spoiler visualizarPansexualien 19/12/2023
Aconteça o que acontecer? Não morra no processo
Pensei e repensei várias vezes sobre como poderia começar uma resenha sobre esse livro. Não encontrei outra forma que não fosse: Promete muito e entrega pouco. A verdade é essa. Imagina o tanto de possibilidade que há num universo onde uma das protagonistas é uma brasileira médium e a outra além de ser a princesa da Inglaterra, é sáfica. Enfim, nada disso é bem explorado. As personagens não possuem profundidade alguma, tanto que eu poderia descrever a Roma apenas como uma menina romântica que tem olhos roxos e a Amélia como uma princesa que almeja pela liberdade de ser uma adolescente normal. É isso. Elas não passam disso. Para quê pôr uma personagem com o dom de ver os mortos se ela não quer ter esse dom e simplesmente não sabe nada sobre fantasmas porque decidiu ignorar esse lado da própria vida?????? INÚTIL! Certeza que era pra dar um diferencial no livro, que por sinal, era pra ser sobre a investigação de um assassinato, mas esse "detalhe" foi esquecido e só lembrado no final, como alguns personagens, tipo a Deva e até mesmo o Kenji e por alguns capítulos o BENJAMIN! Chinara e Jay são apenas os melhores amigos genéricos da protagonista, que não têm profundidade alguma e só servem para estar lá nos momentos em que a Roma precisa de apoio(odeio esse tipo de personagem). Parece que a autora só tava com preguiça de desenvolver sua obra, mas estava muito afim de escrever cenas de romance clichê entre uma princesa e uma plebéia, porque 90% do livro inteiro são cenas românticas, muitas vezes genéricas e que acontecem aleatoriamente e não acrescentam em nada para a história, mas estão ali para fazer o leitor dar gritinhos internos. Até agora me pergunto se o tal fantasma sem rosto era a Addie ou não, não sabemos se o professor George foi inocentado, a mãe da Roma só apareceu pra parecer que ela ainda tem uma mãe, e é extremamente incômodo pra mim, o fato de toda a vida dela no Brasil ser resumida a: Bullying, ter que fugir porque a garota que ela teve um lance espalhou que ela via fantasmas, um afogamento e só. Os únicos pontos positivos que eu consegui achar no livro foram: a relação do Ben com a Princesa; A Roma explicando gírias e costumes brasileiros para a Amélia; Algumas cenas de romance e o título dos capítulos, que confesso que eram bem pensados. Se eu fosse resumir o livro em uma frase, diria que é uma tentativa falha de se inspirar em vermelho branco e sangue azul.
Quando estava no final do livro, fiquei sabendo sobre as atitudes racistas e transfobicas da Raíssa Selvaticci. E isso explica muita coisa sobre os dois livros que li dela: Negros não tendo papéis de destaque, todas as protagonistas exatamente IGUAIS e padrões nível meninas brancas e ricas do Pinterest. Não compactuo com esse tipo de pensamento e por isso, este é o último livro que lerei dessa autora. Recomendo a todos que façam o mesmo. Racistas não merecem reconhecimento, não merecem atenção e não merecem o nosso dinheiro. Vamos apoiar autores que prezam pela diversidade em seus livros e que respeitem as minorias.