Rose 20/12/2018Razão e Sensibilidade foi o primeiro livro publicado da autora, isso lá em 1811!!! O livro conta a história de Elinor e Marianne Dashwood, duas irmãs, filhas do segundo casamento de Mr. Dashwood. Elas tem ainda mais dois irmãos, Margaret e o meio irmão John.
Quando o pai deles morre, deixa a propriedade da família para John, como rege os costumes da época. Isso acaba deixando as irmãs em maus lençóis, pois John não acatou o pedido feito pelo pai em prover as necessidades das irmãs e madrasta após sua morte. Com isso, elas foram morar em uma casa simples e afastada, e passaram a viver de uma parca pensão e da caridade de um parente, o Sr. Mindleton.
O livro mostra as mudanças ocorridas na vida delas, principalmente e Elinor e Marianne. Enquanto Elinor é pura razão, agindo sempre com coerência e dentro da etiqueta da época, Marianne é toda sensibilidade, impulsiva.
Elinor acaba se permitindo viver uma aventura e Marianne aprende com seus erros. Ambas tem suas desilusões amarosas e são marginalizadas pela falta de dinheiro. Os acontecimentos levam ambas a um amadurecimento, fazendo ambas equilibrarem melhor a razão e a sensibilidade.
O ritmo do enredo é lento, e para quem não está acostumado com histórias escritas nesta época, pode estranhar um pouco, mas não tem como negar a qualidade da história.
Eu comecei a ler a primeira, Razão e Sensibilidade, que acabou não rolando muito bem. Optei, então, a ler Orgulho e Preconceito, o que deu muito certo. A leitura flui bem e a curiosidade só aumentava conforme ia conhecendo a famosa história de Mr. Darcy e Elizabeth.
Orgulho e Preconceito foi publicado em 1813, e conta a história deste casal que acabou se conhecendo quando Mr. Bingley alugou uma propriedade no campo, perto da casa da família Bennet.
Bingley, que veio acompanhado de sua irmã Carolina e de seu melhor amigo Mr. Darcy, logo conquistou a comunidade local com seu jeito simpático e descontraído. Bem diferente de seu amigo, que era visto por todos como frio, arrogante e preconceituoso.
Bingley acaba se interessando por Jane Bennet, a mais velha das cinco filhas de um proprietário rural. Fato este que não era bem visto por Carolina e Darcy, apesar de Carolina dizer aos quatro cantos que tinha por Jane uma afeição e amizade.
No entanto, Elizabeth, irmã de Jane, não engolia esta história, e sabia que ela e suas amigas esnobes não viam com bons olhos este relacionamento, ainda mais com as loucuras e frivolidades de suas irmãs mais novas e de sua mãe.
Enquanto desenvolvia uma profunda antipatia por Mr. Darcy, ela acabou conhecendo Winckhan, um charmoso oficial que está alojado na região e que foi criado ao lado de Mr. Darcy. Acontece que eles agora não se dão muito bem, e após conhecer os motivos deste afastamento, Elizabeth acaba aumentando ainda mais o desdém que sente por Mr. Darcy.
Mal sabe a moça que sua língua afiada e seus modos desaforados, tem chamado a atenção de Mr. Darcy. Na verdade, o nobre rapaz não consegue entender o que vê nesta moça que tão claramente está abaixo dele na escala social.
E no meio de tantas intrigas e disse-me-disse, nem mesmo uma amizade brota no coração de Elizabeth, que só vê aumentar sua raiva em relação ao nobre rapaz, principalmente depois que soube de sua interferência no romance de sua irmã.
Sem saber do que se passa na mente de Elizabeth, Darcy acaba tendo uma estabanada e desastrosa conversa com a jovem, e percebe o quão errado está em relação a muitas coisas em sua vida.
Depois da raiva, e ainda apaixonado por ela, ele começa a refletir sobre seus atos e seu estilo de vida. Sua primeira ação é explicar alguns pontos importantes e nebulosos em relação a seu nome, para então tentar reverter a animosidade da bela dama.
No meio disso, Lydia, a irmã mais sem noção de Elizabeth, a que hoje poderíamos chamar de piriguete, acaba caindo, ou se metendo por conta própria mesmo, em uma enorme confusão que pode levar o nome da família para lama, impedindo assim, qualquer sonho de um bom casamento para as outras irmãs. Ainda mais para Jane, que está apaixonada por Bingley. Sem falar que um nome de peso, não só para a sociedade, como também na vida de Mr. Darcy, deixa bem claro seu total e completo descontentamento com algum relacionamento mais sério com qualquer uma das mulheres Bennet.
Curiosamente é de onde Elizabeth menos imagina é que surgirá a mão que protegerá sua família. Agora, diante dos fatos, e com a mente mais aberta, principalmente para a verdade, Elizabeth percebe que nem tudo é o que parece ser. E que infelizmente, ela, que tanto condena os outros, acabou se deixando levar pelas aparências. Será que ainda terá tempo de consertar seus erros?
Em um mundo onde as aparências e o "status social" contam mais do que tudo, Elizabeth não aceitou ser apenas mais uma cabeça de vento a procura de um bom casamento. Inteligente e com ideias próprias, ela não se furta de tomar partido ou mesmo posição, sempre deixando claro suas opiniões e seu desprezo pela hipocrisia que impera. Tendo em mente a época em que foi escrita e o período retratado, com certeza ela é uma mulher rara em seu meio.
Como disse lá no começo, assim que comecei a leitura, algo no enredo me prendeu, mas não vou dizer que fiquei encantada e maravilhada com ele. Mas sem dúvida eu gostei da história e dos personagens.
Jane Asuten retratou tão bem a falsidade que imperava (e ainda existe) na época. As cenas em que as mulheres elogiavam Jane para depois falarem mal pelas costas é tão real e facilmente vista e/ou imaginada... A mãe de Elizabeth, Mrs Bennet é totalmente inadequada e frívola. Não tem personalidade própria e troca de opinião facilmente. O pai, Mr. Bennet, não tem pulso algum, e prefere deixar as coisas rolarem solta do que ter algum tipo de preocupação... E estas características que poderiam ser ruins, acabaram formando um quadro muito bom e fundamental para o desenvolvimento da trama.
Sempre ouvi dizer que Mr. Darcy era frio, grosso e machista, e realmente ele é isso, mas seu personagem não se resume a apenas isso. E mais uma vez, vale ressaltar a época em que a história foi escrita...
Só me incomodei em alguns pensamentos ou divagações que Elizabeth teve durante a narrativa, como se Mr. Darcy fosse o culpado por ela ter feito tão péssimo juízo dele, e por isso tivesse que resolver a questão do desencontro deles. Não dá para explicar tão claramente aqui sem dar spoiler, mas quem já leu ou vai ler, deve entender a que me refiro.
Com tudo isso, entendi os motivos deste livro ser tão bem falado e até hoje influenciar tantos autores e conquistar tantos leitores. O que mais me chamou atenção no enredo foi a crítica feita aos pais e suas criações. Fora que o título do livro é visto claramente ao longo na história nos personagens da trama, e não estou dizendo apenas nos personagens principais...
Enfim, ele não se tornou o meu romance favorito, mas sem dúvida é um que recomendo a leitura.
Em relação a parte gráfica, o livro é muito bonito, com uma capa dura bela em sua simplicidade, mas que chama atenção pela cor. Vem com um marcador interno e alguns poucos detalhes como uma imagem no início de cada história, e um local no começo do livro para colocarmos o nome. A única coisa que não gostei foi o tamanho da letra, eu achei muito pequena e me incomodou ao longo da leitura. Apenas um detalhe que acho legal avisar.
site:
http://fabricadosconvites.blogspot.com.br