Perto do coração selvagem

Perto do coração selvagem Clarice Lispector




Resenhas - Perto Do Coração Selvagem


895 encontrados | exibindo 76 a 91
6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 |


Ana 20/02/2024

Também eu. Nunca penetrei meu coração.
Joana é uma força da natureza, selvagem e indomável, compreensível mas inexplicável. Me apaixonei por tudo que conheci dela, mas mais ainda o que não pude conhecer e sempre será impenetrável. Esse livro é um daqueles em que mergulhamos profundamente na leitura e não conhecemos mas deixamos se conhecer, e não os personagens, mas a nós mesmo.

?A única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais.?
comentários(0)comente



Caroline.Jacoud 18/02/2024

perto do coração selvagem, não dentro. dentro é mistério
Joana é a força selvagem. passamos a leitura inteira tentando capitar a totalidade de Joana. em vão. ela é inalcançável a medida que desafia o sentido da moralidade. nos coloca em cheque a todo tempo ao ser inusitada, livre, crua.

ao acompanhar esse romance de formação, embarcamos na trajetória dessa personagem complexa que, na ausência de exemplos convencionais de "criação", segue intuitivamente o caminho do sentimento. espelha-se, de alguma forma, nas mulheres que atravessam o seu caminho, tanto para entender seus próprios limites, como também para descobrir o que deseja.

escrever sobre Clarice é uma eterna tentativa de se traduzir o abstrato, o subjetivo, o íntimo, o que toca, o que sente.

perto do coração selvagem, não dentro. dentro é mistério.

"Quando me surpreendo ao fundo do espelho assusto-me. Mal posso acreditar que tenho limites, que sou recortada e definida. Sinto-me espalhada no ar, pensando dentro das criaturas, vivendo nas coisas além de mim mesma".
comentários(0)comente



MarcelleC. 17/02/2024

Joana e sua mente tagarela
Não foi uma leitura facil, meu 1o livro da Clarice. É um livro que aborda muito mais questões humanas, as reflexões e perguntas sobre a vida que acabamos em algum momento nos fazendo ao longo da vida, porém a história é contada como se fosse a mente tagarela de Joana e sua história de vida o tempo todo. Por várias vezes, precisava voltar algumas páginas no dia seguinte pra reler e relembrar o que já havia lido pra história fazer sentido. Uma grande autora, como escrita profunda, e um jeito de narrar uma história realmente diferente das padrões que estamos acostumados, talvez por isso tenha sido mais difícil de ler e terminar esse livro.
comentários(0)comente



Mano Beto 14/02/2024

Perto, mas longe de enxergar o meu coração selvagem.
Estava com certo receio de ler este livro por se o primeiro romance da Clarice e por eu ter começado a mergulhar no universo literário dela com o livro A Paixão Segundo GH. O livro pra variar, me deixou impressionado em vários aspectos. A começar, a forma fragmentada dele para época (ele foi lançado em 1943). É inacreditável que isto foi escrito nos anos 40. Um colega meu leu, mas sem saber da informação do lançamento, custou a acreditar. Se eu não tivesse conhecimento das informações da autora e do livro e fosse falado para mim que o livro foi lançado em Janeiro de 2024, acreditaria sem hesitar.

Mesmo sendo o primeiro livro, Clarice sempre tem pontos que falam conosco, tocando em nossos corações selvagens. Acho que cada um de nós, estamos perto do coração selvagem. Mas estar perto, é bem diferente de ver. Não é para qualquer um essa observação. Eu mesmo, por hora, ainda não tive contato visual meu coração selvagem. Se tive, provavelmente passou desapercebido por mim.

Joana é uma personagem forte e a frente do seu tempo. Mas nem a força é capaz de inibir o questionamento que a personagem tem durante o livro. "Ser feliz é para se conseguir o quê?".

Outro detalhe que o livro apresenta é a sociedade daquele tempo. Alguns momentos são talvez comum pela ótica contemporânea, mas se formos analisar a época original do lançamento do romance, chega a ser surpreendente o que Clarice via. O diálogo que o Pai de Joana tem com um amigo Alfredo falando a respeito da mãe de Joana, mostra esta lado observador da autora diante da vida. "Ela não precisava de mim. Nem eu dela, é verdade. Mas vivíamos juntos". E a conversa finaliza com este trecho: "Felizmente tenho a impressão de que Joana vai seguir seu próprio caminho..."

Além disso, os personagens proporcionam diálogos que ficam martelando na nossa cabeça e para quem ler o livro hoje como eu, provavelmente ficará pensando "mas como você pode pensar nisso Clarice?" Este trecho de uma conversa entre Otávio e Joana, é um dos momentos mais incríveis do romance:

"Não, não... — falou ela fragilmente. — Acredite, Otávio, meus conhecimentos mais verdadeiros atravessaram minha pele, me vieram quase traiçoeiramente... Tudo o que sei nunca aprendia e nunca poderia ensinar."

Realmente tem certas...coisas que não dá para ensinar, mesmo que há vontade em passar o conhecimento. Certos aprendizados são somente nossos. E o que Joana aprendeu, descobriu, viveu, é somente dela. De mais ninguém.

"...apenas assisto ao meu esgotamento em cada minuto que passa. Sou só no mundo, quem me quer não me conhece, quem me conhece, me teme..."

E assim fico cada vez mais fascinado por esta escritora (que finalmente me permiti ler em Janeiro de 2024).

Quanto mais me deparo com arte, mais tenho segurança de me gabar do meu talento - de apreciar arte. Fazer arte, aí eu deixo para outros se gabarem disso, como a própria Clarice, que faz arte com as palavras.



Craotchky 14/02/2024minha estante
Você destacou uma grande questão: "Ser feliz é para se conseguir o quê?". Não posso deixar de lembrar que abordei o viés utilitarista invocado por essa questão na minha resenha de Vamos comprar um poeta.
Estou ficando preocupado com você. Está devorando os romances de Clarice muito rápido! Logo você vai esgotá-los e ficar sem! Haverá abstinência!


Mano Beto 15/02/2024minha estante
Verdade né rs. Vamos para um Fernando Pessoa que você sugeriu depois a gente volta para a Maçã no Escuro rs. Mas de verdade, estou impressionado demais com Clarice rs.




mariajcruz 12/02/2024

?deus, como ela afundava docemente na incompreensão de si própria.?

causa impacto. vira do avesso sem piedade. joana parece não enxergar limites entre o bem e o mal. constantemente voltando-se para si em questionamentos constantes. uma viagem através da rejeição, da solidão, do abandono, da imortalidade, morte e felicidade.

durante a leitura somos aproximados da natureza humana. em certos momentos de forma tão poética que chega a dor chega a ser bonita. em outros, de forma tão dolorosa que arranha como farpa. e essa é joana. sem limite entre o bem e o mal. a morte e a vida.
o prazer de ser auto-suficiente e a solidão de não se sentir compreendida.
comentários(0)comente



RaianeRaia 11/02/2024

Liberdade é pouco
Queria muito ler esse livro, ele é muito bom, a forma como a história flui, aos poucos a história vai surgindo e descobrimos Joana através de seus fluxos de consciência e seu jeito peculiar de ver a vida.
"Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome."
Vale muito apena lê -lo, ler Clarice é sempre uma boa experiência.
comentários(0)comente



mimi 10/02/2024

Clarice é clarice
Confesso que não entendi muito bem quando estava lendo, então resolvi assistir alguns vídeos que me ajudassem a entender? e que maravilha né! com certeza lerei mais livros da aclamada Clarice!
comentários(0)comente



Lorrana Feitosa 09/02/2024

Joana, a víbora
Eu amo Clarice mas esse definitivamente não é meu livro preferido dela. Tive dificuldade de entrar no fluxo de consciência de Joana e também tive dificuldade de me afeiçoar a Joana; mas compreendo que Joana é tudo o que eu admiro: uma mulher autentica, que vive sua vida sem grandes expectativas ou realizações. Joana vive a vida como ela é. Adorei ter acesso à infância de Joana e meu capítulo favorito é "O Banho".
comentários(0)comente



babigrrrl 08/02/2024

Quando a leitura entra na sua alma, dá e desfaz nós, abre e tampa buracos, e permanece lá, intacta
Foi assim que eu me senti após "Perto do coração selvagem", o primeiro que li da Clarice. Ele me tocou de uma forma tão profunda que segue até hoje na minha pele, na frase "Liberdade é pouco, o que eu desejo ainda não tem nome" tatuada nas minhas costas - e que ressoa de forma tão intensa e tão diferente a cada momento da minha vida.

Acho que o livro me marcou tanto por ter sido lido em um momento de tantos sentimentos em erupção, de tantas dúvidas e de tanta confusão, com tantos pensamentos perdidos e, principalmente, julgamentos morais. Me senti respaldada, e que aqueles pensamentos e sentimentos eram só uma parte que compunha o todo, e que não era possível definir toda a complexidade de existir no mundo.

O mais bonito desse livro é que ele traduz em palavras, em uma estrutura e forma de narrar não linear, na ausência de espaço-tempo bem definido, toda uma gama de sentimentos tão íntimos e tão identificáveis. Simplesmente amo!
comentários(0)comente



Gabriel 07/02/2024

Como começar a falar desse livro?
Um encontro com uma narrativa pouco usual, e ao meu ver, a melhor que um livro pode oferecer: o fluxo de consciência. Estilo narrativo que caracteriza a escrita de Clarice e é inaugurado por ela no cenário da literatura brasileira, justamente com essa obra.
Na história (muito mais que uma história!), acompanhamos Joana, uma personagem complexa, intensa, cheia de dúvidas e questionamentos a respeito da existência e da realidade. Um prato cheio para quem deseja mergulhar no que há de mais profundo no psiquismo humano e na natureza do real. Com o fluxo de consciência, acompanhamos cada pensamento da protagonista - e, em alguns momentos, de outros personagens também - o que nos possibilita mergulhar, junto com ela, em suas reflexões.
Joana sente muito, pensa muito. Uma moça dos anos 40 que, desde a infância, demonstra o potencial disruptivo em sua forma de perceber as coisas e em seu desejo de viver, de como viver, o que se é, o que não se é, o que mais importa, o que não importa, o que se quer falar e não se consegue, etc etc. "Ah, são tantas coisas impossíveis!", ela mesma reflete ainda criança.
Caracterizado como um "romance de formação", o livro nos permite acompanhar Joana desde sua infância até a vida adulta. No entanto, como já indicado, isso não ocorre de modo linear. Não mesmo, e aí está a graça.
Na narrativa não linear proporcionada pelo fluxo de consciência, o que nos guia é, sobretudo, a associação feita por Joana entre os eventos, e não uma suposta ordem lógica que os articula. Nesse sentido, principalmente na primeira parte, é difícil separar passado, presente e futuro; memória ou situação presente. Na maior parte das vezes, nos vemos mergulhados em situações preenchidas por sentimentos e pensamentos intensos; sendo seguidas por outras e outras. Em qual delas Joana de fato estava, e o que era lembrança? Difícil de dizer, mas nisso a potência da narrativa. Uma representação do psiquismo e sua temporalidade própria, fora da lógica externa.
Em alguns momentos, contudo, é possível diferenciarmos um pouco mais (mas será que isso seria importante?) e entendermos qual situação está se passando no momento, sobretudo na segunda parte.
De todo modo, o que temos a oportunidade de acompanhar é a trajetória de uma moça dos anos 40 muito à frente de seu tempo e guiada por vontades, desejos, reflexões e indagações muito além do que suas próprias palavras são capazes de expressar. Ah, a distância entre o pensamento e a palavra, ela dizia. Por isso inventamos palavras, por que não? Ainda assim.
O que vemos em Joana é a complexidade - humana e da existência, da realidade-sua expressão mais crua, mais sincera, de tal modo que apenas alguém com a sensibilidade de Clarice Lispector conseguiria fazer passar tão intensamente. Ao meu ver, nada mais encantador. O tipo de livro que não queria que terminasse, que não queria deixar ir. Um novo favorito e uma nova obsessão por Clarice.
comentários(0)comente



Borboletário 05/02/2024

Dualismo
Falar da Clarice não é fácil, mas é gostoso viver depois da leitura de um livro dela. É atemporal e único, é sobre viver e morrer, ser e não ser.
comentários(0)comente



Laura3766 05/02/2024

?A intensidade com que sabe escrever e a rara capacidade de vida interior poderão fazer desta jovem escritora um dos valores mais sólidos e, sobretudo, mais originais da nossa literatura, porque esta primeira experiência já é uma nobre realização?

Antonio Candido
comentários(0)comente



José 03/02/2024

Deixou meu coração selvagem
Que forma linda e sensacional de começar uma carreira! Sendo seu primeiro romance, Clarice nos entrega uma obra excepcional!
comentários(0)comente



Leetsmary 02/02/2024

Talvez eu seja infeliz
Sempre admirei a Clarice e hoje tendo o primeiro contato cm o livro dela mdss?O livro é perfeita dms, a gente acompanha o crescimento da personagem desde sua visão da infância até a protagonista virar adulta e somos completamente imersos em seus pensamentos,pois a gente começa a refletir junto cm a personagem e é maravilhoso é isso
comentários(0)comente



Renata.Bertagnoni 02/02/2024

Não se explica aquilo que está explicado !!!! Clarice não se entende se sente mas realmente não sinto e sinto.
comentários(0)comente



895 encontrados | exibindo 76 a 91
6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR