Virginia 22/12/2023
Leitura altamente viciante
Lore Olympus continua surprrender-me pela positiva e este 3º volume demonstra que Rachel Smythe construiu uma história, que, ao mesmo tempo, trata de assuntos delicados e dá espaço para que as suas personagens possam respirar.
Neste volume (que encerra em si os episódios 50 a 75), a autora aborda a variedade que existe de relacionamentos abusivos e tóxicos, e como estes afetam as nossas queridas personagens. Não só isso, mas igualmente a forma como a sociedade nos pode pressionar, levando-nos, por vezes, a aceitar um caminho que não queremos.
Perséfone sai deste volume muito mais madura, finalmente confessado não só para si mesma mas também para os seus amigos mais íntimos (Artémis e Eros) os seus sentimentos por Hades. Para além disso, com uma pequena ajuda, a jovem deusa confronta igualmente o abuso que sofreu às mãos de Apolo. Smythe deixa-nos espreitar um pouco sobre o passado de Perséfone e a sua relação com Deméter, tornando-se claro para o leitor que esta é uma mãe controladora - que na sua ânsia de proteger a filha, acaba por a magoar. Vemos também como se formou a amizade entre Artémis. No entanto, devo dizer que das relações que Perséfone estabeleceu, a que eu mais gosto é a sua amizade com Eros. O cupido, filho da deusa do amor, pode parecer um pouco abelhudo no princípio, mas logo fica claro que este se importa com as pessoas ao seu redor e que vive as coisas de forma apaixonada. Neste ponto da sua vida (para além de Hades), Eros é um rochedo para Perséfone, olhando por ela e ajudando-a quando esta precisa.
Quanto a Hades, também ele tem que lidar com os seus problemas emocionais. A personagem tem problemas em se abrir com os demais, muito por conta do ostracismo a que é votado pelo Olimpo. A autora deixa antever quais as razões por detrás desse ostracismo. Uma delas prende-se com as suas semelhanças com o seu pai, Cronos. A acrescentar a isso, a personagem lida com um relacionamento abusivo e tóxico com a sua secretária. Por mais problemas que Minthe tenha e complexos de inferioridade, a verdade é que as suas ações não são desculpáveis e a bd mostra isso de uma forma clara e inequívoca.
A meu ver, Lore Olympus só tem um único problema, o qual é gravíssimo: a história é de tal forma viciante que uma pessoa apenas lê e quando percebe que acaba, instala-se uma compulsão de ler o próximo capítulo.
Em suma, o terceiro volume foi fantástico e obviamente vou já começar a ler o próximo.