@juliaavictorino 31/03/2021Clássico do tema, mas com excesso de citações e referênciasO livro é dividido em partes narradas por Frederick e em relatos no diário de Miranda. Desde o começo é possível ver o embate entre os dois personagens. Miranda, as vezes até de uma forma esnobe, evidencia o quão medíocre são as crenças e conhecimentos de Clegg. Ela usa sua inteligência como arma contra ele, enquanto ele baseia suas atitudes em saídas mais fáceis, muitas vezes fazendo uso de violência.
A trama parece simples, mas são os diálogos que fazem com que a obra de estreia de Fowles, de 1963, mantenha seu sucesso e seja reconhecida até os dias de hoje. Possui inúmeras referências a artes, livros, músicas, peças, entre outros. Além disso, propõe reflexões sobre solidão, luta de classes e feminismo.
Eu confesso que esse excesso de citações e referências foram um pouco cansativos pra mim. Além disso, quando a narração muda para o ponto de vista de Miranda, o ritmo do livro sofre uma queda brusca. Em um momento de ápice, a introdução de relatos sobre seu passado e algumas figuras até importantes nele (como G.P.) é um balde de água fria na narrativa. Pra mim deu a sensação de que o livro começava de novo, e teria que me ambientar e conhecer novos personagens, mesmo já estando na metade do livro.