maria 09/03/2021
Tive problemas com a leitura, pois não adquiri o livro que queria, comprei pensando ser uma coisa e acabou sendo outra...
Recentemente comecei a repensar sobre a monogamia como parte do meu interesse pessoal e também experiência sobre relacionamentos. Estava lendo O Gene Egoísta e ele questionou o porquê de amarmos de forma igual filhos mas não ter a capacidade de amar mais do que uma pessoa em um relacionamento, isso me enlouqueceu mas não foi aprofundado. Infelizmente existe pouquíssima divulgação intelectual a respeito da ciência do amor e suas diversas variações e expressões. Mais fácil descobrir a vacina da COVID 19 do que chegar a conclusão biológica e genética da homossexualidade e transexualidade, por exemplo. Enfim a falta de uma conclusão só vai perpetuar mais ignorância a respeitos do desigual, não só sendo um desserviço para LGBTQA+ mas também para poliamor, relacionamento aberto e essas relacionamentos, que acredito que vão ser o próximo Zeitgeist depois que a aberração do cristianismo morrer em sua essência. Como uma pessoa não romântica em se tratanto de relacionamento achei o livro uma perca de tempo, poderia ter aproveitado uma leitura do Richard Dawkins sobre genética que talvez eu teria chegado sozinha na conclusão que eu precisava ter. Existem tantos fatores químicos e biológicos envolvendo o amor e o livro não citou nenhuma, poderia ter citado até o mais clichê que qualquer estudante sábio sabe como a testosterona, o cio da mulher, os cheiros mas nada. Um fato importante que o livro passou correndo como fatores sociais, por exemplo, o fato de que o matrimônio reconhecido pelo estado garante o direito do cônjuge e de seus filhos a todos os seus bens, ou seja, além de garantir que o estado não tome posse dos seus bens, o amor romântico monogâmico acabou por dominar o mundo ocidental porque corrobora com um processo capitalista de acúmulo de capital e ampliação de patrimônio. Obviamente o livro chegou perto de citar isso em um certo momento, mas passou correndo e não aprofundou nada, como não fez no livro inteiro, citando historinhas para eu dormir na leitura. Mas ademais vou citar umas coisas importantes que o livro me lembrou e por isso não quero perder e vou deixar salvo aqui os ensinamentos dele.
1. Procuramos no nosso parceiro, é claro, em uma análise heteronormativa excludente, as características reprodutivas que nos complementam. Os homens buscam fertilidade, que passam a impressão de prover bons filhos nas mulheres e elas buscam a qualidade de provedor, impressões que buscamos hoje nos padrões estéticos até hoje, as mulheres precisam ter quadris largos e um aspecto jovial, os homens, carreira e autonomia financeira.
2. A neurociência contemporânea explica que a paixão é um estado de demência, no qual há um relaxamento da racionalidade. Na psicanálise, corresponde ao amor narcísico, no qual o sujeito que ama projeta os seus desejos no objeto amado.
3. A ciência dita que um casal não fica apaixonado por um período maior do que dois ou três anos.
4. O amor romântico tem origem na Idade Média, e foi criado no Romanstismo e consiste na crença de que uma pessoa vai satisfazer os seus desejos sexuais e afetivos por toda a vida. Antes e claro até durante a Idade Média casamento era algo apenas político, para cessar conflitos entre reinos, ou a permanência de certa família no poder (varia muito de cultura para cultura mas sempre tinha o motivo e o amor nunca era um deles!) e claro interesse, em aumentar capital como já citei no início da resenha.
5. Todas as experiências são insatisfatórias, pois a instatisfação existe por causa das expectativas que projetamos nessas experiências. E a causa do sofrimento é o desejo, pois ele NUNCA é saciado. Para buscarmos a felicidade não devemos procurar felicidade onde ela não existe.
Pronto, em questão de amor parou por aqui, o livro inteiro se resume para eu, a essas 5 respostas.Sobre o poliamor, que foi o meu foco ao ler o livro encontrei a seguinte conclusão: Primeiramente, sobre o ciúme, muita gente é tóxico pois projeta nossos própios desejos e vontades na pessoa amada, então, por exemplo, se nos enxergarmos capazes de trair, enxergamos na pessoa amada. O livro só cita isso como ciúme, que é um fator que impede o poliamor para quase todos os casais, mas enfim, continuando...
O poliamor reconhece o prazer sexual e postula que a liberdade de exércicio da sexualidade é um valor individual, portanto os desejos afetivos-sexuais de uma pessoa não podem ser reduzidos a padrões morais econômicos ou culturais. Ademais, não é sinônimo de poliandria e poligamia, pois o amor policonjugal costuma ser determinado a partir de características específicas de uma comunidade. Ademais, o poliamor reflete a instância do desejo, ele não quer impor a impossibilidade de haver relações regidas por aspectos jurídicos ou sociais, mas considera que tais fatores não são primordiais e não possuem o poder de delimitar o encontro afetivo sexual. Também não é sinônimo de relacionamento aberto, pois não existe relações prioritárias, é o fluxo da vida que determina o ritmo das coisas, o amor está sempre no centro dos relacionamentos. São múltiplos campos onde o amor pode florescer. De qualquer forma é importante frisar que cada pessoa é de um jeito, tem muita gente que se sente bem em um relacionamento monogâmico e tudo bem, o importante é apenas ressaltar que existem pessoas que escapam a regra, as pessoas contra o poliamor usam o mesmo argumento anti LGBTQ que se todos forem gays ninguém vai ter filhos, óbvio que nem tudo mundo é homo, bi, nem a favor do poliamor, cabe a você ter maturidade e um autoconhecimento mínimo para decidir o que é melhor a você e o seu parceiro. Descubra a sua própia natureza!
CONCLUSÃO: 3 estrelas por me trazer conteúdo para resenha, até que deu para aprender muita coisa, mas eu queria mais ciência e fatos e menos blablabla, enfim, to cansada de escrever e vou doar o livro. É isso.