Como curar um fanático

Como curar um fanático Amós Oz




Resenhas - Contra o Fanatismo


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Pilar 21/02/2024

Escutar não é concordar.
Livro com algumas das opiniões políticas de Amos Oz escrito de uma forma muito leve, quase oral. Dá a sensação de conversar com um amigo, e confiar nessa espécie de companhia me ajudou a desenvolver ritmo de leitura!

Alem desses há outro ponto positivo no livro: pode ser um início fácil pra quem começa a se aproximar de outras influências judaicas e do oriente médio.

Amos Oz tem autoridade sobre o tema não somente por ser uma grande voz da literatura israelense. Ele também foi profundamente envolvido, ativo e pessoalmente afetado pela história recente (de que ele foi contemporâneo). E ele oferta ao público parte de si, de suas visões de quem tanto testemunhou quanto viveu o assunto, guerreou, mudou de ideia, foi criticado mas também abraçado.

Pode ser positivo pra atrair leitores falar disso sem o peso de um linguajar acadêmico? mas também sem os mesmos métodos. Aí é que começam os pontos negativos. Porque é claro que artistas podem falar sobre temas do nosso mundo sem usarem certos crivos científicos, mas cabe a quem vai ler filtrar com muita atenção o que está sendo dito, ou não, e como.

E eu filtrei essa leitura menos com o olhar de curiosidade que o autor preconiza e mais com o olhar da simpatia, mesmo. Eu já li querendo gostar do que ia ler, querendo fortalecer relações com os professores que me indicaram essa leitura e com as pessoas dessa cultura, querendo respeitar o tipo de proposta que o livro traz. Minhas chances de me decepcionar eram grandes.

Não adianta enumerar aqui as minhas muitas discordâncias:

O autor é um israelense judeu sionista de esquerda com pensamento liberal que opta por defender dois estados. Pra argumentar ele apaga a correta solidariedade de muitos países que acolheram refugiados (pág 22), apaga séculos de convivência pacífica entre palestinos e outros povos árabes, bem como palestinos e judeus (pág 36), apaga a participação inglesa na criação de seu país (pág 37), mescla diferentes conceitos territoriais como o país Israel e a terra de Israel (pág 45), não nomeia o Nakba (pág 51), fala sobre dois lados como se não houvesse uma enorme diferença de poder (financeiro, bélico, políticos, etc) entre o país Israel e a Palestina (pág 53), fala sobre a necessidade de remover a maior parte (porém não todos) dos estabelecimentos criados na Cisjordânia (pg56)?

Essas são minhas anotações nos cantinhos do livro e se eu tivesse tempo de reler hoje em dia eu explicaria com mais minúcia os vários pontos problematicos na escrita de Amos Oz. Mas durante sua vida ele já ouviu e superou críticas, com muito mais dedicação do que as minhas, vindas de colonos conservadores e de extrema direita. Por isso prefiro nem reler e apenas lembrar que eu pude curtir muitos de seus contos, romances e entrevistas antes de chorar sua morte lá em 2018. Afinal, não precisamos concordar pra sermos capazes de nos escutar uns aos outros.

Paz e bem.
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skuser02844 26/04/2024

Decidi ler este livro para compreender melhor o conflito entre Israel e Palestina. Eu sei que ainda tenho que ler outros relatos e livros mais aprofundados sobre o tema, mas por enquanto, optei por este devido ao seu tamanho e por ser escrito por um israelense, o que chamou minha atenção.

A opinião de Amós Oz sobre o conflito me intrigou bastante, especialmente sua proposta de criação de dois estados distintos. Espero em breve ler mais sobre esse tema, para ter uma visão mais ampla desse conflito.
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Alessandra.Lantimant 29/06/2023

?Fanáticos não tem senso de humor, e raramente são curiosos. Porque o humor corrói as bases do fanatismo e a curiosidade agride o fanatismo ao trazer à baila o risco da aventura, questionando, e as vezes até descobrindo que suas próprias respostas estão erradas.?
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Poly 18/09/2023

Gam lemar?e noshan iesh rega shel huledet
Significa: Mesmo uma visão antiga tem um instante de nascimento.
Todos nós comemos da Árvore do Conhecimento, cujo nome completo em hebraico é ??? ??? ???? ??, Ets haDaat Tov veRá, a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Se eu tivesse de destilar os Dez Mandamentos em um só, ou o imperativo categórico de Kant em duas palavras, eu diria: ?Não ferirás?.
[Ou em três palavras: ?Não infligirás dor?.]
Tenho mantido uma discussão amarga com um compatriota muito famoso e meu correligionário judeu, Jesus Cristo, que diz: ?Perdoa-lhes: não sabem o que fazem?. Às vezes concordo com a primeira parte da sentença, a parte do perdão, mas rejeito energicamente a segunda parte, que implica que devamos ser todos, ou a maioria de nós, perdoados porque somos moralmente imbecis. Não somos. Sabemos o que significa a dor. Sabemos que é errado infligir dor. Toda e cada vez que infligimos dor aos outros, sabemos o que estamos fazendo. Ah, sabemos, sim. Mesmo uma criancinha inocente que puxa o rabo do cachorro sabe que está causando dor. A dor é o grande denominador comum de todas as coisas comuns. A dor é uma experiência democrática, até mesmo uma experiência igualitária. A dor não distingue entre o mais rico e o mais pobre, entre o mais poderoso e o mais submisso. Sempre que infligimos dor aos outros, não o fazemos a partir da ignorância, mas porque, ao que parece, deve haver algum gene malévolo em quase todos nós.
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thaisa 12/07/2023

Todos somos uma península.
?Eu comecei dizendo que o fanatismo muitas vezes começa em casa. Deixe-me concluir dizendo que o antídoto também pode ser encontrado em casa, virtualmente na ponta dos dedos. Nenhum homem é uma ilha, disse John Donne, mas eu humildemente ouso acrescentar a isso: nenhum homem e nenhuma mulher é uma ilha, mas cada um de nós é uma península, metade ligada ao continente, metade voltada para o mar; metade ligada à família e amigos e cultura e tradições e país e nação e sexo e língua e muitos outros laços. E a outra metade quer ser deixada só e ficar voltada para o oceano.? Pág. 82
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Catarina.Fumagali 08/03/2020

Literatura atual
Apesar do livro abordar sobre a experiencia do autor em relação ao conflito Israel e Palestina, a abordagem do autor sobre "como curar um fanático" pode ser utilizada em vários âmbitos nos dias atuais (infelizmente). O importante é sempre manter o bom humor e a curiosidade, e nos tempos de informações fáceis, sempre questionar as fontes.
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oslivrosdagiu 20/10/2023

Pontos de vista interessante
Possíveis soluções para o conflito entre Israel e Palestina do ponto de vista de um judeu israelense. Ótima escrita, várias reflexões valiosas e algumas questões complexas demais para um livro curto. Vale bastante a leitura como mais uma obra para auxiliar na elucidação sobre esse conflito, de pouco mais de um século, que vai de mal à pior. Todos temos uma opinião e tendemos a um lado, nos simpatizamos com um lado, mas considero importante ouvir sobre pontos de vista de figuras que estão mais próximas à essa história, seja do lado palestino, seja do lado de Israel, seja equidistante como aqui nesse livro.
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Anna 15/03/2023

Como curar um fanático
Ao mesmo tempo que gostei muito da escrita de Amos Oz, fiquei com ressalvas quanto a algumas coisas que ele cita ali. A questão Palestina x Israel é muitooo delicada para ser abordada em um livro de ensaios tão pequeno. Mas o que me espantou de fato é ver que as pessoas realmente normalizam que deva existir um Estado onde só morem judeus, pois assim manda a Bíblia. Sim, a Bíblia, que nada mais é do que um livro que foi por diversas e diversas vezes foi reeditado ao logo da história humana. Isso me soa tão arcaico, que ler esse livro foi por diversas vezes difícil. Pior ainda é normalizar que para isso eu deva desocupar essas região com pessoas que vivem ali a anos e anos, só pq os alecrins dourados do campo querem seguir a Bíblia. (Revoltada sim)
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AleixoItalo 10/06/2022

'Como Curar um Fanático' é um ensaio transcrito de uma sequência de palestras, que o intelectual israelense Amós Oz conferiu após atentados terroristas na França em 2015.

Nascido em Israel e tendo presenciado todo o conflito com a Palestina, o intelectual Amós Oz usa de sua experiência para versar a respeito do fanatismo. Acompanhando suas reflexões a respeito da natureza dos fanáticos, temos uma breve lição da história do Oriente Médio moderno, sobre a complexidade da relação dos Judeus com os árabes e de como a Europa foi decisiva na origem desse caos.

O livro é curtinho e não se aprofunda em seus temas, mas é direto nas ideias e expõe problemas que hoje assolam todo o mundo: a incapacidade dos seres humanos de enxergarem padrões e ver tudo preto no branco, a busca por narrativas maniqueístas, o egoísmo e a incapacidade de fazer concessões, entre outros. Esses problemas somados simplificam a situação que Oz chama do único grande conflito global: os fanáticos x o resto do mundo.

Ao sugerir "potenciais remédios" para cura do fanatismo, Oz discute sobre os direitos à terra daqueles que vivem em regiões de disputa e da necessidade de engolir o orgulho e fazer concessões, além de demonstrar a importância da literatura e das artes na formação de caráter.

No excelente 'Por Quem os Sinos Dobram", de Hemingway, temos uma visão da beleza da individualidade e do conceito do "indivíduo como uma ilha". Aqui Amós Oz reforça a importância do "cada um" mas sob o conceito do "indivíduo como península". Nas poucas páginas que compõe o ensaio, ele transita sobre como alguns problemas são simplesmente insolúveis e sobre a importância da empatia como uma única arma que temos contra o caos do mundo.
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Matheus656 24/12/2023

Livro que trata sobre as polarizações, preconceitos e convicções cegas.

Sob o contexto do conflito Israel e Palestina, apresenta reflexões em torno de uma possível solução entre as partes, levando o leitor a pensar sobre os principais motivos para existência dos extremismo em ambas nações.

Livro excelente para se ler, principalmente ao levarmos em consideração os últimos anos que o Brasil tem vivido entre conflitos políticos e ideológicos.
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Serge 23/06/2009

Retrato do conflito
Amós Oz é meu escritor favorito não só por ser excelente romantista e tratar dos sentimentos solitários do homem com maestria, mas por ser um profundo vivente e conhecedor dos conflitos no Oriente Médio.

Nas palestras transcritas para este livro, ele analisa com bastante lucidez, imparcialidade e sensibilidade um conflito que ultrapassou as barreiras da religião e se transformou numa causa político-territorial. A partir da ótica do fenômeno fanatismo, além de apresentar uma definição e discorrer didaticamente sua visão sobre o que é um fanático, ele o transforma em um fenômeno comparado e comparável e também coteja-o com a figura do traidor.

Sua idéia-chave para a solução da querela Israel vs. Palestina é propor não um "casamento" entre os dois Estados, mas sim um "divórcio", pois são inconciliáveis.

Leitura fácil e esclarecedora pra quem quer saber mais sobre este infindável conflito.
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Cristiane 31/03/2021

Como curar um fanático
Nestes tempos que discutimos e enfrentamos fanáticos que não acreditam na vacina, na ciência, ler este livro é essencial. Amós Oz era um escritor e ativista pela paz. Não viu seu sonho realizado, mas esta obra pode contribuir para sermos o menos fanático possível. Questiona sobre o mal. Mostra os antídotos contra o fanatismo: leitura, imaginação, bom humor e empatia. Este pequeno grande livro (poucas páginas) despertou em mim o desejo de compreender o conflito entre Israel e Palestina e de conhecer as obras deste autor.
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Luiz.Wilfrido 04/02/2016

COMO CURAR UM FANÁTICO? BOA LITERATURA NELE!
Ainda me surpreendo com o extremismo /fanatismo que tem tomado conta do mundo nos últimos tempos. Seja no debate (se é que isso existe...) político brasileiro, seja nas notícias sobre terrorismo, xenofobia e quetais pelo mundo afora. É difícil prá mim acreditar que, em pleno século XXI, persista tanta burrice, tanta gente de pensamento estreito e cheio de ódio ao que é diferente de seu (raso) modo de pensar e sentir o mundo. Aí ontem me deparei com um livro que, já pelo título, me chamou a atenção: "COMO CURAR UM FANÁTICO". Como assim? Será que isso é possível? Quando vi quem era o autor, o grande escritor israelense Amós Oz (que conheço de outras leituras), fiquei mais instigado ainda. Como esperado, a proposta de Oz é de fato muito interessante: ele diz que se você conseguir injetar em um fanático uma boa dose de senso de humor, compaixão e boa literatura, ele será curado. Bingo! "Nunca vi um fanático com senso de humor", diz Oz. E é verdade! O fanático é, geralmente, aquela pessoa que leva tudo muito a sério e não ri de si próprio. Ou seja, nunca se questiona a respeito das coisas e de si mesmo. Outra sugestão de Oz é expor o fanático à compaixão por meio da boa literatura. Diz ele: "Fanáticos sempre generalizam. Bons romances nos ensinam a ver nuances. Assim, quando um leitor se depara com um personagem de má índole num livro, mas sente empatia por ele, aprende a ser mais tolerante. A má literatura é aquela que pinta um mundo em branco e preto. É aquela que leva o leitor a querer que o mocinho mate o bandido, e então tudo estará resolvido." Na mosca de novo, meu caro Amós! E ele ainda completa: "O mundo tem se tornado cada vez mais complexo, e as pessoas têm buscado respostas mais simples para suas dúvidas. E os fanáticos sempre têm a resposta mais fácil." Não é bem por aí? Claro que tudo isso é apenas um exercício de bom senso, um ensaio sobre uma possibilidade quase utópica. Afinal, nenhum fanático/ extremista irá se deixar "contaminar" por ideias e atitudes que não sejam aquelas que ele pré-estabeleceu como "verdades" e/ou "valores" universais. Como observa o autor: "Um fanático acredita que uma coisa ruim tem que ser destruída. Ele quer purificar as coisas". E esse livro, com certeza, será tido como "impuro" por um fanático. Então, recomendo a leitura para os já "convertidos": prás pessoas que procuram enxergar o mundo e a si mesmas para além das proposições simplistas do "senso comum". Com certeza irão se divertir com a abordagem algo humorada do autor sobre esse tema tão candente na conjuntura atual. E agradecerão aos céus pela leitura de todos aqueles fantásticos livros que abriram as portas de um mundo enorme, complexo, misterioso e, por isso mesmo, MARAVILHOSO. Ficarão até com dó dos fanáticos. Eles não sabem o que perdem.
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Elizangela 21/06/2020

Necessário!
Um texto que te dá vários socos no estômago... Mais que é preciso e urgente compreender as ideias contidas nele. Por mais humor, curiosidade e literatura!
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Vanessa.Mariano 24/03/2021

Interessante
Rápido e direto , fala de forma bem clara a respeito do fanatismo , e como ele está em muitas coisas em nós .. principalmente como posso me curar o fanatismo .
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