Camille 21/06/2012http://revistainnovative.com/ciladaEm Cilada, Haley teoricamente foge de casa, Dan é considerado pedófilo e morre, o assassino é conhecido de Wendy Tynes, a repórter responsável por pegar Dan "no flagra". Todavia, nem tudo parece ser exatamente assim. E se Wendy errou e Dan não era pedófilo? Se Haley não tivesse fugido de casa, mas sim morrido dentro de uma? Todo mundo tem seus segredos, até que ponto Wendy estaria disposta a arriscar seu emprego, a si mesma e talvez o próprio filho para descobrir a verdade?
Nesse livro, Harlan Coben cria uma rede que parece sem fim. Personagens aparecem no meio da situação e o que parecia ser nada acaba sendo tudo, o que parecia ser inocente é, na verdade, culpado. Todo mundo erra, todo mundo é culpado de alguma coisa, nem todo mundo é perdoado. Coben usa a enorme rede para criar uma história que vai além de fatos, assassinatos e certamente é mais que um simples livro policial. Assuntos como culpa e perdão estão lado a lado, na vida de cada um de seus personagens, cujas características são marcantes e desenvolvidas com todo cuidado.
Acompanhamos tudo sob dois pontos de vista, o de Wendy e o de Dan – até sua morte. Sempre com a possibilidade de se ter mais a ser dito. Sempre com algo a ser resolvido, até quando tudo parece ter seu devido ponto final e nos is que faltavam. Coben consegue prender o leitor até o último capítulo do livro, sempre desvendando um mistério ou criando outro. Em nenhum momento é chato ou clichê, é emocionante e, pela primeira vez, é possível ver uma mudança comportamental marcante em suas personagens.
Apesar de tudo isso, não achei o melhor livro do escritor, o que não muda o fato de ser excelente em todos os aspectos que se propõe no livro. Coben tem o dom para nos manter ligados em sua história, todavia acredito que poderia ter aproveitado a oportunidade para explorar ainda mais seus personagens, suas vivências, seus medos, suas incertezas. Leitura recomendadíssima (e, prometo, não dá medo se ler à noite!).