inthebooks 29/03/2024
Capítulo 1: Levemente Deprimida
"Com frequência procuro livros que são como remédio, que se encaixam na minha situação e nos meus pensamentos, e os leio de novo e de novo, sublinhando tudo, até as páginas ficarem em frangalhos, e ainda assim o livro terá algo a me dar."
Esse trecho tirado do livro resumem bem a experiência de leitura que tive com o mesmo, ultimamente venho procurado por livros e personagens que se assemelham a mim, e reflitam o que eu sinto, achei que seria o caso com, "Queria morrer, mas no céu não tem tteokbokki" e de certa maneira foi, mas não como eu esperava.
Atualmente a escrita ser fluida ou arrastada, boa ou ruim, não tem grande peso na hora em que vou decidir se considero um livro bom ou ruim; no momento tenho tentado julgar livros principalmente levando em conta como eu me sinto sobre eles, de maneira bem simplória. Mas falando sobre a técnica e estilo de escrita, a autora escolhe direções muito pertinentes para contar a história, em destaque a narrativa em primeira pessoa que enriquece extremamente a personagem, e a conexão que criamos com mesma; também para a marcação de diálogo que ela usa para indicar as falas da protagonista, e de seu psicológico.
Peguei esse livro para ler sem saber quase nada sobre ele mas ao mesmo tempo com muitas expectativas, perto do final descobri que se tratava de uma biografia o que fez com que a minha empatia pela "protagonista" diminuísse drasticamente. O que é engraçado considerando o tema, e o assuntos, que o livro aborda, além do fato de que eu amo me enxergar em personagens fictícios cheios de problemas, e de alguma forma quando me deparo com alguém real, que realmente existe, que sente e pensa coisas tão absurdas e problemáticas quanto eu, me faz sentir intimidada e enjoada.
Acredito que essa tenha sido a questão para eu me sentir tão conflitante em relação ao livro, eu gosto dele, e me identifico com a Baek Sehee, - até gosto dela até certo ponto - mas ao mesmo tempo, eu a julgo por completo, julgo suas ações e pensamentos, do mesmo jeito que ela faz com si mesma e com outras pessoas, do mesmo jeito que eu faço comigo mesma.
Ao que diz respeito ao tema central que cerca a personagem, - depressão, ansiedade e saúde mental - é tudo tratado de forma muita clara; de modo que, apesar desses temas estarem presentes em todas as páginas da história, não a deixam pesada ou angústia, nem o contrário, nada é tratado com irresponsabilidade; é apenas a realidade de alguém que convive com essas doenças diariamente, simples e complicada ao mesmo tempo. E é com este senqtimento que o livro se encerra, não é desesperador e triste, e tampouco cegamente otimista; ele acaba com a personagem e o leitor sentindo um certo tipo de contentamento, e uma esperança calmante.