@quixotandocomadani 20/07/2023David Copperfield foi meu primeiro Dickens! E apesar das mais de mil páginas, se pudesse virava madrugadas lendo de tão boa que é a narrativa. Consegui imaginar as características das personagens um por um, me apegar demais a alguns e a odiar o Sr. Murdstone.
O livro, publicado em 1850, tem traços autobiográficos ao descrever a desumanidade do trabalho infantil e a prisão dos inadimplentes. Dickens simpatiza com os pobres e defende que na maioria das vezes, suas aflições resultam mais da injustiça da sociedade do que de suas próprias falhas. E que apesar do meio, que pode aflorar o pior lado do ser humano, o desafio é não deixar as dificuldades nos guiar. É o que podemos ver claramente nos personagens de Micawber e Uriah Heep, ambos nasceram no mesmo meio, fizeram suas escolhas e tiveram suas oportunidades...cada um colheu o que plantou.
Parece que Dickens dá a entender que o ser humano tem o bom e o mal dentro de si, o meio em que vivemos nos empurrando para um lado e cabe a cada um traçar o seu caminho. Que riqueza, poder e carisma são qualidades mais propensas a corromper do que melhorar o caráter de uma pessoa, Steerforth e sua mãe são a prova disso.
Amei todas as personagens femininas! Emily lutando com a sua culpa, Martha dando o melhor de si para fazer o bem, Anne Strong com seu amor e dedicação, a inocente e doce Dora, Sra. Peggotty com sua força e amizade, Agnes com sua luz, paciência e coragem. Por último, Betsey Trotwood, minha preferida: sábia, autêntica, mesmo com seus defeitos sabe enxergar o melhor das pessoas!
Aliado a tudo isso, ainda conhecemos a vida de David, desde o seu nascimento, infância, primeiros amores, casamento, o suor e a dedicação para conseguir seu próprio sustento e como ele vai amadurendo seus pensamentos, atitudes e sentimentos.
Enfim, críticas sociais e a natureza humana todas nesses núcleos de personagens que me encantaram.
site:
https://www.instagram.com/quixotandocomadani/