Malu 05/08/2014
Um livro melancólico
Quando ganhei esse livro a pessoa que me deu disse-me que era um livro de poucas páginas mas de muitas mensagens. Que eu não seria mais a mesma depois de ler. Que o tocou muito e ele entendeu muita coisa na vida dele.
Eu li. E durante toda a leitura o sentimento que mais tomou conta do meu corpo foi a melancolia.
Eu fico impressionada como um livro, ou filme, a própria vida é um código e cada um tem uma chave específica que decifra esse código, levando em consideração sua bagagem de vida e seus valores.
Agora eu explico porque acho esse livro melancólico.
O personagem principal, o Sr. Eddie, viveu uma vida mais ou menos, e culpando os outros, em especial seu pai, pelo caminho que sua vida tomou. Era um homem de bom coração mas que escolheu não ser feliz e pior, culpou os outros por isso.
E, a base principal da minha existência é que não podemos nos colocar no papel de vítima. Nós e somente nós somos responsáveis por nossas escolhas. E mesmo que a vida dificulte, não devemos desistir nunca dos nossos sonhos. Ou pelo menos devemos construir novos sonhos possíveis. Mas, o importante e o objetivo principal. É SER FELIZ e NUNCA DEIXAR DE SONHAR!
Ser feliz hoje, viver e reconhecer hoje. Amar e ser grato hoje.
Sei que esse foi o propósito do livro. Porque muitas pessoas se sentem infelizes e derrotadas durante toda a vida. Quando na verdade é uma questão de atitude e de como você enxerga e vive suas experiências. Do quanto você se doa e é grato com as pessoas que estão com você.
Não estamos sozinhos. Direta e indiretamente nossas vidas influenciam a vida de outros. Alguns em proporções violentas. Tudo está conectado e nada é por acaso.
A relação dele com o irmão, achei vazia e com uma pitada de inveja. Ele não ficava feliz com o irmão e era amargurado com todos por ter fracassado, no seu ponto de vista.
E mesmo com o amor de sua vida, ele foi negligente em vida. Mesmo a amando de verdade.
Eu prefiro os que lutam, os que dão cara à tapa. Prefiro os corajosos. Esses me inspiram.
Senti melancolia porque o Eddie desistiu de ser feliz. E passou a vida inteira culpando os outros por isso.
Uma passagem do livro me chamou atenção. Quando ele voltou da guerra com a perna machucada e se entregou à depressão. O pai dele respeitou um certo tempo até que um dia, cansado de ver o filho dormindo no sofá o dia inteiro, lhe deu uns tapas e o mandou procurar emprego. E ele levantou.
No céu, a senhora lhe lembrou essa história e lhe disse: Pois é. Você levantou e procurou emprego.
Eu sempre digo que muitas vezes quando somos duros com alguém e até cruéis é que de fato estamos sendo bons fazendo o bem para aquela pessoa. Muitas pessoas, preocupam-se mais em agradar do que fazer o bem. Com a desculpa de não querer magoar, acabam por prejudicar ainda mais a pessoa, tornando-a fraca e dependente, ou o que seja. Estão mais preocupados consigo mesmo do que em ajudar de fato.
Prefiro o dissabor de uma desilusão que a pseudo felicidade de uma ilusão.
Prefiro amigos que me chacoalham e me fazem levantar, mesmo na porrada. Que aqueles que passam a mão na minha cabeça e alimentam meu sentimento de inferioridade e pena de si mesmo.
Fiquei incomodada enquanto lia. Principalmente, porque sei que o mundo está cheio de Eddies esperando chegar o fim da vida para entender o que realmente importa e que a felicidade está nas coisas mais simples. E principalmente entender que suas ações ou ausência de atitude têm grande impacto na vida dos outros.
Entendi sim que a mensagem principal do autor é que tudo tem uma razão de ser... tudo que acontece na nossa vida tem uma razão... e um dia teremos respostas e entenderemos tudo... isso nos passa conforto.
É um livro bom, tem uma mensagem boa. Mas, na minha opinião seguindo um estilo melancólico.
Os diálogos com as cinco pessoas não foram ricos, não teve o poder de transformar minha vida.
Como eu disse no início, a leitura é muito pessoal. Até a mesma pessoa se ler o mesmo livro em épocas diferente, fará uma interpretação diferente.