Fernanda Rebelato 25/01/2016
Divergente: Uma escolha pode te transformar
Começo essa resenha dizendo que eu devo ser a única pessoa que ainda não havia lido Divergente, mas como diz o ditado “antes tarde do que nunca” né? Pois é demorei demais, mas li, e não me arrependo por ter esperado o ‘bafafá’ todo sobre essa nova distopia passar. Apesar de já conhecer a história e, de ter visto o segundo filme antes mesmo de ler o primeiro livro, não perdi o efeito do livro.
Bom, para quem não sabe a história, o que eu acho MUITO difícil, vou tentar resumir brevemente. O mundo atual é dividido em 5 facções, que são responsáveis por manter a ordem de tudo. Há uma cerimônia de escolha, onde cada jovem precisa decidir se vai continuar na facção de sua família ou começar uma nova jornada, deixando para trás todos os costumes, familiares e amigos, pois afinal facção antes do sangue. Beatrice Prior chegou aos 16 anos, e agora precisa enfrentar a escolha de decidir em qual facção da sociedade vai viver pelo resto da vida.
"Nossas casas, nossas roupas, nossos cortes de cabelo, tudo é projetado para que nos esqueçamos de nós mesmos e para nos proteger da vaidade, da cobiça e da inveja que são apenas formas de egoísmo. "
Amizade, o grupo formado pelos que culpam a raiva e agressividade pelos problemas do mundo; Franqueza, com sua grande e excessiva honestidade, que rende lideres confiáveis para a justiça; Erudição, os inteligentes e estudiosos, que culpam a ignorância por o mundo estar como está; Abnegação, que culpam o egoísmo, e formam o grupo justo e altruísta sempre pensando no bem do outro mais do que em si próprio; e Audácia, que despreza qualquer tipo de covardia e é considerada o exército da sociedade.
Como um meio de auxiliar os jovens, eles passam por um teste que tende a revelar para qual facção estão mais aptos a participar. Para Beatrice o que deveria ajudá-la só a confundiu mais pois ela simplesmente não se encaixa em um única facção. Ela é uma Divergente, não pensa como os demais, não tem o habito a seguir regras, e por isso é um grande risco para o restante da civilização, só que ela não entende o porque desse risco e ninguém explica o que tudo aquilo significa.
No dia da escolha, mesmo assustada, ela resolve deixar sua facção de família, a Abnegação, e escolher a Audácia. Ao ingressar na nova facção, ela precisa passar pelo rígido e perigoso processo de iniciação, com testes físicos, emocionais, e mentais, e ainda lidar com seu segredo. Caso não consiga passar nos testes do novo grupo, Tris se tornará uma sem facção, ou seja, pessoas que fracassaram e não se encaixam nos quesitos estipulados. Entre amigos e inimigos, as coisas deixam de ser uma questão de honra e sim de sobrevivência.
"Encontrarei novos hábitos, novos pensamentos, novas regras. Eu me tornarei uma nova pessoa "
Tris é uma personagem que cresce aos poucos durante a história e Veronica conseguiu transmitir isso aos leitores. Ela começa como uma menina frágil e assustada, que precisa de proteção para tudo e contra tudo. O medo a assombra e faz dela quase uma perdedora, mas conforme percebe que os perigos fora da facção são piores do que imagina, ela passa a se tornar uma personagem forte, lutando pela sobrevivência de si mesma e das pessoas próximas.
Ao longo da história, a personagem se envolve com o conflitante Quatro, que passa a ajuda-la e as vezes insultá-la sem nenhum motivo aparente. Os dois acabam se envolvendo num relacionamento complexo e cheio de segredos que vão sendo revelados conforme passam a conviver mais um com o outro e se envolver emocionalmente. A partir do momento que Tris descobre que a há maior por trás de todo o processo de iniciação e especulação por parte de outras facções a ação começa a ocorrer, e se eu já estava gostando aqui tudo ficou mais interessante.
A família Prior também tem segredos, principalmente a mãe de Tris, e eu queria que a história desse um pouco mais de foco pra essa parte, mas com os acontecimentos das ultimas 100 páginas acredito que esses segredos vão permanecer como estavam. Muitas explicações foram dadas superficialmente como uma forma de acelerar o final do livro, mas eu queria mais detalhes sobre tudo aquilo, e pelo que pude ver pelo segundo filme, muitas coisas ainda permaneceram em segredo.
Divergente foi um livro que me conquistou, e sim, sou suspeita pra falar porque amo distopias. Mesmo com suas 500 paginas, eu li super rápido pelo Kindle, que quando terminou eu pensei ‘Já? Mas recém comecei!’. Muita gente compara essa distopia com Jogos Vorazes, mas acredito que elas não tem muitos pontos em comum, pois em JV vemos mais o foco político, apesar de contar sobre a vida de Katniss, mas aqui temos a história narrada sobre Tris e suas escolhas, em que, apesar de existir, o foco político não parece ser o principal ponto da história.
O livro é excelente, e é mais uma história que não vou cansar de acompanhar. Eu já vi o segundo filme, já conheço a história, mas na meta de leitura desse ano, ainda pretendo ler Insurgente, e se der tempo com a correria e tudo mais, ler o último volume da trilogia, mesmo acreditando que mais uma vez o filme vai vim primeiro. Para quem gosta de distopias, é um livro que vale a pena ser lido, e pra quem não gosta, deviam dar uma chance para esse gênero.