Rub.88 16/08/2021Aqui quem fala é o ZodíacoO livro Zodíaco do cartunista político e escritor Robert Graysmith conta com muita riqueza de detalhes, até com certa obsessão, a investigação parte feita pelo próprio autor, e das policias da região de San Francisco Bay, California para capturar o serial killer enigmático. Enigmático é a palavra certa. Ele mandava cartas para jornais e pessoas responsáveis pela investigação e nessa correspondência escrevia de forma bizarra, com caligrafia adulterada e com erros gramaticais propositais. Também mandava mensagens criptografada, utilizado símbolos estranhos e desafiando as autoridades a decifrarem dizendo que ali havia o seu verdadeiro nome. Nas cartas e ligações que fazia a centrais de policias reivindicava crimes recentes e dava detalhes dos mesmos. Fazia ameaças, como explodir ônibus escolares. Enviou um esquema desenhado de uma bomba. Dava opinião sobre filmes. Os seus crimes comprovados, pois ele chamava pra si alguns de autoria duvidosa e possivelmente escondia outros, eram sempre nos finas de semana ou vésperas de feriado. Atacava a tiros casal de namorados que em seus carros iam ao um lugar insolado. Rendeu e amarrou um casal e esfaqueou as costas dos dois. O homem sobreviveu para falar que o assassino usava uma fantasia de carrasco, com capuz e uma cruz branca costurada na frente da camisa. Atirou a queima roupa num taxista.
Nessa obra fala do esforço para captura-lo. Para entende-lo. Para saber o modus operante completo dele. Mas havia pouca coisa com que trabalhar. Era um mundo novo de maníacos assassinos. A partir de 1960 e daí em diante surgiram dezenas de doidos homicidas, isso contado os catalogados. Centena de outros surgiram, atuaram e sumiram sem a notoriedade nefasta esse fenômeno ocasionava. O livro de um true crime, gênero que virou mania, e interesse mórbido, nos últimos anos. Seriados e outras meios de comunicação esmiuçam esses crimes que voltam com força ao imaginário do público. As perguntas continuam sem resposta claras. As certezas, mesmo com exames forense moderno e técnica aprimorada, ainda não chegaram. O que motiva o assassinado de um estranho por outro estranho? Nenhuma mente sã pode responde. Todos somos potencialmente vítimas do tortuoso livre arbítrio. O direito de um acaba quando começa o direito do outro. E assim que devia funciona a mente humana, mas individualidade tem um preço. O possível desequilíbrio de um membro da raça humana modifica a vida muitos ao redor e ao longe...