Leo Santana 09/01/2012
A minha história com Lisa McMann e sua Trilogia WAKE é bem conturbada. Me lembro de ter me apaixonado pela capa do primeiro livro da série em um livraria, e ter comprado por impulso, sabendo apenas que a história envolvia algo sobre o sono, levando em conta a capa e o título. O resultado desse surto? Decepção. Mas, já que eu estava no barco, achei melhor me arriscar de novo, e me aventurei com o segundo livro da série, FADE, que na verdade me empolgou bastante e que considerei como um avanço para a série. E, esperando que a Inércia me ajudasse, esperei que GONE fosse pelo menos um pouco melhor que FADE, desejando um final dígno para essa série. E então... bem, leia a resenha.
Janie está de férias com Cabe em um lugar que, com a presença de seu namorado, sol e calma o dia todo, é o paraíso. A história já começa com esse frescor que, após o clima pesado em que se terminou o segundo livro, era realmente necessário. Mas esse frescor dura pouco, e logo em seguida os mistérios começam. Logo nos primeiros capítulos, conhecemos um pouco mais sobre o passado de Janie, sua mãe e suas origens, e isso me entreteu um pouco. Mas, por mais que eu odeie admitir, Janie, de algum modo, passou a ser uma garotinha típica de romances adolescentes, tomando atitude impensadas e, ás vezes, dramáticas demais, e me irritando um pouco. Além disso, a mitologia dos sonhos, tão bem arquitetada por McMann, ficou meio que encoberta e fora de uso nesse livro, que explora mais a questão de onde veio Jane.
Lisa McMann, como já citei em outras resenhas de seus livros, escreve de um jeito diferente. Ela usa poucas vírgulas e muitos pontos finais. Vejo nisso, talvez, uma tentativa de dar um ar de mistério para a histótia, mas sinceramente não há nada de misterioso no simples ato de a mãe de Janie beber vodka no café da manhã. Contudo, mesmo com essas errôneas tentativas de construir ares diferentes para a história, os livros conseguiam me envolver e me prender antes de GONE. Com este, porém, não sei se por causa das expectativas, ou simplesmente por falha da autora, não me envolveu ou cativou.
Um dos elementos que me alegraram um pouco e de certa forma aliviaram a barra que estava sendo terminar o livro foi o romance entre Janie e Cabel. A relação entre os dois é realista e ao mesmo tempo apaixonante. É fofa na medida certa, sem apelar para falsas profundidades. Assim, posso dizer que a avaliação que dei ao livro deve muito á Janie e Cabel, e sua relação romântica divertida e cativante.
Mesmo sendo uma trilogia cheia de altos e baixos para mim, o que eu esperava para o fim da história iniciada em WAKE era bem diferente do que realmente aconteceu. E não de uma maneira boa. A verdade é que o final que Janie recebeu para sua história foi simplesmente isso, um final. Um final com cara de imcompleto, com nada de definitivo ou que pudesse traçar uma linha de pensamento para o leitor ter para com o futuro dos personagens.
É neste livro que descobrimos um pouco mais sobre a origem dos Caçadores de Sonhos, e os possíveis motivos e destinos que, com isso, serão dados á Janie.
GONE talvez seja o pior livro da série WAKE, e lamento muito por Lisa McMann não ter conseguido alcançar todo o potencial que a série tinha e que, convenhamos, estava bem ali ao lado, e apenas a autora não percebeu.