Desirée 11/09/2013Promissor. Depois de todo o alarme que a série “ Academia de Vampiros “ merecidamente gerou, os holofotes automaticamente caíram em Richelle Mead, escritora que se tornou a nova queridinha do público literário quando o que na verdade se procurava era uma boa dose de Feminismo. Uma pesquisa rápida e uns cliques aqui, e ali, logo revelaram que a aposta em criar personagens femininas que gostam e podem cuidar do próprio nariz, não era realmente só uma aposta para Richelle Mead, mas um estilo de vida, um estilo literário. “ Filha da Tempestade “ primeiro volume da série “ Dark Swan “ , outra série de Richelle Mead lançado no Brasil pela “ Agir “ em 2008 no Rio de Janeiro, prova esse argumento só pela capa.
Eugenie Markham, 26 anos, protagonista do livro, é uma xamã poderosa que ganha a vida “ chutando a bunda “ de espíritos que além de não terem permissão de estar nessa dimensão, ainda conseguem causar problemas aos habitantes dela. Quando uma garota humana é raptada, Eugenie, mais conhecida como Odile, se vê obrigada a atravessar a fronteira para o “ Outro Mundo “, outra dimensão habitada por Nobres - fadas - criaturas mitológicas e almas perdidas, criaturas que aprendeu – ênfase no aprendeu – a odiar, para resgatá-la. A partir daí, a história te apresenta à monarquia, cenas de lutas cinematográficas, magia, revelações bombásticas, altas doses de humor e... Romance.
E é aí que chegamos ao grande ponto baixo do livro. É claro que a única pessoa surpresa por cair em um triângulo amoroso aqui é a própria personagem, mas isso só porque a escritora a obrigou a fazê-lo. Kiyo nos é apresentado logo no começo da trama, e rapidamente nos vemos vítima do famoso – ou não – romance Sedex, onde dois personagens olham um nos olhos do outro, e PAH-FODEU, já estão planejando o nome dos 12 filhos que vão ter. A intensidade se perdeu com a realidade, amor foi confundido com sexo e a decepção se instalou, até a chegada de Dorian. Dorian é um personagem, finalmente, digno a uma lista de “ personagens masculinos favoritos “ de uma piriguete literária, que além de ser um Rei, é arrogante e despretensioso, capaz de conquistar o coração de qualquer uma, menos é claro, o da protagonista.
O livro se desenvolve de uma maneira muito rápida, tanto por sua diagramação agradável quanto pela sua narrativa, surpreendendo a cada página com personagens sarcásticos e letais que estão constantemente pisando na cara da mediocridade: características pedidas pelo público alvo e raramente bem executadas, mas que Richelle Mead passa com perfeição em todas as suas obras.
Para finalizar, deixo um pedacinho do inquestionavelmente melhor personagem do livro, o escravo de Eugenie, Volusian:
“ – Não comenta nenhum erro, ama. Posso proteger você agora, mas assim que eu tiver uma oportunidade, arranco a carne do seu corpo e quebro todos os seus ossos. Vou cuidar para que você sofra tanto que irá me implorar para morrer. No entanto, mesmo assim, sua alma não encontrará alívio. Vou torturá-la por toda a eternidade.
- Mal posso esperar, Volusian – falei, bocejando – Você tem mais alguma coisa construtiva a oferecer? “