Debora.Vilar 23/09/2019Para acolher não precisa gostarLia, Lorena e Ana Clara são As Meninas residentes de um convento que abriga estudantes mulheres. Cada qual a sua maneira convivem em harmonia entre si, apesar do contexto de perseguição política e as dificuldades da vida de cada uma.
Lia Melo Schultz filha de baiana com alemão, abandona os estudos para engajar-se mais na militância anti-ditatura.
Ana Clara Conceição refugia-se nas drogas para escapar da sua realidade subalterna e também desistiu dos estudos.
Lorena Vaz Leme estudante de Direito, ela é o estereótipo de uma classe burguesa liberal e “civilizada”. Gosta de latim, música internacional e poesia.
Se fosse pra resumir por signo as três seriam aquário (Lia), escorpião (Ana Clara) e câncer (Lorena).
A figura masculina é como uma sombra está apenas como pano de fundo. As três mulheres são inteligentes e independentes, que não dependem de homem para nada mas insistem em colocá-los na posição de protagonistas em suas vidas.
Elas não se entendem mas se respeitam profundamente e cuidam uma das outras, são até cúmplices nas artimanhas. Elas representam a dicotomia entre liberdade x segurança.
Lia quer liberdade de direitos civis e de desenvolvimento pessoal. Lorena quer a segurança de amar e ser amada e Ana Clara o estorvo, sua personagem questiona o que representa a dita liberdade de Lia e a segurança de Lorena? Como conseguir? Por quê? Para quem?
Ana Clara pensa que só terá liberdade pela segurança do dinheiro e status quo. Quem pode ter liberdade é quem tem dinheiro? Por exemplo, Lia fez muitos planos ousados e todos patrocinados pelos pais e por Lorena, e diga-se de passagem que foram bem pagos. Porém Lorena tem dinheiro, segurança mas não é feliz.
Na vida de todas há uma fissura que foi fechada com o companheirismo e acolhimento genuíno, sem julgamentos, altruísmo ou empatia.