Na colônia penal

Na colônia penal Franz Kafka




Resenhas - Na Colônia Penal


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milton_rocha 27/12/2021

A crueldade que estava implícita em O processo
O livro não pode ser lido sem antes ler e entender O processo, esse é um fato. Apesar de não ter sido concluído enquanto formato de livro, O processo demonstra grande parte das críticas que culminam em uma violência não física durante um processo injusto e que, em Na colônia penal, demonstra somente esta violência como sendo parte de um julgamento dado em uma ilha.

O que acho interessante é que, como nos comentários de Lênio Streck (edição da antofágica), existe uma grande medida de um processo civilizador, ou ainda, uma grande medida de julgamento contra as atrocidades praticadas na ilha por parte do viajante. Mas veja, o viajante se sente de mãos atadas por não saber, por mais de metade do conto, se deveria comentar ou criticar o que estava sendo feito naquele ambiente.

Ainda sobre o viajante, uma parte muito interessante se dá na hora que este se questiona sobre possíveis impactos de suas críticas para com o oficial da ilha, em momento algum o viajante teme ser ele mesmo julgado ou preso por estar indo contra a máquina de julgamento, algo que seria muito realista em momentos de governos altamente totalitários e que censuram críticas.

Apesar de ter sido escrito em 1914 e publicado em 1919, este livro traz um cenário que foi bastante visto historicamente na década de 40 com a ascensão do partido nazista ao poder. À lá Orwell existe, de certa maneira, uma antecipação de fatos (devido a repetição histórica dos mecanismos de dominação em governos autoritários) que marcaram o resto da história humana.
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Tau 11/06/2020

Escrito há mais de 100 anos atrás, na colônia penal é um livro muito atual, retratando o autoritarismo que ainda presenciamos.
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CPF1964 21/06/2020

Opinião
Primeiro livro que leio deste famoso autor.

Um livro que apresenta diversas reflexões.
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Ana 23/02/2022

"A culpa é indubitável."
Esta novela escrita em 1914 e publicada em 1919 é considerada uma das mais importantes de kafka, pois aqui ele previu procedimentos em regimes totalitários. Nesta história temos uma colônia penal que não sabemos ao certo onde fica e versa sobre uma máquina que é utilizada nos condenados. Mas logo percebemos que não é apenas uma máquina de morte como uma guilhotina ou uma cadeira elétrica. É um instrumento de tortura digno da idade média. É uma espécie de cama onde a pessoa é colocada amarrada e nua de costas e tem encima agulhas que são enfiadas nas costas da pessoa. Temos esse oficial que detalha essa máquina para um estrangeiro que foi visitar esse lugar. O oficial tem uma admiração estranha por essa máquina. Quase uma devoção. É como ele a enxergasse como a materialização da justiça. Mas esse sistema não é justo. O condenado não sabe que está condenado e nem conhece sua pena. A semelhança com O processo não é gratuito, kafka escreveu essa novela nas suas férias e já tinha noção das ideias para esse livro, no entanto, acabou escrevendo esta novela.
Se no processo a máquina que mastiga as pessoas é a burocracia e os sistemas jurídicos, aqui ela é literalmente uma ferramenta de tortura. É uma história angustiante como é de praxe na obra do Kafka.
Tem uma peça no YouTube sobre esse novela e achei uma experiência deliciosamente assustadora assisti la logo após a leitura. Para quem curte esse mundo kafkaniano, é um excelente combo.
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Felipe 02/10/2023

?Ele não sabe qual é a própria sentença?
? Não ? repetiu o oficial [...]
? Seria inútil anunciá-la. Ela a sentirá na carne.
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SimoneSMM 13/01/2024

Toda a história se desenrola na presença de quatro pessoas: o visitante, o oficial, o soldado e o condenado.
O visitante está na colônia penal para conhecer a forma como a justiça é aplicada através da "máquina". A princípio, me lembrou o personagem K. de "O Castelo", como se não soubesse porque estava ali ou estivesse desinteressado. Depois passa a fazer perguntas sobre o condenado:

"
- Qual a sentença?
- Ele sabe qual a sua pena?
- Mas ele ao menos soube que foi condenado?
- Então tampouco sabe como sua defesa foi feita?
"

O oficial explica que "o axioma segundo o qual decide é: a culpa é sempre indubitável". Além disso, dá grande importância a esclarecer como a máquina funciona, quase só, fazendo todo o trabalho.
Fica muito claro a admiração do oficial pela "engenhoca que aplica sua lei" e seu funcionamento e pelo sistema de justiça, no qual ele decide sozinho.
O comportamento do soldado e do condenado é bastante alheio e demonstra a não compreensão do que ocorre ao redor, ou uma compreensão muito incipiente, à margem do centro de poder e decisão.
É bem na linha de "O Processo", que acho genial, porém o foco é mais no funcionamento e manutenção da engrenagem em torno da qual aquele contexto se mantém.
Em relação à pena, esta se constitui numa tortura durante 12 horas, finalizada com a morte do condenado. Nesta descrição, o oficial demonstra conhecer bem as mudanças nas reações do homem enquanto sofre a tortura, um verdadeiro prazer mórbido.
Emerson Meira 13/01/2024minha estante
Esse conto é muito bom! Dá uma aflição enorme ?


SimoneSMM 13/01/2024minha estante
Isso, Emerson!!! Aflige, mas é bom! Não tinha lido esse ainda, mas Kafka é um dos meus favoritos. Li até as cartas e diário ?


Emerson Meira 13/01/2024minha estante
Esses eu ainda não li ? O único que li dele e não gostei e nem entendi bulhufas foi "O Castelo" ?


SimoneSMM 13/01/2024minha estante
Tem um curtinho, um conto, chamado O Veredito. Não li esse tb




João Pedro 15/09/2021

Lex minus dixit quam voluit
Há obras que carregam significados tão potentes e tão polissêmicos que são capazes de municiar laudas e laudas de escritos sobre elas. Sem dúvida, "Na Colônia Penal", de Franz Kafka, é uma delas.

Paradoxalmente, seu enredo é tão simples que não aparenta guardar tantas surpresas. Em uma colônia penal situada em uma ilha, um visitante explorador é convidado por um oficial a assistir à execução de um condenado. No local, além do oficial e do viajante, estão apenas o condenado e um outro soldado-auxiliar. E o aparelho executor, uma engenhoca de tortura que, aos olhos sádicos do oficial, ganha feições de uma criatura de estimação.

A partir daí, os acontecimentos se desenrolam e, ao final, cabe ao leitor tecer suas considerações dentre tantas possíveis.

~~~~~ SPOILER ~~~~~

Particularmente, senti que a figura do viajante, que, mesmo horrorizado com a crueldade do sistema da máquina, nega a mão ao soldado e ao condenado, impedindo-os de embarcar com ele rumo ao continente, representa a nossa sociedade - tanto a de 1919, data da publicação, quanto a atual -, que, ciente das falhas de um sistema repressivo fadado à repetição de um ciclo de violência, fecha os olhos para o problema. Ou até mesmo os próprios habitantes da ilha, que, ainda que descrentes quanto ao sistema de execução, sabem da sua existência e de certa forma o autorizam. Seria o perigo de fecharmos os olhos aos resquícios autoritários de regimes autoritários e ditatoriais, pois uma hora tais arroubos de violência sempre vêm à tona, como estamos vendo agora.

~~~~~ FIM DO SPOILER ~~~~~

Na linguagem jurídica, existe um brocardo latino que diz "lex minus dixit quam voluit", algo como "a lei diz menos do que queria", o que demanda uma interpretação mais extensiva para se adequar ao real sentido da norma. Aqui, pode até ser que a novela de Kafka tenha dito exatamente o pretendido pelo autor, mas certamente suas emblemáticas interpretações são muito mais amplas do que aparentam.

"É um aparelho peculiar - disse o oficial ao viajante explorador, examinando com um olhar um tanto admirado o aparelho que, no entanto, já lhe era bem conhecido. O viajante parecia ter aceitado apenas por educação o convite do comandante, que o incentivara a acompanhar a execução de um soldado que havia sido condenado por desobediência e ofensa a um superior. Mesmo na colônia penal, o interesse pela execução não era muito grande." (p. 15-18)
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Marcos.Paulo 15/08/2022

Impactante
Atual e politicamente impactante, essas palavras resumem muito bem essa obra de Kafka, que em uma narrativa ficcional, consegue nos trazer reflexões que se misturam a respeito da realidade a qual nós cerca. Reflexões estas, que amim surgem a respeito do sucateamento institucionais e do conservadorismo excessivo e fanático, que acaba por atravancar o avanço da sociedade, atravéz do excesso de burocracias e engrenagens criadas pelo ser humano, mas que já se tornaram obsoletas. A qual uma minoria insiste em manter-las, como formas insubstituíveis e exemplares de meios reguladores de sociedade.
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lolcode 14/07/2020

Obra interessante de Kafka
Achei uma obra interesse do autor, pois além de tudo é um estudo sobre o sistema jurídico que muitas vezes é injusto e atroz, que pune e muitas vezes as pessoas sujeitas ao castigo, não tem idéia do porquê estão sendo punidas ou nem sabiam que o que tinham feito era errado.

Confesso que o estilo da escrita me cansou um pouco : a obra mais se consiste em uma argumentação de um oficial que defende a dura execução e de um estrangeiro que considera o método ultrapassado. Vemos o paralelo de atrocidades cometidas por países subdesenvolvidos e estrangeiros que vem monitorar e criticar esses processos mas pouco intervém ou impedem essas injustiças. Ela não se desenvolve mais que isso.

Sobre essa edição em específico : o livro é muito bonito, letras grandes apesar de algumas estrofes serem divididas de maneira estranha. O estilo das ilustrações não me agradou muito e o modo que estão dispostas no livro subitamente interrompem a leitura.

O melhor desta edição são as análises inclusas sobre a obra de Kafka, pois dão um contexto melhor do momento histórico que o mundo vivia quando foi escrita.

Enfim, é uma obra interessante, talvez visionária na época em que foi publicada (começo do século XX) mas não me impressionou.
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Jackcoriolano 21/07/2023

Na colonia penal (Franz Kafka)
Na colônia penal, de Franz Kafka, publicado pela Antofágica, é um conto brutal e perturbador. A história se passa em uma colônia penal cujo oficial apresenta a um viajante uma máquina usada para aplicar a pena e executar os condenados.

O oficial é o promotor, juiz e o carrasco no sistema, defendendo com entusiasmo a tal máquina e, por vezes, demonstrando desânimo pela falta de reconhecimento da eficiência com que a máquina escreve a sentença no corpo do condenado e cumpre o seu importante papel no sistema judicial.

Nada é dito ao condenado, nem mesmo o crime, e não é dado a ele o direito de se defender (como? Sequer sabe o porquê da prisão...). A história é uma crítica a regimes totalitários e seus crimes, além da menção de que tais ideias podem retornar.

Além da crítica, a obra suscita vários aspectos que podem ser discutidos como a alienação da massa, que não compreende o que ocorre ao seu redor, nem mesmo os seus direitos, e sem voz está sempre sujeita ao algoz; a banalização da violência; as discussões sobre direitos humanos; o estabelecimento de “leis” que cerceiam direitos básicos; a relação entre crime e pena; a discrepância dos recursos acumulados pelo poder em relação à pobreza daqueles que são “cuidados” por esse poder, enfim, é uma obra atual, política, reflexiva e que impacta o leitor.
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José Bauls 03/11/2020

KAFKA
Esse foi meu primeiro contato com Franz Kafka, e estava com muito receio de ser uma leitura difícil, porém, o que vejo e leio, considero como uma obra prima da literatura mundial, kafka consegue inserir dualidades em praticamente todas as frases lidas. É incrível como ele usa sua habilidade na construção de seu livro para nos contar, mostrar, indagar, etc, sobre varias coisas, seja politicamente ou até sexualmente. Kafka é um mestre, e mestres devem ser celebrados. Por fim um parabéns a editora Antofágica, com essa edição linda e inigualável no mercado atual.
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Brê 12/02/2022

Eu achava que iria ter dificuldade em ler o livro, porém foi de bem fácil compreensão! Assim como metamorfose, a colônia penal também é de assunto interessante
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Luiz.Fernando 08/08/2021

Kafka!!!!!
Amei essa novela, sem condições.

Primeira obra de Kafka que leio e já quero mais! Ele narra muito bem e sua imaginação nem se fala...

A "Colônia Penal" retrata um aparato de execução macabro... É tão cheio de camadas que não consigo encontrar palavras...
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kunstsara 09/07/2020

"Ele não conhece a própria sentença?"
Na Colônia Penal - assim como cada obra de Kafka - segue sombriamente atemporal.
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Nazrat 22/11/2020

Um livro peculiar
Sigo com minha admiração por Kafka, principalmente com os absurdos em sua obra - que impressiona com os infelizes paralelos em nossa realidade. Assim como outros dos seus escritos, é algo para revisitar de tempos em tempos e buscar mais camadas.

E o destaque para esta edição linda da Antofágica, acabamento primoroso, com artes do Mutarelli, além de prefácio e posfácios que acrescentam muito na experiência e contextualização da obra.
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