Ao cair da noite

Ao cair da noite Stephen King




Resenhas - Ao Cair da Noite


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Otávio - @vendavaldelivros 27/10/2020

“Alguns deles pareciam humanos, mas eram tão horríveis quanto os anteriores. Mais horríveis, na verdade, porque o que é humano é sempre mais horrível, o senhor não acha?”

O talento de Stephen King para escrever terror e horror psicológico é inegável. A história de sua obra fala por si, com dezenas de livros e contos adaptados para cinema e séries, muitas de sucesso absoluto. Ler King é sempre a certeza de encontrar uma leitura fluída e difícil de largar. Ao cair da noite, um de seus muitos livros de contos, confirma essa certeza e ainda entrega uma obra-prima dos contos escritos por Stephen King.

Ao cair da noite é uma coletânea de 13 contos, escritos ao longo da carreira de King, mas em especial após um período em que ele foi estimulado a escrever mais contos. O livro abre com o fantástico “Willa”, sobre um casal que está em uma estação de trem aguardando para ser resgatado após problemas do trem que estavam. Esse conto, em específico, carrega algo que sempre me fez gostar muito dos livros de Stephen King: A capacidade de incluir trilhas sonoras no meio dos textos e como eles casam tão bem com as cenas.

Seguem-se os contos “A corredora”, sobre uma mulher que corre para cuidar das próprias dores após perder uma criança e que acaba envolvida em uma cena de crime e “O sonho de Harvey”, talvez um dos contos mais fracos do livro, sobre um homem de meia-idade que tem um sonho incomum.

Depois temos “Posto de parada”, sobre um autor que presencia uma cena de violência em um posto no meio da estrada, e o muito bom “A bicicleta ergométrica”, que conta a história de um ilustrador que acaba acessando outro “mundo” após acabar viciado nos exercícios. Na sequência chega o espetacular, pra dizer o mínimo, “As coisas que eles deixaram para trás”, reflexo do atentado de 11 de setembro nas obras do King, como ele mesmo diz nas notas finais.

Após, temos o fraco “Tarde de formatura” e o ponto alto da coletânea:” N.”. N. é um terror psicológico de extrema qualidade, o tipo de obra que só poderia ter sido escrito por um mestre como Stephen King. O texto virou Graphic Novel e animação e tem níveis de profundidade que vão te abraçando como a escuridão que está ali descrita. É a transformação do TOC em horror psicológico e como ela age sobre a nossa própria percepção da realidade. N. vale o livro por si só e, sem dúvida, merece toda a aclamação que tem.

Após N. o livro mantém uma ótima qualidade de contos, com “The New Yor Times a preços promocionais imperdíveis”, um contato muito bem feito com o sobrenatural, “Mudo” sobre um homem que dá carona para um personagem muito particular, “Ayana” que é mais um contato com o sobrenatural, dessa vez com as questões de milagres e o sufocante “No maior aperto”, sobre uma briga entre vizinhos que se torna algo muito maior.

Ler Stephen King é sempre uma experiência prazerosa. Ainda que escreva terror e suspenses que podem muitas vezes nos incomodar em pontos profundos de nossa própria mente, ele sempre consegue divertir. Ler King é como sentar com um amigo com uma habilidade fora do comum para contar histórias e prender nossa atenção até o último minuto, sem precisar recorrer a sustos bobos ou histórias mirabolantes. Um gênio que nos mostra que o terror psicológico pode estar aí, do seu lado, onde você menos espera.
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Alan Martins 05/08/2021

Direto do fundo da gaveta (de onde não deveria ter saído)
Stephen King é um dos poucos escritores famosos que continuam a escrever contos. 'Ao cair da noite' é sua oitava antologia, composta por treze narrativas.

Em coleções anteriores, como 'Sombras da noite', 'Tripulação de esqueletos' e 'Tudo é eventual', havia belas joias entre material de baixa qualidade. Já em 'Ao cair da noite', temos baixa qualidade no meio de coisas ainda piores. Seus contos pecam em diversos sentidos e não demonstram o brilhantismo já observado em outras ocasiões.

PRO(LIXO)
Estou longe de ser especialista em King, entretanto, já li várias obras de sua autoria. Além do panfletismo, o problema que mais me incomoda nesse escritor é sua prolixidade. Ele consegue fazer um segundo virar um dia. São descrições cansativas, desnecessárias, que apenas preenchem espaço e não acrescentam nada ao texto. Aquilo que pode ser dito numa única linha, o Mestre diz em dez!

Para um conto, a prolixidade é um veneno. Trata-se de uma narrativa curta, bem focada, com trama centralizada, para ser lida de uma sentada só (ui!). Quando há muita enrolação, o objetivo é perdido, a leitura vira um tédio.

Após ler grandes nomes da literatura universal, noto, cada vez mais, que a capacidade literária de Stephen King é limitada. Ele é repetitivo, com pouco repertório estilístico. Todavia, quando alguém quer ler terror/horror, essa pessoa não sai em busca de um Shakespeare da vida. Mas, e o bom terror? Cadê? Foi difícil encontrá-lo durante a leitura...

AVALIANDO O CONTEÚDO
Segue um resumo (bem resumido) de cada um dos contos presentes em 'Ao cair da noite'. Apertem bem os cintos!

'Willa': Enredo bonitinho, com uma virada legal. Isso é tudo, pessoal. Nota: 3*

'A corredora': Até estava bacana no início, mas a protagonista só age de maneira burra (meme do Caetano). Exemplo: ao invés de fugir da casa de um lunático, ela prefere dar uma voltinha pelo local, para conhecer os cômodos, contemplar a decoração, ficando nisso até o cara se recuperar e voltar a persegui-la! Parece aqueles filmes de terror com protagonistas nada inteligentes (a maioria, no caso). Nota: 2*

'O sonho de Harvey': Diálogo entre um homem e uma mulher, sobre um sonho premonitório. Um diálogo pouco natural para pessoas casadas há bastante tempo. Nada surpreendente. Nota: 2*

'Posto de parada': Uma lição de moral, que lembra um acontecimento bem recente. Tem uma ação divertida, porém é cheio de detalhes desnecessários (jura!?). Nota: 3,5*

'A bicicleta ergométrica': Se você comparar este texto com um romance do King dos anos 1980 (com exceção de The Tommyknockers), vai dizer que o conto, e não o romance, foi escrito sob efeito de drogas. Nota: 1,5*

'As coisas que eles deixaram para trás': Um conto sobre os ataques de 11 de setembro, escrito porque Steve queria escrever sobre o assunto (palavras dele). Talvez (TALVEZ!!!), se eu fosse estadunidense, o teria apreciado mais. Ou não... Nota: 1,5*

'Tarde de formatura': Faz-se presente somente para gastar as páginas. Sem enredo, sem estética, nem as descrições salvam (que, aparentemente, seriam o trunfo do texto). É um conto que nada conta. Sinto pelas árvores que viraram esse papel... Nota: 1*

'N.': Inspirado em 'O grande deus Pã', clássico de Arthur Machen, com uma boa dose de Lovecraft também. Um relato epistolar, sobre o frágil véu que separa nosso mundo daquele da loucura e horror. De todo o livro, é o texto que tem mais a cara de seu criador. Interessante, te mantém intrigado, contudo, nada espetacular. Nota: 3*

'O gato dos infernos': A versão felina do MacGyver (após ser possuído pelo tinhoso). Bem forçado. É como pegar um filme do Jason, retirá-lo, e, em seu lugar, colocar um gato comum. 'O gatão assassino'! Único conto que não foi escrito durante os anos 2000, visto que estava engavetado desde 1977. Nota: 1,5*

'The New York Times a preços promocionais imperdíveis': De novo um conto sobre o contato com o além. Uma esposa conversa com o marido recém-falecido. Não entendi a intenção da história, já que o final é uma piadinha sem graça, daquelas bem infames. Nota: 0,5*

'Mudo': Aqui dá para dizer que vemos mais a face do autor também. Após dar carona a um homem de poucas palavras, o protagonista lhe revela detalhes de sua vida. O Mestre poderia ter aprendido com o título, parar de falar tanto pelos cotovelos (digo, dedos...). Nota: 3*

'Ayana': História sobre milagres e milagreiros, onde o poder é transmitido entre pessoas, que sofrem consequências por herdarem o 'dom'. Já vi tal premissa em outros lugares. A execução, aqui, é OK. Nota: 3*

'No maior aperto': É um pouco nojento, há muito excremento na narrativa (e o resultado acaba sendo um, daqueles grandões). King enrola demais neste aqui, um saco! Vilão bem caricato, enredo chato. Nota: 1,5*

SOBRE A EDIÇÃO
Brochura, padrão, com orelhas, boa diagramação, miolo em papel branco offset. Tradução de Fabiano Morais, que, do autor, também traduziu 'Duma Key' (ainda não li), 'Celular' (horrível! leia minha resenha), entre outros. Trabalho competente, com termos bem escolhidos em alguns momentos.

CONCLUSÃO
O pior livro de contos que já li até o momento. Fiquei com a impressão de que King tirou vários rascunhos do fundo da gaveta e escreveu capítulos de romances, não contos. Na época, ele estava com dificuldade em criar ficção curta, pois só saía coisa ruim, vide 'Ao cair da noite'.

A prolixidade do autor é de doer. Porém, mesmo se as histórias fossem mais objetivas, continuariam sendo ruins. Os enredos são fracos, assim como os diálogos e a ação em geral. A melhor das narrativas pode ser considerada, no máximo, razoável.

Para quem escreve esse gênero, eis um ótimo exemplo daquilo que não deve ser feito.

Visite meu blog para ler esta e outras resenhas!

site: https://anatomiadapalavra.com/2021/08/05/resenha-livro-ao-cair-da-noite-king/
Flavia Sena 05/08/2021minha estante
kkkkk cara, meu primeiro contato com o king foi "sombras da noite", e acho que só gostei de 1 conto. apesar de já ter ouvido falar bem das principais histórias dele, a vibe desses contos me deixam bem meh pra dar outra chance ?


Alan Martins 05/08/2021minha estante
Geralmente é assim mesmo, difícil gostar de todos os contos, sempre há as maçãs podres no meio. Mas, dos outros que eu li do autor, sempre havia alguns contos legais, bons. Um ou outro surpreendia. Já em Ao Cair da Noite, nenhum se salva. Só decepção. É um livro que eu não recomendaria para ninguém kkkk


kaloskagathos 05/08/2021minha estante
King na verdade se inspira muito em autores renomados... No posfácio de 4 estações ele fala melhor sobre isso. Ex: O Iluminado (Poe); O Nevoeiro (Lovecraft); It (David Copperfield); Misery (O Colecionador). E por aí vai. Passei a notar isso com base nas minhas leituras. King ou ironiza, ou faz um pastiche. Salvo as exceções, nem sempre fica bom.

Eu só me interessaria por esse livro pelo conto "N". As outras coletâneas que vc citou são excelentes. Ao cair da noite está bem longe na lista dos livros do Mestre que eu quero ler.


Alan Martins 05/08/2021minha estante
Na literatura é assim mesmo. Difícil ser 100% original, inventar a roda. Sempre há uma inspiração em algum autor ou obra. Por isso todo escritor, primeiro, deve ser um bom leitor. Não é cópia, mas sim ter bases e referências.

Continuando em King, temos A Torre Negra inspirada em Tolkien, Celular inspirado em Eu Sou a Lenda. Vai longe.

Concordo com você, algumas vezes dá certo, outras, não. Em Ao Cair da Noite, eu diria que deu praticamente tudo errado. Sem falar que, quanto mais King eu leio, mais parece que estou lendo a mesma coisa, até por isso falei da limitação estilística. Acho que deve ter a ver com a questão de quantidade X qualidade.


Talles 12/10/2021minha estante
Bem que a Tati Feltrin fala que os bons livros do King são os antigos. Esses atuais são ladeira abaixo.




Marselle Urman 29/08/2011

Boa miscelânea
Adoro as epístolas de King ao "Caro Leitor".
Aqui, sabemos que estes contos foram escritos de forma descompromissada, numa tentativa dele de fazer ressurgir sua habilidade como escritor de contos. Alguns são muito breves, alguns são tocantes, alguns são assustadores; outros, suspenses de tirar o fôlego. Pedindo desculpas por me alongar, falarei um pouco de cada conto:

WILLA - Breve e doce, nada de mais.

A CORREDORA - suspense bravo, perseguição, do tipo de não conseguir parar antes do fim. Só me fiz a pergunta: e se ele tivesse pego a Mercedes ao invés de ir a pé?

O SONHO DE HARVEY - o tipo de premonição sombria que todos parecemos ter às vezes, embora nem sempre tão sombria, que bom.

POSTO DE PARADA - o alter ego Bachman dando uma de super-herói.

A BICICLETA ERGOMÉTRICA - suspense estranho e um pouco divertido.

AS COISAS QUE ELES DEIXARAM PARA TRÁS - um bom memorial, mas o enredo se perde um pouco.

TARDE DE FORMATURA - breve e explosivo, nada de mais.

N. - Wow. Pra mim, este conto já valeu pelo livro todo. Esse sim é medonho, no estilo loucura se infiltrando na realidade. Tem uma gotinha de "Under the Dome", pra quem conseguir encontrar.

O GATO DOS INFERNOS - Ao estilo antigo de King, direto ao ponto. Me lembrou um conto muito bom de Bram Stoker também sobre um gato vingativo.

THE NEW YORK (...) mais do mesmo, fofinho, nada de mais.

MUDO - temática interessante, meio Hitchcock, do perigo muito perto.

AYANA - é tocante sem chegar a ser apelativo. A nota final sobre esse conto é perfeita. Não deixe de ler, mas nunca antes do conto!

NO MAIOR APERTO - ótimo fechamento. Também temos suspense, vingança, superação. Não recomendado para estômagos fracos.

Em suma, embarque e divirta-se!
Keka 16/12/2011minha estante
adorei os comentarios de cada conto, to querendo muito comprar o livro, li só willa e gostei bastante, os outros são melhores??? pq se forem, vou correndo agora pra livraria...


Fabio 23/07/2012minha estante
N. Valeu o livro todo, realmente.


Victor Hugo 16/04/2013minha estante
Eu to lendo A bicicleta ergoétrica, até aqui gostei de todos os contos. Não sei se são bons comparados a outros conto, são os primeiros que eu to lendo mas estou adorando


Joao 02/07/2014minha estante
Muito bom. "N" é pra mim não só o melhor conto do livro como também um dos melhores do Stephen King. Uma pegada bem H.P. Lovecraft. "No maior aperto" achei bem divertido e um pouco "pertubador" eheheheh. "O sonho de Harvey" achei um conto simples, mas não sei porque, me deu um arrepio na espinha. Ótimos comentários!!


Halyson 29/06/2015minha estante
Ele não pegou a Mercedes porque a perseguição foi na praia não?




Escritor.Lucas 28/03/2021

Interessante
Mais um livro de contos do mestre. Todos muitos bons, mas o que mais gostei foi o do gato. Super recomendado.
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Kathe00 02/04/2023

Ao cair da noite - Stephen King
Bem, é a primeira vez que eu vou fazer uma resenha. Pq realmente eu amei o livro, foi um dos melhores livros de contos do Stephen King. Então, eu vou falar de cada conto aqui.

Willa - não foi um dos melhores contos do King, mas foi um bom "aperitivo" para o começo do livro.
Ele é fluído, uma leitura rápida e teve um final fechado e diria até romântico.

A corredora - Com certeza foi um dos melhores. Foi angustiante e no mesmo nível emocionante. A personagem mostrou corajosa e forte.

O sonho de Harvey - Cara, eu nem tenho palavras para esse conto. Ele foi macabro e foi o que eu mais gostei.

Posto de parada - Não gostei muito. Porém, foi rápida a leitura.

Bicicleta ergométrica - Não decidi ainda sobre esse conto, vivi amor/ódio por ele, foi o que eu mais demorei para terminar. As vezes, o King nós obriga a fumar uma pra entender os contos.

As coisas que eles deixaram pra trás - Que conto foda. Somente isso, confesso que o final dele me tirou uma lágrima.

Tarde de formatura - Não gostei, mas a proposta do conto foi muito boa.

N. - NÃO TENHO PALAVRAS PRA ESSE CONTO, FOI SIMPLESMENTE O MELHOR DO LIVRO INTEIRO.

O gato dos infernos - Ao mesmo tempo que eu achava engraçado achei aterrorizante. Me deu um pouco de medo de gatos.

The New York times a preços promocionais imperdíveis - Foi um bom conto, me deixou triste.

Mudo - com toda certeza foi alívio cômico do livro, me tirou risadas sinceras.

Ayana - Achei um conto bonito, porém não me agradou tanto.

No maior aperto - Agora eu entendi pq o Curtis chamava o Grunwald de 🤬 #$%!& . Foi nojento e ao mesmo tempo claustrofóbico. Mas, gostei bastante.
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Igor 09/08/2022

Uma boa coletânea de contos
Ao Cair da Noite, é mais uma coletânea de contos de Stephen King. Essa em especial me agradou pois não tem altos e baixos muito grandes entre os contos. Eles conseguem manter sempre uma média entre Ótimos e bons.
Eu Pessoalmente gosto mais dos contos que tem uma pitada de sobrenatural (embora não tenha nenhum conto que cause medo nessa coletânea), mas nesse caso os contos que não possuem o sobrenatural me agradaram também, como por exemplo o conto Mudo e o conto A Corredora (esse conto daria um bom filme).
Creio que esse livro num geral mantém uma média de 4 estrelas.
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Adriana 20/11/2023

Não tem como errar
Todos os livros de contos do Stephen King me deixam satisfeita no final. Não significa que eu terei amado 100% das histórias; em geral meu amor respeita a curva de Gauss e eu acho isso estranhamente reconfortante.

Nesse livro, alguns contos ganharam meu coração, como Willa e As coisas que eles deixaram pra trás. Outros, achei fracos, cono o Sonho de Harvey e ... Bom, foi esse mesmo que achei fraco.

Um pouco de sobrenatural, um pouco de brutalidade, um pouco de surrealismo. A fórmula stephenkinguiana funcionando mais uma vez.
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Will 23/08/2022

Excelente livro de contos do mestre
Posso dizer que essa obra do mestre me prendeu do início ao fim! O melhor conto (minha opinião) é o "N.".

Provavelmente será um livro que vou reler.
NayLyra 23/08/2022minha estante
N >>>>>




belligna 31/01/2021

Não entrou pra minha lista de favoritos do King, mas gostei mesmo assim.

Os meus favoritos foram "O sonho de Harvey" (que eu já tinha lido não lembro onde) E "N", esse me deixou com um pouco de medo, fazia tempo que não sentia isso com uma história, fiquei muito pensativa e perdi o sono.
Apesar de não ser um dos meus favoritos, indico porque gosto muito de ler contos e esse foi um que valeu a pena, principalmente pelos dois que eu citei ali em cima.
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Francisco 26/02/2021

Pouco terror, muito suspense, mas muitas histórias boas
Esse é o quinto volume de contos de Stephen King e contém 13 histórias (11 contos e 2 novelas). Dentre elas:

WILLA (Willa)
Em uma estação ferroviária do Wyoming após um acidente com o trem, a caminho de São Francisco, o jovem banqueiro de investimentos David Sanderson parte caminhando pela Rota 26 até uma Crowheart Springs, uma cidade localizada a 10 km para procurar sua noiva Willa Stuart que desapareceu misteriosamente. Ao encontra-la em um bar à beira da Rota 26, desvendam um mistério sobre o seus respectivos destinos.

A CORREDORA (The Gingerbread Girl)
Após um casamento de seis anos e da morte de seu bebê, Henry e Emily Owensby separam-se. Emily passa a correr como "hobby" e viaja para a casa de verão de seu pai em Vermillion Key, na Flórida. Ao encontrar o corpo de uma jovem assassinada, o rico e perigoso Jim Pickering a aprisiona e tortura. Assim, Emily deverá encontrar uma forma de sobreviver a qualquer custo.

O SONHO DE HARVEY (Harvey's Dream)
O casal de meia idade Harvey e Janet Stevens, discutem durante o café da manhã em um sábado o pesadelo tido por Harvey, onde uma de suas filhas havia sido atropelada e morta por um caminhão Volvo. Contudo, Janet observa alguns fatos pela janela e vê que o sonho de seu esposo tem algo de real.

POSTO DE PARADA (Rest Stop)
No caminho entre Jacksonville e Sarasota, o professor universitário e escritor de romances policiais John Dykstra, que escreve sob o pseudônimo de Rick Hardin, para em um posto na beira da estrada afim de ir ao banheiro. Na porta do banheiro, escuta um homem espancando uma mulher grávida (Lee e Ellen Whitlow) e então decide defendê-la, assumindo a personalidade de seu alter-ego.

A BICICLETA ERGOMÉTRICA (Stationary Bike)
Após ser diagnosticado com colesterol elevado por seu médico, o artista nova iorquino Richard Sifkitz compra uma bicicleta ergométrica e a coloca no porão de seu prédio. Como motivação, cria personagens e passa a imarginar-se pedalando entre diversas cidades. Porém, com o tempo, passa a sentir-se perseguido por seus personagens enquanto está utilizando a bicicleta ergométrica.

AS COISAS QUE ELES DEIXARAM PARA TRÁS (The Things They Left Behind)
Quase um ano após o 11 de setembro, coisas estranhas começam a acontecer a Scott Staley, que trabalhava na Light & Bell Seguros, localizada no 110o. andar do World Trade Center, mas que estava de folga em 11/09. As coisas de seus antigos colegas de trabalho começam a aparecer misteriosamente em sua casa: um taco de beisebol, óculos escuros e muitos outros objetos. Posteriormente, Staley coloca todos os pertences de seus falecidos colegas de trabalho no lixo, mas eles surgem novamente em seu apartamento. Então, ele deverá encontrar uma forma de se livrar desses objetos.

TARDE DE FORMATURA (Graduation Afternoon)
Na tarde da festa de formatura de Janice Gandolewski em sua casa em Connecticut, ela começa a fazer inúmeros planos sobre seu futuro e de seu namorado do ensino médio Buddy. Contudo, um acontecimentos poderá modificar os rumos de todos os seus planos.

N. (N.)
Após a morte de seu irmão Johnny Bonsaint, um psiquiatra, sua irmã Sheila corresponde-se com seu amigo de infância Charlie ao encontrar suas notas sobre um perturbador e misterioso paciente referido apenas como "N.". Nas notas de Johnny, "N." adora ler "The Great God Pan", de Machen e é diagnosticado com TOC, com inúmeros eventos de CONTAR, ORGANIZAR e TOCAR. Esse seu paciente lhe conta o que lhe aconteceu em Ackerman's Field, na cidade de Motton e que originou seu transtorno: havia encontrado nesse local um portal druídico em que surgia uma figura fantasmagórica. Isso leva N. ao suicídio e posteriormente faz o mesmo com Johnny e sua irmã Sheila.

O GATO DOS INFERNOS (The Cat from Hell)
O assassino profissional John Halston é contratado por U$ 12000 por Drogan, um rico dono de uma empresa farmacêutica no interior de Connecticut. Sua tarefa será eliminar um gato preto e branco que provocou a morte de Amanda, irmã de Drogan, sua amiga Carolyn Broadmoor e o empregado Dick Gage. Halon verá que livrar-se desse animal maligno não será nada fácil.

THE NEW YORK TIMES A PREÇOS PROMOCIONAIS IMPERDÍVEIS (The New York Times at Special Bargain Rates)
Annie Driscoll um dia recebe a ligação de seu esposo James, que havia morrido há dois dias em um acidente aéreo. Seu esposo prevê e lhe avisa sobre duas tragédias que estão por acontecer e lhe previne sobre sua morte.

MUDO (Mute)
Monette é um vendedor de livros da companhia Wolfe & Sons responsável por cobrir a região da Nova Inglaterra com uma esposa e uma filha na Universidade. Em uma confissão ao padre conta a seguinte história: um dia, dirigindo no caminho de Derry, dá carona a um indivíduo mudo chamado Stanley Doucette, ao qual narra como foi traído por sua esposa Barb. Alguns dias depois, Barb e seu amante são encontrados mortos de forma misteriosa. Dessa forma, a polícia começa a procurar o misterioso mudo.

AYANA (Ayana)
O narrador conta como seu pai Don, curou-se de um câncer terminal no pâncreas após ser beijado por uma menina chamada Ayana e de como sobre as pessoas que beijam umas as outras para que fiquem curadas de alguma doença.

NO MAIOR APERTO (A Very Tight Place)
Em Turtle Island, na Flórida, o empresário do mercado de ações Curtis Johnson tem problemas com seu vizinho Tim Grunwald, um rico empreiteiro, em razão de um lote de terras. Além disso, Grunwald era o responsável pela morte de Betsy, a cadela de Curtis. Um dia, Grunwald atrai Curtis para um sítio de construção abandonado e o aprisiona em um banheiro químico reforçado. Curtis deverá encontrar uma forma de sair dali e vingar-se de Grunwald.

Nesse volume, os contos são bem variados, uns com mais suspense, alguns poucos com uma pequena dose de terror e outros ainda extremamente simples que não me agradaram. Com certeza o meu preferido é "O Gato dos Infernos", embora também tenha gostado de "A Corredora", "Mudo" e "N.". Além disso, no apêndice, há notas em que o autor explica de onde lhe surgiram as ideias para cada uma das histórias (e a conversa de King é sempre interessante). Os piores em minha concepção foram "Tarde de Formatura" e o onírico conto "O Sonho de Harvey". Isso faz com que eu avalie essa leitura com somente quatro estrelas. Já li "Tripulação de Esqueletos" e gostei bem mais do que desse. No entanto, é uma leitura agradável em muitos pontos e isso faz com que eu a recomende para quem aprecia ler King.
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Andrea 22/08/2021

Contos muito bons!
A maioria dos contos me agradou muito. Houveram alguns meio "brisados" mas no geral, me agradou muito!
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luanzz 22/06/2021

Instável.
Alguns contos são excelentes, e outros deixam muito a desejar.
Melhores contos em ordem aleatória:
A corredora, N., O gato dos infernos e Mudo.
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Marcelo.Castro 23/06/2023

Perfeito
Mais uma vez estou aqui escrevendo sobre minha paixão recorrente: contos. E mais uma vez estou diante de uma coleção de contos de um dos meus escritores preferidos: King. O resultado? A perfeição. O encadeamento dos contos, alternando longos e curtos, a interligação entre as histórias, em pequenos detalhes, temas, as narrativas pungentes, impactantes. O resultado é como um bracelete, cada um de seus elos, brilhantes, preciosos, formando do todo uma joia. Especial destaque para N. (que já havia lido na adaptação para HQ), A corredora, O gato dos infernos é Mudo. De qualquer forma, não tenho palavras para enfatizar o quanto recomendo o livro, que entrou pra lista dos meus favoritos 10 estrelas. Só leia e usufrua essa obra prima.
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Dhiego Morais 13/07/2020

Ao cair da noite
Ah, sim. Não estou duvidando de que você viu, amigo. Tenho certeza de que há horrores terríveis escondidos em cada esquina, algo asqueroso e absolutamente frio esperando o momento certo, a hora de dar o bote. Mas veja bem, não quero por a semente da dúvida neste caso, entende? É só que a realidade veste um véu estranho quando o dia se põe. Ao cair da noite, tudo se transforma; não é uma boa ocasião para permanecer nas ruas. Todo mundo sabe disso, certo?
Ler Stephen King é sempre uma grande aventura, afinal, nunca sabemos ao certo por onde sua mente sombria nos guiará, por quais estradas seguiremos e quais personagens e eventos darão sequência. Na estação de trens Stephen King, essa já é a minha 36° viagem, fato que me surpreende, pois entre tantos tickets comprados, continuo embarcando, de estação em estação sem demonstrar muito cansaço.
“Às vezes uma lâmpada fica mais brilhante logo antes de queimar de vez. Tenho certeza de que acontece com as pessoas também.”
Ao Cair da Noite é a nona coletânea de contos do autor, se não considerarmos a divisão de Pesadelos e Paisagens Noturnas como obras distintas. Lançado originalmente em 2008 com o título de Just After Sunset, a antologia nasceu com a proposta de reunir alguns contos do autor anteriormente publicados em outras mídias e de promover o lançamento de um conto até então inédito, intitulado de N. A título de curiosidade, o hype para a publicação de N. era tanta que quase que simultaneamente foi encomendada junto à Marvel Comics uma graphic novel para a adaptação no formato de quadrinhos, tendo a participação de grandes nomes como Alex Maleev (Homem-Aranha e demolidor) e Marc Guggenheim (Wolverine e Homem-Aranha), e, em complemento, uma série em mobisódios curtinhos e gratuitos, facilmente encontrada na internet.
Contando com 13 contos, Ao Cair da Noite entrega uma flexibilidade de histórias interessante, com contos que brincam com o emocional do leitor, promovendo a desejada sensação de arrepio ou angústia visada nas histórias de terror. Além disso, King também aproveita para manipular os sentimentos e plantar uma série de dúvidas em quem lê, construindo narrativas que brincam com a realidade, com a obsessão e compulsão e com a claustrofobia, por exemplo.
Embora não seja a sua melhor antologia, Ao Cair da Noite marca o retorno de King às narrativas curtas, que, como qualquer outra tarefa importante, necessita ser sempre trabalhada para que as engrenagens não enferrujem e travem a mente.
Como em todas as minhas resenhas de livros de contos, trarei lobo abaixo alguns comentários sobre os 3 contos que mais me agradaram durante a leitura:
1. N. – considerado como um dos melhores contos do autor pelos fãs de Stephen King, N., realmente merece a fama que tem. Narrado parcialmente sob a forma epistolar, ou seja, por meio de cartas e alguns artigos, aqui nós acompanhamos o desenrolar de um evento que acometeu um paciente do Dr. Bonsaint, chamado apenas de “paciente N”. Aparentemente sofrendo de um grave estágio de transtorno obsessivo compulsivo (TOC), o paciente relata sua origem e o que o levou a entrar em contato com as pedras de Ackerman’s Field. Afinal, havia sete ou oito pedras verticais naquele círculo? Números pares são sempre melhores.
Neste habilidoso conto, King nos leva a refletir sobre a possibilidade de transtornos psicológicos serem tão transmissíveis quanto o vírus da gripe e sobre as suas consequências na vida das pessoas. N. muda completamente ao encontrar o círculo de pedras e passa a desenvolver o transtorno rapidamente. Na sua cabeça, contar e organizar são as chaves para impedir que o mal tenebroso que se encontra preso entre as pedras ancestrais escape para a nossa dimensão. Com um final reflexivo, dificilmente o leitor não tomará para si alguns desses hábitos ritualísticos, tamanha é a influência da narrativa do autor. Haveria ali um mal avassalador prestes a escapar ou tudo seria ilusão da nossa própria mente?
“Porque é a maneira como nós vemos o mundo que mantém a escuridão do outro lado dele longe. Que evita que ela vaze e nos afogue. Acho que todos nós sabemos disso, bem lá no fundo.”
2. O Gato dos Infernos – definitivamente um dos contos mais inesperadamente bons de King na antologia. O que você faria se, já debilitado e em uma idade avançada, após a morte de quase todos aqueles que vivessem ao seu lado, suspeitasse de que o assassino responsável seria justamente o seu próprio gato?
Drogan é um velho rico do ramo farmacêutico e, mesmo após ter sido contra a ideia de adotarem um gato, acabou cedendo à maioria. Bem, há algo de horrendo na trajetória de vida do ancião, mas como um simples gato poderia ser responsável pelas mortes dos demais membros da residência? Drogan acha que é o próximo e por isso contratou um assassino de aluguel para se livrar do bicho. Dinheiro fácil; é assim que Halston pensa quando rumina a proposta.
Com uma pegada nos moldes grotescos de Edgar Alan Poe, este conto definitivamente deixará os leitores com a pulga atrás da orelha.
3. No maior aperto – último conto de Ao Cair da Noite, aqui nós conhecemos a história de Curtis, um homem amargurado e irado após a perda de sua Betsy, morta pela cerca elétrica de seu vizinho Grunwald, um homem interessado apenas nos negócios e nos lotes. Em meio a uma batalha jurídica e uma convivência bastante fragilizada, parece que não é apenas a vida de Curtis que foi atropelada por um carrinho de rolimã. Grunwald vai mal, mas planeja dar um fim a todo esse transtorno enquanto ainda consegue, e isso vai acontecer na Durkin Grove Village.
Inspirado no conto Enterro Prematuro, de Poe, e na possibilidade sinistra de ficar preso em um banheiro químico de beira de estrada, King produz um de seus contos mais agoniantes e claustrofóbicos, capaz de deixá-lo igualmente enojado (mesmo que um pouquinho, como confessa nos créditos). Essa sensação tão ruim e sufocante só me recorda do momento em que li o conto O Gato Preto, também de Poe, que me atormentou por bastante tempo.
Enfim, chagamos ao fim! Se você procura por contos onde os mortos são protagonistas; onde andar em uma simples bicicleta ergométrica pode ser assustador; em que fugir de seu passado pode te levar para um verdadeiro pesadelo; ou quando dar carona a um estranho pode ser a saída para um problema específico; bem, então vá em frente e enfrente a noite.


site: https://skullgeek.com.br/resenhas/resenha-ao-cair-da-noite-stephen-king/
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