Hevellin.Sara 04/05/2023
A Vida na Morte
Não tenho ideia de como encontrei esse livro, mas ainda bem que encontrei. Que história sensacional. Quando li a primeira frase já fiquei completamente presa, vai ficando cada vez mais curioso e a escrita fluída faz com que você queira ler tudo de uma vez sem se cansar. Não sei bem como explicar o que senti lendo esse livro porque as emoções foram muitas e eu li tão rápido e surtei tanto que consegui absorver direito só quando terminei. A pobre da Ayla sofre o tempo inteiro a mulher não tem um segundo de paz, é tragédia atrás de tragédia. Tem muitas cenas pesadas e bastante descritivas envolvendo violência e suicídi*, então é bom ler com cuidado. Mas, apesar de tudo, tem muita coisa bonita e fofa, não é um livro só de ' depressão e coisas pra baixo', existe um bom equilíbrio.
O romance é apaixonante e temos de tudo, enemies to lovers, um tem 500 anos e o outro 22, a famigerada dança, cartas e todos os clichês que a gente adora. Falando assim parece lindo mas na verdade é tudo muito caótico, é um romance impossível que ultrapassou até mesmo as barreiras da morte, é um encontro de almas. A construção do mistério que envolve o enredo romântico é muito boa, fica claro que existe algo a mais por trás de tudo o que os personagens vão descobrindo e sentindo com relação um ao outro, e deixa uma sensação de tensão e expectativa em todas as interações deles. Todos os personagens são extremamente cativantes, menos um tal de Bruno que é insuportável e por mim a Morte tinha acabado com ele. Falando do maior e melhor: o Ethan, esse é um personagem clássico, completamente apocalíptico, o famoso moreno sarcástico com um passado triste, nunca errou e se errou foi tentando acertar, não tem uma unidade de defeito. A Ayla me confundia as vezes porque a personalidade dela era muito instável, mas tirando isso, ela é uma protagonista maravilhosa, corajosa e resiliente, que enfrenta tudo de frente. Agora vamos aos motivos de eu ter dado 4 estrelas e não 5: Um deles foi a narração em terceira pessoa, que algumas vezes não separava os pensamentos dos protagonistas, só descrevia tudo direto e eu achei um pouco confuso, as vezes tinha que reler alguma frase, mas logo dava pra entender. Outro motivo foram as lacunas deixadas pela Morte principal, chefe dos ceifadores, as intenções dele não ficaram claras o suficiente, senti falta de algo a mais. E o último motivo está ligado a esse anterior, que é o final da história. Esse final deixou uma sensação de incompletude, talvez eu esperasse algo diferente e me decepcionei um pouco, e a Morte chefe me pegou muito quando apareceu, não entendi o que ele quis dizer nem o sentido dele estar ali já que tudo havia, teoricamente, acabado, e acho que isso rolou porque eu primeiramente não entendi as intenções dele. Inclusive fiquei indignadissima quando ele apareceu do nada, será que teremos um segundo livro ou foi só pra alugar um triplex na cabeça do leitor? Por fim é isso, amei muito essa história, me deu um up pra não entrar numa ressaca literária, foi uma montanha russa de emoções e eu fiquei imersa na jornada da Ayla enquanto ela encontrava na Morte, a vontade de viver.