Como curar um fanático

Como curar um fanático Amós Oz




Resenhas - Contra o Fanatismo


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Luciano Caldas 16/01/2021

Essêncial para os nossos dias!
O romancista Amós Oz cresceu na Jerusalém dividida pela guerra, testemunhando em primeira mão as consequências perniciosas do fanatismo. Em "Como Curar um Fanático", ele discorre sobre temas sensíveis e urgentes para os nossos dias. Tendo com exemplo de perto a guerra Israelo-palestina, ele propõe algumas soluções para frear o fanatismo que é a mãe das principais mazelas de nossa sociedade. Amós também nos ensina como indentificar os fanáticos entre nós trazendo atributos até então escondidos. Como ele mesmo afirma: "a essência do fanatismo reside no desejo de forçar outras pessoas a mudar por nós". Bom, lendo pela primeira vez uma obra de Amós Oz com a certeza de adquirir outros títulos deste maravilhoso autor.
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Lara Moreira 16/03/2018

Vitimas do mesmo opressor
Amós Oz é um ativista político israelense que traz em seu livro uma luz de como lidar com o mal do fanatismo. Baseando-se em fatos, ele defende que o conflito não é uma guerra de religiões ou de cultura - ideia muitas vezes disseminada ao redor do mundo-, mas sim uma disputa por terras e faz um breve contexto sobre a origem desse problema. Suas criticas são fundamentais para esclarecer a visão errônea criada sobre esses povos, os quais crescemos achando que um lado é o vilão e o outro é a vítima. Na verdade, como o próprio Amós reforça, ambos são vítimas, ambos tiveram perdas e ainda sofrem com as consequências desses anos de conflitos. O que impede a resolução desse impasse é a dificuldade dos árabes e judeus reconhecerem o território como pertencente historicamente a ambos e, a partir disso, desenvolverem um senso de solidariedade. Amós define como solução para o conflito israelense-palestino um "compromisso doloroso", pois os dois povos perderão território numa possível partilha justa. Com relação ao fanatismo, em resumo, afirma que se for possível injetar em um fanático uma boa dose de senso de humor, compaixão e boa literatura, ele será curado. (...)"A Europa, que colonizou o mundo árabe, o explorou, o humilhou, tripudiou sobre sua cultura, o controlou e usou como um playground imperialista, é a mesma Europa que discriminou os judeus, os perseguiu, os atormentou e por fim os assassinou em massa num crime de genocídio sem precedentes."(...) Recomendo muito essa leitura, tanto pelo estudo da origem desses povos, quanto pela reflexão sobre o fanatismo.
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Chell 07/11/2018

Leve e agradável
Bom livro. Bem simplista, do ponto de vista de propor uma solução para o conflito Israel x Palestina, no entanto, é uma leitura bastante agradável. E é isso que contou para mim. O livro é pequeno, mas poderia ser ainda menor. Basicamente a introdução contém todo o conteúdo do livro... a sensação que tive era quase sempre de relembrança... de "já li isso antes". Mas foi um livro que me deixou bem empolgada com o autor, com vontade de conhecê-lo mais, apesar da simplicidade e repetição.
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marta.caregnato 31/12/2022

Necessário
O livro "Como curar um fanático", do escritor israelense Amós Oz, nos apresenta uma reflexão sensata sobre o conflito entre israelenses e palestinos.

A obra é uma coletânea de ensaios, além de trazer um artigo escrito durante os acordos de Genebra e uma entrevista com o autor.

"Em louvor às penínsulas" trata-se de uma palestra proferida logo após os ataques terro*ristas em Paris (2015). Os outros ensaios "Como curar um fanático" e "Entre o certo e o errado" foram discursos proferidos na Alemanha em 2002.

O autor propõe como antídotos contr
a o fanatismo o humor, a curiosidade e a boa literatura, o que leva a desenvolver a imaginação e, consequentemente, a empatia. Mesmo que não seja possível curar um fanático, pelo menos é possível conter um pouco o fanatismo. E a capacidade de imaginar o outro, mesmo quando temos certeza que estamos certo é um bom começo. "Mesmo quando se está 100% certo e o outro 100% errado, ainda é proveitoso pensar sobre o outro".

Um ponto importante que o autor enfatiza é que o fanático é movido por um grande sentimento altruísta: "O fanático está mais interessado em você do que nele mesmo. Ele quer salvar sua alma, quer te redimir, quer te livrar do pecado, do erro, de fumar, de sua fé, quer melhorar seus hábitos alimentares, ou te curar da bebida ou de sua preferência de votar". O fanático quer te mudar para o seu próprio bem. O sentimentalismo exacerbado dele o impede de pensar e refletir.

O autor ainda aponta a necessidade de dois Estados separados, um israelense e outro palestino. Pois o conflito vai muito além de uma guerra cultural ou entre o certo e o errado. Trata-se de um conflito territorial entre duas vítimas.

A leitura é fluida e muito relevante para refletirmos não apenas com relação ao conflito entre israelenses e palestinos, mas também para pensarmos a natureza do fanatismo em nosso contexto de polarização política.
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Tatiane 09/02/2019

Curemo-nos!
Título bastante sugestivo para o que estamos vivendo nos últimos meses no Brasil - com os nomes que eram cotados (e se confirmaram!) para os Ministérios e as ideias ("princípios" e "valores") que se desejam impor goela abaixo - o livro, na bancada de entrada da Livraria Travessa, se abriu rapidamente aos meus olhos, logo após a morte do autor, Amós Oz, em 28 de dezembro de 2018.

Como curar um fanático é composto por dois ensaios, uma palestra, um artigo e uma entrevista com o autor. Pequenos - e de fácil e rápida leitura -, os textos nos mostram o quanto somos patéticos em nossas visões limitadas de mundo, em que o certo está de um lado e o outro precisa ser mudado, curado, salvo de seus erros e convicções. Ele afirma que "o fanatismo muitas vezes origina-se na vontade imperiosa de modificar os outros pelo próprio bem deles". E acrescenta que "com mais frequência do que o contrário, o fanático é um grande altruísta: está mais interessado em você do que nele mesmo". (p. 27)

Oz aponta alguns remédios para curar o fanatismo. Um deles, e muito interessante aos meus olhos, é a Literatura: "a característica que define a boa literatura, ou a arte, é a capacidade de fazer se abrir um terceiro olho em nossa testa. Que nos faça ver coisas antigas e batidas de um modo totalmente novo. 'Mesmo uma visão antiga tem um instante de nascimento', como expressou o grande poeta israelense Nathan Alternam". (p. 13) Mas o autor chama atenção também para o oposto. Ele diz que há poemas e histórias que "têm sido usados para inflamar o ódio e inflamar uma autopercepção de sua suposta justiça nacionalista" (p. 77). Apesar disso, há inúmeros outros que podem ajudar a ver o mundo e as consequências das ações e escolhas humanas de forma a mudar concepções estritas. E ele acredita na força superior disso. Como possibilidades, cita Shakespeare, Gogól, Kafka, William Faulkner, Yehuda Amichai.

Outro antídoto contra o fanatismo seria o senso de humor. Oz afirma que nunca viu um fanático com senso de humor. Para ele, "fanáticos são frequentemente sarcásticos. Alguns deles têm um senso de sarcasmo muito agudo, mas não de humor. O humor encerra em si a capacidade se rirmos de nós mesmos". (p. 78-79)

Amós Oz faz uma boa sugestão que, em tempos de imposições como Escola Sem Partido, seria fundamental:

"Talvez já seja tempo de toda escola e toda universidade começar a ministrar um curso sobre fanatismo comparado. / Eu acredito que o violento embate global de nossa época não é entre ricos e pobres (...) Nem é uma 'guerra entre civilizações'. (...) Acredito que a síndrome de nossa época é a luta universal entre fanáticos, todos os tipos de fanáticos, e o resto de nós. Entre os que creem que seus fins justificam os meios, todos os meios, e o resto de nós que julga que a vida humana é um fim em si mesma." (p. 26-27)

Enfim... mais uma leitura maravilhosa para a conta!

tatiandoavida.com
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fpavarin 07/06/2020

"O fanático... No final, ou está morto ou vira uma piada."
Apesar de Amós ter vivido para escrever sobre a Palestina, o fanatismo não tem época ou local específico, pode-se facilmente ser implementado em qualquer democracia que flerte com autoritarismo ou certo fascismo. Quanto mais correto você é, mais engraçado você fica.
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Paulo Sousa 07/04/2019

Como curar um fanático, de Amós Oz
Título lido: Como curar um fanático
Título original: How to Cure a Fanatic: Israel and Palestine - Between Right and Right
Autor: Amós Oz
Tradução: Paulo Geiger
Editora: Companhia das Letras
Anos de lançamento: 2004
Ano desta edição: 2016
Páginas: 104
Classificação: 3.5/5
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"A batalha entre judeus israelenses e árabes palestinos não é uma guerra religiosa por essência, embora os fanáticos em ambos os lados estejam tentando com grande empenho transformá-la numa guerra religiosa. É um embate entre o certo e o certo, entre duas poderosas, muito convincentes reivindicações do mesmo e pequeno país" (Posição no Kindle 71%).
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Em tempos polarizados, onde está mais que insurgente no Brasil uma odorenta atmosfera de intolerância e ódio, viralizada pela Internet principalmente, foi bom ter encontrado este pequeno livro, uma leitura mais que apropriada para estes tempos tenebrosos.
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Amós Oz, autor israelense falecido recentemente, é dono de uma notável obra literária, cujos livros, belos e engajados, sempre apontam para o caminho da tolerância e para a possibilidade de uma coexistência pacífica. Sua escrita simplória mas cheia de semânticas que tocam o leitor, flertam com a prosa poética, tamanha é a força de suas frases. Dele li "Cenas da vida na aldeia", coletânea de contos e, mais recentemente, o excelente "A caixa preta", um romance epistolar sobre o embate entre um casal que, uma vez separado, discutem a relação por meio de uma profusa correspondência.
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"Como curar um fanático" reúne três palestras dadas pelo autor, um apenso aos Acordos de Genebra, além de uma entrevista concedida pelo autor. A temática gira sempre em torno da questão do fanatismo, onde Oz aponta possíveis soluções para se repensar o fanatismo dentro do ponto de vista dos envolvidos - e não pela visão europeizada vigente. Além disso, Oz, em sua fala, defende soluções viáveis para promover a coexistência entre palestinos e israelenses, duas das nações mais complexas do mundo.
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Apesar de curto, este é um livro que faz pensar. Na sua exposição do que é e como nasce um fanático, Amós Oz aborda esta questão tão complexa com uma simplicidade notável. Para ele, autor consagrado de livros belos e profundos, uma das saídas para a "cura" do fanatismo estaria na própria literatura, remédio disponível para todos e amplamente acessível. De qualquer forma, o livro se agiganta como um manifesto em prol da conscientização de que é possível viver junto sem haver agressão, que na visão de Oz, é o motivo primevo para a eclosão das guerras. Uma bela aula sobre como se pode defender seu ponto de vista sem agredir a quem possua opinião contrária. Vale!
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Litchas 20/12/2019

Humor e curiosidade
Eis a receita de Amos Oz.. é necessário ser curioso.. se permitir rir de si mesmo... aceitar q há diferentes modos de ver a vida... a empatia, a imaginação, a leitura também ajudam. Não é possível amar a todos mas é possível fazer contratos de paz e respeito.
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Letuza 21/01/2020

Para fanáticos e não fanáticos
Não podia terminar uma leitura melhor no último dia do ano... Amós Oz, escritor incrível, inteligentíssimo, sagaz, corajoso, morreu em 2018 e deixou muitas ideias sobre paz. Nesse livro, Como curar um fanático, ele faz algumas colocações que nos fazem olhar para nós mesmos e pensar sobre um tema que parece estar tão longe... O Fanatismo.
- Todos nós, carregamos um gene de fanatismo, assim como carregamos um gene do mal. - Existem gradações de fanatismo, assim como existem gradações do mal.
- A melhor arma contra o fanatismo é o bom humor. Não o sarcasmo, que é muito diferente. Mas a capacidade de rir de si próprio.
- É imprescindível que nos coloquemos no lugar do outro para evitarmos que o fanatismo tome conta de nossas vidas.
Qualquer um de nós pode ser, já foi ou é um fanático. Antitabagistas, veganos, atletas, capitalistas, comunistas, cristãos, secularistas, ambientalistas.... qualquer um pode tornar-se um fanático. Ter opiniões embasadas e firmes não nos torna fanáticos, mas querer, a qualquer custo ?converter? os outros ao seu ponto de vista, à suas crenças, faz de nós fanáticos. O debate das ideias, a mudança de opinião, a escuta do argumento alheio fazem parte da vida e nos ajudam a crescer e melhorar. Assim como o pluralismo e a diversidade também são fundamentais para a evolução do ser humano. São ideias muito especiais para resumir aqui! Já que estamos começando um novo ano, que ele seja mais diverso e sem fanatismos de qualquer espécie!
Leiam! Vale demais a leitura!
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