As meninas

As meninas Lygia Fagundes Telles




Resenhas - As Meninas


566 encontrados | exibindo 181 a 196
13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 |


Auzandir 22/10/2020

Um recorte pulsante de uma época
Um livro estranho num primeiro momento. Principalmente se você não for acostumado a romances baseados em fluxo de pensamento pra desenvolver a narrativa. É leve de início e com passagens pesadas. Te obriga a ler tudo devagar, uma, duas, três vezes.
Me vi apaixonado pela escrita de Lygia.
Quanto ?as meninas?, segundo a própria autora: estão por aí.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Luiza.Campello 09/11/2020

Per omnia saecula saeculorum. Amen.
Tem tanta informação na atmosfera dessa obra que fica difícil escolher a minha parte preferida. Estou estagnada após esse final que não sei nem o que escrever direito. Quero deixar aqui uma nota para adicionar em meu vocabulário: pomba, querida e oriehnid.
?Não tem coisa que combine tanto com latim como a morte.?
comentários(0)comente



@magalifbr 13/12/2020

Fascinante...
Imagine uma estória contada por quatro pontos de vista. "As meninas" é assim.

Com quatro "eu lírico", narrador e três personagens, a trama se desenvolve.

Tem-se a impressão de estar dentro de casa personagem...
comentários(0)comente



Claccostaa 19/12/2020

Há muito eu não me sentia assim. Uma ânsia, um ânimo, uma excitação... As palavras jorram desordenadas do meu peito e se emaranham entre Lorena, Lia, Ana Clara. Em mim, tenho as três. De mim, nada se tem. Na tentativa, no entanto, me espalho entre as meninas, entre as palavras de Lygia. Mais do que excelente.
comentários(0)comente



alexpizziolo 20/12/2020

Sensacional
Há anos estou ensaiando a leitura deste livro e finalmente pude me dedicar a ele. É uma leitura que te arrebata desde o começo por sei estilo de narrativa que transita entre as personagens e entre a 1ª e 3ª pessoa com uma agilidade que te pega desprevenido inicialmente, mas no final das contas nós somos Lena, Lião, Ana Turva e, finalmente, Lygia. O livro é a essência do Brasil dos anos 70, e narra com maestria a história de uma geração de mulheres que permanece viva em nossa memória graças ao trabalho de autoras como Lygia Fagundes Telles. Nos transporta para a mente dessas três personagens e, como que num suspiro ininterrupto, nos mostra como era viver e sobreviver naqueles dias. As histórias são extremamente pessoais. Sentimos suas dores, seus traumas, seus anseios, mas sentimos também o que foi ser brasileiro em plena ditadura militar. Escrito no auge do regime, o livro é de uma coragem imensa que transborda nas páginas até os dias de hoje. Viva Lygia Fagundes Telles, e obrigado por essa obra-prima!
comentários(0)comente



willian.coelho. 24/12/2020

Uma obra introspectiva e, ao mesmo tempo, marcante.
“As meninas” é, segundo a própria autora, a renomada escritora brasileira Lygia Fagundes Telles, o romance mais importante do conjunto de sua obra. Lygia tem 97 anos (2020) e conviveu com prestigiados escritores, como Jorge Amado e Clarice Lispector. Conforme entrevista no programa Roda Viva, afirmou ter descartado diversos escritos, uma vez que os considerava imaturos, de baixa qualidade; sua obra inicia com Ciranda de Pedra (1955). Durante o período que escreveu “As meninas”, o Brasil estava sob a ditadura militar (1964-1985), em seu momento de maior repressão: o governo Médici (o AI-5 foi emitido em dezembro de 1968). O livro, portanto, serve, de certo modo, como registro documental, na medida em que é importado de dentro desse momento histórico e, mais do que isso, o aborda diretamente. Há uma passagem em que é citada abertamente uma sessão de tortura; Lygia disse que sua obra (lançada em 1973) não foi censurada, dado que o censor a achou chata demais e não leu até o trecho. A ficção se passa no ano de 1970, o que só será constatado pelo leitor consciente dos fatos históricos, pois, em um momento do enredo, há menção sobre a soltura de 40 presos políticos (que foram enviados à Argélia). Isso aconteceu, quando os grupos revolucionários sequestraram o embaixador alemão Ehrenfried von Holleben (não confundir com a captura do embaixador americano, fato que ocorreu antes, e, na ocasião, foram exilados 15 presos no México).
A narrativa acompanha três meninas universitárias, no estado de SP, que vivem em um pensionato de freiras. São três personagens bastante distintas, cada uma com sua personalidade bastante ressaltada e com suas problemáticas. Lorena cursa direito, é burguesa (inclusive nos costumes refinados) e está loucamente apaixonada por um médico bem mais velho e casado. Lia cursa ciências sociais, veio da Bahia, é pobre e milita em algum grupo de esquerda contra a ditadura. Ana cursa psicologia, é muito bela, viciada em drogas e altamente atormentada psicologicamente. O texto se preocupa em demonstrar a herança familiar: as pessoas são condicionadas pela cultura, educação, afeto que receberam (uma visão realista sobre meritocracia). Lorena é da classe alta rural, Lia é filha de uma baiana pobre com um ex-nazista, Ana não conhece seu pai e sua mãe, marginalizada, se suicidou. Pontos relacionados ao pensamento da época (?) são largamente tratados, tal e qual a independência feminina, dogmatismo religioso, homossexualidade, recismo, etc.
O romance é estruturado em 13 longos capítulos; no entanto, há pouca ação, poucos acontecimentos marcantes, tudo poderia ser resumido em um período. Lorena nutre um amor platônico (que nunca é correspondido), o namorado de Lia é um dos 40 que são libertos e exilados na Argélia, Ana morre de overdose e é desovada em uma praça pelas amigas. Contudo, isso não significa que o enredo não tenha profundidade, há muitos capítulos descrevendo os pensamentos de cada protagonista: seu passado e presente estão bem situados na trama. Isso ocorre com a alternância entre um narrador em terceira pessoa (bastante limitado, servindo de elo de coesão) e as três protagonistas em primeira pessoa. Algo bastante genial é a estrutura linguística usada nos pensamentos de cada menina: Lorena pensa e fala de modo mais rebuscado (suas orações são mais complexas); Lia é simples, natural; Ana é truncada (seus períodos não se completam, sua sintaxe é deficiente). Alguns vocábulos podem soar bastante arcaicos; é, de modo geral, uma leitura fácil, todavia.
Em 1995, foi lançada uma adaptação em longa, aproveitando-se da exigência da leitura da obra para o vestibular da FUVEST. O perfil das atrizes contratadas para interpretar os papéis da Ana e da Lorena foi satisfatório, Cláudia Liz (como Ana Clara) e Adriana Esteves (como Lorena). Não obstante, a Drica Moraes (como Lia) não foi a escolha certa, visto que fez o papel de uma personagem parda: na obra, há diversas menções ao cabelo crespo, à descendência baiana (não há negros no filme). Quanto à execução dos papéis, realmente ninguém brilha: diálogos truncados, altamente artificiais (adaptar uma obra tão íntima foi demais para o diretor Emiliano Ribeiro). Ademais, faltam trechos importantes na história, ou os mesmos ficam inacabados. É o caso do assassinato de Rômulo pelo irmão Remo (irmãos de Lorena): no livro, paira uma dúvida sobre a verossimilhança do fato; no filme, isso é brevemente mencionado e ainda ligado ao romance de Lorena (relação inexistente no original). A profundidade de Ana Clara é totalmente omitida (torna-se um elemento fútil): o abuso pelo dentista (em troca de uma prótese dentária) é substituído por flashbacks desconexos; não há citação sobre sua mãe e seu suicídio. Os demais aspectos da mise-en-scène deixam bastante a desejar: excesso de cortes, a câmera parece não saber se situar muito bem, algumas cenas parecem desengonçadas, o figurino é apenas operante e o cenário é ruim (um filme de 800 mil dólares poderia se dar ao trabalho de reproduzir ao menos as cores do quarto de Lorena, a cama dourada, o papel de parede…).
comentários(0)comente



Ludmila 28/12/2020

Lygia Fagundes Telles sendo Lygia FagundesTelles:excepcional
Três garotas, três narradores, três classes sociais e três formas de lidar com o ano de 1968 no Brasil!
Enredo simples, construção da narrativa riquissima, contexto socio-político de um Brasil em ebulição!
comentários(0)comente



Bárbara 02/01/2021

Esvaziamento épico que simula a incompletude essencial da percepção.
Uma imersão pelo microcosmo da existência. Se você espera que algo aconteça, uma ação de uma narrativa clássica, com começo, meio e fim, poderá se decepcionar; essa narrativa, altamente experimental que me lembra o fluxo de consciência de Virginia Woolf - sendo tão original quanto - é sobre ser, no presente eterno que vivemos. A narrativa é espacialmente limitada, mimetizando a perspectiva psíquica humana - subjetiva, multifacetada e atemporal - e pode ser muito prazerosa quando a gente procura uma despretensiosa imersão em mente alheia, sem começo, meio ou fim - sem ação ou cadeia de eventos. Não foi um romance fácil, para mim, justamente por esse estilo audacioso, intensamente introspectivo porém "epicamente esvaziado" - definição cirúrgica de Cristóvão Tezza.

O ESVAZIAMENTO ÉPICO pode desanimar um leitor desavisado, mas eu já estava habituada ao estilo lygiano, por isso não apenas sobrevivi a ele como aproveitei essa leitura altamente introspectiva. Um clássico da literatura brasileira, com uma edição maravilhosa da Companhia Das Letras - desde a diagramação aos comentários posteriores. É o tipo de livro que merece posfácio, merece e necessita de muitos comentários posteriores que nos fornecem um apanhado revigorante da travessia que em primeira mão acabamos de realizar.
comentários(0)comente



Ludmilla.Marchionni 03/01/2021

Vale cada palavra
Uma das melhores leituras da minha vida. Extremamente bem escrito e surpreendente. Uma pérola da nossa literatura.
comentários(0)comente



Lara.Militao 06/01/2021

Incrível
Me apeguei demais as 3, apesar da leitura não ser das mais leves sempre foi muito confortável ter esse livro me esperando. Lygia é uma escritora que não tenho nem palavras pra descrever. Esse livros explora tanta coisa, desde a relação delas consigo mesmas até a estrutura social da época e como tudo isso se liga. Muito bom.
comentários(0)comente



Erica 13/01/2021

Três vozes da juventude dos anos 70.
"As meninas" é um romance sobre a juventude durante a ditadura militar. Para isso, a autora se utiliza do recurso de fluxo de consciência, alternando as vozes narrativas sem aviso prévio e de forma abrupta. Confesso que essa alternância me cansou bastante e não foi um leitura prazerosa.
Reconheço o estilo único e inovador de Lygia e a importância do romance como marco de uma época, mas definitivamente o livro não me encantou...
O destaque fica por conta da amizade improvável de Lorena, Lia e Ana Clara, três meninas de personalidades bastantes distintas que se unem para compartilhar as agruras da juventudade dos anos de 1970 no Brasil.

Segue o trecho que mais gostei do livro:
"(...) nós, as criaturas humanas, vivemos muito (ou deixamos de viver) em função das imaginações geradas pelo nosso medo. Imaginamos consequências, censuras, sofrimentos que talvez não venham nunca e assim fugimos ao que é mais vital, mais profundo, mais vivo. A verdade, meu querido, é que a vida, o mundo dobra-se sempre às nossas decisões. Não nos esqueçamos das cicatrizes feitas pela morte. Nossa completude, eis o que importa. Elaboremos em nós as forças que nos farão plenos e verdadeiros."
comentários(0)comente



fev 13/01/2021

Acredito que a expectativa sobre esse livro tenha prejudicado a minha leitura.

As Meninas da Lygia Fagundes Telles não é um livro ruim ou mal escrito. Longe disso. Ele só não me apeteceu da forma que eu imaginei que poderia ser.

O livro conta narra momentos de três amigas: Lorena, Lia e Ana Clara. Lorena, rica e intelectualizada; Lia, militante contra a ditadura e Ana Clara, drogada, pobre e sofrida. Eu, particularmente, não curti a história. Aliás, não há uma história com início, meio e fim. É uma narração de fatos cotidianos com voltas ao passado.

A história não foi um destaque para mim como a forma de narrar da Lygia foi. É um espetáculo a forma como ela conta. A técnica. Usar o presente e o passado, dois ou três narradores em um espaço tão curto. É meio difícil de se acostumar com a forma que ela narra. O texto em fluxo de consciência é pesado e muitas vezes parece não fazer sentido. E ela trabalhou muito bem isso na hora que cada menina narrava o seu momento. A voz que ela deu para Ana Clara é espetacular e ao mesmo tempo estranha. Difícil de compreender.

Eu cheguei acreditar que teria uma grande reviravolta no livro, mas não tem apesar da toda ação e loucura do último capítulo. São fatos simples que acontecem e a gente passa mais tempo dentro da mente das meninas.

Recomendo o livro pela parte da escrita e do estilo de narração.
comentários(0)comente



natalya 19/01/2021

As meninas
Estou até agora processando essa história e o modo como Lygia à passa. A forma que a narração passa de pessoa pra pessoa, o jeito que os pensamentos das meninas são descritos e o que dizer do final!? Fiquei sem fôlego, comecei a ler tão depressa com ânsia de ter certeza do que estava acontecendo. A história pode até ser considerada comum, o cotidiano de três amigas, cada uma com suas características e individualidades. Porém, o que prende é a escrita de Lygia e a forma que ela une a história de cada uma das meninas naturalmente. Estou apaixonada por esse livro e quero ler muito mais de Lygia Fagundes!
comentários(0)comente



Clau Melo 29/01/2021

3 Meninas, 3 escolhas...
3 Meninas, 3 escolhas...
Li As Meninas no início do ano e achei o confuso pois os capítulos não tem nome, dificultando saber quem estava narrando.
Assisti a adaptação de 1995, com Adriana Esteves(Lorena), Drica Moraes (Lia) e Claudia Liz (Ana Clara) e, embora com algumas diferenças, gostei muito!
Resolvi fazer uma releitura e foi bem mais fácil identificar cada uma das protagonistas.
Mesmo a história se passando no início da década de 1970, serve como alerta para Meninas da nossa década!
comentários(0)comente



566 encontrados | exibindo 181 a 196
13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR