Paixão simples

Paixão simples Annie Ernaux




Resenhas - Uma Paixão Simples


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lauraguitti 01/06/2024

5 estrelas
Primeiro livro que li da autora e fiquei feliz de ter investido. esse livro está no meu TBR há meses, mas nunca tive coragem de comprar por medo de não gostar do estilo de livro, visto que só leio fantasia e romance.
para quem está com o mesmo medo: compre. é uma experiência muito boa.


gostei demais da narração da annie, ela criou uma coisa completamente nova. uma coisa entre diário e autobiografia.

o que mais gostei foi que, com base nas minhas morais, a autora é uma pessoa que eu não gostaria de conviver na vida real, porém, lendo as barbaridades que ela já fez (que na MINHA opinião são barbaridades) não consegui odiá-la. de certa forma, consegui até mesmo compreendê-la. a forma como ela conta sem qualquer medo ou vergonha de ser ridicularizada. aliás, ela conta coisas absurdas como se fossem as coisas mais normais do mundo.

achei impossível odiá-la pq ela se colocou naquela posição de ser julgada sem medo algum. ela fez algo que eu não teria coragem de fazer. admitiu coisas que, se fosse eu em seu lugar, não falaria nem para meu reflexo no espelho. para mim, isso não tem preço.

com certeza recomendaria a leitura a qualquer um e pretendo ler os outros livros da autora!
Anadyva 02/06/2024minha estante
Oiii, amei sua resenha! Se n houver problema vc poderia ame informar a classificação indicativa ? Vc acha o livro muito pessado?




Rogers.Silva 24/01/2024

Simples? Acho que não!
"Perguntar se ele 'mereceu' ou não isso tudo não faz nenhum sentido. E constatar que essa história começa a ser para mim tão estranha quanto se tivesse acontecido na vida de outra mulher. Descobri do que podemos ser capazes de tudo. Sem saber, ele estreitou minha conexão com o mundo".

Annie Ernaux entrega aqui outro livro polêmico, intenso e sem nenhum medo de ser honesto. Por vezes foi muito difícil ler uma mulher tão promissora se submeter ao limite da submissão e humilhação por um homem que não a respeita.

Mas, enfim, é uma experiência que precisamos nos confrontar, tanto quanto foi para a autora escrever e expor algo tão íntimo com tanta honestidade, sem medo de julgamentos.
Lais.Black 28/01/2024minha estante
Me incomoda o tanto de "literatura" escrita por mulheres com essa narrativa. Não porque esses livros não podem existir e sim porque o inverso não existe. Nunca li um livro de mulher sobre mulher que realmente houvesse de forma genuína o famoso "empoderamento feminino".




Leandxavier 27/04/2024

Ainda bem que tem poucas páginas senão eu teria desistindo.
Não suporto mulher que só pensa em macho.
Lorrany19 10/05/2024minha estante
Melhor comentário! C ta doido o livrinho cansativo kkkkkk




Lourena2 01/05/2024

Tá mais pra dependência do que paixão
Esse livro é incômodo em um nível que chega a ser irritante, Anne literalmente vive para quando for encontrar o cara com quem ela tem um caso! De uma falta de amor próprio absurdo, vi umas resenhas de umas pessoas falando que isso é paixão e espero nunca ter uma "paixão" dessas na minha vida sem contar em uma parte que ela diz " uma noite, me deu vontade de fazer exame para ver se eu tinha AIDS", "pelo menos isso ele teria deixado em mim." Poderia ser um livro bom pois a escrita é bastante fluida, mas essa história não me desceu.
Maria.anamariaprof 05/05/2024minha estante
Concordo com você.




Rafael.Montoito 31/12/2023

Paixão avassaladora
Em apenas 60 páginas, Annie Ernaux, vencedora do Nobel de Literatura de 2022, destrincha as diversas camadas de uma paixão proibida.
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Neste pequeno relato autobiográfico, a autora conta o romance que teve com A., homem casado, estrangeiro, que viveu na França por algum tempo; ela conta sobre como ele consumia seus pensamentos, que pareciam só existir para ele, e seu tempo, já que ele era a medida de tudo: "há uma semana o vi"; "há quinze horas estávamos juntos"; "mês passado vim neste lugar na companhia de A." etc.
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Apaixonada, Ernaux percebe que até os objetos triviais de seu apartamento ganham outro significado depois que A. os toca, ela lhe escreve cartas que não pode enviar, ouve sua voz mesmo quando está sozinha, e outros devaneios que toda pessoa que já esteve fortemente apaixonada já experienciou.
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A potência da obra de Ernaux está, deste modo, na universalidade: senti-me atravessado por vários de seus relatos, pois já senti amores e desesperos parecidos, e também já fiquei à mercê do tempo que parece não passar entre um encontro e outro, ou quando a paixão acaba.
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Com escrita direta e cirúrgica, a autora nos faz pensar que, quando nos apaixonamos, abrimos portas - e exceções - desconhecidas de nós mesmos, e nisso pode-se dizer que todas as pessoas que se apaixonam se igualam, pois o "eu" individual de cada um desaparece, para dar lugar ao simples instinto comum a todos.
aline203 14/01/2024minha estante
Amei a resenha. É isso aí mesmo.




Amanda Azevedo 27/01/2024

"ousada, franca, autônoma e livre"

Nunca fui uma pessoa muito entregue a paixões. Sou bem resistente, aliás. E se isso é bom ou ruim? Não sei. Acredito que sempre tem os dois lados. Eu achava que essas paixões avassaladoras acometiam as pessoas na juventude, quando estão mais dispostas a correrem riscos. Mas mais que isso. Eu associava paixão à imaturidade, porém depois de ler esse livro, eu comecei a repensar esse ponto. E penso que a paixão está mais ligada a coragem.

Esse livro da Ernaux mostra que não tem idade. Que a paixão pode vir, avassaladora, mesmo depois de alguns anos e várias experiências vividas.

Annie Ernaux foi a primeira escritora francesa a receber um Nobel de Literatura. A escritora foi laureada com o prêmio em 2022. "Paixão simples" foi publicado pela primeira vez em 1992 e chegou aqui no Brasil em 2023, pela Editora Fosforo.

Este livro é um breve relato, onde ela narra os efeitos de uma paixão que ela viveu. Já divorciada, mãe de dois filhos. Ela se apaixona por A., (é assim que ela se refere a ele o livro inteiro) um diplomata, casado.

A Rachel Cusk, também escritora, escreveu um ensaio muito interessante sobre Ernaux. Nele, ela aponta como pode existir um aparente paradoxo nesse livro. Porque ao mesmo tempo em que ela está escrevendo sobre uma paixão, ela tem uma escrita desapaixonada.
Desapaixonada no sentido de ser bastante objetiva, crua, direta. Annie consegue colocar as coisas como elas são. Sem floreios. É a sua vida. Parte da sua vida. Da sua vivência, ali, no papel.

Annie conta que no período em que estava apaixonada por esse homem, é como se ela vivesse no automático e seus dias se resumiam a ficar à sua espera. Como até a passagem do tempo ficava diferente pra ela.

A narrativa de Ernaux (que traz a sua própria vida) me chama a atenção, principalmente, pela sua coragem de ser livre. De se mostrar nas palavras. Seus livros parecem compor uma parte importante da sua própria existência. Como se suas experiências necessitassem também nas páginas de um livro.

Você não precisa ler Annie Ernaux porque ela recebeu o prêmio Nobel de Literatura. Ou ama-la ou repudiá-la por isso. Leia na medida do seu interesse se é uma literatura que faz sentido pra você.

Admiro e seguirei admirando mulheres que acreditam no poder e na verdade da sua arte.
Rachel Cusk usou alguns adjetivos pra Ernaux que eu não poderia escolher melhores: ousada, franca, autônoma e livre.
Maria19421 27/01/2024minha estante
Resenha incrível, não vejo a hora de ler esse livro!




Malphys 14/01/2024

Paixão Simples fala sobre a paixão na sua forma mais real e pura. O livro traz, como o título do livro sugere, uma visão da paixão sem filtro, com a capacidade de nos conectar por mostrar como perdemos a noção da realidade quando o assunto é paixão (mesmo quando sabemos que estamos sem noção). Paixão Simples traz o sentimento de todas as fases da paixão que não vira amor. a euforia do começo, o desespero e a angústia das interrogações de uma paixão não correspondida, a antecipação do fim, o sofrimento e a negação quando o fim chega, e lucidez instantânea ao superar a paixão.

muito bom.
Alê | @alexandrejjr 16/01/2024minha estante
Bela síntese, Marcela!




voandocomlivros 04/05/2023

💘 "Continuar a escrever é também adiar a angústia de entregar o texto para outros lerem."


Annie Ernaux escreve excepcionalmente, mais do que isso, ela coloca a alma no papel, sua narrativa é simples, honesta e ousada, então sempre tenho o dobro de satisfação ao lê-la.


Diferente do que aconteceu comigo em "Os Anos", em "Paixão Simples" Annie Ernaux me conquistou na hora, me agarrou desde as primeiras páginas e depois que me soltou, quando cheguei ao final do livro, estava sem fôlego.


💘 "Via o dia à minha frente, não tinha planos. Apenas a sensação de que o tempo não me conduziria mais a lugar nenhum, somente me fazia envelhecer."


"Simples paixão" é uma joia de texto, que, em apenas 60 páginas, expressa tanto e com tanta intensidade. Como a paixão, embora total, pode ser simples, baseada apenas nos momentos com a pessoa amada, o “antes” e o “depois” são apenas momentos subordinados a eles. Assim são as várias qualidades do homem, suas faltas, o clima, cada coisa e cada fato.
Não sei como Ernaux pode descrever tudo com tanta clareza, agora parece que vejo todas as paixões do mundo com outros olhos, posso representá-las com muito mais facilidade, como se tivessem um núcleo comum: esse viver como uma queima consciente , frio à primeira vista , mas na realidade destrutivo.


💘 "Não quero explicar minha paixão - o que me levaria a considerá-la um erro ou um transtorno do qual seria preciso me justificar -, só quero mostrar o que ela é."


"Paixão Simples" aborda uma relação extremamente apaixonada, obsessiva e intensa com um homem casado, mas na verdade mostra o que a paixão faz a uma pessoa. E a paixão retratada nesse livro não se refere apenas a uma pessoa específica. Ernaux faz uma declaração ao ato de escrever. É um amor gigantesco que escorre das páginas e se renova em uma ardente paixão a cada novo texto.



💘 "Eu achava que a escrita deveria se aproximar dessa impressão provocada pela cena do ato sexual, desse sentimento de angústia e estupor, da suspensão de julgamento moral."


Sua lucidez, com tanto talento e com tanta coragem, dão vida e força às palavras. Ela nasceu para escrever. Fico encantada e honrada quando me deparo com tais textos. Porque, ao lê-los, eu me renovo... me desconstruo... me encontro. E, de fato, é por isso que amo o poder da literatura, por esse dom inestimável de me devolver a mim mesma de formas tão diferentes.


💘 "Eu era apenas o tempo passando por mim."


Absorvi suas palavras e vivi em seu livro. Espero que você também tenha essa oportunidade. Pois Ernaux mais do que ninguém, dá nome e reestaura o ordem das coisas. Como não amar lê-la?

site: https://www.voandocomlivros.com/post/paix%C3%A3o-simples-resenha
Karamaru 29/07/2023minha estante
Que resenha incrível. Parabéns!




spoiler visualizar
Lorrany19 10/05/2024minha estante
Pelo que entendi são livros de fases da vida dela. No mais, concordo com você demais, falta amor próprio, falta noção.




Diego.Fernando 13/05/2023

Profundo e doloroso
Esse livro entra pro hall dos mais tristes que já li, a história pode ser ficcional ou real da própria autora, que seja, a única certeza que tenho é que ela é em parte autobiografica para boa parte de nós
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Victor.Hermê 09/05/2023

O mais interessante desse livro é como a autora descreve várias fases e estados da paixão ? obsessão, sensação de abandono, esperas angustiantes pelo outro, finalmente, o gozo do reencontro, a aceitação do fim óbvio de um amor secreto.

São 70 páginas em que Annie Ernaux mostra como estar apaixonada mudou sua rotina até nos pequenos detalhes. Podemos ver isso nessa citação:

"Uma vez, no cabeleireiro, encontrei uma mulher que falava como uma matraca, e todo mundo lhe respondia normalmente até o momento em que, com a cabeça deitada na bacia, ela disse: ?estou tratando dos nervos?. No mesmo minuto, imperceptivelmente, os funcionários começaram a se dirigir a ela com uma distância contida, como se aquele desabafo fosse a prova da sua perturbação. Eu tinha medo de também parecer anormal se dissesse: ?estou vivendo uma paixão?."
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Pedro.Gondim 17/07/2023

Uma paixão verdadeiramente avassaladora
?O tempo da escrita não tem nada a ver com o tempo da paixão.? (p. 47) .
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aline203 19/07/2023

É como dizia Marília Mendonça: "E o preço que eu pago é nunca ser amada de verdade (...) Amante não tem lar..."

Fico boba como os livros de Annie Ernaux são curtos mas tem tanta informação e são tão objetivos e fortes. Cada livro é um tapa na cara.
Tem uma escrita fluida e te chama para dentro da conversa.
Adorando cada um deles.
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Franciel.Oliveira 20/07/2023

Paixão Simples
Li esse livro por orientação da professora Aimée Bolaños, na disciplina de mestrado Tópicos Avançados de Literatura Comparada. Não é meu tipo de leitura, não acho ruim, mas não é o que eu escolheria para ler. A protagonista sofre tanto por um homem que dá pena, é um desejo incontrolável, tanto que ela se submete a situações bem discutíveis para continuar tendo esse homem em sua vida.
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Manu 05/06/2024

A escritora moderna francesa tem uma escrita misteriosa e ao mesmo tempo deixa tão claro seus sentimentos e pensamentos que assusta quem lê de relance. Esse livro é aquele que uma única leitura não te basta, lêr e reler quase todas as linhas e frases se torna uma necessidade e o leitor busca devorar e entender sua escrita de tão viciante que em determinado ponto, assim como a autora se vê tão ela no outro (não por serem parecidos, mas por sua dedicação de tempo à esse) a ponto de passar para o outro lado, nos vemos tão identificadas em sua escrita que por um momento nos apossamos dessa ideia de estarmos em suas palavras.
"eu me aproximei do limite que me separava do outro, a ponto de às vezes imaginar que iria chegar do outro lado"
Esse livro trata do relacionamento feminino com um homem casado e indisponível emocionalmente, mas a mente humana e a imaginação ilusória causa a experimentação do amor de maneira radical, o mundo ao redor se limita ao espaço de tempo da autora com o homem, fazendo-a viver como uma espécie no piloto automático, assim, se vive na angústia da espera e no êxtase das ligações. Aos poucos, ela se volta com certa dificuldade para a realidade e vai passando a aceitar os fatos de que esse homem nunca se esteve para ela presente, voltando aos poucos ao caos leve do mundo, mas mesmo depois de se desprender-se dele e escrever sobre seus sentimentos chegou no momento em que ela não se vê e não se identifica mais na própria história, porém a mesma coloca o amor como um dos luxos da vida e afirma todos deveriam ter a chance de viver uma paixão.
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