Sara 19/06/2022
nós amamos porque estamos vivos
"um relacionamento amoroso não é uma experiência entre conterrâneos, mas sim entre estrangeiros. Assim a relação amorosa pode ser vista como um convite a hospitalidade. Ela nunca será totalmente compatível conosco, uma vez que é outro ser humano...O que precisamos é ter uma abertura existencial para receber a pessoa que amamos, isto é, assumir que somos diferentes e que a arte do encontro é um esforço que precisa de uma espécie de tradução. O estrangeiro fala outra língua, a pessoa amada tem sua própria gramática. Um bom anfitrião não é aquele que somente apresenta, ou pior, impõe sua culinária e os seus costumes, mas aquele que aprende a fazer os pratos favoritos do hóspede e está disposto a aprender mais sobre sua cultura e seus costumes". Com o início da minha vida adulta eu senti pela primeira vez a experiência de amar alguém românticamente e senti a necessidade de entender meus sentimentos, acho que do mesmo jeito que ao receber um estrangeiro em casa eu tentaria estudar sobre de onde ele veio e o que fazer para dar conforto a ele é o que to fazendo para amar e saber como amar também, acho que o livro usou de bons argumentos científico, sociais e filosófico para a tese defendida e mais que isso, entrou em acordo com a bell hoocks que também defende que amar é um ato político e que engloba todas as esferas da nossa vida. Eu me sinto feliz de estar já no caminho para acolher um estrangeiro e aprender e confortar na sua visita ao meu afeto, e aceitar que talvez possa ser uma experiência que fracasse, no final o que importa é viver e me deixar sentir assim como Freud diria. Recomendo muito esse livro, as vezes a gente precisa entender o que é amar algum com toda a complexidade que isso exige