As Três Marias

As Três Marias Rachel de Queiroz




Resenhas - As Três Marias


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Elaine - @narealidadedasletras 31/12/2018

Nada irá descrever o que tô sentindo ...
Esse foi meu primeiro contato com a escrita da autora e estou imensamente feliz por ter tido tempo de finalizar essa grande obra.
Um romance de formação com uma forte pegada autobiográfica de Rachel de Queiroz.
Por saber que se tratava de um livro da década de 30 que contava a história de três amigas que se conhecem num internato,esperava uma leitura mais leve e ingênua;doce engano o meu,o livro amadurece junto com seus personagens a medida que vamos adentrando a trama com temas que até hoje ainda são tratados como tabu.
Rachel de Queiroz foi a primeira mulher à ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras,apenas em 1977,e estou imensamente feliz por ter finalizado essa leitura antes do término do ano.
Foi interessante observar o retrato da sociedade na década de 30/40,sobre o olhar da autora. Sem romantização a realidade e nem fornecer ao leitor um final fácil ou previsível, no entanto nos deixa com aquela sensação que os personagens estão vivendo um momento de descoberta,de transição.
O livro é de uma profundidade intensa e ao mesmo tempo,de uma leveza que nos enche os olhos, mas que deixa o coração leve e sereno.
De uma escrita rápida, fluída e cheia de momentos bonitos e melancólicos.

"...Estava ali o mundo, o povo a vida de fora,tudo o que era interdito à minha vida reclusa."

Super recomendo.
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Maria Faria 01/12/2018

As três meninas
Escrito com leveza e com aquele toque invisível de brutalidade que nos mostra a real aspereza da juventude. O que se espera do amor e da religião? As primeiras vezes, tão bem retratadas e tão reais em suas desilusões. Rachel é maravilhosa por escrever tão bem sobre a rispidez das descobertas.
São três Marias que se conhecem no internato e vivem a transição da adolescência para fase adulta juntas. A autora escreve maravilhosamente sobre todos os desafios dessa fase, sobre o primeiro amor, primeiro beijo, primeiro sexo, o aborto. Cada uma das Marias segue seu caminho como reflexo da história em que estão inseridas.
A beatitude de Maria José é resultado de uma vida difícil ao lado da mãe e irmãos, uma família destroçada pela inconsequência do pai e pela presença de uma amante. Maria da Glória é fruto da ausência familiar em decorrência da morte. Sem pai e mãe, procurou um casamento para formar sua família.
Maria Augusta é Rachel, mulher liberta em suas opiniões e atitudes.
E a autora não deixou nenhum assunto tabu sem abordar; desde a colega que fugiu com o namorado até a amiga que, casada, resolveu ter um amante.
A realidade da subjugação da mulher e da necessidade de um aborto, até mesmo o relato da colega que virou prostituta, nada escapou à escrita atenta de Rachel de Queiroz .
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Daniel 12/10/2018

Poético e insuficiente
Resenha no link abaixo!

site: https://blogliteraturaeeu.blogspot.com/2018/10/as-tres-marias-de-rachel-de-queiroz.html


Camis 12/09/2018

Nenhum título vai descrever o que sinto
Toda vez que eu termino de ler Rachel de Queiroz, parece que se forma um furacão na minha alma. Talvez porque eu seja cearense, criada entre o sertão e o mar, e compreenda tão bem as descrições que ela faz dos lugares situados no Ceará. Sinto o cheiro, o calor, vislumbro a paisagem. Talvez seja a descrição das pessoas, que me provoca saudades de todos com quem eu convivia em Fortaleza. Mas não é só isso. Rachel consegue revolver em mim o feminino, profundo, latente, nordestino, que eu tanto amo e ao qual me agarro com unhas e dentes, todas as vezes que eu passo muito tempo sem ir lá, na casa dos meus pais, rever minhas amigas, minhas parentas. As Três Marias me remonta ao tempo das minhas avós, das histórias que elas contavam. O livro é de uma profundidade intensa e ao mesmo tempo, de uma leveza, que te enche os olhos de água mas te deixa com o coração sereno. Darei um tempo e depois voltarei a lê-la. Até mais, Rachel.
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Raphael 06/09/2018

Livro bem chato, e arrastado
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Felps / @felpssevero 31/08/2018

Romance de formação surpreendente
As três Marias, romance de formação com uma forte pegada autobiográfica de Raquel de Queiroz, foi uma das leituras mais surpreendentes deste ano. Por saber que se tratava de um livro da década de 30 que contava a história de três amigas que se conhecem num internato, esperava uma leitura mais leve e ingênua (como o gostosinho Anarquistas graças a Deus, da Zélia Gatai), mas encontrei um livro que amadurece com suas personagens e que traz vários temas que até hoje ainda são tratados como tabus. O livro é fluido, rápido e cheio de momentos bonitos e melancólicos.

Raquel Queiroz foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, apenas em 1977, e foi uma coincidência interessante concluir a leitura desse livro no mesmo dia em que Conceição Evaristo (que poderia ser a primeira mulher negra a ser imortalizada) perdeu a disputa pela cadeira para o cineasta Cacá Diegues, apesar do forte apoio popular que recebeu. A falta de pluralidade na ABL (40 cadeiras, em que somente 7 são ocupadas por mulheres e 1 por um homem negro) diz muito sobre nossas elites culturais. Ou talvez eu esteja dando importância demais a esses senhores e seus rituais.

@felpssevero

site: instagram.com/felpssevero
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Lidos e Curtidos 26/08/2018

Poderia ser qualquer Maria
A história de As Três Marias se passa, em grande parte, na cidade de Fortaleza, no Ceará, terra natal da escritora Rachel de Queiroz.
No romance nós vamos acompanhar as histórias de três Marias, na primeira metade do século XX. Podia ser qualquer “Maria”, mas aqui, essas três moças têm seus destinos cruzados num famoso internato feminino da cidade.
O Título da Obra é bem conveniente. As “Marias” representam o Feminino e as suas diferentes formas de existir numa sociedade. E mais representativo ainda é a associação que podemos fazer com o segundo nome de cada uma dessas Marias:
Maria da Glória: a mais rica, bela; o padrão que a sociedade espera de uma mulher;
Maria José: a que se mantém presa às imposições religiosas pela ambivalência em sua existência e pela sensação de não pertencimento. Por ser Maria e ser José e;
Maria Augusta: narradora e alter-ego da Rachel de Queiroz. Busca uma liberdade que é constantemente tolhida ou criticada. Sonha poder exercer todo o seu papel feminino (dentro do que ela entende por isso), longe das normas e culpas, apenas por poder experimentar-se vivendo.
Apesar de personalidades distintas, as três possuem figuras paternas ausentes. Esse motivo favorece seus estudos num colégio interno feminino e religioso. Tais instituições eram super valorizadas por serem educadoras, aliadas à força reguladora e censuradora que é a religião, com todos os seus dogmas, pecados e morais; um espaço em que os dispositivos de gênero estão excessivamente postos e todos os ensinamentos são no intuito de fazer daquelas meninas, mulheres honradas: boas donas de casa, que, claro, dentro do ideal concebido, se casarão virgens e não mancharão o bom nome de suas famílias.
Quer saber mais? Visite youtube.com/lidosecurtidos

site: https://youtu.be/QqLy5z-QrX8
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neudsonpenha 30/07/2018

Em busca da Redenção feminina
As Três Marias, da cearense Rachel de Queiroz, é um romance autobiográfico como descreveu Mário de Andrade.

A narrativa, em primeira pessoa, é a história de vida de três amigas: Maria Augusta, Maria José e Maria da Glória e de seus Medos, da tradição, da condição social, condição feminina, dos amores, dos desejos, da família, das dores e sabores...das perspectivas de uma "redenção feminina".

"A busca pela liberdade e o que quer que isto signifique" é o que veremos sob o olhar tenso, dramático e por vezes seco, pragmático, mas também lúcido e reflexivo da personagem Maria Augusta.

O livro tem a façanha de ser feminista sem rumar por esse condução política. (a autora não se descrevia como tal e não escrevia para tal). Porém, com um um enredo forte e cheio de personagens femininas marcantes facilmente nos conduz às profundezas da simplicidade e da complexidade da condição de "ser mulher ".

Primero livro lido da autora e não será o último. Super recomendo!!!!
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Luciana - @minhaestantemagica 25/07/2018

BFF's
O primeiro contato que tive com Rachel foi com a leitura de O Memorial de Maria Moura (há mais de quinze anos). Não lembro direito da história, mas lembro que fiquei encantada com a força daquela mulher. Desde então, não tinha lido mais nada dela. E que maravilha reencontrar essa escritora que retrata tão bem o meu Nordeste e, principalmente, o Ceará, terra de vários amigos queridos. Bom, As Três Marias é um livro autobiográfico, inspirado na infância e juventude de Rachel. Maria Augusta ou Guta, a narradora, conhece suas duas melhores amigas, Maria da Glória e Maria José, no internato de freiras em que estudava. Elas se tornam tão inseparáveis que ganham o apelido de três Marias, como a constelação. Elas passaram a infância lendo romances franceses às escondidas e imaginando como seria o amor e o mundo fora dos portões do colégio. Em uma época em que a família, a escola e a Igreja eram responsáveis por moldar o comportamento feminino (bela, recatada e do lar), Guta acaba se tornando a mais ousada. Glória rapidamente se casa, concretizando o "sonho de toda mulher" e Maria José se torna tão religiosa que vive em conflito consigo mesma. Guta, apesar de também desejar um amor, vive experiências libertadoras e transgressoras para a época. Mais uma protagonista feminina, corajosa e autêntica típica da obra de Rachel. Na verdade, uma protagonista como a própria Rachel!
As personagens de Maria da Glória e Maria José eram reais. Se chamavam Odorina Castelo Branco e Alba Frota. E Maria Augusta, claro, era a própria Rachel. As três permaneceram amigas até o fim da vida.
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Guynaciria 06/07/2018

Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Camões, em suas obras ela busca retratar a realidade social do povo nordestino, dando sempre ênfase as papel da mulher na sociedade.

As Três Marias, é um romance publicado no ano de 1939, escrito em primeira pessoa, tem como narradora a Guta, ou Maria Augusta. Ela é a protagonista dessa história, que teve inicio com a sua chegada no colégio interno aos 12 anos.

Ela logo fez amizade com Maria José e Maria da Glória, surgindo daí o apelido do trio (As Três Marias, baseado na constelação de Órion). A amizade entre as meninas acabou sendo um alento para elas, uma vez que tinham com quem compartilhar as suas angustias, tristezas e sonhos de um futuro melhor.

As meninas se transformaram em mulheres fortes, complexas, que mesmo com o passar dos anos tentaram manter contato.

Guta é uma personagem complexa, muitas vezes incompreendida, ela tem sonhos grandes demais para a realidade em que está inserida, e por esse motivo acaba atuando como observadora das pessoas que a cercam. 

Foi interessante observar o retrato da sociedade brasileira da década de 30/40, sobre o olhar de Rachel de Queiroz. Ela não romantiza a realidade e nem fornece ao leitor um final fácil, previsível, pelo contrario, os finais de seus livros são geralmente aberto, com as personagens vivendo um momento de transição, de descoberta.

Esse é um livro emocionante, recomendo à leitura a todos.

Bjos!
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Thiago Barbosa Santos 19/06/2018

Mulheres fortes
A literatura brasileira é composta de mulheres fortes, que foram gigantes na luta pelo protagonismo feminino, pela igualdade de direitos. Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles e Rachel de Queiroz foram importantíssimas nesse processo. Elas quebraram tabus e provaram que escrever não era coisa só para homens.

Na obra de cada uma, existem personagens fortes, complexas e emblemáticas. No caso da autora cearense, tema desta resenha, também encontramos em vários livros esse perfil de mulher. Um tema muito forte na obra dela é o papel da mulher na sociedade, como se pode observar em "As três Marias".

O enredo começa em um colégio interno dirigido por freiras. Maria Augusta, Maria da Glória e Maria José são internas e se tornam amigas inseparáveis. Uma amizade que transpõe os muros do internato e vira uma união para a vida. Ainda no colégio, elas ganham o apelido de "as três Marias", por andarem sempre juntas. Uma alusão à constelação famosa. Algumas passagens do livro mostram as meninas à noite, no pátio, a observar o céu, todas se identificando com as respectivas estrelas.

A personagem central do livro é Maria Augusta, ou Guta, como é chamada. O tempo passa, o período no internato acaba e cada uma segue seu rumo, mas sempre próximas. Glória se casa e tem um filho, Maria José vai morar com a mãe e com os irmãos, leva uma vida mais regrada, voltada para a religião e se torna professora. Guta vai morar no interior com a família, mas logo percebe que aquele mundo é muito pequeno para ela. Viraria uma dona de casa. A garota ousa, volta a morar em Fortaleza, vira datilógrafa e vai morar com Maria José. Conhece Arthur, por quem se apaixona, mas termina rapidamente por descobrir que ele é casado. Descobre que um amigo, o Aluísio, gosta dela, mas o rapaz comete suicídio e todos a culpam por isso.

Triste com os acontecimentos recentes, Guta passa as férias no Rio de Janeiro, conhece Isaac e se envolve com ele, tendo sua primeira noite de amor. As férias acabam, ela volta para casa mas se descobre grávida. Pouco tempo depois aborta e, após sucessivas desilusões, resolve voltar ao interior para viver com a família.

É um livro tocante, que mostra a força e a coragem de uma mulher que busca viver uma vida mais independente, mas que vive alguns dissabores e se desilude.Tudo isso narrado com extrema sensibilidade por Rachel de Queiroz.
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Thárin 06/06/2018

Um retrato da sociedade da década de 30
Achei muito interessante a leitura desse livro por dois aspectos em particular: o retrato da sociedade brasileira nas décadas de 30/40, especialmente o retrato do papel da mulher, bem como a profundidade psicológica da personagem central.
Guta nos apresenta um relato de sua vida, analisando cada acontecimento sob um prisma mais profundo, além das análises sobre as vidas das pessoas que a cercavam.
Recomendo muitíssimo!
Julia.Martins 07/06/2018minha estante
estou louca pra ler.


Thárin 07/06/2018minha estante
Muito bom esse livro, bem fácil e rápida leitura. Eu tenho, se quiser emprestado é só avisar. Inclusive ele é o livro do mês do leia mulheres, o encontro é no último domingo do mês, fique a vontade tarde pra participar ?


Julia.Martins 10/06/2018minha estante
blz. obrigada.




@Marverosa 25/03/2018

Bem escrito
A autora desmancha com categoria a respeito dos devaneios da alma feminina.

Por trás de uma história de amizade num colégio de freiras, vai desmembrando os enlances turvos das diferentes personalidades das três amigas.

Muito bem escrito, com um vocabulário robusto.

Não seria um livro que eu escolheria espontaneamente, mas confesso que me surpreendi.
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Senhor Wayne 19/03/2018

Faltou uma estrela nessa obra!
O livro conta o encontro de três amigas chamadas Maria que passam por aflições e paixões juntas durante sua vida e estória. Parece promissor e eu o julguei assim: " Amigos se conhecendo e amadurecendo juntos, que legal", mas foi só uma expectativa demasiada jogada num micro universo cercado pudores a elementos que deixam o leitor entediado. Desde de que se conheceram no internato eu vi certo futuro e enredo desenrolando bem até que saem do internato e rumam para suas vidas. O protagonismo em cima de Maria Augusta é legal, mas meio que apagou as outras, sendo praticamente 70% do livro os pensamentos de Guta para conosco, um e outro diálogo aqui e ali. Sem falar que para 3 AMIGAS com realidades diferentes poderia ter estórias interessantes cercando as 3. A mais interessante é a de Guta, que detém 70% do livro como seu diário de ideias e ações e as melhores partes deveriam estar centradas nela, correto? Não! A melhor parte do livro não é com as protagonistas e sim com uma amiga do colégio.
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Ana Paula 12/03/2018

A narradora se chama Maria Augusta e nós acompanhamos alguns anos de sua vida, desde o momento que ela entra em um internato para meninas até seus 20 anos mais ou menos. No internato, ela conhece Maria José e Maria da Glória, as três viram amigas e acompanhamos o desenrolar da vida das outras duas junto com a história de Guta. Essa trinca de Marias dá nome ao livro e era assim que elas eram chamadas no internato, por estarem sempre juntas. Elas gostavam do apelido por conta da Constelação das três marias e cada uma se identificou com uma das estrelas que a compunha. Maria da Glória, a mais brilhante, Maria Augusta a do meio e Maria José a última.

A forma como Guta vai narrando os acontecimentos de sua vida nos levam a uma leitura linear e sem muitas surpresas que mostram as dúvidas e receios primeiro da criança, que se sente abandonada pelo pai após a morte da mãe até a jovem adulta que deseja fugir das lembranças do passado, mas sempre busca o aval masculino para tomar decisões. Eu não sou escritora, mas tenho a impressão que escrever bem uma história desse tipo é mais difícil que escrever aquelas cheias de fatos, personagens, acontecimentos e viradas. Parece que para um texto linear ser bom e prender a pessoa, o escritor tem que ter mais domínio da língua e das técnicas narrativas para conseguir prender o leitor sem entregar algo entediante. E, para mim, As Três Marias não tem nada de entediante.

É uma visita ao Brasil, mais especificamente do Ceará, da década de 30 e talvez a alguns fatos da vida da própria Rachel já que ele é considerado auto biográfico. Você tem a oportunidade de conhecer uma personagem que é forte e ao mesmo tempo dependente tanto das amigas como dos homens que a cercam. A forma como o trio de Marias é representado também é interessante porque a José é a personificação das beatas daquela época, a Glória é a que encontra o príncipe e sempre teve sorte na vida, já Guta sempre foi pobre, nunca teve privilégios e é como se fosse o equilíbrio entre as outras duas.

Sei que esse é o tipo de livro que não agrada a qualquer leitor. Eu sempre fui muito acostumada a ler fantasia e por isso acabo esperando que as histórias sejam recheadas de ação, mas tenho aprendido a ler esses romances mais tranquilos em que o narrador te leva pela história e você continua apenas pelo prazer de acompanhar a sua trajetória sem compromisso com a necessidade de desvendar algo. É o segundo livro desse tipo que leio e tenho a impressão de que vou me adaptar ainda mais aos próximos. No início causa aquele estranhamento, uma sensação de que aquilo é monótono, mas quando você se abre e passa a prestar atenção de verdade no que está sendo dito você começa a ver que existem críticas e que, na maioria das vezes, elas estão nas entrelinhas.

As críticas aparecem com força nesse livro, a principal, a meu ver, questiona o papel da mulher na sociedade, a própria Guta não consegue se ver no papel de dama perfeita assim que sai do internato e prefere trabalhar. Também há críticas sobre a desigualdade social e a segregação feita pelas próprias freiras entre os órfãos e as meninas do internato. Critica-se a ideia de que cada um deve se contentar apenas com aquilo que foi reservado a si em virtude de sua condição social e como isso é imposto as crianças desde cedo impedindo-as de sonhar. Várias outras críticas aparecem também, mas é parte da experiência ir descobrindo-as aos poucos afinal cada um interpreta as coisas de um jeito e você pode enxergar coisas que eu não vi.

É um livro que deve ser revisitado com o tempo, porque a Ana que conversou com a Guta agora com certeza vai ouvir de coisas diferentes daqui a alguns anos. Foi uma baita surpresa para mim porque eu não sabia muito bem o que esperar desse livro, que eu nem sabia que existia até recebê-lo, mas me cativou e me fez querer conhecer ainda mais a escrita de Rachel, uma escritora feminista que não se considerava feminista. Que venha O Quinze e Memorial de Maria Moura!

site: http://pontoparaler.com.br/critica-de-livro-as-tres-marias/
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