spoiler visualizarAlissia0 14/05/2024
Um perigo para o coração
Provavelmente, se eu tivesse lido "Fourth Wing" antes do lançamento de "Iron Flame", não sei se sobreviveria – levei cerca de uma semana para superar o final do segundo, para expelir ele do meu sistema (até janeiro, pelo menos). Tecnicamente, posso dizer que é um livro mais longo, com mais eventos chocantes e passível de múltiplos surtos carregados de um furacão de emoções, especialmente devido à introdução de novos personagens, com personalidades e funções muito específicas e diferenciadas das dinâmicas lidas no livro anterior, e o desenvolvimento dos acontecimentos – avassaladores – que tomaram lugar no último livro. Por isso, digo que senti que a trama correu muito rápido, como se não tivesse tido tempo para ‘respirar’. No geral, foi tão brutal quanto os últimos capítulos de "Fourth Wing", e eu me senti mais envolvida do que no anterior. A principal diferença, para mim, com relação aos dois, é que neste livro eu esperava por uma decepção ou ‘facada no peito’ a cada virar de página. Costumava dizer à minha querida prima, que resolveu me colocar nessa armadilha, que sentia um risco muito grande a cada linha que eu lia – ou, reformulando, um medo a cada esquina. Tudo (especialmente as relações pessoais entre os personagens) está mais vulnerável neste livro, à medida que os eventos se desencadearam no último livro e a protagonista vai desvendando novos nesta edição – que vão desde “assuntos do coração” até os dragões. Também acho importante ressaltar que, conforme tais descobrimentos vão sendo revelados, a protagonista também demonstra uma evolução exponencial entre a Violet do primeiro livro e a Violet ao final deste, onde, dentre muitos âmbitos, a questão da vida e da morte é um destaque.
O aprofundamento da importância e funcionamento dos dragões nesse segundo livro o tornou mais especial e viciante, além da introdução de outras criaturas como os venin e os grifos (sou fã da Casa Targaryen, então sou suspeita para falar). No entanto, esse aprofundamento não foi, de alguma forma, perfeito – serviu para nos deixar com ainda mais sede para saber mais sobre esses animais (em especial, os dragões) – ou melhor, o livro plantou um terreno propício para fazer PERGUNTAS (e espero receber respostas no próximo livro, senão a Rebecca conhecerá Malek mais cedo!).
Neste livro, mais especificamente, na cena do interrogatório, dentre tantas que a Violet se superou, definitivamente senti respeito pela personagem. Foi muito destemida e leal, de uma forma que torna impossível odiá-la ou sentir o mínimo de afeto. O toque da autora em colocar o Liam ali, também tornou todo esse arco mais singular entre tantos outros. Além disso, a maneira como o Xaden a resgatou foi de despedaçar qualquer coração que apoia este casal - positivamente falando. Isso me leva para outro ponto: a forma como a construção do sentimento amoroso entre eles também contribuiu para o crescimento de ambos os personagens, especialmente de Xaden. Ele se torna outra pessoa, quase irreconhecível daquele anterior. É possível entendê-lo melhor sob a lente do amor: é um personagem que esqueceu a sensação de ser amado há muito tempo, e de forma muito cruel, dado a morte de seu pai e fuga de sua mãe, e hoje em dia, na trama, está revivendo essa emoção de novo e fará de tudo para não permitir que esse sentimento se desfaça, porque conhece a dor e solidão e não a quer de volta, mesmo que isso signifique que terá que se submeter a um processo de evolução pessoal, e em outra medida, sacrifícios. Por outro lado, a dinâmica do amor entre eles dois também passa a determinar o rumo da trama até sua reta final, de maneira trágica, e para muitos (incluindo eu), arrebatadora (como Felix coloca perfeitamente para Violet, “No. You're powerful and he loves you, which is even worse”).
Algumas menções especiais também precisam ser feitas aqui, como: a aparição da mãe dela de forma mais relevante na trama; a relação entre Mira, Brennan e Violet (tenho vontade de guardar num potinho); a relação entre Violet, Ridoc, Rhiannon e Sawyer (se a Rebecca ferir essa relação no próximo livro, possivelmente precisarei de um terapeuta); a evolução da relação de Violet com os marcados, em especial com Imogen (Rebecca, toque nesta mulher e eu ficarei LOUCA); e, obviamente, a relação de família entre Violet, Tairn e Andarna, e as migalhas que tivemos entre Violet e Sgaeyl (e Tairn). Eu disse à minha prima que, devido ao rush emocional que esse livro me causou, eu não daria 5 estrelas, mas, no final das contas, cá estou dando porque ele merece....OBS: Falta muito para 2025?