Mariana 02/10/2021
Revivemos o fascismo?
Sobre o livro da semana, vivemos o fascismo?
Este livro (Fascismo à brasileira) me fez lembrar muito as minhas aulas de história (melhor matéria ever e na qual sem fui melhor!)...mas a lembrança repousou nas páginas das apostilas e livros em que me debrucei...chego a lembrar o local, a cor da página, em que a Nova República era explicada. E concluo que a história a mim contada foi, no mínimo, mal contada. Poderia ser resquícios da Ditadura Militar? Mas que interesse os militares teriam em encobrir o verdadeiro papel de G. Vargas na nossa história? Então, este livro nos dá algumas pistas. Me impressionei com as fake news de Hitler e do Plano Cohen de Plínio Salgado, com as maracutaias do Integralismo para distorcer a visão que se tinha (e que perdura até hj) dos comunistas (isso não os exime de culpa tbm). Me impressionei com um Vargas frio e extremamente calculistas. Me impressionei com um Prestes o apoiando, mesmo depois de tudo. Mais ainda me marcou a questão de Mussolini ter sido um socialista convicto até seus 20 anos. Me marcou (mesmo já sabendo) que não importa a ideologia do poder, importa estar no poder. Achei o último capítulo muito breve, superficial. Deve ser difícil se falar da história se vivendo o momento. A falta de distância temporal talvez tenha sido a razão para Pedro Doria só arranhar o que vivemos no Brasil hj. A sua conclusão é pedir para que o leitor conclua, depois do seu relato, se o fascismo, ou o de Mussolini ou o de Salgado, ecoa sobre nós brasileiros. Esperava mais. Faltou um "punch". Assim, importa saber que o "fascismo acredita que a sociedade está em declínio, que ele se enxerga humilhado, que se percebe como uma vítima do sistema. Que aí contra-ataca com nacionalismo, que arma seus militantes, cultua unidade e exige total fidelidade. Que se relaciona com as elites tradicionais, mas há desconforto nesse relacionamento. Respira violência. No momento em que tem força suficiente para tal, atropela restrições éticas ou legais". (Definição baseada em Robert Paxton)