A Guerra dos Tronos

A Guerra dos Tronos George R. R. Martin...




Resenhas - A Guerra dos Tronos


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Arlefe_ 22/02/2022

A GUERRA DOS TRONOS
No extremo norte de Westeros, um lugar terrivelmente gelado, coisas horrendas começam a acontecer, obrigando os povos selvagens que lá habitam, a tentar se proteger atravessando a muralha, uma grande estrutura de gelo, e adentrando nos Sete Reinos. Criaturas terríveis onde as pessoas acreditavam que só existiam em lendas, na verdade passaram milhares e milhares de anos adormecidas, mas agora elas acordaram para trazer morte e destruição a todos.

Um rei afim de manter, a paz, a ordem e seu trono, e grandes e pequenos lordes lutando em guerras sem importância. Num mundo onde um verão pode durar décadas e um inverno toda uma vida, os mais pobres apenas sonham com um verão sem fim.

Enquanto em Essos, uma coisa magnífica acontece, a princesa exilada Daenerys Targaryen consegue trazer depois de quase dois séculos, três dragões à vida, despertando o interesse de pessoas mal intencionadas. Mas o destino de Daenerys não é viver em Essos para sempre, o destino dela é ir reconquistar o trono que pertenceu a sua família, que por direto é seu, e o mais importante, lutar A verdadeira guerra, A grande guerra que estar por vir, A guerra do bem e do mal, A guerra dos vivos contra os mortos, A guerra do gelo e do fogo.

Sou muito suspeito pra falar dessa saga, afinal foi graças a ela que em 2020 eu criei toda essa fascinação pela leitura, não é algo que li e simplesmente gostei, vai além disso, é algo sentimental. E agora eu estou lendo de novo, e se for preciso ano que vem leio tudo novamente, e com o maior prazer, até que "Os ventos de inverno" seja lançado, ou seja, eu vou passar minha vida toda relendo tudo. De início é um pouco complicado a compreensão, mas com a dedicação certa você entende. Recomendo de todo o meu coração.
iamdudis 23/02/2022minha estante
Eu e a minha casa servimos a legítima Rainha dos Sete Reinos ?


Arlefe_ 23/02/2022minha estante
É isso aii???


Marcelo 25/02/2022minha estante
Estou tomando coragem para ler, mas quando vejo o tamanho, acabo deixando para depois hehehe


Arlefe_ 26/02/2022minha estante
Realmente, mas dps vai ser de boa..




Taci 26/03/2020

Imaginação Corre Solta
A Guerra dos Tronos é de longe minha série de tv favorita. Sendo assim, resolvi dar uma chance aos livros, e sinceramente me espantei com o tamanho e as letras miúdas.

Não tem como negar que George R. R. Martin tem uma mente brilhante e criativa. Infelizmente eu achei a escrita extremamente cansativa por conter muitos detalhes, quando eu digo muitos detalhes, SÃO MUITOS DETALHES! Tem horas que tu só quer parar de receber tanta informação. São tantos nomes de lugares e personagens, MEU DEUS! E para ferrar, alguns são extremamente parecidos (até mesmo iguais).
Por conta da riqueza de detalhes, eu me dispersava no meio da leitura e simplesmente parava de prestar atenção, consequentemente, descobri que esse tipo de escrita não é muito minha praia, porém, vou dar outra chance e tentar ler os outros volumes da série.

Particularmente, eu gostei do método de separar os capítulos por meio de nomes.
Com certeza, os capítulos da Daenarys eram/são meus preferidos - por incrível que pareça, não me dispersei em nenhum deles! - Não desmerecendo os outros personagens (mas já desmerecendo KK), Dany é a melhor personagem criada, simplesmente maravilhosa e com uma história incrível!
Craotchky 26/03/2020minha estante
Pode até ser cansativo, mas penso que O senhor dos anéis é mais.


Taci 26/03/2020minha estante
Vou ficar bem longe então KKKK


Craotchky 26/03/2020minha estante
Não gosto muito de fantasia, mas fui levado pela ideia de que, "um leitor(a) que se preze precisa ler (insira um livro clássico ou renomado) uma vez na vida".


Craotchky 26/03/2020minha estante
Não gosto muito de fantasia, mas fui levado pela ideia de que, "um leitor(a) que se preze precisa ler (insira um livro clássico ou renomado) uma vez na vida". No entanto, pra falar a verdade não me arrependo. É incrível reconhecer tamanha criatividade de Tolkien, assim como de George Martin.




Eund 10/01/2021

INCRÍVEL!!!!
Favoritado!!!
??????

Além da magnitude forma como este mundo foi criado, na construção de uma ambientação TÃO real que havia momentos que perdia neste mundo, confesso hahaha.
Além disso, teve muitos trechos de passagens incríveis que me fez refletir muito sobre A VIDA e sim, dentro de uma leitura fantasiosa!!!
Um dos trechos mais marcantes:
"...e uma mente necessita de livros da mesma forma que uma espada necessita de uma pedra de amolar para se manter afiada."
Tyrion Lannister.
Nice 11/01/2021minha estante
Essa série é incrível mesmo. ?


Eund 11/01/2021minha estante
Ansiosa para ler a continuação ?


Nice 11/01/2021minha estante
Você vai adorar é é uma das minhas séries preferidas ?


Eund 11/01/2021minha estante
Tem grandes chances de se tornar preferida mesmo ?




Daiana.Maia 21/04/2022

Sensacional
Uma leitura densa, mas não deixa de ser um ótimo livro, muito bem escrito, personagens bem construídos, o autor descreve com primor o universo da trama.
O livro é garantia de uma boa leitura, bem diferente das fantasias de hoje em dia que são sempre um pouco mais do mesmo.
Dimas Lins 24/04/2022minha estante
Assisti a série, mas ainda não me decidi por ler o livro. Por isso, foi bom ler tuas impressões.


Daiana.Maia 24/04/2022minha estante
Eu não assisti a série, pois tinho intenção de ler os livros, confesso que demorei mais que eu imaginava para começar, mas eu sabia que se eu assistisse a série desanimaria de ler os livros.


Daiana.Maia 24/04/2022minha estante
Leia o livro, pelo menos o primeiro é ótimo.


Dimas Lins 24/04/2022minha estante
Vou fazer isso. Valeu a dica!




Sarah L.T. 14/02/2020

A imersão em um novo mundo
Tentei ler Game of thrones quando tinha treze anos e a experiência não foi lá das melhores, porque definitivamente não é um livro que uma pessoa de treze anos tenha paciência de ler (salvo algumas excessões).
Mesmo assim, com a grande repercussão mundial da série, decidi não assistí-la e dar outra chance ao livro, principalmente devido ao final insatisfatório que vi muitas pessoas reclamando sobre a série ter tido.
Não me arrependi nem um pouco em dar uma segunda chance às crônicas de gelo e fogo, visto que é uma série de livros que propõe uma imersão em uma realidade nova, com mapas e criaturas fantásticas, tal qual Tolkien fez em "O senhor dos anéis" e "O Hobbit" anteriormente.
A proposta da história girar em torno de vários personagens, mostrando assim tudo o que ocorre com o narrador em terceira pessoa ficando em cada um deles, é genial. Nunca tinha visto uma espécie de narrativa assim antes de ler Game of thrones e achei extremamente funcional.
Enfim, o primeiro livro foi perfeito ao meu ver, nada a criticar e estou ansiosa para ler os outros.
Kiara25 14/02/2020minha estante
S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2

(Eu sonhei essa noite que a Milena também tinha lido esse livro)


Kiara25 14/02/2020minha estante
(Minha missão a partir desse ponto é fazer o máximo de pessoas que eu conseguir ler esse livro)


Sarah L.T. 14/02/2020minha estante
Se ela tentar ler de novo talvez goste dessa vez, hein?


Kiara25 14/02/2020minha estante
Não parece o tipo de história que ela gostaria kkkkkkk acho que gosta mais de ficção científica do que de fantasia. E eu tenho a impressão de que ela gosta de livros onde tem mais ou menos definido quem é mocinho e vilão ou que não tenha essa quantidade de morte KKKKKKK




Vinicius383 17/10/2021

Uma grande leitura, e que leitura!
Sabe aquele livro pra ler no friozinho e dar aquela risada bem gostosa com uma piada bem besta? Bem, por mais que o livro realmente seja mais denso e de uma leitura mais difícil, dispensa comentários quanto à te fazer imaginar todos os cenários. Winterfell, Porto Real, Além da Muralha... boa sorte pra criar tudo isso você mesmo dentro dessa sua cabecinha, haha.
Se você pensa em dar uma chance, espero que esse livro te faça evoluir como leitor e aprimore seus conhecimentos como fez comigo. Nunca é demais ler um gênio como Georgie R. R. Martin.
Isadora Pontes 17/10/2021minha estante
George Martin é tudo pra mim!!!


Min 17/10/2021minha estante
Já tentei ler esse livro, porém pra mim ele é muito detalhado, tentarei dar outra chance!


Vinicius383 17/10/2021minha estante
Esse autor é genial, quero muito ler tudo que esse cara tem a oferecer ;D


Vinicius383 17/10/2021minha estante
Pode ler sem medo de ser feliz, é de extrema qualidade, vai por mim sz




Gustavo 15/06/2016

FUMAÇA E FOGO
1. Na sabedoria popular onde tem fumaça existirá fogo. A série da TV Game of Thornes, nesta simples alegoria, seria a fumaça que sinaliza para as grandiosas chamas emanadas de as Crônicas de Gelo e Fogo. Como um leitor tardio dos livros e um fã da série foi impossível não comparar um com a outra. Nisto só colhi vantagens.
2. Por que ler o livro? Em Guerra dos Tronos, primeiro volume da saga, a narrativa, predominantemente, em terceira pessoa é fluída e rica em detalhes. Este foi o motivo que me animou a ler as crônicas: detalhes. Se a série peca de alguma forma e por não explorar todos os detalhes, claro, fumaça é fumaça, isto é, por se tratarem de gêneros distintos de arte, TV e literatura, cada um têm suas vantagens e desvantagens...
3. Quer saber mais sobre as histórias das Casas? Ou quem sabe os medos, sonhos e ansiedades dos personagens? Os pensamentos de Bran enquanto escalava? Uma visita à baixada das pulgas com Arya? Tudo isso e mais são detalhes, somente explorados nas crônicas. Particularmente, até os eventos centrais da história me emocionaram mais ou ganharam novo sabor que na série. Afinal: Fogo é Fogo.
4. Se não conheço a história por onde começar: Seriado ou Livros? Hoje, fatalmente, indico os livros. A meditação e a leitura pausada ajudam mais na imersão ao universo de George Martin. A série é uma excelente adaptação, mas falando como alguém que começou pelo seriado é possível se sentir perdido devido a tantas informações entre um episódio e o outro. Frequentemente, inclusive, foi necessário buscar comentários na internet e rever alguns episódios para conseguir entender todos os acontecimentos.
Aline 05/11/2016minha estante
É mesmo muita informação e muitos personagens! Fico desesperada quando esqueço de alguma coisa do livro anterior, mas ainda bem q tenho uns anjos da guarda pra ajudar, rs


Gustavo 05/11/2016minha estante
Oi Aline, tudo bem?
sim... eu tentei fazer um resumo mas lá pela pagina 300 desisti...
Tô recuperando o fogo pra ler o volume 2.
ps: me descola uns anjos desses.. he he


Aline 05/11/2016minha estante
Oi, Gustavo. Tudo bem. Ah, um resumo seria uma boa ideia! É so dar uma lidinha antes de continuar o próximo livro pra se situar.
Hehe... esses anjos sao raros, mas pode contar cmg. :)


Gustavo 05/11/2016minha estante
rsrs blz!




Jow 01/08/2011

Um jogo pra quem sabe jogar!
“Quando se joga o jogo dos tronos, ganha-se ou morre. Não existe meio-termo.”

As relações de poder fazem a roda do mundo girar! O destino é para muitos algo fantasioso, apenas uma construção da mente de pessoas que tentam justificar seus atos e façanhas, ou até mesmo suas irresponsabilidades e os seus medos. E a vida nada mais é que uma passagem, onde os questionamentos sobre o que fazer ou ao que se ater é algo constante e conflituoso. Na vida, alguns são induzidos a acreditar que não possuem nenhuma chance de ascensão, e que sua passagem pela terra é uma vida de sofrimento e submissão. Mas, alguns desses oprimidos, encontram dentro de si um espírito de luta, uma inflamação na alma como um fogo de dragão, que incendeia os confins da existência, e fazem dessas pessoas personagens, exemplos de caráter, honra e honestidade. Ou infelizmente, na maioria dos casos, exemplos fadados a serem o oposto daquilo que se prega ser bom: mentirosos, caluniadores, falsários, covardes. É na estranheza das condições de uma vida, e na tentativa de exercer algo de concreto para o bem ou para o “mal” que George R. R. Martin, concebeu uma das melhores aventuras dos últimos tempos. O Inverno está chegando, e a Guerra dos Tronos, já começou!

A Guerra dos Tronos faz tanto sucesso nos últimos tempos, graças a enorme competência de Martin em sua escrita. Egresso do cinema, ele possui uma criatividade e uma potencialidade na escrita poucas vezes vistas num livro. Seu poder de descrição é algo espantoso, e o modo pelo qual ele desenvolve um aspecto bastante peculiar, onde faço uma rude comparação com o imortal Tolkien. Essa alias, é a única característica no qual me atrevo a dizer que eles são semelhantes. No mais, nada se parece, o mundo que criaram, e a abordagem de fantasia que ele se propõem a construir se diferem de uma forma abismal. A literatura tem espaço para ambos.

O suspense criado por Martin permeia o livro o tempo todo, a morte figura de uma forma assombrosa no livro, e a tensão a cada decisão tomada nos reinos faz o cerco ficar cada vez mais estreito. Esqueça livros covardes! Guerra dos Tronos é um livro absurdamente audacioso, uma obra que não tem medo de revelar as mazelas dos grandes figurões, dos personagens perfeitos, dos cavaleiros galantes. Aqui a realidade bruta realmente se instaura. Vingança, ódio, trapaça, tramas horrendas são desenvolvidas a cada página virada. É um livro que se propõe a analisar segundo a visão de vários personagens a tentativa de tomada de poder por parte de muitos, a tentativa de entender o destino da vida de alguns, e a dura e conflitante realidade de quem busca encontrar um equilíbrio entre o passado e o presente de Ned Stark, e o Rei Robert Baratheon.

Temos então uma obra quase completa. Ao meu ver, a audácia no qual elogiei no livro também pode ser o seu veneno. Por ter tamanha confiança na história que quer contar George Martin pode fazer alguns leitores apegados desistirem de sua obra, por não confiarem nela a longo prazo. Afinal, para ele os personagens tem a sua importância, mas o seu objetivo é realmente contar uma história onde o apego a personagens pode ser perigoso. Se eu puder lhe dar uma dica, aqui vai ela: Pense nas reviravoltas do livro, focando as conseqüências para o reino, para a filosofia própria da história que Martin quer criar, e se deleite com os personagens até quando lhe for possível.

Entre acertos e audácias, pensamentos profundos e coragem poucas vezes vistas em uma obra, George Martin escreve nada menos que um épico, que ao falar de inverno, traições e guerras, criará um mundo em nossas mentes de primaveras, cumplicidade e harmonia, para aqueles que aprenderem a jogar o Jogo dos Tronos, afinal, não há meio termo.
Luh Costa 01/08/2011minha estante
Magnífica!
Já tinha vontade de ler o livro mas estou dando um tempo por causa da pilha de inéditos que tenho dai aparece VC com uma resenha maravilhosa????
Fica difícil!rsrsrs
Tenho ouvido falar desse livro, só comentários bons. Uma série pra marcar nossas vidas.
Abraço


Alan Ventura 02/08/2011minha estante
Sua resenha me deixou muito mais curioso pra ler o livro, como disse a Karol: "um dia, eu ainda o leio". Abração.


Henrique1058 07/08/2011minha estante
Ótima resenha, como sempre. E concordo com o que você falou: "Esqueça livros covardes!"... realmente ele não tem apego a personagens, mas acredito que se o livro só tivesse saído após o seriado ele não teria suportado a pressão e mantido alguns personagens.


Fran Kotipelto 28/08/2011minha estante
Com certeza uma obra audaciosa, mas muito audaciosa mesmo. Impossível não se apaixonar por esse escritor,por essa obra e por tudo que esse mundo magnífico pode oferecer. E sua resenha dear Jow, impede qualquer ser humano sensato de votar "Não gostei".Meus parabéns.




Carol 05/12/2011

RESENHA: A Guerra dos Tronos, por Terra das Fábulas
MAIS INFORMAÇÕES NO LINK:http://terradasfabulas.blogspot.com/2011/09/resenha-guerra-dos-tronos.html

Logo de primeira adianto a vocês que o seriado foi um dos mais bem feitos que eu já vi na minha vida, acho que nunca assisti a uma adaptação tão fiel! O livro é exatamente aquilo que o seriado mostra, um mundo de fantasia ao puro estilo medieval, onde a fantasia propriamente dita é apenas o segundo plano, oque se encontra em destaque são as intrigas palacianas e as guerras de poder travadas pelos mais ricos e influentes do reino.

Me impressiona esse tipo de história, pois não é qualquer um que é capaz de traçar uma trama tão densa e envolvedora como Martin.

Achei que o livro começou a narrativa de forma cansativa, o prólogo não é lá muito bem narrado, oque me sugere que Martin é o tipo de pessoa que tem ideias maravilhosas, mas não sabe lá muito bem como começar a coloca-las no papel, e tudo isso se resolve logo quando o livro começa de fato.

Apesar de, como em qualquer história, o livro conter um clímax, me arrisco dizer que ele é climax do início ao fim, podem até existir capítulos menos emocionantes do que outros, mas nem de longe menos importantes. E essa foi uma das coisas que mais admirei nesse autor, ele não coloca absolutamente nada inútil em sua narrativa, ele não desperdiça informação de forma alguma, não é atoa que um livro de seisentas páginas rendeu um seriado de dez capítulos com duração de uma hora cada.

Outro detalhe interessante para se frizar do livro, é a estrutura em que ele foi escrito, nunca havia lido um livro assim, e confesso, adorei! Aqui os capítulos não são dividitos por número, ou por um título relacionado ao oque acontece, e sim dividido por pessoas. Como assim? Cada capítulo narra em terceira pessoa oque está acontecendo com um personagem, um capítulo fala de Eddard Stark, outro de Sansa Stark, outro de Jon Snow, e por ai vai. E essa divisão foi fundamental para criar grande parte da dinâmica do livro.

O livro também possui aqueles elementos clássicos de que tanto gostamos, logo de cara temos um mapa do reino de westeros feito em naquim, assim como nas obras de Tolkien, e também um apêndice com detalhes sobre cada uma das casas nobres, como quem são os reis e rainhas, seus filhos, primos, irmãos, e agregados.

Mais uma coisa interessante a se destacar, o autor não poupa palavras quando deseja descrever algo, se você acha que a HBO no seriado exagerou nas cenas de sexo, se engana, eles fizeram o mais fiel que eles puderam, confiem em mim.

Portanto, se vocês estão procurando um livro de fantasia, com todos os elementos mágicos que a fantasia merece, e um algo mais, uma história envolvente, uma trama densa e surpreendente, leiam Guerra dos Tronos, ninguém irá se arrepender, eu assino em baixo.

Alguém aqui lembra que eu disse ter gostado mais de Narnia do que Senhor dos Anéis? Pois é, aqui está outro livro que eu considero melhor, e nesse caso, não me tomem por uma pessoa que está apenas seguindo o fluxo da moda, mas esse livro é melhor que ambos!

Me admira ninguém aqui no Brasil ter descoberto esse livro antes...
VIANA 12/12/2011minha estante
Sei que não pediu a minha opinião, mas não pude deixar de comentar. Desculpa discordar de você, mas a série é horrivel se comparada com o livro.
Nunca vi uma série tão mal feita, se fosse pra fazer uma série assim eu preferia ficar só com os livros mesmo.
Na minha opinião a série corta muita coisa, é muito rápida, eles pegaram o embalo do livro e fez a série nas coxas. Espero que na segunda temporada eles melhorem, e para isso eles terão de, ou aumentar a quantidade de capitulos ou aumentar de 1h para 2h cara capitulo, pois se quiserem fazer o terceiro livro com apenas 10 capitulos e com 1h hora cada eu me mato ! rsrsr...


Carol 13/12/2011minha estante
Então, sinto muito...mas vou dizer que vc não entende absolutamente nada de "gravar adaptações"

Não precisa nem ser um especialista para verificar que grande parte das falas contidas no seriado foram simplesmente IDENTICAS as falas originais do livro. Também não preciso comentar sobre todo o conceptart feito para dar vida a cada um dos cenários, personagens, e afins.

E também não preciso comparar essa série com muitas outras adaptações já feitas tanto para a televisão, quanto para o cinema, e verificar que obviamente, é uma das melhores adaptações já feitas na história!

Portanto, o seriado é bom! Não perde em nada na história, poderia ser um filme de 2h30min mas em vez disso é um seriado com 10 episódios de 1h cada.

Está mais do que bem feito!


Goth0 24/12/2011minha estante
Eu estava gostando de sua resenha, até a hora que vc disse que GoT e Nárnia são melhores que O Seonhor dos Aneis. Mas enfim, é questão de gosto né.

Eu particularmente não gostei do fato de existir tantos climax's durante o livro, no inicio é legal mas para mim se tornou algo maçante, já n basta o Dan Brown? kkkkkk

Eu n cheguei a assistir o seriado, eu começei a ler o livro antes, deve ter sido por isso que n consegui viciar nele, só assisti os 3 primeiros ep. até agora, mas não tenho muita pretensão de ver o resto.

Concordo com vc sobre o Martin não saber muito bem como iniciar o livro, tanto é que eu esotu lendo o segundo volume agora e considero ele bem superior ao primeiro.


Carol 27/12/2011minha estante
Então Marcel, não é que Narnia e GoT são melhores do que SdA, é apenas que EU, e somente EU, veja bem é MINHA opinião, gosto mais deles ;)

Saco?

Acontece, não gosto da narrativa Tolkeniana, acho ela chata, enrrolada, e desnecessariamente detalhista.

Já G.R.R.Martin, é muito mais sucinto, objetivo, e escreve focando em coisas que eu acho naturalmente mais interessantes ^^

E sim, eu gosto de Dan Brown, e é justamente por isso, gosto de clímax o tempo todo hehe.

Mas isso é bom, se todos os escritores fossem iguais, que graça teria? Pelo menos já sei como recomendar leituras, se alguém gosta de coisas dinâmicas, esse livro é a pedida.

OFF: e tb tem que gostar de putaria...porque o autor já vimos né, não poupa detalhes.




spoiler visualizar
Arthur 22/06/2017minha estante
Aaah espere só pelo terceiro Kkkl simplesmente o melhor da série! Que bom que tomou gosto pela leitura ?


Milene 02/07/2017minha estante
Aaaaaah seu lindo! Que coisa legal isso de tomar gosto pela leitura. Percebo q muitas pessoas remetem a leitura a algo chato (provavelmente ranso da época de escola), mas é tudo um questão de achar o estilo q tu gosta. E super concordo que o autor é bom qd nos provoca algo (mesmo a gente já sabendo o q vai acontecer). Por isso inclusive, não tenho qq problema com spoilers :)


Adriana 03/07/2017minha estante
Compartilho da mesma sensação que você. Só de olhar para o tamanho do livro começo a bocejar. Mas sua resenha me encorajou a pelo menos tentar ler. Obrigada!


Deivid 02/08/2017minha estante
Vou começar a leitura e pelo visto vou ter a mesma experiência.




May 16/10/2013

Épico!
O suspense criado por Martin permeia o livro o tempo todo, a morte figura de uma forma assombrosa no livro, e a tensão a cada decisão tomada nos reinos faz o cerco ficar cada vez mais estreito. Esqueça livros covardes! Guerra dos Tronos é um livro absurdamente audacioso, uma obra que não tem medo de revelar as mazelas dos grandes figurões, dos personagens perfeitos, dos cavaleiros galantes. Aqui a realidade bruta realmente se instaura. Vingança, ódio, trapaça, tramas horrendas são desenvolvidas a cada página virada. É um livro que se propõe a analisar segundo a visão de vários personagens a tentativa de tomada de poder por parte de muitos, a tentativa de entender o destino da vida de alguns, e a dura e conflitante realidade de quem busca encontrar um equilíbrio entre o passado e o presente de Ned Stark, e o Rei Robert Baratheon. Uma história onde você não sabe em quem confiar e seu personagem favorito pode morrer a qualquer momento!

- Uma aventura inteligente e empolgante do início ao fim, não há como abandonar esse livro. Leitura obrigatória para os fãs de fantasia e aventura.
Rodrigo Soares 23/10/2013minha estante
Corajosa ler esse dai!


May 30/10/2013minha estante
Super recomendo amigo, é tipo muito bom mesmo, acho que você iria gostar c:


Rodrigo Soares 03/12/2013minha estante
Pretendo ler!


Lary 11/01/2017minha estante
Coloquei na meta de leitura desse ano




Joao 14/05/2021

A Guerra dos Tronos - MAI/21
Tive que fingir demência em boa parte do livro? Sim... Mas ainda assim ter uma visão mais detalhada de cada personagem e o que eles estavam sentindo foi maravilhoso...

Agora que a bagunça começa... O inverso chegou
Marix 14/05/2021minha estante
A primeira temporada segue a risca o primeiro livro, bastante legal comparar e perceber todos os detalhes. O desfecho sobre a semente forte e o mistério envolvendo a descoberta do Ned é muito mais interessante , assim como a relação dele com as filhas


Joao 14/05/2021minha estante
Nossa sim, deu pra entender bem melhor a ligação entre os Starks, os primeiros homens e os filhos da floresta, a primeira temporada é até bem confusa em relação como o livro apresenta tudo.


Marix 15/05/2021minha estante
Acho que até o quarto livro dá pra fazer esse feedback dos dois universos. No quinto, as duas produções tomam rumos muito diferentes




lightweaver 10/02/2021

Monólogo e Divagação. Ah, a inspiração.
O Norte, um lugar frio e severo, no inverno e até mesmo no verão, fortes nevascas, chuvas fortes e frias, clima implacável e o eterno abraço do frio era constante. A família era antiga, sangue dos primeiros homens e de Reis corriam pelas veias de seus membros, seus mortos eram enterrados em tumbas com estátuas próprias e com o símbolo da casa aos seus pés e espadas em seus colos. Honra era a moeda de troca do líder desta família, nessa época da história, ele prezava a honra acima de todas as coisas, até mesmo acima do bom senso, mas, ele amou. Ele amou com intensidade, sem saber que o amor é o veneno da honra, a morte do dever, vento e palavras quando somos apenas humanos, falhos até o final. O preço foi pago, a cabeça foi cortada, a consequência… inevitável. É aqui que os jogos começam, quando se joga o jogo dos tronos, você vence ou você morre. Não existe meio termo. Dois Reis, Uma Rainha, Um Trono. O inverno pode não ter chegado mas a chuva vai cair vermelha, os ventos vão carregar o odor de decomposição e a temperatura não vai precisar cair para semear a desesperança e a desolação.
Fox 11/02/2021minha estante
Ue não vai ter a LC mais!?


lightweaver 11/02/2021minha estante
Eu sou um traidor, Babis, eu estou sabotando a minha própria LC. Mas vai ter a LC, eu só estou me adiantando um pouco, Não me guilhotine. Ç.Ç


Fox 11/02/2021minha estante
KKKKKKKK seu leitor compulsivo. Tá tudo bem




Antonio Luiz 18/11/2010

Shakespeare no liquidificador
O primeiro livro da série "As Crônicas de Gelo e Fogo" do roteirista e escritor estadunidense George R. R. Martin, "A Guerra dos Tronos", chegou ao Brasil cercada de muita expectativa. Com sucesso maior que o esperado, a série inicialmente concebida como trilogia foi promovida a heptalogia e um quarto livro foi publicado, em 2005. Vendeu, até agora, 7 milhões de exemplares, metade dos quais nos EUA. A rede HBO programou um seriado baseado nas Crônicas, que deverá estrear a partir de março de 2011. Até lá, espera-se que saia o muito adiado quinto volume.

O autor publicou seis novelas (romances curtos) derivados, ambientados no mesmo mundo ou com os mesmos personagens, além de licenciar brinquedos, jogos de cartas e de tabuleiros, videogames, RPGs e assim por diante. O livro de 1996 e suas duas primeiras sequências, de 1998 e 2005, receberam o prêmio Locus e houve quem o saudasse como “a mais importante obra de fantasia desde que Bilbo encontrou o anel”.

Com certo exagero, deve-se ressalvar. Gostos variam, mas muitas obras de fantasia marcaram época entre "O Hobbit" de Tolkien (1937) e 1996, incluindo as séries "Gormenghast", de Marvin Peake (iniciada em 1946), "Elric de Melniboné", de Michael Moorcock (iniciada em 1972), e a satírica "Discworld" de Terry Pratchett (1983). Mesmo assim, o sucesso incomum da série de Martin, principalmente nos EUA, justifica alguma atenção.

Baseia-se em parte na Guerra das Duas Rosas, uma série de disputas dinásticas pelo trono da Inglaterra ao longo dos reinados de Henrique VI, Eduardo IV e Ricardo III, de 1455 a 1485. Opôs as casas de York (cujos servidores usavam rosas brancas como emblema) e Lancaster (rosas vermelhas), que na obra de Martin, se tornam as casas Stark (simbolizada por um lobo) e Lannister (um leão), que disputam o poder em Westeros, cujo rei Robert Baratheon tomou o trono de um enlouquecido Aerys II Targaryen ao fim de uma violenta rebelião.

Fãs notam influências de Walter Scott (autor de "Ivanhoé"), Cervantes e Lovecraft, mas parece bem mais importante a de Shakespeare – embora Martin, ao contrário do grande dramaturgo inglês (súdito e adulador de Elizabeth I Tudor, herdeira do triunfo final dos Lancaster), faça dos Stark/York os heróis e dos Lannister/Lancaster os vilões. Outros arcos narrativos entram em jogo, mas o mais importante no primeiro volume é o de Eddard “Ned” Stark, chefe da sua casa, em torno do qual giram as histórias. A cada capítulo, muda o ponto de vista, passando pelo pai, pela esposa e por quatro dos seis filhos e filhas vivos, incluindo um bastardo. Há ainda capítulos narrados do ponto de vista de um dos Lannister e outros de Daenerys Targaryen, filha de Aerys II, aos quais voltaremos depois.

Eddard lembra de várias maneiras vários heróis de tragédias shakespearianas, a começar pela maneira como caminha inexoravelmente para a desgraça sob os olhos do leitor. Também como em Shakespeare, sua infelicidade se funda na decomposição dos valores feudais.

Um mundo perfeitamente feudal e medieval, esse tipo de tragédia não tem lugar: Cada um é chamado a cumprir sua tarefa atribuída pela ordem divina – orar, guerrear ou trabalhar. Só cabe o auto religioso, a representação imutável de papéis prescritos por toda a eternidade. O Senhor dos Anéis, por exemplo, é uma espécie de auto no qual Gandalf faz o papel de Cristo como pregador e líder dos apóstolos, Frodo, o Cristo sofredor que carrega a cruz e sobe o Gólgota e Aragorn, o Cristo-Rei que comanda os exércitos do bem no Apocalipse e todos aceitam seus papéis sem contestá-los. No mundo do capitalismo, também não cabe a tragédia shakespereana: as pessoas buscam seus direitos, lutam por seus interesses privados e acham isso justo. Cabe o drama, a luta do personagem por autoafirmação na concorrência com rivais.

O trágico está na inadequação dos valores à realidade durante a transição para a modernidade. A noção de contrato de direito natural ainda não compete com a de juramento feudal, nem a de fidelidade com a de interesse. Ainda não há uma solução moderna para o problema da soberania e sua disputa se torna um empreendimento cínico e sem sentido, no qual o herói não consegue acreditar: “A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, significando nada”: Macbeth age como um discípulo de Maquiavel, mas julga a si mesmo como um moralista medieval. As paixões e necessidades do protagonista o impelem a agir contra os ideais herdados do feudalismo (ou deixar de agir a favor, no caso de Hamlet), mas não há outros nos quais possa acreditar.

Eddard não tem, porém, a envergadura de um herói trágico shakespeariano. É apenas patético, porque não interioriza a contradição. Ela é externa, projetada como o conflito entre ele e a corte. O patriarca Stark não é uma vontade moderna com uma consciência medieval, mas um senhor feudal da Alta Idade Média perdido na Renascença como um viajante no tempo. Vem de um feudo tradicionalista onde os senhores executam pessoalmente os condenados, governam de um castelo auto-suficiente entre aldeias esparsas e se impõem aos vassalos pela coragem física. Um rei tolo, incompetente e ocioso o nomeia principal ministro numa grande capital portuária e mercantil onde reina o dinheiro, para uma corte cujas intrigas estão além de sua compreensão. Para os Stark, honra é lealdade incondicional; para a corte e seus rivais Lannister, é pagar as dívidas (o que é tanto uma promessa quanto uma ameaça).

Eddard não consegue entender, por mais que lhe expliquem. O leitor acompanha, consternado, como insiste nos mesmos erros óbvios, confia em quem não deve, desafia as pessoas erradas na hora errada e reivindica uma autoridade moral que ninguém lhe reconhece. Acaba por parecer bronco demais para merecer admiração ou mesmo comiseração do leitor: é a tragicomédia do caipira inexperiente na cidade grande, caindo em todo conto do vigário que se lhe apresenta. A impressão de estupidez é reforçada pelo fato de que o segredo que luta por desvendar ao longo da maior parte do livro não só é conhecido da corte como revelado ao leitor nos primeiros capítulos: a rainha Cersei é amante do próprio irmão gêmeo, o belo Jaime Lannister. O curioso é que Eddard acaba por encontrar a resposta por meio de uma genética mendeliana inacessível aos mais brilhantes medievais.

Os filhos, mais vítimas das circunstâncias do que protagonistas, oferecem ao leitor intrigas secundárias e personagens para amar e odiar. Bran é um garoto que é aleijado pelo inimigo e reduzido a espectador impotente dos acontecimentos desde o início da história. Jon Snow, o bastardo, nos apresenta a Patrulha da Noite à qual é enviado, um corpo de guardas votado à castidade e à guarda da muralha que demarca a fronteira norte do reino de vagas ameaças anunciadas no prólogo, mas que só começam a se concretizar perto do fim do livro.

Sansa consegue ser mais simplória que o pai, o que não é dizer pouco. Vaidosa que sonha com os luxos da corte, os romances da cavalaria e o prometido casamento com o príncipe herdeiro, deixa os inimigos manipularem seu ingênuo egoísmo para a ruína da família. Arya é uma menina rebelde, esperta – em comparação com o pai e a irmã, bem entendido – que gosta de se portar como moleque, aprende habilidades “masculinas” e graças a isso se safa, provisoriamente, do desastre.

A corajosa esposa Catelyn, nascida na casa Tully, tem um papel mais importante e uma estatura mais respeitável. Como muitas heroínas shakespearianas – pense-se em Lady Macbeth, Julieta ou a Pórcia de O Mercador de Veneza –, mostra mais ousadia, astúcia, bom-senso e energia que seu parceiro na defesa dos interesses comuns.

Tyrion Lannister, irmão mais jovem da rainha e anão (no sentido clínico e não no mitológico), é o protagonista mais ambivalente do livro. Pertence à família dos vilões, mas se relaciona com ela pelo desprezo mútuo. Busca seu apoio nos momentos difíceis, mas de resto é um individualista astuto, que procura tirar da vida o melhor que sua condição lhe permite sem causar males desnecessários, apesar de ser impiedoso na vingança. Inteligente, cínico e descarado, proporciona os raros momentos de humor (embora sombrio) e percepções agudas em um livro na maior parte do tempo sério e obtuso como Eddard Stark.

A personagem mais impressionante é, porém, Daenerys, a herdeira dos Targaryen, que vive uma história independente da trama principal, embora destinada a cruzar-se com ela em futuros volumes. Aos treze anos, o irmão, exilado com ela no continente para além do Mar Estreito, a dá em casamento a Drogo, um grande chefe nômade à imagem e semelhança de Átila ou Gengis Khan, com a esperança de que este o ajude a reconquistar o trono usurpado a Aerys II. Numa série de improváveis peripécias, a garota tímida, medrosa e submissa se assume como dona do seu destino, se torna uma amante fogosa, uma rainha respeitada e por fim a líder temível de um povo feroz. Soma dois clichês algo racistas da literatura de aventura colonial – a mocinha branca submetida à lascívia de selvagens brutais e o solitário aventureiro europeu que mostra sua superioridade sobre os nativos e torna-se seu rei-deus –, mas a combinação e suas vias heterodoxas resultam numa inovação interessante.

Os capítulos de Daenerys foram publicados também como a novela independente "Blood of the Dragon" (O Sangue do Dragão), primeiro na Isaac Asimov Magazine e depois na antologia "Quartet: Four Tales from the Crossroads". Ganhou em 1997 o prêmio Hugo, o mais importante da fantasia e ficção científica estadunidense. Deve soar mais provocante que o livro completo, ao qual seus capítulos acrescentam pitadas bem-vindas de exotismo, sensualidade e fantasia mágica a um livro na maior parte do tempo puritano, monótono e “realista”.

Pode parecer um paradoxo que um épico de fantasia medieval se faça notar pelo realismo, mas essa é a característica mais apontada pelos admiradores, que o contrastam com o idealismo de autores como J. R. R. Tolkien e seus imitadores. A trama não é governada pelo enfrentamento entre o Bem e o Mal, mas por interesses materiais de famílias poderosas. Astúcia e força bruta usualmente prevalecem, seja qual for o lado que esteja com a razão ou represente o bom, o belo e o verdadeiro. Ao menos neste volume, não está em jogo a salvação do mundo ou a perdição da humanidade, mas um “mero” trono, a magia não tem papel importante (salvo na história de Daenerys) e os conflitos são meramente humanos. As ameaças sobrenaturais do gelo (os “zumbis” do norte) e do fogo (dragões) estão presentes, mas só no final do livro começam a insinuar que terão um papel importante nas sequências.

O realismo é também ressaltado pela rudeza e concretude aparente do cenário. A aparência física dos personagens é dada de maneira minuciosa e frequentemente impiedosa, com ênfase em defeitos físicos e cicatrizes horrorosas. Idem quanto a seu comportamento, incluindo a exata maneira como se embebedam, escarram, copulam, adoecem, sangram e morrem. Árvores, construções, paisagens e armas são descritos com pormenores que parecem querer proporcionar a sensação de se assistir a um filme em alta resolução.

Como geralmente se dá em Hollywood, este é um realismo ilusionista. Embora recorra aos diferentes pontos de vista de diferentes personagens, a narrativa (em terceira pessoa) quer mostrar o real “como é” e não como uma construção. O campo de visão é sempre parcial, mas dá impressão de objetividade, de acesso direto ao que cada personagem de fato vê, supõe ou sabe em determinado momento, sem mediação ou contradição. E o que mostra é quase sempre tradução de clichês do cinema e da literatura “realistas” atuais. O senso comum e as crenças do leitor – exceto, talvez, do mais inexperiente – raramente são desafiados.

Pode passar despercebido ao leitor, por exemplo, o quanto a história é maniqueísta, ainda que não da mesma forma que um "Nárnia" ou "O Senhor dos Anéis". Não há uma guerra explícita entre o Bem e o Mal, os bons não são em geral premiados nem os maus punidos e mesmo os melhores são imperfeitos e cometem erros morais, mas não há como se enganar sobre quais são os mocinhos e os bandidos. Não se mostra visões diferentes de futuro ou de moral, mas heróis leais e honrados contra antagonistas cínicos e perversos.

É fácil deixar de notar que todos os pontos de vista, sem exceção, pertencem a uma fração ínfima da sociedade, a aristocracia. A pequena nobreza e os sacerdotes não recebem muito mais atenção que os animais, as ferramentas e o mobiliário. Os plebeus, menos ainda.

Pode-se também não perceber que, apesar de muitas cenas de sexo, frequentemente com conotações de pedofilia (do ponto de vista moderno, bem entendido – meninas se casarem aos 12 ou 13 anos era rotina na Idade Média), trata-se de uma obra puritana. Como já foi notado por outros, o único casal sinceramente apaixonado e sem fim trágico à vista é o dos arquivilões, o chefe da guarda real Jaime Lannister e sua irmã gêmea Cersei, a rainha. Os outros aristocratas espalham filhos ilegítimos pelo mundo com indiferença ou orgulho, mas o herói Ned Stark se tortura (e é condenado pela família) por ter gerado um único bastardo.

Os “bons”, sempre tensos e angustiados a respeito de seus deveres, são contidos em seus apetites, mostram pouco afeto sincero (salvo por seus lobos de estimação), raramente se divertem e nunca são mostrados fazendo sexo, apesar de fazerem muitos filhos. Já a gentalha diverte-se com paixão grosseira e violenta e os vilões aristocratas, de maneira refinadamente perversa, com ênfase em adultério e no incesto. Calvino manda lembranças: a obra deixa sempre a sensação de que sexo, prazer e diversão são vis e pecaminosos.

A geografia do “gelo” e do “fogo” reforça os clichês. O extremo norte de Westeros é uma terra gélida e misteriosa, habitada por selvagens e criaturas legendárias. Uma muralha a separa do norte austero, frio, diligente e austero, de fazendas e cidades pequenas, ligada por um istmo a uma babilônia preguiçosa, luxuriosa e cálida. E a leste há um continente povoado por exóticos bárbaros orientais de costumes indecentes e apetites desenfreados. De lá vieram os dragões que talvez voltem, pois lá se exilaram os últimos descendentes dos Targaryen, reis que no passado conquistaram Westeros domando os monstros cuspidores de fogo, agora supostamente extintos.

Westeros é separada de um grande continente por um “Mar Estreito”, seus habitantes têm nomes ingleses ligeiramente modificados e sua história evoca vagamente a Grã-Bretanha, mas suas dimensões são as de um pequeno continente. É grande o suficiente para que o norte semisselvagem onde está Winterfell, lar dos rudes e puros Stark, tenha um clima muito frio e seja tropicalmente quente o sul mais povoado e civilizado, sede dos luxuriosos Lannister e do antro de perdição que é Porto Real, a capital do reino. O sul cultua uma religião “pagã” de velas, templos, sacerdotes, imagens e hierarquias que evoca o catolicismo tradicional, enquanto o norte segue uma “Antiga Religião” baseada em um orações em bosques sagrados sem mediação de sacerdotes, que faz pensar nas formas mais radicais do protestantismo.

Uma peculiaridade desse mundo é que as “estações” duram vários anos, de maneira não muito previsível. Não se tenta encontrar nenhuma justificativa astronômica ou meteorológica, nem explicar como a vegetação, os animais e a agricultura se adaptam a isso. É antes uma metáfora: “O inverno está chegando” é o lema dos Stark e uma indicação do clima ambivalente do primeiro livro: parece indicar tanto o receio do fim da abundância quanto a esperança de que os valores puros da austeridade, do trabalho duro (para os camponeses) e do inverno voltem a prevalecer sobre as forças corruptoras do luxo, do prazer e do verão.

Vale notar que Westeros é formada por duas massas de terra, norte e sul, ligadas por um istmo, o “Gargalo”, o que vagamente a configuração das Américas. Em certo nível de interpretação, seria Winterfell a América do Norte e o sul a América Latina? No norte há neve e lobos e no sul abundam frutas sumarentas e se mencionam árvores de pau-brasil e pau-ferro. Estes nomes podem ser escolhas discutíveis do tradutor para os originais redwood e ironwood, que podem se referir também a espécies de climas temperados, mas Porto Real é uma grande cidade à beira-mar onde há morros, favelas e, nas palavras entusiasmadas do rei que tanto consternam Ned Stark, “as mulheres perdem toda a modéstia ao calor. Nadam nuas no rio, mesmo por baixo do castelo. Até nas ruas está calor demais para lã ou peles e elas andam por aí com aqueles vestidos curtos (…) quando começam a suar e o tecido lhes adere à pele, é como se andassem nuas”. Não soa como um clichê sobre o Rio de Janeiro?

Alguns admiradores brasileiros se queixam na internet da tradução: em vez de procurar um tradutor brasileiro, a portuguesa Leya comprou da editora Saída de Emergência os direitos para o Brasil da tradução portuguesa de Jorge Candeias (transação sem remuneração ou aviso ao tradutor, que se disse “estupefato”) e a adaptou superficialmente para o português brasileiro, substituindo mecanicamente construções em infinitivo por gerúndios, a segunda pessoa pela terceira e certos acentos e ditongos – por exemplo, de “o Inverno está a chegar” para “o inverno está chegando”, de “os mortos assustam-te” para “os mortos o assustam”, de de “crónicas” para “crônicas” e de “papoilas” para “papoulas”.

O tradutor original foi perfeitamente competente para o público português que tinha em vista. Do ponto de vista da compreensão das intenções do original, bem como da correção gramatical, o resultado é melhor do que muitas traduções de livros de fantasia feitas por brasileiros. Mas parece ter prejudicado a legibilidade da obra para o público-alvo de adolescentes e jovens adultos pouco acostumados ao português europeu. Não seria grande problema num conto ou romance curto, mas pode ser desencorajador em um livro de 592 páginas que seria o primeiro de uma série de sete. Para um brasileiro, a narrativa e os diálogos, mesmo “adaptados”, soam demasiado formais, além de carregados de termos pouco familiares, o que não está de acordo com o espírito do original.

Considerando tudo, vale a leitura? O leitor deve ser prevenido que a leitura é longa e inconclusiva, sem um fechamento satisfatório neste ou em qualquer dos volumes já publicados e a série, como muitos folhetins e telenovelas, corre o risco de ser encerrada pelo desinteresse do público ou do autor antes de chegar a uma conclusão lógica.

Tem algo de Shakespeare, mas sem suas percepções originais, voos de retórica, momentos de humor e desfechos grandiosos. É como um coquetel homogeneizado do Bardo de Avon com chavões da fantasia medieval, filtrado pelas lentes de um realismo psicológico e ilusionista moderno. À parte a rudeza e o clima peculiar, o mundo em que se passa a história é bastante convencional, salvo, talvez, por seus bárbaros nômades do Oriente. Os seres sobrenaturais citados – dragões, zumbis e outros – seguem clichês tradicionais.

O que tem de mais atraente, compartilha com as telenovelas e séries dramáticas: permite envolver-se com um grupo variado de personagens e com seu crescimento, suas aflições e suas intrigas intermináveis e esmiuçar sua psicologia à exaustão. Não faltam personagens sofredores e indefesos para se sentir compaixão, bem como malvadas e malvados, cínicos e arrogantes, para odiar com todas as forças. Só nos anexos do primeiro volume são listados cerca de 150 personagens vivos e 50 mortos – e isso inclui apenas as grandes casas aristocráticas e seus agregados, ignorando plebeus avulsos. O número de “tropos” ou chavões também é surpreendente: o site tvtropes.org lista mais de 500 para os livros já publicados!

O leitor que busca na literatura o que a tevê não sabe ou não quer dizer talvez investisse melhor seu tempo lendo algumas obras mais curtas, mas capazes de render mais em termos de surpresa, provocação ou diversão. Como, digamos, as peças de Shakespeare.
Nalí 15/03/2012minha estante
Não acho que sugerir Shakespeare pro público-padrão de Guerra dos Tronos seja muito eficaz. Gostei de sua resenha, tem apontamentos interessantes! Particularmente, gostei dessa tradução feita por um português, cheguei até a ler umas 200 páginas da edição da Saída de Emergência. Acho charmoso que se fale meio pomposo quando se trata de um plano de fundo medieval, com reis etc, soa mais adequado e não tenho problema de fluidez na leitura, por eu ter alguma experiência na literatura. O que não invalida seu argumento: não deve ser muito bom para o público adolescente/geração DDA.


Felipe 15/03/2012minha estante
Eu sou adolescente, pelo menos até onde eu sei 14 anos é ser adolescente. E em relação a tradução, eu gostei muito, foi uma literatura que ao mesmo tempo parecia charmosa, bonita, e ao mesmo tempo misturada com uma realidade feudal antiga, que me deu uma leitura leve e agradável, eu consegui terminar de ler esse livro em dois dias, por que eu lia, lia, lia e não conseguia parar. Eu poderia dizer que essas Cronicas são as minhas favoritas, pois não são tão clichê, assim como você diz, e em relação ao bom e mal, que você disse que praticamente estão definidos, eu não vejo assim, desde o primeiro livro não vejo Cersei ou Jaime como vilões, Cersei é apenas uma mulher frustrada com o casamento e Jaime é um soldado, e ao meu ver um bom soldado.


Eder 18/05/2012minha estante
Apesar de gostar da resenha, posso afirmar que boa parte do que foi apontado cai por terra nos próximos volumes. Foi feita uma análise muito profunda em cima de uma obra incopleta, gerando conclusões precipitadas.




Giovanna 05/06/2021

Essa deve ser a terceira ou quarta vez que leio esse livro. Toda vez fazia planos de ler todos e toda vez desistia pra assistir a série e ficava tudo confuso na minha cabeça, então lá ia eu mais uma vez ler os livros desde o primeiro.
Agora faz alguns anos desde que desisti pela última vez e julguei que era tempo o suficiente pra eu tentar de novo ler todos (e de novo desde o início, pra relembrar os detalhes).
Já sabia de cor e salteado todas as mortes e todos os acontecimentos mais importantes e obviamente nada me impactou como da primeira vez, mas não posso deixar de reconhecer o quanto esse livro é magnífico.
A apresentação do mundo, dos personagens, dos cenários. As histórias, os mitos, as religiões. Os sonhos, as vontades, os medos. Fico abismada com como uma pessoa tem criatividade o suficiente pra fazer tudo isso e com tamanha perfeição.
A Guerra dos Tronos é uma introdução sensacional pra uma série de livros que não sei por que raios eu deixei de lado pra assistir a série que foi só decepção.
Renato Thomaz 05/06/2021minha estante
Uma pena os livros ainda não terem um final. Faltam dois para serem lançados ?


Giovanna 06/06/2021minha estante
Espero que até eu terminar tudo já tenha lançado pelo menos mais um kkkkk


Renato Thomaz 06/06/2021minha estante
Na torcida pra lançar logo haah




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