spoiler visualizarTamara 28/12/2023
Derrapou e o plot caiu
Quem diria que o meu pov favorito em um livro seria o da riquinha de origem nobre que acha que tudo bem ter escravo pois a vida é isso mesmo... Mas é isso: nesse terceiro livro quem se destaca, para mim, é dona Helene.
Achei o livro como um todo bem mais ou menos, um grande tédio e repetição sem fim e com muita violência desnecessária. Tudo bem, a gente já entendeu que a comandante é uma grande vilãozona quantas páginas mais a gente vai ler de morte, enforcamento, tortura etc??! Eu cheguei no final do livro achando que não teria nem mais povo para essa galera governar porque o nível de violência tava too much. Dona Sabaa pesou a mão.
O problema maior que eu encontrei foi que, dos três pontos de vistas dos personagens principais, apenas Heleninha estava interessante de acompanhar. Aliás, toda a trajetória e desenvolvimento de personagem da Helene é 10/10. Ela tenta equilibrar as crenças injetadas nelas desde pequena e que estão desmoronando pouco a pouco; o seu amor e fidelidade pela família; o seu dever com o Império; a sua magia; e como ela se sente como mulher no meio disso tudo. Ela me irritou em algumas decisões completamente burras que tomou but everybody makes mistakes everybody has those days, certo?! E eu simplesmente AMEI que já que ela não pode ter o boy que ela queria, ela decidiu continuar na família e pegar o irmão (muito melhor, aliás, porque não tem o sangue da comandante correndo nas veias).
Por falar em Elias: até então ele tinha sido o meu favorito porque ele me lembra demais do Ali, de Cidade de Bronze. Mas nesse aqui eu achei um SACO a história toda dos fantasmas e dele simplesmente não entender que tinha que sossegar o facho em casa e cuidar das almas penadas. Era a Laia aparecer que ele corria para ajudar e fodasse o mundão lá fora né, os fantasmas que lutem (literalmente!). Também achei triste que toda a história da mãe dele e das tribos foi esquecida no churrasco, era uma parte que eu adorava nos livros anteriores.
Quanto à Laia, achei ela MUITO CHATA nesse livro; com quase nenhum desenvolvimento emocional da parte dela. Ela não amadureceu nada desde o primeiro livro. Apesar de ser a única a entender que o inimigo agora é outro e que é necessário combater o cara que quer jogar as trevas em todos nós, ela não consegue juntar 1+1 e se acalmar um pouco antes de tomar qualquer decisão. Aliás, se as outras pessoas não empurram ela para frente, ela não consegue realizar nada. Era meio que óbvio que o maior vilão da história não teria ficado deboinhas esperando a bonita roubar a última arma que ele tinha. Mas enfim, acho que ainda tenho raiva dela do outro livro de ter sido uma emocionada trouxa e ter dado o ÚNICO presente que a mãe deixou para um boyzinho que ela conheceu ontem.
O plot twist da mãe/cozinheiro eu já vi vindo desde a primeira aparição da cozinheira. Ter uma personagem com um cara cheia de cicatrizes que não dá para reconhecer é batata: é aquele personagem que a gente não viu morrer e que é superpoderoso. Até agora só não entendo como a florzinha da Keris não simplesmente encontrou a família inteira da Leoa e matou geral?! Não é possível que ela não tenha tido acesso a essa informação esse tempo todo, ainda mais com informantes dentro da própria resistência.
Por falar na Keris: por que ela CONTINUA viva? Não é possível que ninguém conseguiu esfaquear essa mulher, pelo amor de Jesus Cristo. O rei da noite (esqueci o nome oficial dele nesse livro. Acabei pegando emprestado de GOT): sei lá, acho qualquer coisa. Entendo que é o maior vilão de todos os tempos e como todo vilão ele tem uma história pregressa que meio que justifica toda a vilania, mas ain fadiga. Acho estranho esse apego que ele teve com a Laia que tem como principal característica atrativa ser bonita. Por que ele não mata ela? Plot armor de protagonista, só pode.
Enfim: os dois primeiros livros achei bem melhor, mais desenvolvido, personagens melhores e um ritmo beeem mais ágil. Tem muitos furos que ainda não foram cobertos e lerei o último livro para ver se fica um gosto melhor ao final da série.