@wesleisalgado 07/03/2021Arthur Leigh AllenLer Zodíaco é uma experiência de tirar o fôlego e ao mesmo tempo frustrante.
O ritmo da narrativa do Robert Graysmith é frenético, você não tem tempo de respirar. Intercalando as histórias de vítimas individuais, com as cartas do Zodíaco ao San Francisco Chronicle, além de uma enxurrada de materiais extras como fotos de jornais, retratos falados e excertos das cartas em código.
O frustrante é que, em nenhum momento o autor pretende ridicularizar a polícia, mas a história mostra sozinha, somente sendo contada, que a quantidade de erros cometidos ali por parte dos investigadores é vergonhosa. E o final em aberto, doí fisicamente.
Logo após a leitura, lá fui eu assistir novamente o filme de David Fincher, devo ter visto uma única vez lá pelos idos de 2008 ou 2009 . E como adaptação é impecável, apesar do ritmo lento. Entendo hoje os comentários mornos na época do lançamento, o próprio David Fincher, que era criança em São Francisco na época dos ataques, disse que o maior intuito dele era nos colocar no lugar de quem viveu esse determinado momento, o pânico e o desconhecido, e não se pautar em uma carnificina barata.
Além de tudo, os apêndices do livro são um ótimo bônus; com seções falando das cartas, do tipo de letra, dos carros do assassino, e ainda um pequeno diário escrito pelo Robert Graysmith durante as filmagens do filme entre o final de 2005 e o início de 2006, onde trabalhou como consultor.
Ótimo!!
OBS[1]: Filmes citados pelo livro; 1º Perseguidor implacável [DIRTY HARRY 1971], baseado realmente nos assassinatos enquanto aconteciam. 2º Terra de ninguém [Badlands 1973] . 3º O exorctista [1973], o próprio Zodíaco debocha do filme em uma de suas cartas.
OBS[2]: Resenha nº25 do desafio Skoob 2021.