Fogo Morto

Fogo Morto José Lins do Rego
José Lins do Rego




Resenhas - Fogo Morto


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Luis Netto 19/07/2011

Fogo Morto
“Fogo Morto” é um melhores livros de José Lins do Rego, nascido na Paraíba, na cidade de Pilar no dia 3 de junho de 1901, foi ao lado de Graciliano Ramos e Jorge Amado os maiores romancistas regionalistas brasileiros da literatura mundial.

O livro tem seu enredo dividido em três partes, a primeira retrata a vida de José Amaro; a segunda do Engenho Santa Fé e a terceira do Capitão Vitorino.

A história do mestre José Amaro, um artesão que lida com couro, mora nas terras do engenho Santa Fé, pertencente ao coronel Lula de Holanda Chacon. José Amaro é um homem amargurado e sofrido que se colocas contra a prepotência dos senhores de engenho através de uma altivez que beira a arrogância. O desprezo que sente pelos “coronéis” leva-o a firmar-se como informante do bando de cangaceiros chefiado por Antonio Silvino. Assim, ele manifesta sua rejeição aos poderosos e à ordem constituída

José Amaro administra sua humilde casa no regime patriarcal da época, onde somente a palavra do homem tinha valor. Ele, com freqüência, maltrata sua esposa Sinhá, e, sobretudo sua filha, Marta. Ela já tinha 30 anos e continuava solteira. Esta solidão deixa a filha de José Amaro em estado de depressão, com crises nervosas. O livro conta uma passagem em que, José Amaro espanca violentamente sua filha em meio a uma dessas crises. A partir deste dia, Marta vive alienada do mundo, falando coisas sem pé e sem cabeça. Cada vez mais infeliz, o mestre seleiro caminha à noite pelas estradas próximas, ruminando as suas frustrações. O povo da região passa ver nele a encarnação de um lobisomem e o evita cada vez mais. O destino de José Amaro se decide apenas na terceira parte do livro.

Na segunda parte do livro, o autor narra à história do Engenho Santa Fé, do ao coronel Lula de Holanda Chacon, um representante da aristocracia decadente da época, que conseguira a posse da propriedade através do casamento com Amélia, filha do poderoso capitão Tomás Cabral de Melo. “Seu” Lula, como é conhecido, é prepotente e mesquinho e trata tão mal seus escravos que após a Abolição da Escravatura, eles abandonam O Engenho Santa Fé.

Lula, desinteressado das questões práticas, administra pessimamente o engenho, e em dado momento, o engenho já não consegue produzir açúcar levando-o a rapidamente a falência. A sobrevivência da família fica restrita à criação de galinhas e à produção de ovos, das quais se encarrega Amélia, sua esposa.

No entanto, mesmo falido, Lula de Holanda Chacon mantém a postura de grande senhor, traduzida no cabriolé (pequena carruagem de luxo) com que percorre as estradas, sem cumprimentar ninguém. Autoritário, impede que sua filha Neném namore um rapaz de origem humilde. Esta, condenada a permanecer solteira, fecha-se sobre si própria e torna-se alvo de riso e deboche da vizinhança. Enquanto isso, alienado dos problemas econômicos que causam a derrocada de seu mundo, Lula entrega-se às práticas místicas, sob influência de Floripes, um negro que era seu afilhado. Coube a mulher de Lula de Holanda, D. Amélia, a compreensão lúcida e triste do fim de tudo. O Engenho Santa Fé acabara-se

Neste livro, José Lins do Rego, conta também a historia do personagem Capitão Vitorino, um pequeno proprietário de terras que vive de maneira modesta. Oriundo de famílias tradicionais da região açucareira, as quais já pertenceu socialmente, que embora nas duas primeira partes do livro seja uma figura inexpressiva a ponto ser apelidado de Papa-Rabo pelos moleques da região.

Na terceira parte do romance Fogo Morto, o Capitão Vitorino passa para a condição de um homem idealista que o leva investir contra tudo aquilo que lhe parece injustiça, sem medir a força do inimigo, nem pesar as conseqüências de suas ações. Contesta o poder absoluto dos senhores de engenho, da polícia militar e até dos cangaceiros, e defende ideais éticos que parecem inviáveis na vida cotidiana da região.

Vitorino acredita que somente pelo voto, possa instaurar uma ordem institucional num meio em que a única lei é o arbítrio dos latifundiários. Sua forma de vida simples em contraste com os seus pensamentos não lhe retira a grandeza humana e literária. Ao contrário, fazem parte de sua personalidade multifacetada.

Somente falar dos personagens pode tornar o livro sem graça e na terceira e última parte do romance predomina a ação. O cangaceiro Antônio Silvino invade a cidade do Pilar, saqueia as casas e lojas. Invade o engenho Santa Fé, ameaça os moradores em busca do ouro escondido.


Na luta para defender o Engenho Santa Fé, Vitorino é agredido e só não é morto graças à intervenção de José Paulino, dono do Engenho Santa Rosa. Vitorino também é agredido pela polícia, que na ocasião o prende, bem como a José Amaro e seus companheiros.

Quando libertados, Vitorino e o mestre José Amaro seguem rumos diferentes. Capitão Vitorino pensa em entrar para a política e Mestre José Amaro, que fora abandonado pela mulher e ter internado sua filha num hospício, desiste da vida, suicidando-se. Lula continua no seu devaneio, na falsa ilusão do poder que já não existe mais. O Engenho Santa Fé já estava em “fogo morto”, expressão que era dada aos engenhos que paravam de produzir o açúcar, a partir da moagem da cana.



Um livro fabuloso.

Recomendo a todos.
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ilena 08/07/2011

Sociedade em um processo de desmoronamento

Fogo Morto, de José Lins do Rego, pode ser considerado um integrante tardio do "ciclo da cana-de-açúcar", conjunto de obras do autor que trata de uma mesma temática: o universo nordestino e a decadência de uma sociedade aristocrata, latifundiária e escravista. Valendo-se de um aguçado espírito de observação, José Lins faz um levantamento da vida e do cotidiano dos engenhos da Paraíba, particularmente do engenho Santa Fé, no município de Pilar, zona da mata paraibana, traçando um perfil do trabalhador pobre em sua luta contra a miséria e a servidão.


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Thai Mafra 18/01/2011

O que dizer sobre esse livro... Digamos que talvez ele e eu tenhamos tido alguns "problemas de relacionamento"...
Esse foi um daqueles livros intragáveis que os professores te obrigam a ler na escola pra fazer uma prova. Mas nem a prova me fez conseguir terminar de ler o livro, que é deprimente. Na verdade, ninguém conseguiu terminar o livro, e ninguém soube responder a questão que perguntava sobre o final...
Eu sempre crio alguma afeição pelos meus livros, mesmo aqueles que eu detesto (A Cabana que o diga...), mas esse eu simplesmente vendi, sem nenhum remorso. E não me arrependo de ter feito isso.
O livro é muito ruim. Não recomendo a ninguém.
Márcia Naur 19/01/2011minha estante
Pense que não está madura para ler esta obra, o mais triste é ler por obrigadação. Agora comparar Fogo morto com a Cabana é demais. :(


Tadeu 24/01/2011minha estante
Gostaria de saber se você esava praparada para ler um livro maravilhoso. Acho que você tem mesmo é que ficar nas seções de literatura infanto-juvenil de jornais infantiloides.


Thai Mafra 24/01/2011minha estante
Desculpe, Tadeu, mas você vem na minha página me dizer que não tenho capacidade pra ler um livro como Fogo Morto? Se você não gosta de livros de fantasia, problema seu. Não tenho preconceitos contra os gostos literários de ninguém, e não admito que tenhoam contra os meus. Pior do que quem lê livros de fantasia é quem gosta de se gabar porque lê "clássicos". Agora me responda: será que VOCÊ tem capacidade de ler um livro como Fogo Morto? Ou Harry Potter já está difícil pra você?


Thai Mafra 24/01/2011minha estante
Ah, um breve comentário para a Márcia. Acho que você não entendeu muito bem o que eu quis dizer. Quando citei A Cabana, não o estava comparando com Fogo Morto. Apenas o citei como exemplo de um livro do qual não gostei (detestei, aliás), mas acabei me afeiçoando. Claro que tive alguns motivos para isso. Sobre ler por obrigação, foi a única vez que não consegui ler um livro adotado na escola.


Ninguem 29/08/2018minha estante
Moça, tenta ler ele agora. Os melhores livros brasileiros são estragados pela obrigatoriedade escolar.


Márcia Naur 29/08/2018minha estante
Ninguém disse tudo. Nem sempre o momento é adequado para a leitura. Têm livros que Lemos e odiamos, porque não estamos maduros o suficiente para entender. Ler por obrigacao é um crime contra nossa mente. Eu sou professora e Sei o quanto é triste ler por obrigação. Já discutimos muito sobre isto na escola, inclusive na escolha de livros para o vestibular. Me desculpe se te interpretei mal. ;-);-);-);-)


Paulo 02/12/2018minha estante
Livro é momento. As vezes lemos um grande livro em um péssimo momento. E o momento de Fogo Morto é a eternidade!




Senhora D. 07/01/2010

Na obra Fogo Morto, de José Lins do Rego, o autor procura retratar o início da decadência dos senhores de engenho, o advento da usina de açúcar com seus métodos modernos de produção, a formação de uma nova estrutura econômica e social na região açucareira do Nordeste. A brasilidade do texto é muito mais sutil e forma pactos com estruturas mais profundas que levam o leitor a refletir assuntos históricos na história do Brasil, como a decadência e a queda de um modo de produção para a ascensão de outro. O recorte feito do Nordeste fica genérico e o que acontece em Pilar pode acontecer em qualquer outro vilarejo naquele período da história.
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Guilherme Kind 10/11/2009

Interessante...
Embora uma leitura mais carregada, o livro consegue entreter sem muito comprometimento, os personagens são bem desenvolvidos e a historia se desenvolve bem o que torna a leitura mais fácil. O livro em si me foi recomendado por meu sogro por transcrever passagens de sua infância ao falar da era dos "Senhores do Engenho".
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Maranganha 10/09/2009

Três personagens, três visões de mundo distintas, três tipos de heróis problemáticos. É, com certeza, a obra áurea de José Lins do Rego, a obra que o transforma em massa cefalizada em meio aos poucos e péssimos escritores de hoje.

O mestre Amaro, o seleiro, que idealizou o cangaceiro perfeito, vive a depressão e a angústia de não ter casado sua filha. O Coronel Lula de Hollanda sofre de não poder, diante de todos, vencer as ordens de sua mulher, reclusando-se à religiosidade tardia, fanática e hipócrita no fim de sua vida. O Capitão Vitorino sofre e chora o não-ser-mais o policial de outrora.

Sem dúvida, um livro fantástico. Aconselho.
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Geógrafo da Alma (Poeta) 04/02/2009

Obra que traz personagens marcantes e que sem sombra de dúvidas merece e deve ser lida.
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