C4nteiros 16/06/2024
Política, guerra e outras cositas mais
Um livro político, e nem por isso ruim.
Normalmente tenho pavor de segundos livros, aquela enrolação toda para ligar as histórias sempre me deu tudo, por isso desisti de ler sagas. Mas a trilogia de Kuang me ganhou justamente nesse segundo livro.
No primeiro livro, resenhei que, apesar de ter gostado de ler A guerra da papoula, a história de Rin não tinha ganho meu coração completamente e dificilmente eu iria termina-lá ainda em 2024. Ledo engano! Terminei este e me joguei no terceiro, e só agora, depois de ter terminado a trilogia, vim fazer a resenha desse.
Kuang deixou que nesse segundo livro a formação da guerra fosse a personagem principal. O enredo em si passa por pouquíssimos cenários importantes além do gabinete de Vaisra e do campo de guerra. Um livro introdutório na preparação da guerra e impecável na arte da enganação.
A escrita da autora é bastante coerente e descritiva de como uma batalha é planejada, executada, e de como não é apenas de soldados e espadas que se vencem uma guerra, mas sim de muitas negociações.
Todas as intrigas, traições, violências e acordos tornaram tudo crível e passível da realidade.
Com isso, conseguimos imaginar de forma fidedigna como uma guerra, dentro do contexto proposto, realmente poderia ter acontecido.
Mas confesso que algumas coisas fugiram do meu agrado.
Não vou entrar no critério da descaracterização e infantilização da personagem principal (Rin), porque a minha primeira resenha já diz muito sobre isso e a terceira com certeza vai explanar mais sobre.
Mas algumas outras coisas fizeram falta, como por exemplo, a parte fantasiosa da história.
Apesar de ser um livro bélico, não podemos esquecer que a guerra da papoula também se trata sobre xamãs, deidades e poderes sobrenaturais, sendo algo que foi deixado um pouco de lado nesse segundo livro
Gostaria de ter lido um pouco mais sobre Speer e de outros personagens, como Chagan, Moag, o pessoal dos Cikes, Kitay e até mesmo Nezha. Como o livro não é nem um pouco pequeno, era possível se aprofundar, caso quisesse.
Também senti falta de diálogos inteligentes nas cenas de Rin e Kitay.
Para falar a verdade, essa inteligência prodigiosa de Kitay não foi tão desenvolvida em nenhum dos livros. Foi bastante citada, mas não foi descritiva o bastante para que pudéssemos visualizar.
Gostei de como a escritora não focou no relacionamento entre Nezha e Rin, dando espaço e foco para diversos outros pontos na história. Queria um romance fofinho? Sim! Mas não foi algo que fez falta, até porque não era nem de longe o que a história pedia.
E falando sobre o que a história pedia: quanta violência, hein? Muita (muita) violência, sangue, luta, morte e destruição. Ou seja, guerra. Adorei!
O motivo de eu ter dado 3,5 estrelas foi apenas pela Rin.
Tenho mais de 30 trechos marcados no meu Kindle onde está abestalhada e, de fato, abestalhada.
Já terminei o terceiro livro e ainda estou pensativa sobre ele, logo mais irei hablar.