Marcos 27/02/2024
Visceral, doloroso, mas necessária a leitura
Quem lembra aqui daquela notícia da criança síria que foi encontrada morta em uma praia da Turquia? Você sabia que aquelas imagens viraram símbolo da crise migratória que já matou milhares de pessoas do Oriente Médio e da África que tentam chegar à Europa para escapar de guerras, de perseguições e da pobreza? Bom, nesse livro, a autora visitou uma ilha grega (Lesbos) para retratar a realidade dos refugiados dessa ocasião, mas no local não podiam entrar câmeras fotográficas, mas nada impedia de serem desenhados.
A autora retrata em poucas páginas a realidade daquelas pessoas, com condições de vida ruins e sem o direito de reconstruir uma vida em outro lugar. A guerra não só mata, mas ela destrói a humanidade. Em uma guerra, a única coisa que é afetada com mais força são os inocentes. Enquanto homens que visam o poder estejam atuando em forças governamentais e militares o mundo estará fadado à guerras e destruição.
A cena que mais me emocionou, foi que não era indicado que as pessoas pegassem crianças no colo, pois tinham transtorno de apego reativo, onde crianças passam por traumas e situações difíceis e acabam se apegando mais do que outras crianças. Ou seja, quem pegasse essas crianças no colo poderia gerar mais dor e sofrimento quando fossem embora. Isso me chocou de uma forma muito triste, pois é algo que não consigo compreender, como existem homens que preferem entrar em guerras ao invés de sentar e conversar sobre qual seja o problema.
O livro é curto, mas muito simbólico, a autora conseguiu colocar bem as situações diversas ali. As pessoas refugiadas ainda tinham esperanças de uma vida melhor e isso era o que motivava mais ainda as pessoas ajudarem. Indico para todos, pois sempre é bom a gente ler sobre realidade diferentes, mesmo aquelas que a gente tem receio de conhecer.