pela felicidade genuína, destruída há muito pelas conveniências do lar. Valeria é uma prisioneira numa prisão sem muros e seu relato, cada vez mais tocante, mostra quão grande e necessária é subir à superfície para ter um fugidio fôlego de viver, causado pelo sufocamento pelo marido leniente e pelos filhos já adultos e cujas atitudes rebeldes extenuam ainda mais a fatigada narradora.
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A experiencia desta leitura, feita nos curtos hiatos dados pelas demandas acadêmicas que vêm extinguindo o tempo para outras leituras, foi maravilhosa! Caderno proibido é uma leitura que, apesar dos bons pares de anos, é bastante atual, além de dinâmica e leve. Há relatos que Elena Ferrante, a genial escritora e autora da tetralogia napolitana - livros que muito me agradaram - foi ou é uma assídua leitura de Céspedes. É compreensível: duas geniais damas da literatura que se cruzam para produzir cousas muito, muito boas. Excelente, ambas!
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Thamires.Ohtsubo 22/03/2024

Pra mim, o ouro desse livro é o fato da coragem da escritora em dizer certas coisas na época em que foi escrito! Parece que o livro conta a história de uma mulher nos dias de hoje, com os sentimentos de hoje? As mulheres não tinham a possibilidade de reclamar e cobrar coisas como temos nos dias de hoje - e ainda bem que temos isso! Mas foi uma luta pra chegar até aqui e acredito que a Alba teve participação nisso.

O diária da Valéria era onde e quando ela podia ser ela. Pensar nela e nos seus sentimentos sem culpa, já que a vida dela era casa, filho, marido e trabalho - como de muitas mulheres ainda hoje. E, sem amigas, era o lugar de desabafo e atenção. Eu senti muita coisa lendo o livro: felicidade por ela conseguir se olhar, tentar se reencontrar depois de tanto tempo. Tristeza por pensar que só dessa forma ela conseguia colocar tanta angústia pra fora. E certo desapontamento pela forma com que o livro acaba? queria mais informações, mais detalhes, já que a inferência do que tem ali não me agrada! Hahahaha
Mas acho que eram os caminhos comuns vida naquele tempos.

Outra coisa que me chamou a atenção foi o fator idade. Uma mulher de 43 anos, com filho e marido, vista como velha demais, com ?propósito? já atingido, com um cenário futuro sem direito a emoções, novidades, mudanças? isso também vem mudando. E que essas expectativas que vem de fora pra nossa vida, não nos tirem nunca o direito de sentir e viver coisas novas sempre.

Eu gostei bastante do livro, me fez refletir muito e recomendo a leitura - principalmente para as mulheres!
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sleepyintgarden 27/03/2023

Caderno proibido
"tanto é que,quando escrevo esse caderno,sinto estar cometendo um grave pecado,um sacrilégio: parece-me conversar com o diabo. ao abrí-lo,minhas mãos tremem:tenho medo. vejo as páginas em branco,repletas de linhas paralelas,prontas para acolher a crônica dos meus dias futuros,e mesmo antes de vivê-los já fico perturbada. sei que minhas reações aos fatos que anoto em detelhas me levam a me conhecer mais intimamente a cada dia. talvez existam pessoas que,conhecendo-se,conseguem se tornar melhores;eu,porém,quanto mais me conheço,mais me perco."
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Alexandre 20/03/2024

Valeria Cossati adquire um caderno e o converte em seu diário na Roma dos anos 1950. Em meio a uma vida monótona como esposa e mãe, ela percebe mudanças em si mesma ao registrar suas reflexões proibidas. Caderno Proibido, destaca-se pela profundidade das personagens femininas: mãe, filha, nora - cada uma oferecendo um retrato íntimo de mulheres comuns e das mudanças sociais pós-guerra na Itália.
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Ariadne 09/02/2023

Esse é mais um livro que entra para o (não tão) seleto grupo de leituras que fiz porque gostei da capa, achei o título curioso e perguntei para mim mesma “por que não?”. 🤭 E sendo bem sincera, eu não sei se tivesse olhado a sinopse antes, eu teria tido a curiosidade de ler esse, já que ele parece ser um livro “comum”.

Valéria, a protagonista, é uma mulher de meia idade, casada com Michele e mãe de dois filhos já crescidos, Mirella e Ricardo. Ela divide seu tempo entre as “tarefas” da casa e o emprego de secretária em um escritório.

Um belo domingo, eis que se sente atraída por um caderno de capa preta e resolve comprá-lo, mesmo que tal ato seja proibido no dia e precise insistir com o vendedor para que consiga comprar o bendito.

A história se passa na Itália da década de 50, e não era permitido comprar outras coisas que não fossem itens essenciais, como comida e cigarros, em pleno domingo! Sim, um absurdo!

Ela resolve, então, que esse caderno vai ser o seu diário, e começa a relatar coisas rotineiras e sem importância. Mas à medida que a narrativa progride, ela se expõe de uma maneira profunda e tocante.

Vejam, eu não sou mãe e muito menos tenho a mesma faixa etária da personagem, mas foi difícil ficar indiferente ao quão injustamente ela era tratada pelos seus familiares. É revoltante acompanhar que ela não tem identidade própria ela, e como a sua vida existe apenas em torno deles, que subestimam a mulher racional que existe ali.

Felizmente, a simples compra desse caderno passar a ser um catalisador de mudanças na mente de Valéria, que de mulher passiva passa a refletir sobre si mesma e a vida que leva, e começa a mudar sua forma de agir e pensar.

A escrita é como uma terapia para ela e o diário passa a ser o seu amigo mais íntimo. Eu não sei explicar muito bem as sensações que esse livro me causou, mas me senti profundamente viciada à mente dessa mulher. É uma narrativa tão pessoal, e tão bem escrita, que ao final senti como se eu tivesse conhecido Valéria a minha vida toda.

site: https://www.instagram.com/p/CoacgqtvMt_/
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Joao.Almeida 07/04/2024

Uma obra profunda que traz diversas reflexões. Somos introduzidos em uma sociedade pós-guerra sob os olhos de Valéria, uma mulher com jornada dupla, que inicia um processo de autoconhecimento ao adquirir um singelo caderno para utilizá-lo como diário. É interessante como o processo de documentar acontecimentos banais do dia a dia possibilita reflexões sobre si e os outros.
Em um primeiro momento, surge uma indignação sobre como a protagonista aceita certas condições e apresenta opiniões contraditórias, mas é importante relembrar sobre a forma como ela foi criada e onde estava inserida. Apesar dos avanços, a mulher ainda sofria muitas amarras sociais e era constantemente cobrada para ser um exemplo.
Nesta obra, não temos grandes acontecimentos ou reviravoltas, são relatos do cotidiano de uma mulher de classe média que passa a questionar sua existência e sentir-se inconformada com a vida que leva.
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Mimi Macedo 25/02/2023

Curioso
Esse livro faz perceber como o sentimento de culpa pode controlar cada ação do nosso dia. Ver a Valéria todo momento se cobrando pela simples ação de uma escrita me deixou ansiosa explico: a escrita no meu ver e uma oportunidade de se libertar, assim como a leitura.
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