Cris 10/08/2022
Um emaranhado de segredos meticulosamente bem pensado.
'Morte no Internato' da eterna Lucinda Riley foi escrito em 2006 mas publicado somente em 2021 logo após a sua morte. O livro tem como foco o misterioso assassinato de Charlie Cavendisk, um garoto não muito querido no internato por praticar bullying nos mais pequenos e introvertidos. Porém, o que a inspetora Jazz não esperava ao assumir o caso era se ver dentro de um emaranhado de confusão, segredos de família e de muito, muito escândalo.
Riley era uma de minhas autoras preferidas e assim que soube de sua morte fiquei bem triste, com toda a certeza o mundo literário perdeu uma grande contadora de história. Ler suas obras para mim sempre foi uma experiência maravilhosa, no entanto, mesmo amando sua escrita não tive o prazer de conhecer todos os seu livros; dos quais li, 'A Rosa da Meia-Noite' foi o que mais amei e demorei um tempinho para achar um outro romance que o superasse. Desta vez pude conhecer uma outra faceta da autora, Lucinda deixou para lá o amor épico e trouxe à tona o suspense policial. Não tenho o hábito de ler livros do gênero apesar de ser viciada em várias séries e adaptações disponibilizadas por meio de streaming. Sendo assim, esperava no mínimo me surpreender... bem, a surpresa acabou que não vindo como queria, afinal, adivinhei o ( a) grande assassino ( a ) logo nos primeiros capítulos e dele ( a ) não arredei o pé. Contudo, mesmo acertando parte do enredo não posso desmerecer a trama como um todo, ela é muito, mas muito bem construída, desenvolvida e acima de tudo finalizada. Digo até que poderemos ver mais da Jazz no futuro. ??
O que mais amo nos livros da autora é a forma como ela nos apresenta seus personagens. Começando pelo começo Riley conta todos os detalhes de suas vidas para que lá na frente tenhamos um panorama geral de tudo, nada ... absolutamente nada é mencionado relaxadamente. Em 'Morte no Internato' por diversas vezes me vi presa à história dos personagens secundários e mais de uma vez me esqueci do que de fato precisava saber: quem matou o idiota do Charlie rs?!? Foi impossível não me envolver com todos ali e vibrar com a resolução do caso e promoção de Jazz, ela sem dúvidas mereceu e muito todo o reconhecimento que veio junto do epílogo.
Conforme mencionado lá em cima, Riley não chegou a publicar o livro, ela apenas o escreveu e, infelizmente, não deu tempo de refinar, reler, ou dar aquele retoque que todo autor deve fazer assim que termina de escrever uma história. Harry, seu filho foi o responsável por levar o manuscrito para a editora e enfim colocar em páginas reais o que a mãe criou. Por essa falta de retoque e olhar clínico, senti que a trama deu pequenas deparradas impossibilitando-me de favoritar o livro, talvez um número menor de capítulos resolvesse o problema, quem sabe?
Indico o livro a todos que amam uma boa investigação criminal com personagens riquíssimos e com muitas nuances. Riley mais uma vez me mostrou o quanto dominava a arte de escrever e que já deixou sua marca.
Saudades!
" ? A maioria das pessoas passa a vida querendo se apaixonar, e às vezes o amor pode ser terrivelmente destrutivo."