Lina DC 13/07/2018CONTÊM SPOILERS"A Libélula no Âmbar" é o segundo livro da série Outlander e traz um novo capítulo da história de Claire e Jamie. Como o livro anterior, esse também é dividido em partes: Parte I - Através de um espelho, às escuras; Parte II - As pretendentes ao trono; Parte III - Falta de Sorte; Parte IV - Escândalo; Parte V - De Volta ao lar; Parte VI - As chamas da rebelião; Parte VII - Retrospecto.
Logo no início do livro observamos Claire de volta ao local de partida: Inverness, só que agora no ano de 1968 e com uma filha de quase vinte anos de idade. É nesse momento que nos damos conta de que Claire passou as últimas duas décadas no presente, longe do amado. Ela é uma médica em um hospital em Boston e Frank faleceu há dois anos, então Claire acredita que agora é o momento de sua filha Brianna descobrir a verdade sobre o seu pai biológico.
"— Eu amava Frank — falei em voz baixa, sem olhar para Bree. — Eu o amava muito. Mas a essa altura, Jamie era meu coração e o ar que eu respirava. Não podia deixá-lo. Eu não podia — disse, erguendo a cabeça de repente para Bree, numa súplica."
Claire retorna para onde tudo começou para encontrar Reginald Wakefield, o reverendo que ajudou Frank na busca por seu antepassado Randall, mas ao invés de Reginald, encontra Roger, o filho adotivo dele. Enquanto Claire, Brianna e Roger tentam descobrir o que aconteceu com Jamie e seu clã, a protagonista decide contar toda a sua história.
Neste segundo livro da série Outlander, o enredo é separado em duas partes, por tempo, alternando entre o século XX e o século XVIII.
Jaime Fraser é considerado um fugitivo e permanecer na Escócia torna-se impossível. Então, o casal decide ir para a França, tanto para recomeçar a vida como para evitar a batalha de Culloden, pois Claire contou ao amado o que acontecerá com os escoceses durante a rebelião jacobita. Cientes do desfecho dessa rebelião, os dois vão se envolver na corte francesa, nas tramas políticas, corrupção e traição. O objetivo dos dois é tentar impedir que os planos do príncipe Charles Stuart cheguem ao ponto da batalha final.
Enquanto que na Escócia a vida deles era simples e repleta de lutas constantes, em Paris temos uma vida luxuosa e repleta de nuances que os dois precisam compreender. Enquanto Jaime começa a fazer longas viagens, contatos e a arquitetar planos para impedir a rebelião, Claire começa a se estabelecer, trabalhando em um hospital e fazendo algumas amizades, como a jovem Mary.
A vida do casal muda drasticamente também no aspecto afetivo. Há uma distância não apenas física e eles precisam aprender a trabalhar com isso para continuarem juntos. Mas isso não é tudo: o fantasma de Jack Randall ainda os persegue e os assombra.
O enredo ficou bem interessante com essa mescla do romance com os aspectos históricos. A autora inseriu figuras históricas como o príncipe Charles e o rei James, reforçando a influência do casal nesses acontecimentos. Além disso, Diana Gabaldon trabalha sérios problemas sociais da época. A violência contra a mulher, os estupros, a pobreza e tantos outros são expostos de forma crua e detalhada na obra, deixando claro para o leitor as dificuldades do período.
Temos o retorno de alguns personagens já conhecidos, como Jenny e Ian, mas também temos a introdução de novos, como Fergus, um garotinho que passou por muita coisa, mas que é resiliente.
O final do livro é surpreendente pois não apenas faz revelações sobre a história de Claire e Jamie, como também acaba influenciando a história de outros personagens no livro.
"Se era saúde da mente ou do corpo, seu amor era necessário para mim como o ar ou o sangue. Minha mente buscou-o, dormindo ou acordada, e ao encontrá-lo, apaziguou-se. Meu corpo floresceu e resplandeceu, e ao alcançar a plenitude da vida, ansiou pelo corpo dele."
O relacionamento do casal não é fácil, mas é verdadeiro. Como todo relacionamento, possui altos e baixos, mas é o companheirismo, a compreensão e a capacidade de amor e lutar pelo amado que passa tanto sentimento através das páginas.
A editora Arqueiro realizou um ótimo trabalho nessa edição. Gostei do fato de estarem publicando capas da série e o cuidado com os detalhes é visível.
"— Eu sei — disse ele serenamente. — Eu realmente sei, querida. Deixe que eu lhe diga em seu sono o quanto eu a amo. Porque as palavras que lhe digo quando está acordada são sempre as mesmas, não são suficientes. Enquanto você dormir em meus braços, posso dizer-lhe coisas que soariam tolas e loucas e seus sonhos entenderão a verdade delas. Volte a dormir, mo duinne."