Resenhas - A Casa das Belas Adormecidas

fleabookz 03/01/2022

Tenho opiniões muito contrárias sobre esse livro, achei bom e bizarro ao mesmo tempo. Comecei lendo num nível de aversão enorme, mas depois até que fui achando a história razoável por se tratar de vários assuntos do decorrer da vida do personagem, como paternidade, suicídio, traição, depressão, solidão, etc.
Fiquei ansiosa o tempo inteiro esperando que iria acontecer um problema enorme na casa, algumas coisas me chocaram, porém ainda não foi o tanto que eu esperava. O final inclusive eu achei bem morno.
A pegadinha desse livro é que você termina ele com uma crise existencial gigante e com um medo danado da velhice.

juliao.pdf 22/12/2021

faz tempo que eu li esse livro e eu não sei estabelecer uma opinião sobre ele ao mesmo tempo que achei muito bom achei muito estranho mas acho que eh pq o tema eh muito distante e incomum e eu achava meio perturbado as vezes

AnaB. 21/12/2021

Ok, vamos lá.
Se você leu uma sinopse ou veio de recomendação é isso mesmo, a história é bizarra!
Se você ainda não sabe, aqui vai: um senhor passa a frequenta um casa de "belas adormecidas" .

O senhor Eguchi frequenta essa casa em busca de acolhimento físico/sentimental e durante as noites ele é tomando por lembranças de sua juventude. Aliás, esse é outro ponto que o personagem luta muito, com a aceitação da sua idade. Ele, constantemente, faz o contraste com a idades das "belas". O que puxa outro ponto, as mulheres nessa casa (em algumas vezes possíveis crianças) são dopadas e deixadas ao dispor do cliente. Acho que não preciso falar mais nada pra mostrar o quão bizarro é esse plot.

Mig 19/12/2021

Breves Comentários: A Casa das Belas Adormecidas, de Yasunari Kawabata
O que resta dizer sobre a perfeição?

Yasunari Kawabata é possivelmente o nome mais conhecido da literatura japonesa, especialmente aqui em Latinoamérica onde este livro, A Casa das Belas Adormecidas, foi inspiração para Memórias de Minhas Putas Tristes, de Gabo, onde consta na epígrafe.

Ganhador do Nobel de Literatura de 1968, pode-se dizer que foi responsável pela internacionalização da literatura daquele país. Não é por acaso: para quem está acostumado à literatura europeia (especialmente francesa e surrealista), a prosa de Kawabata é palatável e de fácil digestão. Isto não quer dizer, no entanto, que ela é desconectada de fortes traços culturais.(...)

site: https://leiturassemluz.wordpress.com/2021/12/19/breves-comentarios-a-casa-das-belas-adormecidas-de-yasunari-kawabata/

Marilda 08/11/2021

Opinião e Fragmentos
"(...) mesmo que se falasse de passado muito distante, talvez, no ser humano, memória e reminiscências não pudessem ser definidas como próximas ou distantes unicamente por ser sua data antiga ou recente. Pode acontecer que, mais do que o dia de ontem, os acontecimentos da infância, sessenta anos atrás, tenham ficado guardados na memória e fossem recordados de uma forma mais nítida e mais viva. Isso não acontece com mais frequência na velhice? Além disso, não haveria caso em que os acontecimentos da infância contribuiriam para formar o caráter e dar direcionamento à vida de uma pessoa?" (25)
"(...) não sabe o que é a sensação de solidão antes de pegar no sono (...)" (26)
"(...) como era possível que, dentre todos os animais, somente a forma dos seios da mulher tenha adquirido, após longa evolução, um formato tão belo. O esplendor alcançado por eles não seria a própria glória resplandecente da história do ser humano?" (28)
"(...) a beleza de seu sono profundo." (29)
"Para um homem no extremo limite da sua velhice, não haveria um momento em que pudesse se esquecer por completo de si mesmo, a não ser quando envolvido por inteiro pelo corpo da jovem mulher." (53)
"Ela também se deixava mimar, como costuma ser com a caçula da casa." (58)
"(...) compreendeu que não havia nada de inesperado, pelo contrário. O corpo de sua filha caçula não era diferente de qualquer outra mulher. Era feito para ser subjugado à vontade de um homem." (60)
"Sem que tivessem mágoas profundas, e levando com eles um segredo pela vida toda, os dois jamais se esqueceriam." (77)
"Talvez o sentimento do mal tivesse ficado anestesiado, confundido com costumes e ordens sociais." (79)
"Há histórias de prostitutas ou cortesãs que se revelaram, na realidade, reencarnações de divindades." (81)
"Por mais desumano que seja o mundo, ele pode se tornar humano pelo hábito. Todas as depravações dissimulam-se na escuridão do mundo." (92)
"Aos velhos, a morte, aos jovens, o amor; a morte, uma única vez, o amor, infinitas vezes." (94)
"Começou a perceber que a força mágica da vida de uma mulher não era pouca coisa." (114)

Heider 26/09/2021

Excelente.
Que livro maravilhoso. Partindo de uma premissa absurda, ainda que não tão estranha se tratando de Japão, acompanhamos as curiosas visitas do velho Eguchi à casa das belas adormecidas. As visitas despertam sentimentos, lembranças e reflexões sobre a família, as mulheres, a velhice, a sexualidade e a vida. Com uma linguagem fácil e prazerosa, Kawabata consegue sintetizar em poucas páginas uma história incrível. Recomendo.

Luiz.Goulart 15/09/2021

Septuagenário em busca de emoções fortes
Um livro que causa irritação em muitos leitores e vários relatam não ter levado a leitura adiante. Seu autor, o japonês Yasunari Kawabata ganhou o prêmio Nobel de literatura em 1968 e aqui ele narra a história do quase septuagenário Sr. Eguchi, que descobre uma casa em que pode passar a noite ao lado de meninas nuas e profundamente adormecidas. O desnudar do corpo é um mote para o autor desnudar o interior daquele velho, rememorando episódios do seu passado.

iara 10/09/2021

Não há muito o que ser falado, é um livro às vezes meio difícil de seguir em frente, mas a narrativa em si é interessante, a temática erótica do ponto de vista de um velho a beira de perder a virilidade. O final, de certa forma, me foi incômodo.

Maira Giosa 05/09/2021

Este foi o primeiro livro vencedor de um Nobel de literatura em que pus as mãos. Posso dizer que a expectativa foi muito grande, e não me sinto decepcionada - inclusive porque não sabia o que ia encontrar. Mas, certamente, não é o livro da minha vida (até porque superar Os Miseráveis vai ser muito difícil). Escrito por Yasunari Kawabata e lançado em 1961, o livro causou furor por seu conteúdo altamente erótico.
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Não que seja um livro pornô - longe disso! 😂 - mas Kawabata tem um dom para descrever mulheres e suas particularidades. As formas, feições e aquilo que nos atrai em um homem, além do efeito que causamos. Mas é óbvio que tudo isso precisa estar em contexto. Estamos falando do Japão, sociedade altamente machista, em uma época na qual a mulher era vista como um prêmio a ser conquistado. E, mesmo assim, o autor mostra-se "avant-guarde" para seu tempo, dando um temperamento independente à uma das filhas do protagonista.

Embora seja interessante a maneira como o autor e seu personagem enxerguem o mundo, talvez eu não tenha me sentido exatamente parte dele, daí meu natural distanciamento da obra. Mas reconheço as características que o levaram a receber um prêmio tão importante: Kawabata mistura, com simplicidade e fluidez, elementos típicos de sua cultura aos olhos de um protagonista improvável (o que ele chama de "um velho") e sobre um tema controverso. Receita para o sucesso garantida.

site: https://www.instagram.com/livrosdamaira/

Nadine Hoffmann 04/07/2021

Muito fora da minha zona de conforto
Não tinha expectativa sobre esse. A leitura realmente não foi pra mim, história estranha com personagem principal esquisito.

Adriana Scarpin 18/06/2021

Não vou mentir, A casa das belas adormecidas de Kawabata me perturbou deveras no seu início, foi um desconforto muito grande ler sobre adolescentes dopadas sendo abusadas por idosos, claro não há penetração, mas foi-se há muito tempo o conceito de abuso nesse sentido e ler esse livro mesmo que anacrônicamente ainda soa pesado. O curioso é que ao ler Memórias das minhas putas tristes, livro em que Garcia Marquez toma para si a inspiração advinda de Kawabata, não me deixou tão desconfortável como o livro japonês.
Mas isso só no início, como tudo na vida, sempre acabamos por nos habituar ao estranhamento inicial e meio que nos amortecemos com a narrativa, então podemos visualizar que os corpos quentes daquelas meninas funcionam mais ou menos como uma madeleine proustiana para as rememorações do protagonista e finalmente nos entregamos à narrativa.

alntbr 17/06/2021

Velho Eguchi
Uma leitura incômoda, porém necessária. Acompanhamos o velho Eguchi em sua velhice estando na companhia de belas moças adormecidas (variando de idade), aos poucos, vemos o personagem principal se perdendo e juntando - se no grupo de velhotes decrépitos. Também temos uma viagem no túnel da memória do personagem, conhecendo ainda mais sobre sua personalidade e visão de mundo. O clima misterioso rondando a casa das belas adormecidas e às suas atividades mantém o leitor instigado junto com o final relativamente normal e ambíguo da obra, um bom livro para se introduzir na literatura oriental.

Cinthia Hiromi 04/06/2021

Apesar de bem escrito, este livro é pertubador.
Eguchi (o protagonista), já se encontra na "boa idade", e por indicação de um amigo, ele vai até uma casa onde idosos podem dormir (literalmente) com belas adormecidas.
A cada garota que ele passa a noite, lembranças de um Eguchi jovem começam a preencher as páginas, onde reflexões, erotísmo e pensamentos pertubadores de como acordar as jovens deixam um certo desconforto e ansiedade.

Aline Naiara Melo 18/05/2021

"...o tempo, o longo tempo em que ele supervisionou e teve poder sobre a vida dessas mulheres, ou até mesmo reformando suas personalidade.."

Lôh 04/05/2021

Estranhamento
Tem uma escrita fluida e boa. Mas o enredo traz uma sensação de estranhamento. De forma bem diferente o autor traz reflexões sobre: vida e morte; juventude e velhice. Nos levando a questionar alguns padrões também do que é correto? O que é a luxúria? Quais são as capacidades humanas de fuga da própria realidade, no sentido de se deparar com a velhice e as limitações físicas ante a sexualidade. E questionamentos como: Como é vista e usada a feminilidade e o corpo feminino? Como é ser homem? O livro descreve uma visão japonesa de todos os temas. Mas se trouxessemos para nossa cultura e região, seria diferente?