Il Cimitero di Praga

Il Cimitero di Praga Umberto Eco




Resenhas - O Cemitério de Praga


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Arine-san 25/06/2012

Quem parou para ler a sinopse antes de começar a ler essa humilde resenha – de uma singela adolescente dada a escritora - perceberá que as próximas linhas poderão causar algum tipo de confusão e ter duplas opiniões sobre um mesmo fato. Não é proposital. Digo, porém, que o livro, justamente por sua grande confusão histórica, chega a ser genial... E você, menina(o) acostumada a ler Crepusculo e Diário de Vampiros ou ainda Percy Jackson, acho melhor passar bem longe desse titulo.

Ganhei o livro de presente do meu melhor amigo. Confesso, à primeira vista, o meu maior interesse por lê-lo era por causa de sua evidente sinopse confusa. Quando comecei a ler, porém, não esperava que a história fosse tão complexo. Entretanto, o mais intrigante: a maioria dos fatos são verdadeiros, com personagens que realmente existiram, com exceção do principal. E é ai que nasce a genialidade de Umberto Eco, mais conhecido pela sua obra que virou filme (O Nome da Rosa).

Começamos o livro na pele de um certo Simonini, o personagem principal. Um belo dia, no final do século XIX, ele acordou sem saber muito bem quem era, cheio de dúvidas sobre o que fez ou deixou de fazer. Atormentando por diversos fatos estranhos que encontra em sua casa – como uma espécie de corredor subterrâneo cheio de perucas e disfarces -, ele resolve começar um diário onde ele começa a relembrar seu passado. O objetivo disso? Ora, ele utilizava a escrita como uma forma de hipnose, para ligar os fatos do passado e chegar ao por quê de haver tantos fatos estranhos rondando sua vida.

É ai que a pessoa tem que ter muito sangue forte. Por isso digo: fãs de literatura mais fraca, como Crepusculo e etc, é melhor correr longe. No caso desse livro, só sobrevive quem é muito fã de história, e quem não se importa em parar de ler o livro para ir na internet se informar um pouco sobre a unificação italiana e sua situação antes da mesma. Cheio de ironia, Simonini nos conta sua infância, falando do ódio que seu avô nutria pelos judeus e como tudo se corria pela região onde ele nascera. Passamos por sua adolescência, e, por fim, descobrimos como ele chegou no estranho oficio de falsificador profissional de documentos (testamentos, ou qualquer coisa escrita). Ele é do tipo sarcástico e vigarista, que tem como objetivo simples se dar bem. E é com isso na cabeça que ele começa a participar de certas conspirações políticas, com revolucionários como Garibaldi. Após isso, muitas outras conspirações batem em sua porta, e ele participa com prazer – não por gostar de conspiração, mas por amar a vida boa que o dinheiro lhe dava. Ele trabalhou como agente duplo/triplo, participa de conspirações religiosas...

Por isso mesmo, o livro é difícil de ser lido. Quando chega na pág.100 você já não sabe qual é mesmo o objetivo daquilo tudo, se perdendo nas memórias meio confusas do grande Simonini. Por sinal, você só vai entender o titulo do livro lá para a página 200 – ou seja, na metade do livro. O impressionante é que Simonini é uma espécie de conector de toda aquela confusão política que tomou a Itália na época; todos os conspiradores, tanto políticos quanto religiosos, foram conectados por esse simples personagem – cativante, apesar de vigarista de primeira. Simplesmente genial!

O livro é perfeito para quem gosta de história, pois, creia, você se perderá nas lembranças do personagem... Já se você não for amante de história, passe longe; você achará o livro chato e sem sentido, e o personagem estranho – com aquela mania dele de só querer comer e ditar receitas, e odiar todo tipo de contato com mulheres.

Resenha do blog Vicio em Páginas: http://vicioempaginas.blogspot.com/
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Wes Janson 23/06/2012

Umberto Eco dispensa apresentações.
Umberto Eco é um excelente autor, de uma erudição e inteligência de altíssimo nível. O Cemitério de Praga é mais um exemplo dessa qualidade. Como "Baudolino", ele mistura personagens e fatos reais a um personagem fictício, tornando-o elemento fundamental de passagens importantes da História. Nesse caso a Europa do final do século XIX, mais precisamente Itália e França.
Outro "personagem" importante do livro são os famosos Protocolos dos Sábios de Sião, texto que deu origem a muitos outros que destilavam algum teor de anti-semitismo ou teorias da conspiração, de Adolf Hitler (Mein Kampf) a Dan Brown (O Código Da Vinci). E não podemos esquecer do não menos famoso Caso Dreyfuss.
Não se trata de uma leitura simples, até pelo grande número de passagens e personagens históricos, com várias idas e vindas, mas na sua metade final ele se concentra mais em um assunto e fica mais agradável.
Ótima leitura!
buca 01/08/2012minha estante
Comigo foi o contrário, achei que essa "concentrada" no final em um assunto apenas deixou a leitura mais pesada, preferi a primeira parte, com suas idas e vindas!




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Anatole 06/06/2012

Fantástico e Instigante
Tenho visto muitas opiniões antipáticas em relação ao O Cemitério de Praga, e, depois de ler, não consegui entender a razão disso. O autor conseguiu criar uma trama convincente em meio de espisódios históricos verídicos, e, só por isso, a obra já merecia ser lida e relida. Além disso, o personagem principal - o único fictício - possui uma personalidade forte e bem delineada durante a obra. Apesar de ser um trapaceiro, traidor, preconceituoso e ganancioso, nós acabamos gostando do Simonini, não por adotar suas ideias, mas por perceber o tamanho absurdo que elas representam, e até se divertir com isso.

Li algumas resenhas, inclusive aqui no Skoob, criticando a falta de fluidez da trama, tendo em vista que a história se passa em diversos momentos históricos. Mas, desde o começo do livro, o autor deixa bem claro que o leitor estará diante de uma espécie de "biografia" do personagem principal, que passa a relatar fatos de sua infância em diante. Sendo assim, como poderia a trama se passar no mesmo local durante todo o livro? Seria impossível...

Claro que, em alguns momentos, a obra se torna um pouco "travada". Mas isso decorre do próprio desenrolar da trama, que, em virtude de ser baseada em fatos reais, exige, para melhor compreensão, um pouco de conhecimento histórico. Assim, às vezes o autor expõe muitas informações ao mesmo tempo, confundindo o leitor. Mas basta atenção e um pouco persistência. Confesso, entretanto, que para um "leitor iniciante" ou para aquele acostumado com as leituras fáceis dos livros de fantasia, a obra não é indicada, de forma que recomendo deixar para um momento futuro.

Quanto à questão do livro ser "preconceituoso" ou "fomentar o ódio", também não concordo. Primeiro porque, para que um amante da literatura absorva por completo a beleza de uma obra, ele deve abster-se de suas convicções políticas, regiosas, éticas e até da moral, ou então sua leitura estará viciada. Segundo porque o autor expõe o pensamento de um momento histórico, e isso nem ele, nem nós, poderíamos mudar.

No geral, encontrei no livro várias horas de diversão, ironia finíssima, personagens interessantes e uma trama instigante. É absolutamente fantástico o relato das guerras da unificação Italiana, dos tempos da Comuna Francesa, do caso Dreyfus etc. Enfim, é um livro que exige atenção, mas que recompensa o leitor. Totalmente recomendado.
Mari 10/12/2012minha estante
Ótima resenha, eu curti o livro, tbm não entendi muito as MUITAS criticas que já li em resenhas, é um bom livro e entrou p minha lista de recomendações ;)


Mari 10/12/2012minha estante
Ótima resenha, eu curti o livro, tbm não entendi muito as MUITAS criticas que já li em resenhas, é um bom livro e entrou p minha lista de recomendações ;)




Eduardo 02/06/2012

Horrível!
Como perdí páginas de minha vida lendo um livro tão horroroso? Parece que o autor sentou-se em frente a seu computador e pensou: "vou escrever um livro bem confuso, com uma história horrorosa e depois vou rir dos críticos idiotas que o elogiaram". Não indico nem para meu pior inimigo, caso tivesse algum.
Silvia 03/07/2012minha estante
Nossa vc odiou mesmo, eu ainda não li mas já estou com medo.


Eduardo 04/07/2012minha estante
Olá boa noite. Não gostei mesmo Silvia. Reconheço que o cara escreve bem, mas não precisava disso. O Nome da Rosa é tão bom, mas esse, nota zero


ivo 23/10/2012minha estante
Concordo com você, o livro é horrível. Pensei uma coisa, e foi outra completamente diferente. Eu comprei porque sempre lia que o Umberto Eco é um autor maravilhoso e tal (acredito que sua pessoa e outros romances escrito por ele, seja bom, mas não vou arriscar mais ler outros livros dele), e que também estava na lista dos mais vendidos. Antes de ler, já estava presentindo que o livro era ruim, e foi constatado.Ainda estou na página 360, ansioso que chegue o final. = )


Roberta 05/01/2015minha estante
Você acha mesmo que Umberto Eco use computador? Duvido!




Literatura 18/05/2012

As conspirações, um cemitério e um falsário
Olá, Queridos!

Sei que sentiram a minha falta, mas não se preocupem que a tia Carol está aqui para espalhar amor e alegria entre vós!

uHAUHaUHAUHAuHAUHAuHAUHAuHAUHAuHAUHA, até eu fiquei com medo de mim agora -.-"

Então, voltando ao que interessa, o livro que trago para vocês hoje é o ultimo da primeira leva de livros que o Danilo me mandou (Vem cá seu lindo!), e também foi um dos livros mais complexos que eu já li, e eu leio muito, muito mesmo, até hoje as únicas pessoas que conheci que me superam em numero de leituras é a minha mãe e o Danilo.
Para entender a complexidade de O Cemitério de Praga (480 páginas, Record) é preciso primeiro entender a mente que criou a história. Humberto Eco é famoso pelas suas histórias cheias de enigmas e estratagemas, que levam os leitores a outro nível da imaginação. Eu tenho 25 anos, e o meu primeiro contato com o universo criado por Humberto Eco foi com o filme "O Nome da Rosa", baseado no livro de nome homônimo, escrito por ele.

Ele escreve o tipo de livro que, quando você começa a ler não existe nenhuma dica de qual será o final do livro, você não consegue simplesmente adivinhar o final, coisa rara nos livros dos dias de hoje.

O primeiro alerta a se fazer sobre o Cemitério de Praga, é que ele é baseado em fatos reais.

Então você me pergunta: Carol esse capitão Simonini fez mesmo todas essas coisas?

Minha resposta: Não! Pode ter existido alguém que tenha feito algumas dessas coisas, mas quando eu falo de fatos reais, eu falo da história em si, a história por detrás da história. Os acontecimentos históricos que Humberto Eco usa para ambientar sua trama são reais.

A história fala sobre o Capitão Simonini, um falsificador de primeira, que também faz às vezes de espião. Seu trabalho consiste em inventar histórias, que tenham fundo de verdade ou que seja verossímil o bastante para que quem ler acredite que possa ser real, e também consistem em criar documentos que embasem essa história.

Quer saber mais, vá para o Literatura:
http://bit.ly/Lj8Ap0
Sergio Carla 27/01/2015minha estante
Na minha opinião , como alguns até já disseram , Eco parece estar redigindo uma tese , pois ele torna o livro cansativo com suas detalhações extremas , o que Simonini comeu , o que Simonini pensou , o que Simonini se lembrava do passado e o mesmo para outros personagens . Li o Pêndulo de Foucault e também achei cansativo , e nesse esperava ser diferente mas me enganei ; é o estilo do autor mesmo .




Gustavo 10/05/2012

Desprezado / Redimido
Presenteei minha avó com esse livro no natal. Algumas semanas depois perguntei o que ela tinha achado. Disse-me que abadonou-o. "Achei um pouco confuso no início. Troquei-o por um da Isabel Allende". Isso me intrigou: "A velhinha não costuma desistir tão fácil."

Alguns meses depois estava aguardando um voo no Aeroporto de Cumbica e resolvi dar uma olhada na Livraria Nobel do local, uma vez que estava sem nada para ler e teria ainda umas quatro horas até chegar ao meu destino. Lá estava ele de novo. Bem na frente, naquelas bancas com os mais vendidos, os lançamentos e os encalhados. Resolvi dar uma chance ao mestre italiano.

Do autor já tinha lido Baudolino e gostado bastante. Gosto desta mistura de história com ficção.

O cenário é a Europa do século XIX. O protagonista Simone Simonini se vê envolvido em uma série de tramas e conspirações, hora como o tabelião e falsificador, hora na pele de seu alter ego, o jesuíta Dalla Picolla. A história é contada por meio do diário do primeiro com intervenções e correções do segundo.

Personagens e fatos históricos são ligados à invenção do documento que deu origem aos Protocolos dos Sábios de Sião, ata de uma reunião secreta de rabinos no dito cemitério, com planos para dominar o mundo. Na vida real, o documento serviu como inspiração a Adolf Hitler para a perseguição aos judeus.

Sou obrigado a concordar com a vovó. No início do livro a esquizofrenia do narrador chega a dificultar um pouco a leitura, mas são só algumas páginas para se ver envolvido no ambiente "mais inverossímel do que inverídico" da narrativa.

A leitura vale a pena, principalmente para aqueles que como eu já deram uma olhada nas Passagens de Walter Benjamin e se interessam pela Paris do Século XIX, também diverte pela descrição de personagens conhecidos, como Freud, Alexander Dumas e Giuseppe Garibaldi e sua relação com o protagonista.
buca 01/08/2012minha estante
Achei o máximo também quando ele cita Proust e Monet, já quase no final: "Desse Proust, disseram-me que é um pederasta de 25 anos, autor de escritos felizmente inéditos, e Monet um borra-tintas de quem vi um ou dois quadros, nos quais ele parece enxergar o mundo com olhos remelentos".




Raquel Lima 07/05/2012

Bom mas não empolga
Alguns livros nos deixam mensagens, outros pensamentos, outros são como aventuras , em alguns amamos os personagens ou odiamos... Ao terminar este livro estou aliviada de ter em fim terminado mas não e por ser uma história ruim, simplesmente não empolga. Simonini esta confuso, e te deixa também , em uma trama cansativa com muitos detalhes sem motivo , a descrição dos pratos , seu antissemitismo cansa. Enfim, acabei. Apesar de não ter desgostado de todo, coloco na lista de livros que não leria novamente, na verdade, ate já esqueci ...
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Gabriel 04/05/2012

O Cemitério de Praga
Muita dúvida se colocaria duas ou três estrelas.
Não gostei muito.

O livro não anda até sua metade, é muito detalhista em personagens e conflitos porém a história não desenrola por muito tempo.
O autor parece que quer se vangloriar sobre seu amplo conhecimento nas áreas de culinária, religião, política.

De qualquer maneira, na segunda metade do livro aparece bastante ação, conflitos e diálogos que dão caminho à história.
Acho que se o livro tivesse metade do conteúdo que possui, seria melhor.
Mas como sempre aprendemos algo nas leituras, este nos mostra muitas questões políticas da França antiga e Europa de um modo geral.
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Coruja 01/05/2012

Sou fã incondicional do Umberto Eco, do tipo completamente apaixonada que lê de tudo o que a criatura escreve – quer seja ficção, quer sejam tratados de semiótica e crítica literária, se tem a assinatura do homem, estarei na fila para comprar.

Não é assim nenhuma surpresa que tão logo foi anunciado o lançamento de O Cemitério de Praga, eu já estava providenciando a minha cópia antes mesmo de sair a sinopse. Felizmente, do tempo em que vi o livro pela primeira vez (em italiano) e ele ser traduzido aqui no Brasil, não chegou a se passar tanto tempo, de modo que não precisei cometer a loucura de comprar um livro numa língua que não falo.

Por minhas experiências pretéritas com o autor, sei que é preferível esperar traduções. Por mais fluente em inglês que se possa ser, o estilo de Eco muitas vezes mergulha a história no vocabulário da época em que a história se passa e nem sempre é fácil desvendar inglês arcaico... ou neologismos que misturam três ou quatro idiomas. Este título em particular não apresenta tais dificuldades, uma vez que a história se passa já na era moderna (nada de vernáculos medievais).

Ainda assim, Eco nem sempre é um autor fácil de se ler. Mas é um desafio que sempre vale muito à pena – suas histórias são sempre fascinantes, surpreendentes, do tipo que bagunçam sua cabeça até você chegar à última página do mistério.

O Cemitério de Praga não é uma história policial, mas é um grande mistério, um verdadeiro novelo de lã envolvendo dupla personalidade, amnésia, uma busca pelo passado, a construção de uma identidade – ou reconhecimento da mesma. É uma investigação contínua: quem é Simonini e o abade Dalla Picolla, quais são os seus papéis no ninho de conspirações que ele adivinha enquanto procura por si mesmo?

Simonini é o único personagem fictício da história. Nas mais de quatrocentas páginas do livro, ele vai encontrar jesuítas, socialistas, satanistas e espiões e irá construir uma das maiores fraudes da História – os famosos Protocolos de Sião, usados por Hitler para justificar a perseguição aos judeus. Seu caminho cruza com os do revolucionário Garibaldi, Alexandre Dumas e Freud e ele tem uma mão num dos casos de erro judicial mais famosos do mundo – o caso Dreyfus.

A rica paisagem histórica que Eco nos apresenta nos deixa com gostinho de quero mais. Simonini é desprezível, sim, mesquinho, ignorante e preconceituoso; mas é também fascinante em sua capacidade de moldar a verdade, de fazê-la se dobrar aos seus propósitos.

A relatividade da verdade é um tema constante na obra do italiano, bem como a paranóia das teorias da conspiração. Em O Pêndulo de Foucault ele já tinha feito algo parecido – mas lá, as mentiras eram criadas como um jogo e a eventual crença nelas era de um bando de fanáticos; enquanto aqui, Simonini tem plena consciência de que as ilusões que cria são para o grande público, alimentam governos e justificam crimes.

É a mesma premissa da idéia de Hitler da Grande Mentira – e não acho que seja uma coincidência que as palavras que o ditador escreveu em seu Mein Kampf estejam na essência do que Simonini faz – quanto mais colossal o tamanho da mentira, mais fácil que se acredite nela, pois é difícil crer que alguém distorceria a verdade de forma tão absurda.

Uma mentira dita cem vezes torna-se verdade.

É um alerta precioso numa época em que multiplicamos virais nas redes sociais sem ter consciência da veracidade das informações que compartilhamos. As conseqüências podem ser mais do que você barganhou.

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
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Fimbrethil Call 11/04/2012minha estante
Concordo com tudo. Esse livro é mesmo genial:)




Ana 03/04/2012

O livro é realmente fascinante. O personagem principal, Simone Simonini, merece destaque pois encanta com seu terrível e graciosissímo mau humor.
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Ronie 26/03/2012

Terrivel
Detestei cada linha que li neste livro. Fatos supostamente interessantes sao narrados com irrelevancia, e fatos irrelevantes sao narrados com detalhismo exagerado.

Historia complicada, excesso de personagens e cadeia de complos que entrelacam-se de forma absurdamente desinteressante.

O tema antissemita torna-se cansativo e repetitivo durante todas as 480 paginas.

Li ele inteiro somente para poder expressar de boca cheia que porcaria de livro que ele eh. Humberto Eco, JAMAIS!
Silvia 03/07/2012minha estante
Ai que medo eu ainda vou ler kkkkkkkkkkkkk, mas pelo menos vc chegou até o final.




Luciana Ramos 05/03/2012

Leitura interessante
Em O Cemitério de Praga o autor recria uma Europa em fins do sec. XIX, agitada pelo antissemitismo e pelo movimento de unificação italiano; retrata uma Paris fervilhante, com atentados contra o governo de Napoleão III até pormenores arrepiantes da comuna de Paris. Típico romance psicológico, que brinca com histórias de espionagem e se ampara em inúmeros fatos históricos, de personagens reais e que fala da farsa da concepção de um famoso texto antissemita, "Protocolos dos Sábios de Sião".

Há três narradores na história, que, inclusive, são grafados com fontes diferentes. Um é o narrador que conta a história, as outras duas correspondem às personalidades divididas de seu personagem principal, que ora é Simone Simonini, um sujeito com patente de capitão e falsificador renomado; ora é um abade chamado Della Piccola. Estes dois dividem um diário que é lido e interpretado pelo narrador da história.

A história propriamente dita se passa basicamente na segunda metade do século XIX e envolve a vida e os sucessos do notário (tabelião) e falsificador de documentos Simonini. Criado por um avô antissemita ele cresce e passa a ser educado por padres jesuítas.

Simonini mergulhará no submundo parisiense para obter informações (ou criá-las). Utiliza engenhosos disfarces para se aproximar de grandes personalidades de seu tempo, como Joly, Flaubert ou mesmo Freud, o "inventor" da psicanálise, que aparece no livro explicando a ele alguns dos aspectos de suas teorias e procedimentos clínicos. E, ainda, explora os famosos esgotos de Paris, escondendo corpos (suas vítimas) ou tropas governistas.

Após trabalhar alguns anos para um rico tabelião de sua cidade, ele é recrutado pelo serviço secreto piemontês e passa a produzir documentos falsos para todos os fins. Com o tempo ele passa a produzir não apenas documentos avulsos, mas histórias e tramas inteiras, para os mais variados usos e práticas.

As invenções são sempre mirabolantes, envolvendo conspirações cruzadas entre maçons, jesuítas, carbonários, judeus, protestantes, papistas e cristãos, incluindo os mais variados sentimentos anticlericais, satânicos e antissemitas.

Partindo de sua Piemonte natal ele emigra para Paris. Sua carreira acompanha alguns dos fatos políticos europeus mais importantes da segunda metade do século XIX: as conspirações dos carbonários; as guerras de independência e de unificação italiana; a guerra franco-prussiana; a comuna de Paris; a aproximação entre a França e a Rússia.

Sua "obra prima" é a produção de um documento para o serviço secreto russo que servirá de base, já no início do século XX, para os protocolos de Sião. O interessante neste personagem é que ele parece acreditar nas farsas que produz.

Alexandre Dumas aparece com destaque, assim como o revolucionário Garibaldi, herói das guerras de unificação da Itália moderna.

O livro tem o ritmo de uma história de espionagem, algo na linha das conspirações da Guerra Fria e dos romances de aventura. Há também saborosas descrições gastronômicas, especialmente da culinária francesa. Entre um diálogo e outro, ele intercala maravilhosas receitas medievais, momentos em que o livro chega a dar água na boca.

Os estudantes universitários não conterão sorrisos ao ler sobre uma das missões de Simonini: criar uma revolução de estudantes. Para tanto, ele coloca a polícia dentro da Sorbonne (qualquer semelhança com fatos recentes, é mera coincidência). Um trecho fantástico que forçará o leitor a refletir sobre o que está lendo e comparar com a atualidade.

O livro tem um bom número de ilustrações, reproduções de gravuras antigas, a maioria delas de propriedade do próprio Eco. O uso destas ilustrações dá veracidade à trama.

A obra de Umberto Eco não é algo que desperte no leitor um entendimento direto, muito menos simpatia imediata. Não se trata de um Dan Brown que conquista o leitor a partir da primeira página através de uma trama que esbanja mistério. Eco traz uma obra com uma trama invejável, mas traz discussões filosóficas, fluxos de pensamento, relatos históricos e descrições pormenorizadas que rapidamente o distinguem das simples tramas policiais. A leitura é para aqueles que realmente buscam um texto mais denso do que o normal.
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Antonio Luiz 01/03/2012

Uma ficção mais verdadeira que verossímil
Como romance de Umberto Eco, "O Cemitério de Praga" se sai menos do que satisfatório. Em geral – e embora algumas passagens de "A Misteriosa Chama da Rainha Luana" consigam surpreender positivamente nesse aspecto – não se espera que a ficção desse excelente crítico literário e razoável romancista seja séria e profunda ao explorar os sentimentos humanos, de maneira que o livro não decepciona nesse aspecto. Pode-se, por outro lado, contar em seus romances com cenários históricos e culturais muito bem pesquisados e recriados e com reflexões brilhantes sobre o uso da linguagem e a manipulação ideológica, e esta obra não deixa de cumprir muito bem essa sua obrigação.

O que Eco às vezes consegue e outras vezes não é uma trama verossímil e envolvente. É neste aspecto que este seu mais recente trabalho de ficção – mais precisamente, semificção – ficou devendo. Por absurdos que pareçam, os acontecimentos decisivos da trama são historicamente verdadeiros ou pelo menos interpretações aceitáveis dos fatos conhecidos, mas essa não é a questão: Como escreveu Mark Twain, “A verdade é mais estranha que a ficção, porque a ficção é obrigada a se ater ao verossímil e a verdade, não.”

A história de Eco é quase real, mas não é contada de maneira convincente e por muitas vezes parece desconjuntada e forçada, mesmo quando se sabe que os fatos realmente se passaram da mesma maneira.

Em parte isso se deve a personagens mal esboçados, cujos motivos soam frequentemente arbitrários e são explicados ou sugeridos de maneira superficial e sem convicção, principalmente no que se refere ao protagonista.

Simone Simonini se move ao sabor de seus interesses egoístas pontuais, interessado apenas em embolsar seus ganhos e livrar-se de seus apuros, sem que a história mantenha um curso definido por tempo suficiente para empolgar o leitor. Apesar disso, ele nutre uma obsessão de décadas por criar uma falsificação sobre uma conspiração de rabinos que se reúnem num cemitério de Praga para planejar o domínio do mundo – eventualmente vendidos à polícia secreta do tsar como os infames "Protocolos dos Sábios de Sião" – e no final do livro se diz feliz por contribuir para o extermínio dos judeus.

Apesar de ser o motivo condutor do livro e a razão do título, a obsessão de Simonini é vista como uma espécie de hobby do personagem que em nenhum momento é bem analisada ou aprofundada. Ele é antissemita porque aprendeu a sê-lo com o avô, porque foi desprezado por uma garota judia e nada mais. Simonini parece ter sido concebido como expressão da “banalidade do mal” analisada por Hannah Arendt. Acontece que, ao que se sabe, Adolf Eichmann, em relação a quem essa expressão foi criada, não era particularmente antissemita, nem era fascinado por uma fantasia recorrente: era apenas um burocrata obediente, ansioso por subir na carreira. Não é o caso de Simonini, cuja criatividade perversa (apesar de baseada numa colagem de clichês conspirativos de diferentes autores) exigiria outro estofo para convencer.

Outra parte da sensação de inverossimilhança se deve aos excessos a que Eco recorreu para contar sua história. O protagonista é contratado ou ameaçado por representantes de diferentes serviços secretos e organizações que encomendam fraudes e falsificações para chantagear personalidades ou manipular a opinião pública. Embora isso envolva importantes acontecimentos, como a unificação da Itália, a Comuna de Paris e o Caso Dreyfus, além de personagens como Giuseppe Garibaldi, Sigmund Freud e Alexandre Dumas, para o leitor que não se interessa pelos conflitos do século XIX e pela história do antissemitismo, muito disso pode soar tão repetitivo, monótono e sem sentido quanto parece a Simonini.

Para combater esse tédio e conferir interesse a um protagonista banal, Eco criou uma trama paralela fazendo este desenvolver uma dupla personalidade – o falsificador Simonini e o abade católico Dalla Piccola – cada uma das quais ignora parte do que a outra sabe e que se comunicam por recados escritos, uma contando a outra a sua história, até Simonini conseguir superar essa situação com ajuda de algumas ideias do “Doutor Froïde”. Não que seja impossível, mas soa tão forçado que o falso mistério não consegue despertar interesse. Ao contrário do que se passa em "A Misteriosa Chama...", no qual a amnésia do protagonista, muito plausível como resultado de um AVC, é o fundamento da trama e gera um drama humano convincente.

Além disso, Eco dá rédea solta a maneirismos que acabam por se tornar irritantes – particularmente a mania das listas, à qual dedicou recentemente um livro inteiro (A Vertigem das Listas). Há parágrafos inteiros dedicados a desfiar listas de acusações aos judeus, títulos maçônicos, nomes de conspiradores e assim por diante, mas as mais insistentes são os menus e as receitas, já que o protagonista compensa sua indiferença ao amor e ao sexo (coisas de que Eco, como narrador, foge como o diabo da cruz) com a paixão pela boa comida. Alguns resenhistas expressaram preocupação com que o romance pudesse ressuscitar clichês e preconceitos a respeito de judeus, maçons e outras vítimas das falsificações de Simonini, mas é mais provável que o leitor acabe por desenvolver ódio pelos gastrônomos. Fora isso, as maiores vítimas do livro são o Papa Leão XIII e a Igreja Católica da Belle Époque, impiedosa mas merecidamente ridicularizados em sua propensão a repercutir patranhas grotescas a respeito de judeus e maçons e recompensá-las generosamente.

Vale a pena o esforço da leitura? Sim, para o leitor interessado na análise das origens históricas de preconceitos e teorias da conspiração e na importância da ficção, das falsificações e da manipulação dos meios de comunicação na história e na cultura, sem se incomodar com as manias e pedantismos do autor. Para quem busca apenas o prazer de uma boa narrativa, talvez não.
Bruno 02/03/2012minha estante
Acho que o grande mérito de Eco é justamente o seu maior defeito: a erudição exarcebada. O autor em todos os seus livros parece estar escrevendo uma tese de doutorado invés de um simples romance de ficção. Traçando uma comparação gastronômica, acho que sua erudição é um tempero exótico em sua escrita, afinal, para o bem ou para o mal isso o diferencia das centenas de thrillers de suspense/espionagem/aventura que lotam as prateleiras, o problema é que esse tempero é forte e de difícil digestão, aí nem todo mundo gosta. . .sem contar que nem sempre ele combina com o prato que está sendo degustado...


Patricia 28/04/2012minha estante
Antonio, te agradeço pelo exelente resumo do livro. Eu já havia desistido dele. Me irritou tanto ódio, de judeus, de padres, de mulheres. O maior mistério é como um livro desses se torna um best seller.


Toni 01/08/2012minha estante
fui um imenso prazer ler sua resenha, Antonio, e concordar com cada parágrafo mesmo não havendo terminado a leitura do livro.


Leo 06/08/2012minha estante
Muito boa a sua crítica, ainda estou na metade do livro e concordo em certos pontos, estou apreciando bastante a leitura por gostar muito de história e a parte histórica do livro é imensamente rica, e também por ter uma certa queda por psicologia na qual se encaixa bem os preconceitos e um pouco até a dupla personalidade de Simonini. Realmente não é um livro para qualauer um ler e sim um livro especifico para quem gosta desse campo. E um recado para Patrícia que comentou abaixo, não tenho ódio do autor ou do livro pelos preconceitos nele colocados pois são apenas fotografias da natureza humana principalmente naquela época, claro que no caso de Simonini eles são elevados a niveis extremos mas ainda assim é apenas o nosso ódio natural.


NILTON 07/11/2012minha estante
Antonio Luiz,
Sua crítica ao livro de Eco é ótima. Acabo de lê-lo e tudo o que você diz na crítica é condizente com o que achei do mesmo. Confesso que me senti frustado com o referido livro. Esperava muito mais.
Embora também não seja uma obra brilhante, que cause entusiasmo, considero "A Misteriosa Chama da Rainha Luana" melhor do que "O Cemitério de Praga".


Rubiane 17/11/2012minha estante
Concordo com tua escrita, confesso que li as primeiras páginas e quase joguei ao lixo, por eu achar uma leitura truncada, com palavras eruditas demais, algumas que nem no dicionário encontramos, além de frases e termos em francês que aparecem no decorrer do livro, mas retomei a leitura e agora estou finalizando. Esse livro não o "devorei" como outros tantos que já li. Esse estou lendo a "conta gotas", hehe. Vamos ver o que se passa no final da história.

Humberto Eco exagerou na erudição...




LinaPa 25/11/2012minha estante
Concordo plenamente com a opinião da Rubiane. Sempre gostei muito das narrativas ficcionais do umberto eco, a exemplo de Baudolino e O nome da rosa, mas este livro está "travando", creio que muito em parte pelo excesso de erudição, que torna a letura por vezes maçante. Inclusive os termos em francês sequer possuem uma nota de rodapé para esclarecimento...também estou a conta gotas, e acabei iniciando um outro livro.


Marcel 21/01/2013minha estante
Tenho uma coisa a dizer: Tá difícil pra caramba terminar esse livro!!! E não quero desistir, serei sincero, to até pulando algumas palavras para tentar ser mais rápido e ver se chega em alguma parte interessante!!!


Marcelo 03/04/2013minha estante
Otima resenha,parabéns! ,


Telma Regina 15/07/2013minha estante
Muitp obrigada, Antonio !Agradeço pela resenha.Eu precisava expressar-me em relaçao a este livro, mas não conseguia organizar os prós e contras.Parabéns!! Brilhante!!


LEANDRO 27/08/2013minha estante
Realmente Antonio, também não encontrei aquela chama que te move a devorar os capitulos. Fã das teorias da conspiração, quando vi falar em maçons e judeus etc, pensei que encontraria outro "dan brown" , mas o que vejo é que estou lendo literalmente à força. Se vc assistiu "em nome da rosa" e decidiu conhecer Umberto Eco, não comece por esta obra.


Elaine 06/01/2015minha estante
Esse é o primeiro livro que comprei do Umberto Eco e confesso que criei expectativas demais. Concordo plenamente com tudo que foi dito na sua resenha e infelizmente não consigo avançar a leitura, sempre o abandono para começar um novo livro.


Regiane 14/09/2015minha estante
Ótima resenha...
Achei que só eu não havia conseguido terminar o livro, mas vejo que o livro é realmente complexo e não atrai o leitor. Espero um dia ter paciência para retomá-lo, mas enquanto isso, ficará na minha estante.


Sabrina.Siqueira 12/12/2023minha estante
Excelente resenha! Concordo super! Se tivesse sido escrito por uma mulher, aposto que O cemitério de Praga não encontraria editora interessada. Mas um homem branco erudito europeu acadêmico pode até fazer "batatinha quando nasce" virar best-seller!




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