Alan Santana 20/03/2021
Ficção científica com ênfase na ciência!
Não é à toa que Wells é considerado o pai da ficção científica, ele mescla a ciência com a fantasia de modo genial e original. A história é crua e monótona, nada daquelas cenas de ação e tecnologia que geralmente encontramos nesse gênero; Wells expõe o conhecimento sobre anatomia, fisiologia, microbiologia e astronomia que detinham no final do século XIX, encaixa tudo isso numa invasão alienígena e propõe como seria a reação da humanidade frente a isso, além de criticar a ideia de superioridade do ser humano frente à outras espécies. O mais interessante, porém, se dá no final, na resolução da invasão alienígena: é abrupto, direto e absolutamente genial! Faz muito mais sentido do que um confronto direto entre humanos e alienígenas e uso excessivo de armas e explosivos.
O problema da obra é o mesmo que há em muitas obras do século XIX: o lenga-lenga. Autores como Wilde, Stendhal, Victor Hugo (esse então, nem se fale) e muitos outros da mesma época criaram obras geniais, clássicos, mas abusavam ao extremo da dissertação detalhista. Com Wells não é diferente, o autor gasta muito tempo detalhando coisas absurdamente inúteis, no nível de ?olhei pra cima, olhei pra baixo, virei pra rua x, desci pela rua y, olhei pro lado, tomei banho gelado, tomei whiskey, depois voltei pra rua z e vi um cachorro?, tudo isso enquanto ocorre uma invasão alienígena que está dizimando a humanidade (???). Isso acaba tornando a leitura maçante e difícil de ler mais do que 20/30 páginas por vez.
Mas a leitura é muito mais do que válida e recomendada para qualquer um que goste de ficção cientifica!