Ecklezia_Carvalho 26/10/2022
Enfim, concluído ?.
Confesso que antes de começar a ler esse livro, acabei criando expectativas (quem nunca??), vi muitos comentários positivos sobre esse livro, além do mais, o nome tbm colaborou e muito. No entanto, ao decorrer da leitura, fui ficando frustrada, pois a personalidade da Sam não me agradou nenhum pouco e muito menos de suas amigas, achei-as muito superficial, frescas, facinhas demais, esnobes... E para piorar, o dia 12 de fevereiro (quem leu sabe ) foi uma repetição sem fim e pra melhorar, a autora deixou a leitura mais chata ainda pois algumas coisas que ela já havia falado ou contado anteriormente quando esse dia se repita, ela voltava a falar os mesmos acontecimentos. Agora, imagine lendo esse livro entrando numa ressaca ?? demorei um século para finalizar.
Ao iniciar a leitura me imaginei dando a metade de uma estrela de tão ruim que eu estava achando, porém, quase para terminar o livro, a autora acabou dando umas migalhas de romance ?? e também algumas coisas foram acontecendo que até ficou interessante.
?? Spoiler nesse pequeno comentário ?.
Só acho que ela deveria ter aproveitado mais o tempo com o Kent??.
??:
"Quando ele sai, está segurando cuidadosamente a rosa que mandei para ele,
como se estivesse com medo de que ela fosse despetalar. Ele levanta o olhar, sério e pensativo, examinando meu rosto com os olhos.
? Vai me contar o que isso quer dizer? ? Ele não sorri, mas há uma
pontinha de provocação na voz dele, e seus olhos estão brilhando.
Decido provocá-lo de volta, apesar de a proximidade entre nós estar me
deixando com dificuldades de pensar.
? Não sei do que você está falando.
Ele estica a rosa e abre o bilhete para que eu possa ler, apesar de já saber o
que diz.
Hoje à noite. Deixe o telefone ligado e o carro preparado e seja meu herói.
? Misterioso ? digo, contendo um sorriso. Ele fica dez vezes mais fofo
quando está preocupado. ? Admiradora secreta?
? Não tão secreta. ? Seus olhos continuam percorrendo meu rosto como
se houvesse uma resposta a um quebra-cabeça escrita ali, e tenho de desviar o
olhar para não agarrá-lo e puxá-lo para mim. Ele se detém. ? Sabe, vou dar
uma festa hoje.
? Eu sei ? digo depressa. ? Quer dizer, ouvi falar.
? Então...?
Desisto de brincar com ele.
? Ouça, talvez precise que você me busque em um lugar. Vinte minutos,
no máximo. Não pediria se não fosse importante.
Ele entorta um lado da boca em um sorriso.
? E o que eu ganho com isso?
Inclino-me para a frente de modo que minha boca fica a centímetros da
orelha perfeita dele. O cheiro dele ? grama recém-cortada e hortelã ? é
viciante.
? Conto um segredo para você.
? Agora?
? Mais tarde. ? Recuo. Não vou conseguir controlar o impulso de beijar
o pescoço dele. Não sei o que há de errado comigo. Nunca fui assim com Rob.
Mal consigo conter as mãos perto de Kent. Talvez morrer algumas vezes mexa
com os hormônios, ou coisa parecida. Gosto disso.
O rosto dele fica sério novamente.
? O que você escreveu aqui... ? Ele passa o dedo no bilhete, dobrando e
desdobrando, com os olhos brilhando em dourado. ? O último pedaço... a
coisa do herói... como você...?
Meu coração bate acelerado, e por um segundo penso que ele sabe ? que se lembra. O silêncio é pesado entre nós, tudo passado, lembrado, esquecido e
desejado, balançando como um pêndulo.
? Como eu o quê? ? Mal consigo sussurrar as palavras.
Ele suspira e balança a cabeça, e me dá um sorriso fraco.
? Nada. Esqueça. É besteira.
? Oh! ? Percebo que estava prendendo a respiração, e respiro, desviando
o olhar para ele não perceber quanto estou decepcionada. ? Obrigada pela
rosa,a propósito.
De todas as que ganhei, foi a única que guardei.
....
Kent ergue uma sobrancelha.
? Como você sabe que fui eu que mandei?
? Ora! ? Reviro os olhos. ? Mais ninguém vive de fazer desenhos
estranhos.
Ele põe a mão no peito, fingindo estar ofendido.
? Não é para viver disso. É por amor. Além do mais, não são estranhos.
? Que seja. Então, obrigada pelo seu bilhete totalmente normal.
? De nada. ? Ele sorri.
Estamos tão próximos que posso sentir o calor que vem dele.
? Então, vai ser meu cavalheiro de armadura brilhante ou não?
Kent faz uma pequena reverência.
? Você sabe que não resisto a uma donzela em apuros.
? Sabia que poderia contar com você.
Os corredores estão vazios agora. Todos estão no almoço. Por um instante
simplesmente ficamos ali, sorrindo um para o outro. Então, alguma coisa
suaviza os olhos dele e meu coração voa. Tudo parece agitado e livre, como se
eu pudesse decolar do chão a qualquer instante. Música, penso, ele me faz sentir
como música. Em seguida penso: Ele vai me beijar bem aqui, na ala de matemática
do Thomas Jefferson, e quase desmaio.
Mas não beija. Em vez disso, estica o braço e toca meu ombro uma vez,
levemente. Quando retira os dedos ainda posso senti-los vibrando na minha
pele.
? Então, até à noite. ? Ele esboça um sorriso. ? Acho bom que seja um
bom segredo.
? É incrível, eu prometo. ? Gostaria de poder decorar cada detalhe dele.
Quero que ele fique marcado na minha mente. Não posso acreditar no quanto
fui cega por tanto tempo. Começo a recuar antes que faça alguma coisa
incrivelmente inadequada, como pular em cima dele.
? Sam? ? Ele me para.
? Oi?
Os olhos de Kent estão fazendo aquela coisa de me examinar outra vez, e
agora entendo porque ele me disse antes que me enxergava como eu era de
verdade. Ele presta atenção. Sinto como se ele estivesse lendo a minha mente
agora, o que é mais do que um pouquinho constrangedor, visto que a maioria
dos meus pensamentos,agora, envolve a perfeição dos lábios dele.
Ele morde o lábio e mexe os pés um pouquinho.
? Por que eu? Para hoje à noite, quero dizer. A gente não se fala há, sei lá,
sete anos...
? Talvez eu esteja correndo atrás d
o tempo perdido. ? Continuo
recuando, tropeçando um pouquinho.
? Estou falando sério ? ele diz. ? Por que eu?
....
? Confie em mim ? digo ?, só pode ser você."
[...]
"Kent para o carro, mas deixa o motor ligado.
? Ainda não me esqueci de que você me prometeu um segredo, a
propósito. ? Ele vira para me olhar. ? Não pense que vai escapar assim tão
fácil.
? Nem sonharia com isso. ? Solto o cinto de segurança e me inclino
para perto dele, ainda contemplando a chuva com o canto dos olhos. Como
poeira, mais ou menos, mas só se poeira fosse feita de luz branca e sólida.
Kent cruza as mãos no colo, me olhando com expectativa, e a boca
curvada em um sorriso.
? Então, vamos ouvir.
Estico os braços sobre Kent e tiro a chave da ignição, apagando as luzes. Na
escuridão o som da chuva parece mais alto, lavando tudo ao nosso redor.
? Ei ? Kent diz suavemente, fazendo meu coração planar outra vez com
aquela voz, deixando meu corpo todo leve. ? Agora não consigo vê-la.
O rosto e o corpo dele são sombras completas, escuridão em escuridão.
Posso identificar seus contornos, e, é claro, sentir o calor de sua pele. Inclino?me para a frente, passando o queixo na aspereza do veludo do casaco dele,
encontrando a orelha, esbarrando nela acidentalmente com a minha boca. Ele
inspira profundamente, e seu corpo inteiro fica tenso. Meu coração é fluido,
está voando. Não há mais espaço entre os batimentos cardíacos.
? O segredo é ? digo, sussurrando bem ao ouvido dele ? que seu beijo
foi o melhor da minha vida.
Ele se afasta um pouco de modo que possa olhar para mim, mas nossos
lábios continuam a apenas poucos centímetros de distância. Não consigo
identificar a expressão de Kent no escuro, mas posso dizer que seus olhos estão
examinando meu rosto novamente.
? Mas eu nunca a beijei ? ele sussurra de volta. Ao nosso redor a chuva
soa como vidro caindo. ? Pelo menos não desde o terceiro ano.
Sorrio, mas não tenho certeza se ele pode ver.
? Então é melhor começar ? digo ?, pois não tenho muito tempo.
Ele se detém por apenas uma fração de segundo. Em seguida se inclina para
a frente e pressiona os lábios nos meus, e o mundo inteiro se desliga: a lua, a chuva, o céu e as ruas, e somos apenas nós dois no escuro, vivos, vivos, vivos.
Não sei há quanto tempo estamos nos beijando. Parecem horas, mas de
algum jeito, quando ele se afasta, com a respiração acelerada e as duas mãos
segurando o meu rosto, o relógio brilhando no painel só avançou alguns
minutos.
? Uau ? ele diz. Posso sentir seu peito subindo e descendo rapidamente.
Estamos os dois sem ar. ? Por que isso?
Forço-me a recuar, encontrar a maçaneta no escuro e abrir a porta. O ar
frio e a chuva entram ruidosamente, me ajudando a pensar. Respiro fundo.
? Pela carona e tudo mais.
Mesmo no escuro posso ver os olhos dele brilhando como os de um gato.
Mal consigo desviar o olhar.
? Você realmente salvou a minha vida hoje."