O Amante de Lady Chatterley

O Amante de Lady Chatterley D. H. Lawrence




Resenhas - O Amante de Lady Chatterley


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Daniela742 06/01/2023

Constance quebrando o tabu
É super compreensível o porquê desse livro ter causado tanto estardalhaço na época em que foi lançado. Pensa aí, uma mulher que compreende que seu corpo não é só uma peça de jogo da sociedade, mas que é seu instrumento de liberdade e prazer. Isso era praticamente impossível na época.

A história também tem cenas de sexo que são descritivas e no qual a mulher sente, grita e goza. Ela não quer só fazer sexo para engravidar, ela quer sentir prazer, quer descobrir o que gosta, com um homem que também entenda suas necessidades.

É ate certo ponto interessante como o autor constrói isso. No entanto, me incomoda a exaltação do falo e como parece ser a salvação e solução para todos os problemas no sexo.

Além disso a história levanta outras discussões como a relação entre as classes sociais, o sentido do dinheiro em nossas vidas, e o dualismo entre corpo e espírito. É um bom livro, apesar dos pesares e gera algumas boas reflexões.
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Duda 08/01/2024minha estante
Pse bem podrinho


larissaplath 14/01/2024minha estante
mds, concordo com absolutamente tudo! odiei essa leitura




naicaroline 14/03/2023

Revolucionário para a época
Claramente se trata de mais assuntos do que só o amante da lady. Vou começar com as partes que me agradou.
Gostei da ambientação do livro, retratando o tempo de guerra, o avanço do mercado, as desigualdades sociais, diferenças de classes, e claro, o tabu em cima da mulher e tudo o que envolve ela. Há momentos e frases que são até inacreditáveis de pensar que realmente eram naturalizada, acho que Lawrence consegue despertar bem esse sentimento de indignação (não sei se seria bem isso, mas por enquanto serve kkkk) com os assuntos que ele aborda.

Porém, ao mesmo tempo, em que para a época, Lawrence estava trazendo a tona a liberdade da mulher, a liberdade da sexualidade, quase de um modo "feminista" me incomoda em ver, levando em consideração os dias atuais, como Oliver é machista e "um homem das cavernas" com Connie.
Ele não é instigante, nem "apaixonante" no geral; ele é "rústico" e desperta um lado desavergonhado dela, e é isso.
Terminei o livro achando que Connie saiu de um péssimo companheiro para um outro que é só "ruim".

Em geral achei uma leitura ok, consigo compreender o porquê foi impactante para a época.
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Natália 15/03/2023

O Amante de Lady Chatterley
Me propus a ler "O Amante de Lady Chatterley" por curiosidade, então não sabia se realmente iria funcionar para mim.
Aqui me deparei com uma ênfase muito grande nas relações sexuais entre os personagens.
Apesar de Connie (Lady Chatterley) ter, no início, uma personalidade livre, após o casamento e a relação com Guarda-caça, ela se tornou submissa, carente e não pareceu refletir muito sobre.
O guarda-caça em si é muito bruto, tem falas que me incomodaram, além de a relação com a Connie, que mesmo depois de se desenvolver, se manteve a mesma, extremamente focada nele, não me pareceu pensar no que ela queria, sentia ou pensava.
E somente no fim, em seus divórcios e separados, é que ficou evidente um carinho entre eles; na carta final do ex guarda-caça à Connie, onde ele expressa seu amor por ela.
Os pontos que eu gostei foram os dois últimos capítulos e as questões políticas e econômicas.
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Daniel Lucca 11/08/2022

Erotismo poético
Lawrence consegue trazer uma história com erotismo, filosofia e muita poesia. Retratando uma Inglaterra pós revolução industrial debate muito a relação entre o ser humano e o dinheiro trazendo um amor proibido entre Connie e Mellors (um pouco abusivo). O livro retrata diversos preconceitos e uma visão homofóbica do autor e sua dificuldade em relação ao sexo. Por ser um clássico vale a pena a leitura ainda mais por ser um dos precursores da escrita erótica.
Cosmonauta 11/08/2022minha estante
Tá na meta.




Isabela.Araujo 15/01/2023

Controverso
Esse livro foi uma surpresa para mim em muitos sentidos, tanto positivos quanto negativos. Li ele em conjunto com minhas amigas, e digo que foi extremamente enriquecedor ler de maneira coletiva porque você pode ver outras perspectivas além daquela que você já se acostumou a ver.

Desde de que me entendo por gente, gosto de ler livros clássicos, e esse seria apenas mais um livro desses inúmeros que estou acostumada, mas então o meu background pessoal começou a afetar a minha experiência de leitura, mais do que ele normalmente costuma fazer.

Lady Chatterly (Connie para os íntimos) é uma personagem que eu acreditei ser, no início, a primeira mulher de livros do séc. XX que não se resumia a ser o objeto de desejo de um homem, e por um momento ela de fato não é. Ela é a protagonista, e sua formação como personagem é algo admirável quando se comparado a outras personagens como a Daisy de O Grande Gatsby, ou a Jane de Orgulho e Preconceito. Ela é uma personagem astuta, capaz de se impor mesmo que de maneira pequena e limitada para as mulheres de sua época.

Entretanto, essa personagem desenvolvida do início para o meio da história se perde aos poucos durante o seu envolvimento com o Mellors, o seu amante. Não digo que por uma influência negativa dele ou algo desse tipo, mas sim talvez por uma falta de tato ou de intenção do autor ao continuar mostrando a Connie como alguém de fato independente e capaz de se virar sozinha no mundo.

O Lawrence, ao escrever esse livro, tinha a primeira intenção em escrever uma história de amor, na qual o sexo fosse desmistificado, e nisso ele foi completamente revolucionário, tendo desenvolvido uma das mais belas cenas íntimas de um casal que eu já tenha lido, mas aos olhos atuais sua forma de construir essa história tornou-se arcaica e um tanto quanto ideológica demais, já que ele confunde bastante o sexo como demonstração de amor, ele pode ser, mas não em todos os casos.

Eu amei esse livro, mas tenho plena consciência de que não é uma leitura que indico a todos, tanto porque existe a necessidade de entender que esse livro era necessário para a época e para a desmistificação do sexo de maneira geral, quanto também deve haver um comprometimento do leitor quanto aos seus próprios ideais, e que eles não podem tomar conta da sua mente durante a leitura.
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Anica 07/01/2011

O amante de Lady Chatterley (D. H. Lawrence)
A leitura mais aprofundada é terreno perigoso: se você se prende demais ao contexto social de uma obra, pode distorcer a dita intenção do autor. Mas se não voltar o olhar para o momento no qual a obra foi criada muito do valor do livro pode simplesmente se perder. É o caso de O amante de Lady Chatterley (de D.H. Lawrence), publicado com nova tradução aqui no Brasil no mês passado pela Companhia das Letras através do selo Penguin Companhia das Letras.

Prender-se apenas ao romance de Lady Chatterley com o guarda-caça Oliver Mellors, ou mesmo ao teor “pornográfico” do texto é quase um pecado. A obra de Lawrence vem forte como representante de uma nova Inglaterra que veio a surgir com o fim da Primeira Guerra Mundial. O declínio de um império, a adaptação da nobreza a uma nova realidade. Mesmo que predominantemente de forma sutil, tudo isso está lá, seja no apito da mina que avisa Lady Chatterley que é hora de voltar, seja no que a Guerra fez com os dois homens da vida da personagem.Há também, é claro, toda a importância histórica por trás da própria publicação do livro. Banido em seu lançamento (em 1928), ele só chegou a ser publicado novamente na Inglaterra depois que a Penguin venceu um processo em 1960. Para o olhar do leitor moderno pode chegar a ser chocante que um livro tenha sido proibido em tempos “tão próximos” aos nossos por conta de descrições de encontros amorosos e inúmeros palavrões, e talvez até por isso seja tão importante contextualizar a obra enquanto a lê. Sobre a questão da proibição do livro na Inglaterra, saiu uma ótima matéria na Folha de São Paulo, que você pode ler aqui >> http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/852879-classico-o-amante-de-lady-chatterley-ganha-nova-traducao.shtml

O romance flui bem, Lawrence não tem pressa em sua prosa e vai armando o cenário do encontro de Lady Chatterley com Mellors aos poucos. Somos apresentados à protagonista, descobrimos que teve uma juventude até bem livre para os padrões da época, mas a guerra acabou coincidindo com o que seria a entrada na vida adulta, casando-se com Clifford, que lhe dá o título de Lady. O marido vai para a guerra e volta paralítico, condição que inicialmente não afeta Connie mas aos poucos começa a consumi-la. A ideia que se tem é que não é tanto pelo prazer que lhe é negado com a nova situação, mas com o modo como Clifford vai sugando sua vida, a transformando em algo que era tão contra sua própria natureza.

E como acompanhamos esse processo em que Lady Chatterley desperta para sua realidade, quando do encontro com Mellors já sabemos que o amor entre os dois é previsível, por mais que inicialmente ele pareça arredio e mesmo grosso com a mulher. E é a partir de Mellors que temos a maior parte das ideias de Lawrence sobre a importância do amor livre, do mal que ver o sexo como algo sujo pode causar, como podemos perceber na passagem a seguir:

Na verdade o sexo é apenas toque, contato, o contato mais próximo que pode existir. E é o contato que nos mete medo. Vivemos num estado de semiconsciência, vivemos apenas pela metade. Precisamos nos tornar mais vivos e conscientes. Especialmente os ingleses, precisam entrar em contato uns com os outros, um contato delicado e terno. É nossa maior necessidade.

E se a contextualização da obra vem como algo importante no caso de O amante de Lady Chatterley, a edição da Penguin Companhia das Letras vem como um presente. É quase o equivalente literário de um dvd cheio de extras: abre com uma introdução de Doris Lessing (prêmio Nobel), o romance em si vem repleto de notas que complementam o texto. No final temos o artigo A propósito de Lady Chatterley, de D.H. Lawrence, cuja introdução será um prato cheio para quem gosta de história do livro (sobre toda a questão da pirataria na época), e o restante nos orienta das intenções do autor sobre O amante de Lady Chatterley. Ainda há uma cronologia envolvendo a obra e o autor e o apêndice “O amante de Lady Chatterley e a paisagem das Midlands inglesas“, com mapas e explicações sobre o espaço onde se desenvolve a narrativa. É realmente um mimo, daqueles que chegam a justificar a compra da edição mesmo já tendo alguma tradução do livro em casa.

Na realidade foi meu primeiro contato com um dos livros dessa parceria da Companhia das Letras com a Penguin e devo dizer que fiquei muito feliz. Uma excelente escolha de título, obra tão importante da literatura de língua inglesa, recebendo um tratamento tão cuidadoso e mesmo assim chegando às livrarias com um bom preço. É a felicidade para qualquer bibliófilo.

Talvez o único aspecto negativo foi a questão da opção da tradução da fala de Mellors. Para mim foi um pouco incômodo o “caipirês” adotado por Sergio Flaksman para registrar a fala da personagem. De qualquer forma, é uma opção válida e compreensível, já que no original Mellors tinha um inglês interiorano. No mais, as opções mesmo para os palavrões foram extremamente felizes: não houve tentativa de “abrandar” termos como cunt ou fuck, traduzidos todos com a mesma crueza das expressões similares em português.

Um ótimo livro, daqueles que realmente vale a pena conhecer. Chega até mesmo a ser triste pensar que por tantas décadas para algumas pessoas ele só esteve disponível de forma ilegal.
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Sidney.Prando 18/07/2021

UM BAFAFÁ DAQUELES
Constance e Clifford são um casal burguês de ingleses como manda a norma social e estamental da época. Entretanto, pouco tempo depois do casamente, Clifford é chamado para lutar na guerra, volta muito ferido e não se recupera completamente, ficando paralisado da cintura para baixo.
Ao se encontrar presa em uma rotina de um casamento exaustivo, dedicado arduamente ao cuidado físico e psicológico do marido, além de ser privada do contato afetivo por decorrência da situação do parceiro, Constance se entrega a uma paixão que a cada esquiva torna-se mais insistente e irresistível.
O romance de Lawrence, escrito no século XX, não possui uma temática original, sendo presente em outros clássicos como Madame Bovary, Anna Karenina ou O Primo Basílio. Entretendo, em suma, pode-se dizer que ele causou muito mais tumultuo entre os conservadores da época, sendo censurado por aproximados 30 anos depois de seu primeiro lançamento, e tudo se deu por suas descrições minuciosas sobre os momentos íntimos dos amantes.

Para mim, o livro tem seus pontos fortes nos diálogos e em algumas descrições, principalmente nas que o tornaram polêmico. Ele não aborda somente assuntos direcionados aos estamentos sociais ingleses, como também aborda um dilema moral vivido por Constance e uma visão ríspida sobre o amor que nutri a personalidade do guarda-caça Mellors.
Mellors foi o personagem que mais me chamou atenção. Sendo a voz de muitos pensamentos um tanto quanto “nada decentes” para a época (e também para a nossa), o guarda-caça é dono de uma personalidade única. Em particular, o seu desabafo com Constance sobre suas experiências sexuais passadas, que em muito o frustraram por decorrência de suas parceiras apresentarem um alto nível de pudor durante o ato sexual, caracterizam uma de suas passagens apreensivas.
O livro é narrado como se cantado, com diálogos envolventes, acontecimentos complacentes e descrições detalhadas de cenas que os farão no mínimo sentir vontade de estarem no lugar de Constance ou Mellors (vc q tem menos de 18, não fala para seus pais que eu recomendei esse livro em!).


site: https://www.instagram.com/p/CRZCm1Dt5MH/?utm_source=ig_web_copy_link
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Sheyla.Batista 04/04/2022

"Mas os homens são assim! Ingratos e nunca satisfeitos"
Depois de tanto tempo sem conseguir ler um romance desse tipo, me rendi a esse. Gostei demais.
E toda a polêmica por trás da época em que ele foi escrito...
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Grazi 12/05/2020

Um livro bem diferente do que se imagina.
Quando começa a leitura, tanto pelo nome como pelas indicações, dar a ideia de um livro que trata apenas de um adultério de uma lady entediada.
Ao longo da leitura, o livro se mostra uma crítica social as convenções da época, ao novo cenário do pós guerra, falência dos "castelos" e a entrada da revolução industrial.
Segundo o autor, o romance de Lady Chatterley
e Mellors e uma busca pela época antiga, antes da revolução industrial ( que segundo o autor gerou a perda da vida e do divertimento básico; também fala da busca desenfreada pelo dinheiro dos homens modernos) onde o homem dava valor ao culto do feminino sua graça e ternura e ao masculino em sua virilidade, uma volta ao paganismo em outras palavras.
Gostei bastante desse livro, me surpreendeu e muito os temas abordados.
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Faragao 24/01/2023

Difícil defender
Gostei bastante da história, mas tiveram alguns capítulos muito extensos e com informações nada relevantes - isso foi bem cansativo.
Mais do que um romance, essa obra também é uma crítica à revolução industrial.
O autor foi extremamente ousado (positivamente) ao escrever um livro erótico dada a época da publicação, mas também pecou muito; o livro retrata em grande parte, mulheres como megeras que sentem repulsa por homens, o autor não soube descrever o prazer feminino e por diversas vezes culpou as mulheres pela falta desse prazer na hora do sexo, fora as falas homofóbicas.
Só não dei uma nota mais baixa porque o romance foi bem desenvolvido e consigo entender que os erros descritos fazem parte do período de publicação do livro.
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Marcos606 11/10/2023

A grandeza de O Amante de Lady Chatterley reside num paradoxo: é simultaneamente progressista e reacionário, moderno e vitoriano. Olha para trás, em direção a uma formalidade estilística vitoriana, e ao mesmo tempo parece antecipar a moralidade social do final do século XX no seu envolvimento franco com assuntos explícitos e palavrões. Poderíamos dizer que o romance é formal e tematicamente conservador, mas metodologicamente radical.

A afirmação mais fácil de provar é que o Amante de Lady Chatterley é “formalmente conservador”. Existem poucas diferenças evidentes entre a forma do romance e a forma dos romances do alto período vitoriano escritos cinquenta anos antes: em termos de estrutura; em termos de voz narrativa; em termos de dicção, com exceção de poucas palavras "profanas". É importante lembrar que foi escrito no final da década de 1920, uma década que testemunhou extensa experimentação literária.

A década de 1920 começou com a publicação do romance formalmente radical Ulisses, que preparou o terreno para importantes inovações técnicas na arte literária: fez uso extensivo da forma de fluxo de consciência; condensou toda a sua ação em um único período de 24 horas; empregou inúmeras vozes e perspectivas narrativas. O Amante de Lady Chatterley age de muitas maneiras como se a década de 1920, e na verdade todo o movimento literário modernista, nunca tivesse acontecido. A estrutura do romance é convencional, traçando um pequeno grupo de personagens durante um longo período de tempo em um único lugar. O narrador bastante enfadonho geralmente fala com a familiar onisciência de terceira pessoa do romance vitoriano. E os personagens tendem à planicidade, à representação de um tipo, em vez de falarem com suas próprias vozes e desenvolverem verdadeiras personalidades tridimensionais.

Superficialmente, pareceria que, se Amante de Lady Chatterley é "formalmente conservador", dificilmente pode ser chamado de "tematicamente conservador". Afinal, este é um romance que suscitou críticas de censura em todo o mundo de língua inglesa. É um romance que emprega palavrões liberalmente, de forma mais ou menos gráfica – isto é, graficamente para a década de 1920. É importante não avaliar o romance pelos padrões de palavrões e sexualidade gráfica que se tornaram predominantes na virada do século 21 - descreve sexo e orgasmo, e cuja mensagem central é a ideia de que a liberdade sexual e a sensualidade são muito mais importantes, mais autêntica e significativa do que a vida intelectual. Então, chamar O Amante de Lady Chatterley, um romance famoso e controverso, significa “tematicamente conservador”?

Bem, é importante lembrar não apenas precisamente o que este romance parece defender, mas também o propósito dessa defesa. Não é propaganda de licença sexual e amor livre. Como o próprio DH Lawrence deixou claro em seu ensaio "A Propos of Lady Chatterley's Lover", ele não era um defensor do sexo ou da profanidade por si só. O leitor deve notar que o objetivo final dos protagonistas do romance, Mellors e Connie, é um casamento bastante convencional e uma vida sexual na qual seja claro que Mellors é o agressor e o parceiro dominante, na qual Connie desempenha o papel receptivo; todos os que argumentam que O Amante de Lady Chatterley é um romance radical fariam bem em lembrar a difamação que o romance lança sobre a primeira esposa de Mellors, uma mulher sexualmente agressiva.

Em vez do mero radicalismo sexual, a principal preocupação deste romance – embora também se preocupe, numa extensão muito maior do que a maior parte da ficção modernista, com as armadilhas da tecnologia e as barreiras de classe – é com o que Lawrence entende ser a incapacidade do moderno para unir a mente e o corpo. DH Lawrence acreditava que sem a compreensão do sexo e do corpo, a mente vagueia sem rumo no deserto da tecnologia industrial moderna. Um reconhecimento importante, é até que ponto a relação moderna entre homens e mulheres se assemelha à relação entre homens e máquinas.

Não só os homens e as mulheres necessitam de uma apreciação do sexual e do sensual para se relacionarem adequadamente; eles exigem isso até mesmo para viverem felizes no mundo, como seres capazes de manter a dignidade humana e a individualidade na atmosfera desumanizante criada pela ganância moderna e pelas injustiças do sistema de classes. Como observou o grande escritor Lawrence Durrell em referência ao Amante de Lady Chatterley, Lawrence era "ele próprio uma espécie de puritano. Ele queria curar, consertar; e as armas que ele selecionou para este ato de terapia foram as palavras de quatro letras sobre as quais uma batalha tão longa e idiota foi travada." Isto é: O Amante de Lady Chatterley foi concebido como um alerta, um chamado para longe do hiperintelectualismo adotado por tantos modernistas e para uma abordagem equilibrada em que mente e corpo são igualmente valorizados. É o método usado pelo romance que tornou o chamado de despertar tão radical – para a época – e tão eficaz.

Este é um romance com um propósito elevado: aponta para a degradação da civilização moderna e sugere uma alternativa para aprender a apreciar a sensualidade.
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Magasoares 21/08/2020

Almas gêmeas.
Uma estória perfeita sobre o amor entre duas pessoas diferentes na classe social, mas unidas pela busca de um amor perfeito. Aqui não se trata de falar sobre sexo entre duas pessoas, mas sim de sexo com amor. Porque, por mais que o sexo fosse ótimo com o guarda, ela se apaixonou pela essência dele. Por isso que existem almas gêmeas, porque às pessoas se completam. A pessoa ama a outra, pelas conversas, atitudes, o jeito de ser daquela pessoa, (e aqui vou ser um pouco ousada) (o jeito de f*der também ^^). E eles se amavam por isso, por um todo. Recomendo ?
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Dri 07/01/2023

Controverso
É um livro ímpar. Questões profundas são abordadas nas entrelinhas da trama: industrialização, capitalismo, preconceito de classes, consequências da guerra. Trata-se, sim, de um livro que fala abertamente e recorrentemente de sexo, mas não pode ser reduzido a apenas isso. Tive sentimentos controversos ao final da leitura e após ler o prefácio da edição da Penguin pude entender melhor o autor e consequentemente, sua obra. Não há dúvidas da importância dos temas abordados no livro e é impossível não admirar a coragem do autor.
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Bianca 12/03/2023

O livro foi escrito por um homem e mostra isso em cada detalhe. A Connie é uma mulher feita por um homem.

Sinto que se esse livro tivesse sido escrito por uma mulher, ele seria um dos melhores romances do mundo. Ele é bom, não me levem a mal, mas falta algo.

Entendo a importância dele para a época que foi escrito, mas a visão dele sobre as mulheres e sobre o sexo é totalmente fechada e masculina. Talvez para outras pessoas, isso não seja um defeito.

Tolstói conseguiu fazer Anna Karenina com muito mais habilidade. Talvez justamente por não falar de sexo tão explicitamente. Não sei. É um livro bom, mas tenho ressalvas.
Natália 13/03/2023minha estante
Ainda não acabei e concordo contigo!


Juliana 26/03/2023minha estante
Fiquei pensando exatamente nisso enquanto lia?




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